KC-390 na FAP

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Bubas

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4185 em: Maio 05, 2025, 10:48:47 am »
Ou seja, eu tenho uma capacidade, que vou deixar de ter por envelhecimento do material, compro uma nova com capacidades semelhantes e isso não é substituir uma pela outra. É isso?
Eu tenho uma ford transit, compro uma mercedes vito, mas não é para substituir a transit, essa vai ser substituida pelo novo camião tir...
Já percebi. Até porque a vito tem um nome novo, não é?

Caramba, você pode até ter razão, mas pelo menos arranje lá uma explicação com lógica.
Se vamos adquirir uma nova capacidade, excelente. Agora dizer que o KC-390 é que é a nova capacidade o o A-400 é que substitui os C-130, porque a esquadra é nova?

O  A-400M e KC-330 servem para substituir C-130???
Qual é a métrica que usa, só para perceber.

Os KC-390 vieram substituir os C-130. Os prazos da modernização e a pressa em comprar os 390, é que fez com que fossem operados todos juntos.

Neste momento, esta trapalhada toda pode permitir que os 4 C-130 venham a ser substituídos por outra aeronave com muito mais capacidades, tornando-se uma oportunidade única para a FAP adquirir 3 A-400 ou 3 MRTT (acho díficil virem ambos).

Eu pessoalmente daria priorirade ao MRTT, pois no contexto geopolítico global, uma aeronave de transporte capaz de abastecer os F-16 e hipotéticos F-35, é uma grande mais valia.

Errado dc, os KC-390 não vieram substituir os C-130H, tanto é que foi criada uma nova esquadra, a 506.
A loucura de mandar dinheiro para a Embraer foi tanta, que até uma nova esquadra se criou. A 501, irá deixar de operar C-130H/M, que serão vendidos, e irá adquirir A-400M e provavelmente KC-330 (em nova esquadra), de forma a assegurar as exigências da NATO, na parte do transporte tático, estratégico e reabastecimento em voo.

Recordo que com o desinteresse dos EUA na europa, há capacidades que serão muito necessárias, entre elas o transporte estratégico e o reabastecimento em voo, com lança e mangueira.

Cps
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saabGripen

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4186 em: Maio 05, 2025, 11:38:28 am »
Ou seja, eu tenho uma capacidade, que vou deixar de ter por envelhecimento do material, compro uma nova com capacidades semelhantes e isso não é substituir uma pela outra. É isso?
Eu tenho uma ford transit, compro uma mercedes vito, mas não é para substituir a transit, essa vai ser substituida pelo novo camião tir...
Já percebi. Até porque a vito tem um nome novo, não é?

Caramba, você pode até ter razão, mas pelo menos arranje lá uma explicação com lógica.
Se vamos adquirir uma nova capacidade, excelente. Agora dizer que o KC-390 é que é a nova capacidade o o A-400 é que substitui os C-130, porque a esquadra é nova?

O  A-400M e KC-330 servem para substituir C-130???
Qual é a métrica que usa, só para perceber.

Os KC-390 vieram substituir os C-130. Os prazos da modernização e a pressa em comprar os 390, é que fez com que fossem operados todos juntos.

Neste momento, esta trapalhada toda pode permitir que os 4 C-130 venham a ser substituídos por outra aeronave com muito mais capacidades, tornando-se uma oportunidade única para a FAP adquirir 3 A-400 ou 3 MRTT (acho díficil virem ambos).

Eu pessoalmente daria priorirade ao MRTT, pois no contexto geopolítico global, uma aeronave de transporte capaz de abastecer os F-16 e hipotéticos F-35, é uma grande mais valia.

Errado dc, os KC-390 não vieram substituir os C-130H, tanto é que foi criada uma nova esquadra, a 506.
A loucura de mandar dinheiro para a Embraer foi tanta, que até uma nova esquadra se criou. A 501, irá deixar de operar C-130H/M, que serão vendidos, e irá adquirir A-400M e provavelmente KC-330 (em nova esquadra), de forma a assegurar as exigências da NATO, na parte do transporte tático, estratégico e reabastecimento em voo.

Recordo que com o desinteresse dos EUA na europa, há capacidades que serão muito necessárias, entre elas o transporte estratégico e o reabastecimento em voo, com lança e mangueira.

Cps


O Bubas tem razão no que diz.
Eu vou comentar o texto do Ss7 logo ao fim da tarde.
Agora não tenho tempo.

 

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sivispacem

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4187 em: Maio 05, 2025, 12:19:41 pm »
O  A-400M e KC-330 servem para substituir C-130???
Qual é a métrica que usa, só para perceber.

Os KC-390 vieram substituir os C-130. Os prazos da modernização e a pressa em comprar os 390, é que fez com que fossem operados todos juntos.

Neste momento, esta trapalhada toda pode permitir que os 4 C-130 venham a ser substituídos por outra aeronave com muito mais capacidades, tornando-se uma oportunidade única para a FAP adquirir 3 A-400 ou 3 MRTT (acho díficil virem ambos).

Eu pessoalmente daria priorirade ao MRTT, pois no contexto geopolítico global, uma aeronave de transporte capaz de abastecer os F-16 e hipotéticos F-35, é uma grande mais valia.

Errado dc, os KC-390 não vieram substituir os C-130H, tanto é que foi criada uma nova esquadra, a 506.
A loucura de mandar dinheiro para a Embraer foi tanta, que até uma nova esquadra se criou. A 501, irá deixar de operar C-130H/M, que serão vendidos, e irá adquirir A-400M e provavelmente KC-330 (em nova esquadra), de forma a assegurar as exigências da NATO, na parte do transporte tático, estratégico e reabastecimento em voo.

Recordo que com o desinteresse dos EUA na europa, há capacidades que serão muito necessárias, entre elas o transporte estratégico e o reabastecimento em voo, com lança e mangueira.

Cps


Uma pergunta de colega para colega (delegado de vendas da Embraer para delegado de vendas da LM);

A resposta interessará a muitos acólitos que andam por aqui e que conheces bem;

A compra por Portugal de F-35 é uma exigência da NATO?

Não, é uma exigência de quem se preocupa com a vida dos pilotos, em ambientes cada vez mais contestados.

Acresce a manutenção da interoperabilidade com os aliados NATO,  a passagem para um nível tecnológico de ponta, a aquisição de uma aparelho com futuro assegurado para os próximos 30+ anos e a possibilidade de se construir um novo grupo europeu de utilizadores como se fez com o F-16 e que tão bons resultados proporcionou
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Cumprimentos,
 

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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4188 em: Maio 05, 2025, 02:21:11 pm »
Ou seja, eu tenho uma capacidade, que vou deixar de ter por envelhecimento do material, compro uma nova com capacidades semelhantes e isso não é substituir uma pela outra. É isso?
Eu tenho uma ford transit, compro uma mercedes vito, mas não é para substituir a transit, essa vai ser substituida pelo novo camião tir...
Já percebi. Até porque a vito tem um nome novo, não é?

Caramba, você pode até ter razão, mas pelo menos arranje lá uma explicação com lógica.
Se vamos adquirir uma nova capacidade, excelente. Agora dizer que o KC-390 é que é a nova capacidade o o A-400 é que substitui os C-130, porque a esquadra é nova?

A explicação com lógica já foi dada. Os C-130 foram para modernização, e antes sequer de recebermos o primeiro, houve pressa em adquirir os KC-390. A partir daí, resolveram criar a nova esquadra e operar as 2 aeronaves ao mesmo tempo.

Numa situação normal, ter-se-ia colocado os KCs na actual esquadra de C-130. Como tal não foi feito, agora existe o pretexto ideal para substituir os C-130 por algo maior.
 

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Ghidra

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4189 em: Maio 05, 2025, 02:27:35 pm »
Ou seja, eu tenho uma capacidade, que vou deixar de ter por envelhecimento do material, compro uma nova com capacidades semelhantes e isso não é substituir uma pela outra. É isso?
Eu tenho uma ford transit, compro uma mercedes vito, mas não é para substituir a transit, essa vai ser substituida pelo novo camião tir...
Já percebi. Até porque a vito tem um nome novo, não é?

Caramba, você pode até ter razão, mas pelo menos arranje lá uma explicação com lógica.
Se vamos adquirir uma nova capacidade, excelente. Agora dizer que o KC-390 é que é a nova capacidade o o A-400 é que substitui os C-130, porque a esquadra é nova?

A explicação com lógica já foi dada. Os C-130 foram para modernização, e antes sequer de recebermos o primeiro, houve pressa em adquirir os KC-390. A partir daí, resolveram criar a nova esquadra e operar as 2 aeronaves ao mesmo tempo.

Numa situação normal, ter-se-ia colocado os KCs na actual esquadra de C-130. Como tal não foi feito, agora existe o pretexto ideal para substituir os C-130 por algo maior.
Mas tb nada garante que não seja mais kcs, eles até estão a desenvolver uma versão flying-boom
 

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Charlie Jaguar

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4190 em: Maio 05, 2025, 03:00:46 pm »
Acresce a manutenção da interoperabilidade com os aliados NATO,  a passagem para um nível tecnológico de ponta, a aquisição de uma aparelho com futuro assegurado para os próximos 30+ anos e a possibilidade de se construir um novo grupo europeu de utilizadores como se fez com o F-16 e que tão bons resultados proporcionou

O que me parece também é que a FAP finalmente identificou a lacuna que é a falta de transporte/projeção estratégica. Enquanto que o KC-390 é um excelente cargueiro tático, state of the art e com características claramente superiores ao modelo de C-130 que operamos, a verdade é que pode de vez em quando fazer um brilharete a nível estratégico (exemplo o transporte dos Black Hawk dos EUA), mas quando o alcance e quantidade de carga da missão assim o exijam, o Millennium não será capaz de responder satisfatoriamente a essa exigência. Aliás, o rumor que tanto eu como o Subsea7 partilhámos sobre o interesse nos cargueiros da Airbus, adianta ainda que o documento em estudo poderá ter o título provisório de "implementação/projeção de capacidade estratégica" ou algo assim parecido.

As palavras do Rinoceronte-Mor foram muito elucidativas ao referir que o KC-390 é complementar ao Hércules, e não o seu substituto direto. Logo aí se depreende que a Força Aérea deseja e procura uma plataforma (ou plataformas) que possam preencher a lacuna do transporte estratégico, isto sem abordar para já outros aspetos. E como referiu e bem o Subsea, enquanto a administração Trump & MAGA estiver no poder em Washington, estaremos sempre na iminência de perdermos toda a imensa capacidade logística norte-americana, seja temporariamente ou mesmo a título definitivo. E neste caso até há o bónus de serem aeronaves de fabrico europeu, caso se materialize o A330MRTT, A400M ou ambos.

Mas tb nada garante que não seja mais kcs, eles até estão a desenvolver uma versão flying-boom

Duvido disso, muito sinceramente. O Millennium tanker dependerá quase sempre de tanques internos colocados no porão de carga se quiser que a missão de reabastecimento em voo dure mais tempo (loiter time), quer sejam utilizados os sistema probe & drogue ou flying boom, e logo aí esse facto limitará de certa forma a sua polivalência ao reduzir a capacidade de carga. Apesar da dissolução da parceria anterior com a L3 Harris, a Embraer continua a promover a aeronave para os EUA como um reabastecedor tático que possa operar a partir de localizações e pistas de onde o KC-135 e KC-46 não poderão. Mas até lá ainda muito terá que ser resolvido pela Embraer, nomeadamente a questão da lança de reabastecimento impedir, para já, o uso da porta de carga traseira. Ou seja, poderá ser um bom reabastecedor tático à semelhança do KC-130J, por exemplo.

https://www.airdatanews.com/kc-390-for-the-us-depends-on-a-solution-for-a-refueling-boom/

« Última modificação: Maio 05, 2025, 08:51:02 pm por Charlie Jaguar »
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4191 em: Maio 05, 2025, 03:30:39 pm »
Uma duvida - porque parece-me que KC-390 (possivelmente exercendo a opção para mais 1), mais A330MRTT e mais A400M é muito investimento em capacidade de transporte... apesar de serem diferentes e as capacidades se complementarem - quais as capacidades do A330MRTT, para além da mais conhecida que é ser reabastecedor? Pode ser alterado para carga, evacuação médica, transporte de pessoal? É mais prioritário que possuir A400M?
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4192 em: Maio 05, 2025, 03:43:33 pm »
Uma duvida - porque parece-me que KC-390 (possivelmente exercendo a opção para mais 1), mais A330MRTT e mais A400M é muito investimento em capacidade de transporte... apesar de serem diferentes e as capacidades se complementarem - quais as capacidades do A330MRTT, para além da mais conhecida que é ser reabastecedor? Pode ser alterado para carga, evacuação médica, transporte de pessoal? É mais prioritário que possuir A400M?

Se tivesse que haver uma comparação ou ser necessária uma escolha entre as duas plataformas da Airbus, acho que é óbvio que o A330 MRTT seria a mais indicada. Pelo alcance, capacidade de carga, número de passageiros a transportar, capacidade de reabastecimento em voo, MEDEVAC, etc.

https://www.airbus.com/en/products-services/defence/military-aircraft/a330-mrtt


No entanto, o A400M tem outras características militares que o A330 não tem.

https://www.airbus.com/en/products-services/defence/military-aircraft/a400m


Por isso um combo, como é operado por várias outras nações, até fosse de facto o mais indicado. Com o bónus do Made In Europe e do duplo uso.
Saudações Aeronáuticas,
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4193 em: Maio 05, 2025, 03:55:20 pm »
Uma duvida - porque parece-me que KC-390 (possivelmente exercendo a opção para mais 1), mais A330MRTT e mais A400M é muito investimento em capacidade de transporte... apesar de serem diferentes e as capacidades se complementarem - quais as capacidades do A330MRTT, para além da mais conhecida que é ser reabastecedor? Pode ser alterado para carga, evacuação médica, transporte de pessoal? É mais prioritário que possuir A400M?

Se tivesse que haver uma comparação ou ser necessária uma escolha entre as duas plataformas da Airbus, acho que é óbvio que o A330 MRTT seria a mais indicada. Pelo alcance, capacidade de carga, número de passageiros a transportar, capacidade de reabastecimento em voo, MEDEVAC, etc.

https://www.airbus.com/en/products-services/defence/military-aircraft/a330-mrtt


No entanto, o A400M tem outras características militares que o A330 não tem.

https://www.airbus.com/en/products-services/defence/military-aircraft/a400m


Por isso um combo, como é operado por várias outras nações, até fosse de facto o mais indicado. Com o bónus do Made In Europe e do duplo uso.

COmpreendo, CJ.

Mas para ser sincero - e para um país com a dimensão e recursos  de Portugal - ter uma força aérea equipada com C-295/KC 390/A 400/A330 MRTT e, caso se concretize, LUS 222 parece-me claramente excessivo.  Até pelas quantidades de cada mini-frota. Se calhar faria mais sentido prescindir de uma componente (e a mais lógica para mim seria a venda dos KC), modernizar os C-295 e reforçar as quantidades de A 400M (6 ou 7, assumindo que se adquiriam 2 A 330 MRTT)
« Última modificação: Maio 05, 2025, 05:58:10 pm por sivispacem »
Cumprimentos,
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4194 em: Maio 05, 2025, 04:50:42 pm »
"Parceiros" no KC390, com OGMA controladas pela EMBRAER (e pelo "cliente", o Estado) e era o KC390 a ser dispensado? Isso não é hipótese, tal como a hipótese de termos abdicado do segmento KC390/C130 (em prol do mix A400M / C295M) também é "águas passadas".

As várias valências do A330MRTT são de rápida conversão (ie presumo que ou está configurado para carga geral ou reabastecimento ou transporte passageiros)?     
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4195 em: Maio 05, 2025, 06:01:51 pm »
"Parceiros" no KC390, com OGMA controladas pela EMBRAER (e pelo "cliente", o Estado) e era o KC390 a ser dispensado? Isso não é hipótese, tal como a hipótese de termos abdicado do segmento KC390/C130 (em prol do mix A400M / C295M) também é "águas passadas".

As várias valências do A330MRTT são de rápida conversão (ie presumo que ou está configurado para carga geral ou reabastecimento ou transporte passageiros)?   

Pois, eu sei que é algo de pouco provável. Mas racionalmente talvez fizesse mais sentido, até porque o A330MRTT nalguns casos é demasiado grande e falta-lhe a capacidade de utilização de pistas sumárias, tantas vezes as mais próximas dos TO
Cumprimentos,
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4196 em: Maio 05, 2025, 06:07:06 pm »
Errado dc, os KC-390 não vieram substituir os C-130H, tanto é que foi criada uma nova esquadra, a 506.
A loucura de mandar dinheiro para a Embraer foi tanta, que até uma nova esquadra se criou. A 501, irá deixar de operar C-130H/M, que serão vendidos, e irá adquirir A-400M e provavelmente KC-330 (em nova esquadra), de forma a assegurar as exigências da NATO, na parte do transporte tático, estratégico e reabastecimento em voo.

Entristece-me um pouco como é natural, mas a partir do momento que o Maj. PILAV Miguel Pousa diz na peça da FlightGlobal que os KC-390 vieram complementar e não substituir diretamente os C-130H, e que outra adaptação esperada no futuro para a aeronave da Embraer poderá ser a adoção do sistema MAFFS II para combate a Fogos Florestais, o destino dos Hércules parece-me estar selado.

Que ao menos sejam de facto vendidos após 2027, depois da entrega do último KC e do cinquentenário da Esquadra 501.
« Última modificação: Maio 05, 2025, 06:11:44 pm por Charlie Jaguar »
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4197 em: Maio 05, 2025, 06:39:18 pm »
Mas para ser sincero - e para um país com a dimensão e recursos  de Portugal - ter uma força aérea equipada com C-295/KC 390/A 400/A330 MRTT e, caso se concretize, LUS 222 parece-me claramente excessivo.

Penso que o pessoal também está a encarar todo este número hipotético de frotas distintas duma perspetiva meramente ligada ao transporte. Senão vejamos:

- 5 dos 12 C-295M são principalmente usados para vigilância marítima. É uma frota com conhecidos problemas de disponibilidade, que executa missões de transporte, SAR, MEDEVAC e VIMAR tanto no Continente, como nos arquipélagos;

- 5 KC-390 para missões táticas e reabastecimento em voo, a médio prazo. Com a FOC e outras adaptações faladas, poderá efetuar mais missões como SAR, combate a FF, operações especiais, etc, etc;

- 3 A400M para transporte mais pesado e/ou de maior alcance, quando a missão assim o exigir (atente-se nas palavras do Maj. Pousa na peça da FlightGlobal quando menciona o compromisso que é necessário haver no KC-390 entre alcance e capacidade de carga), também com a possibilidade de efetuar reabastecimento aéreo e operações especiais;

- 2 A330MRTT para transporte pesado a nível estratégico/global, reabastecimento em voo de aeronaves nacionais e dos parceiros NATO, centro de comando, evacuação médica de grande número de vítimas/apoio a catástrofes dentro e fora de portas, repatriamento de cidadãos nacionais, deslocação de FNDs, transporte VIP, etc, etc;

- Lus-222 para missões mais ligeiras de transporte, treino de tripulações, ligação/observação, evacuação médica, etc, onde não se justifique o emprego de um KC-390 ou C-295M. Ou seja, para as missões anteriormente desempenhadas pelo C-212 Aviocar, que como se sabe acabaram por não ser todas preenchidas com a chegada do C-295M;

- E finalmente, aumentar o número de aeronaves com capacidade de projeção tática e estratégica ao serviço da Aliança Atlântica, com a iminência de podermos deixar de contar de um momento para o outro com a enorme capacidade norte-americana. Temos de passar a contribuir mais para este esforço comum, em vez de estarmos sempre de mão estendida.


Parecem muitos? No papel sim; operacionalmente há-que contar com todas as variáveis que normalmente entram em jogo (avarias, manutenção normal ou mais profunda, acidentes, etc). Como me foi referido há uns tempos, por cá quantas mais aeronaves estivessem disponíveis, mais voavam. E se assim é, é porque há procura ou necessidade para tal.
« Última modificação: Maio 05, 2025, 11:10:21 pm por Charlie Jaguar »
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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4198 em: Hoje às 12:09:26 am »
O problema não é necessariamente o número de aeronaves, é o desafio logístico de sustentar tantas frotas completamente diferentes, e o desafio em termos de pessoal.
Depois ainda há os custos, onde um "excesso" de investimento na capacidade de transporte aéreo, pode "bloquear" outros programas.

Quando olhamos para a questão dos recursos financeiros e humanos, temos que tentar ver de que forma essas aquisições afectariam outras esquadras/aquisições. Principalmente se:

-aumento da frota P-3 para pelo menos 7 aeronaves (+ pessoal);
-modernização das frotas C-295 e Merlin (+ dinheiro);
-armamento (+ dinheiro);
-eventual substituição dos F-16 (+ dinheiro);
-possível jacto de treino (+ pessoal e dinheiro);
-reforço da frota UH-60 da FAP (+ pessoal e dinheiro);
-esquadras de UAVs (+ pessoal e dinheiro);
-eventual esquadra UCAV (+ dinheiro e pessoal);
-hipotéticos loyal wingman a longo prazo (+ pessoal e dinheiro);
-possíveis 2/3 MRTT (+ pessoal e dinheiro);
-possíveis 2/3 A-400 (+ pessoal e dinheiro);
-inevitável compra de alguns LUS-222 (+ pessoal e dinheiro).

E isto nem sequer inclui a possibilidade de reforço do número de caças, nem a possibilidade de AWACS, nem a criação alguma esquadra adicional de UAVs, nem a substituição dos P-3. Depois, no que diz respeito a aeronaves, ainda temos os helicópteros do Exército, e a esquadrilha de helicópteros da Marinha, que provavelmente pretende um aumento no número de helis. Depois ainda temos os Canadair encomendados...

Ou seja, onde é que vão cortar?

Ora, eu cá propunha algo diferente. Eu mantinha o interesse em 2/3 MRTT, e propunha a criação de uma 2ª SAC da NATO com A-400.
A nossa contribuição para esta segunda Strategic Airlift Capability, podia ser feita com a aquisição de 1 A-400 (com outros aliados a fazer o mesmo), criando assim uma unidade complementar à actual SAC com os C-17.

E proponho algo semelhante para uma 2ª frota AWACS da NATO, assentes numa aeronave mais pequena, barata e numerosa do que o E-3 e futuro E-7.

Também acredito que seria necessária uma frota para substituir os RC-135 americanos, e para isso propunha novamente uma iniciativa idêntica, desta feita talvez uma variante baseada no futuro A321 MPA.

Também veria com bons olhos uma solução idêntica para uma frota europeia se Chinooks.

Uma destas frotas NATO podia ficar estacionada na Península Ibérica. Não teríamos era que sustentar a nossa própria frota de A-400, nem de AWACS, abrindo caminho para outros programas.

Mas tb nada garante que não seja mais kcs, eles até estão a desenvolver uma versão flying-boom

O meu receio é esse, que arrangem qualquer pretexto para comprar mais 390s.

A compra de mais KCs seria um erro. Se fôssemos gastar dinheiro, que se gastasse num aumento de capacidades notório, e não apenas "para fazer número".
Com o fim da parceria com a L3 Harris, não sei se vai avançar uma versão com flying boom. Mas mesmo que avance, a relação preço/capacidades favorece e muito o MRTT, tornando-se difícil justificar a compra do 390 para esse fim.
 
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