O problema não é necessariamente o número de aeronaves, é o desafio logístico de sustentar tantas frotas completamente diferentes, e o desafio em termos de pessoal.
Depois ainda há os custos, onde um "excesso" de investimento na capacidade de transporte aéreo, pode "bloquear" outros programas.
Quando olhamos para a questão dos recursos financeiros e humanos, temos que tentar ver de que forma essas aquisições afectariam outras esquadras/aquisições. Principalmente se:
-aumento da frota P-3 para pelo menos 7 aeronaves (+ pessoal);
-modernização das frotas C-295 e Merlin (+ dinheiro);
-armamento (+ dinheiro);
-eventual substituição dos F-16 (+ dinheiro);
-possível jacto de treino (+ pessoal e dinheiro);
-reforço da frota UH-60 da FAP (+ pessoal e dinheiro);
-esquadras de UAVs (+ pessoal e dinheiro);
-eventual esquadra UCAV (+ dinheiro e pessoal);
-hipotéticos loyal wingman a longo prazo (+ pessoal e dinheiro);
-possíveis 2/3 MRTT (+ pessoal e dinheiro);
-possíveis 2/3 A-400 (+ pessoal e dinheiro);
-inevitável compra de alguns LUS-222 (+ pessoal e dinheiro).
E isto nem sequer inclui a possibilidade de reforço do número de caças, nem a possibilidade de AWACS, nem a criação alguma esquadra adicional de UAVs, nem a substituição dos P-3. Depois, no que diz respeito a aeronaves, ainda temos os helicópteros do Exército, e a esquadrilha de helicópteros da Marinha, que provavelmente pretende um aumento no número de helis. Depois ainda temos os Canadair encomendados...
Ou seja, onde é que vão cortar?
Ora, eu cá propunha algo diferente. Eu mantinha o interesse em 2/3 MRTT, e propunha a criação de uma 2ª SAC da NATO com A-400.
A nossa contribuição para esta segunda Strategic Airlift Capability, podia ser feita com a aquisição de 1 A-400 (com outros aliados a fazer o mesmo), criando assim uma unidade complementar à actual SAC com os C-17.
E proponho algo semelhante para uma 2ª frota AWACS da NATO, assentes numa aeronave mais pequena, barata e numerosa do que o E-3 e futuro E-7.
Também acredito que seria necessária uma frota para substituir os RC-135 americanos, e para isso propunha novamente uma iniciativa idêntica, desta feita talvez uma variante baseada no futuro A321 MPA.
Também veria com bons olhos uma solução idêntica para uma frota europeia se Chinooks.
Uma destas frotas NATO podia ficar estacionada na Península Ibérica. Não teríamos era que sustentar a nossa própria frota de A-400, nem de AWACS, abrindo caminho para outros programas.
Mas tb nada garante que não seja mais kcs, eles até estão a desenvolver uma versão flying-boom
O meu receio é esse, que arrangem qualquer pretexto para comprar mais 390s.
A compra de mais KCs seria um erro. Se fôssemos gastar dinheiro, que se gastasse num aumento de capacidades notório, e não apenas "para fazer número".
Com o fim da parceria com a L3 Harris, não sei se vai avançar uma versão com flying boom. Mas mesmo que avance, a relação preço/capacidades favorece e muito o MRTT, tornando-se difícil justificar a compra do 390 para esse fim.