O Reapetrechamento da Marinha

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1395 em: Junho 06, 2024, 09:37:02 am »
Citação de: dc
Há dinheiro. Não houvesse, já tinham despachado a TAP, que só mama recursos, não andavam com invenções de um aeroporto a cada 100km (ou menos), nem TGVs e por aí fora.

Não, Não há dinheiro !

E este é um problema, que nos leva a andar a discutir o sexo dos anjos e a inventar orçamentos sem pés nem cabeça.

As comparações com a TAP não fazem sentido porque são investimentos especificos que se fazem uma vez e depois ou não se fazem mais, ou só se fazem na década seguinte e a um custo muito grande.
A opinião pública ainda pode aceitar (se não se aperceber) mas pode sempre utilizar-se o argumento dos aviões com a bandeira nacional para puxar pelo orgulho lusitano, mas nas forças armadas isso não acontece.

Não não há dinheiro !

Não há dinheiro para uma gigantesca miriade de custos adicionais que a esmagadora maioria das pessoas nem entende e nem sabe que existem.

Uma fragata para dar um exemplo, é como uma média empresa que precisa todos os anos renovar a certificação ISO-9000 (a título de comparação)

Quem já tiver trabalhado em empresas com este tipo de certificação, sabe a trapalhada e a dor de cabeça que é ter todos os procedimentos vistos e revistos, toda a documentação organizada sob determinados padrões etc.
Mas numa empresa com uma área de trabalho mais técnica, a coisa consegue ser ainda mais complicada. A cada ano cada osciloscopio, espectometro, sistema de medição, até ao mais pequeno multimetro e ferramenta de laboratório, tem que ser calibrado por uma entidade externa.
Às vezes a calibração custa mais que o equipamento.
Em médias empresas industriais, a mesma coisa. O custo de ter todo o ferramental e máquinas de uma linha de produção em conformidade com uma inumera quantidade de normas, é elevadíssimo.

Há empresas que desistiram da certificação porque concluiram que não tinham como aguentar os custos, e isto só para um conjunto de procedimentos administrativos.
Quantas empresas da Indonésia, da China ou das Filipinas têm empresas certificadas ?

Ter uma fragata preparada para a NATO, é ter uma fragata permanentemente conformante com a respectiva norma ISO, ou correspondente norma NATO.
Só isto implica custos que a maior parte das pessoas nunca, nunca nunca quantifica.
E se queremos navios para não estar em conformidade com normas que o tornam realmente operacional, então é melhor estar parado.

Eu às vezes fico espantado com a facilidade com que comparamos a marinha portuguesa com a marinha da Indonésia, ou das Filipinas ou mesmo do Chile ou da Colômbia e pergunto-me ...
Quantos destes navios passariam na verificação para obter a certificação ? ? ?

Navios mais sofisticados, implica maior numero de sistemas de armas, de controlo, eletronica de gestão, cablagens mais sofisticadas, que por sua vez têm que estar permanentemente certificadas.
Isto implica um aumento exponencial das despesas, e não é uma coisa que se faz de-vez-em-quando. É preciso estar sempre a fazer todos os anos na maior parte dos casos, dependendo da norma aplicada.

Não me venham dizer que há dinheiro, porque também houve para a TAP, porque isto quer dizer que haveria dinheiro para comprar os equipamentos sim, mas depois ficariam a apodrecer por falta de dinheiro no orçamento anual para manter os equipamentos operacionais.

E nem vou aqui falar do que seria manter uma frota de F-35 e outra de F-16 da ultima série, com duas linhas de abastecimento distintas.


É possível encontrar o dinheiro sim, mas isso implica ir buscar o dinheiro não a soluções pontuais mas sim às depesas correntes anuais.
Isto implica que, ou se vai buscar ao serviço nacional de saude, ou se vai buscar às reformas, ou se vai buscar aos restantes funcionários publicos.

Que avancem, os primeiros que queiram contribuir ...

Conclusão:

Este fórum não serve para nada, porque não há nada que se possa fazer.
Em boa verdade, já ando por aqui há mais de vinte anos e só vejo as coisas a piorar, quer na falta recursos, vergonha, ganância e estupidez.
Resta-nos comer a propaganda dos governos, partidos e FLADs da vida e calar.

Oh Papatango, nem sei porque andamos os dois aqui, fds...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1396 em: Junho 06, 2024, 10:05:05 am »
De forma alguma, eu não digo que não há nada a fazer...

O que digo é que não podemos andar a sonhar com marinhas gloriosas com capacidade para enviar task forces para Angola.
O que digo é que se não temos dinheiro (E NÃO TEMOS) para ter navios de grande capacidade e custos de manutenção anuais que é de meter as mãos na cabeça, então a solução são coisas mais baratas mas que sirvam para alguma coisa...

Há muitos problemas, há muita coisa que se pode fazer ...
Mas há também muita coisa que é absolutamente impraticável.

A realidade é a que vemos todos os dias.
Um navio pode manter-se operacional por muit, muito tempo, desde que seja mantido e cuidado.
O que parece afetar a marinha portuguesa desde há muito tempo, não são os navios, é a falta de modernização, e planeamento de manutenção e o desleixo.

É nem sequer se cuidar do pouco que existe.
Eu apenas defendo que, quem não tem cão caça com gato.

Eu também gostava que possuissemos meios muito mais capazes.
Melhores que o que temos e que não tivessemos chegado onde estamos...

Mas estamos a conduzir um FIAT UNO de 1989
Concluimos que o carro ainda anda, mas está ultrapassado e consumido pela ferrugem de que não tratámos, o motor tem o oleo espesso, porque não o mudámos,  os piscas não funcionam, porque não há dinheiro para comprar novos ...

Mas a solução é comprar um Bentley, isso sim, é que é carro, e não me digam que não há dinheiro ...

E entretanto alguém propõe comprar um Dacia. É barato, não é grande coisa, ainda que seja melhor que o FIAT Punto, mas depois queremos comparar o Dacia que podemos comprar com o Bentley, cuja manutenção e seguro num ano, provavelmente custa mais que o preço do Dacia novo.

E concluimos que o Bentley é melhor que Dacia em tudo, e que por isso a marinha é corrupta porque não sabe o que é bom.

Aparentemente, vejo que uma boa parte dos comentários sobre o navio multifunções, são na sua maioria depreciativos...
Portanto...
,,, Quem faz alguma coisa acaba sempre sendo alvo de um coro de criticas.
Se não somos sequer capazes de dar o beneficio da dúvida a um projeto, como é que podemos querer mais que o que temos ?

« Última modificação: Junho 06, 2024, 10:17:05 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1397 em: Junho 06, 2024, 10:51:46 am »
Aparentemente, vejo que uma boa parte dos comentários sobre o navio multifunções, são na sua maioria depreciativos...
Portanto...
,,, Quem faz alguma coisa acaba sempre sendo alvo de um coro de criticas.
Se não somos sequer capazes de dar o beneficio da dúvida a um projeto, como é que podemos querer mais que o que temos ?

Isto é importante; aliás, julgo, que grande parte das "declarações fantasiosas" de preparação da Marinha pelo CEMA são provocadas pela necessidade de "manter as aparências", pricipalmente internamente... o que será de um CEO, face aos empregados e face aos clientes / fornecedores, que diga "o Rei vai nú", não temos o material mínimo para a nossa actividade, somos maus, etc?       
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1398 em: Junho 06, 2024, 11:36:31 am »
Acho que os Crossover até tinham a sua piada por acaso

Hopium, mas algo assim talvez seria interessante:

4-5x fragatas: 76mm + 24 - 32 Mk41 VLS com ESSM; SM-2; VL-ASROC e PAC-3 MSE? + 8x NSM + 1x CIWS + 1x C-RAM + MH-60R

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1399 em: Junho 06, 2024, 11:39:25 am »
De forma alguma, eu não digo que não há nada a fazer...

O que digo é que não podemos andar a sonhar com marinhas gloriosas com capacidade para enviar task forces para Angola.
O que digo é que se não temos dinheiro (E NÃO TEMOS) para ter navios de grande capacidade e custos de manutenção anuais que é de meter as mãos na cabeça, então a solução são coisas mais baratas mas que sirvam para alguma coisa...

Há muitos problemas, há muita coisa que se pode fazer ...
Mas há também muita coisa que é absolutamente impraticável.

A realidade é a que vemos todos os dias.
Um navio pode manter-se operacional por muit, muito tempo, desde que seja mantido e cuidado.
O que parece afetar a marinha portuguesa desde há muito tempo, não são os navios, é a falta de modernização, e planeamento de manutenção e o desleixo.

É nem sequer se cuidar do pouco que existe.
Eu apenas defendo que, quem não tem cão caça com gato.

Eu também gostava que possuissemos meios muito mais capazes.
Melhores que o que temos e que não tivessemos chegado onde estamos...

Mas estamos a conduzir um FIAT UNO de 1989
Concluimos que o carro ainda anda, mas está ultrapassado e consumido pela ferrugem de que não tratámos, o motor tem o oleo espesso, porque não o mudámos,  os piscas não funcionam, porque não há dinheiro para comprar novos ...

Mas a solução é comprar um Bentley, isso sim, é que é carro, e não me digam que não há dinheiro ...

E entretanto alguém propõe comprar um Dacia. É barato, não é grande coisa, ainda que seja melhor que o FIAT Punto, mas depois queremos comparar o Dacia que podemos comprar com o Bentley, cuja manutenção e seguro num ano, provavelmente custa mais que o preço do Dacia novo.

E concluimos que o Bentley é melhor que Dacia em tudo, e que por isso a marinha é corrupta porque não sabe o que é bom.

Aparentemente, vejo que uma boa parte dos comentários sobre o navio multifunções, são na sua maioria depreciativos...
Portanto...
,,, Quem faz alguma coisa acaba sempre sendo alvo de um coro de criticas.
Se não somos sequer capazes de dar o beneficio da dúvida a um projeto, como é que podemos querer mais que o que temos ?
 

Mas quem quer um Bentley é o sr CEMA,  que anda de autocarro e ainda critica quem anda com um Punto de 10 anos, e acha que os táxis deviam acabar.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1400 em: Junho 06, 2024, 11:46:17 am »
P44 não digas isso que ainda dão-te nas orelhas, o que o CEMA quer é um Fiat travestido de Alfa Romeo que pensa que é Jeep.

O que é preciso é um Ferrari ou um Lada e nada que esteja a meio dessas soluções presta.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1401 em: Junho 06, 2024, 11:50:02 am »
Citação de: LM
julgo, que grande parte das "declarações fantasiosas" de preparação da Marinha pelo CEMA são provocadas pela necessidade de "manter as aparências"

Creio que é uma das possibilidades mais realistas...
Tradicionalmente acho que o poder politico tem sempre muito mais responsabilidades que os militares.
Os militares vêm os governos e as politicas a mudar a cada 4 anos, às vezes menos e de cada vez, há muito falatório, mas espreme-se e não dá nada.

Os compadrios e os grupos de interesse são um problema, mas eles sempre existiram e nós não vamos conseguir acabar com eles.

Em todas as instituições há gente competente, gente capaz e há sempre ovelhas negras.

E é absolutamente verdade que, quando um grupo de pessoas interessadas tenta fazer alguma coisa,  a maioria, na maior parte dos casos não faz nada, olha para o lado encolhe os ombros e fica à espera que os outros façam alguma coisa.
O resultado é sempre o mesmo. Até o mais "engajado" dos cidadãos acaba por se perguntar, para quê ter trabalho, quando os outros não mexem uma palha.

Este é um problema das instituições militares, como é um problema da sociedade em geral, e se alguém pensa que é só em Portugal está enganado.

Neste momento, temos um governo com uma minoria mínima, com dois grupos, um  à esquerda e o outro à direita, que pretendem derruba-lo,  mas deitando o ónus da queda do governo em cima dos outros.

Não vai haver orçamento para qualquer alteração radical na defesa, porque isso é dar argumentos às duas oposições para se aliarem táticamente.

As prioridades deveriam ser óbvias, e vão dar sempre ao mesmo, a marinha, é a única coisa que permite a Portugal ter algum tipo de relevência num conflito, mas os outros ramos não vão deixar de protestar e conspirar se necessário for.

Para já, seria bom, que pelo menos tivessemos coisas como oleo para os sistemas hidraulicos, suficiente combustível para os submarinos ou munições para as poucas armas que funcionam...

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1402 em: Junho 06, 2024, 11:52:37 am »
Ainda não vi dizer que não há 200 milhões para tucanitos que já sofreram toda um espécie de revira voltas de justificações absurdas para serem comprados.
Até o CAS como vemos, não faz sentido, porque acaba e ficamos com algo sem uso que não seja treino e  isso mais barato há outros ou se é para operar armados então os M346 são superiores.
Não há dinheiro para EO em Patrulhas, só muito mais para untar mãos a sul em prol do interesse de alguns.

Não consigo perceber ter 4 C130 e 6 KC numas FA sem meios capazes de intervenção que não seja coisa tipo a RCA que vai acabar ou pode acabar a qualquer instante e as intervenções faladas nos palop é para rir, porque nem no tempos da instabilidade em Angola com a guerra entre UNITA e MPLA tiveram autorização de lá meter o pés para tirar quem quer que fosse e na Guiné tiveram que ficar os navios bem ao largo e apenas os Linx foram usados para taxi dos dois cabeças de contenda.
Ocorre-me a tal missão no Zaire planeada pelos que nunca lá meteram os pés, em que zebros iram receber os portugueses ao cais de Kinshasa( evito muito rir ao escrever isto)
Fantasias, vejo  mas em filmes e mesmo assim que tenham qualidade senão enfastia-me

Por isso o dinheiro se há ou não. A questão é, vamos ter Forças Armadas dignas e credíveis ou só carolas com mordomias e a promover fantasias?
Para isso a afectação de verba do PIB tem de ser a adequada e o dinheiro bem gerido e, não em prol de alguns interesses
« Última modificação: Junho 06, 2024, 01:21:21 pm por Pescador »
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1403 em: Junho 06, 2024, 02:04:51 pm »
Acho que os Crossover até tinham a sua piada por acaso

Hopium, mas algo assim talvez seria interessante:

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2-4x Crossover: 76mm + 16 - 24 VLS + 16x NSM + 1x C-RAM + 1x C-RAM + MH-60R

MH-60R com Martlet, APKWS e Brimstone

10x NPO: 57mm + 30mm

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1404 em: Junho 06, 2024, 02:18:10 pm »
Citação de: Pescador
Ainda não vi dizer que não há 200 milhões para tucanitos
Isto é comparar o Rossio com a rua da Betesga... Desculpe mas não é uma comparação lógica.
Só a manutenção anual, vou repetir para ver se se entende melhor:
Só a manutenção anual de uma frota de entre 18 aeronaves F-35, terá um custo igual a uma frota de  10 (dez) Super Tucano novinhos em folha todos os anos. SÓ a MANUTENÇÃO, devida mesmo que a aeronave esteja parada. Não estou a contar com os custos adicionais por hora de voo.

Citação de: Pescador
Não consigo perceber ter 4 C130 e 6 KC
Está nos manuais da NATO. Os países europeus mais próximos dos Estados Unidos são os que mais facilidade terão em questões de apoio logístico, que são as mais importantes, e ainda mais agora, quando se torna evidente a necessidade de apoiar tropas em combate.

A isto soma-se o facto de, por não serem aviões de combate, eles serem mais baratos de manter.
Mas como se isso não fosse suficiente, ainda por cima há uma empresa em Portugal certificada para manter, recuperar e modernizar esses aviões.

Esta opção é daquelas que é clara como a água.

Citação de: Pescador
Não há dinheiro para EO em Patrulhas, só muito mais para untar mãos a sul em prol do interesse de alguns.
Os problemas de corrupção são endémicos em todas as forças armadas e vão ocorrer se houver um grande orçamento ou não houver.
As forçar armadas portuguesas estavam minadas de oficiais e sargentos corruptos, em plena guerra em África...

A corrupção é um problema, mas é transversal. Tem que ser vigorosamente combatida, mas a natureza humana é a que é.
A corrupção não pode servir de desculpa e justificação para tudo, quando sabemos que sempre existiu e não foi por isso que não se deixaram de fazer coisas.

A outra coisa transversal, nas forças armadas e na sociedade é a nossa capacidade para criticar tudo e todos, levando a que ninguém faça nada por medo de ser criticado.
Morto por ter cão e morto por não ter, parece ser a palavra de ordem.
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1405 em: Junho 06, 2024, 03:51:56 pm »
Citar
As comparações com a TAP não fazem sentido porque são investimentos especificos que se fazem uma vez e depois ou não se fazem mais

Fazem sentido pois. Porque as despesas com a TAP não são uma vez de X em X anos. Basta ver que:
https://cnnportugal.iol.pt/as-pessoas-nao-sao-numeros/tap/mais-de-20-mil-por-mes-42-dias-de-ferias-pilotos-da-tap-voam-mais-e-beneficiam-de-acordos-secretos/20240515/66450d88d34ebf9bbb3d91c6
https://observador.pt/2020/12/12/pedro-nuno-santos-revela-salarios-de-pilotos-da-tap-que-vao-dos-84-mil-a-260-mil-euros-por-ano/

Salários destes são obviamente uma despesa pesada. Mais os alugueres de aeronaves, mais toda a estrutura, etc. Não só a TAP paga mais aos pilotos que outras empresas concorrentes na Europa, como tem uma dimensão considerada desproporcional às necessidades do país. Uma coisa era ter um TAP que segue os padrões europeus, e que e adequa à nossa dimensão, outra é ter uma TAP megalomaníaca e que paga quase tanto como as companhias de luxo.

Agora, relativamente aos custos de operar e manter fragatas modernas, já foi explicado que estes teriam sempre grande retorno, desde que fossem feitos no AA. Portanto, não existe desculpa para não ter fragatas.
Mas só para ajudar:
https://www.cbo.gov/publication/56675

Aqui estimam um custo de manutenção e operação dos navios de 63-130 milhões/ano. Isto para fragatas topo de gama, sendo que o valor mais elevado contabiliza possível inflação, uma guarnição dupla (400 marinheiros, que ganham muito mais que os marinheiros portugueses) e claro, tudo o que é custos associados à mão de obra mais cara dos estaleiros americanos. A isto acresce que navios americanos vão ter sempre períodos de destacamento muito mais longos que os nossos, participam em muito mais exercícios (incluindo de fogos reais), e percorrem muitas mais milhas que os nossos.

Se cada fragata portuguesa operar com uma única guarnição (90-120 elementos), cujos salários serão sempre mais baixos que os americanos, os custos por navio diminuem bastante.
Se cada fragata realiza menos exercícios de fogos reais que as equivalentes americanas, os custos baixam.
Se cada fragata portuguesa não passa tanto tempo destacada, nem navega tantas milhas durante um ano, os custos também baixam.
Se estas fragatas são mantidas no Alfeite, com custos de mão-de-obra muito inferiores aos americanos, então os custos seriam muito mais baixos.

Conseguimos então extrapolar que o custe de fragatas idênticas em Portugal, seria cerca de metade. E isto a ignorar que mesmo uma fragata de topo para Portugal, não deverá ser tão complexa como as Constellation.

A isto acresce que, o que se defende, é a filosofia "hi-low". Ou seja, uma frota equilibrada de navios combatentes, que junta fragatas de topo (2/3) a fragatas leves/Crossover (3/4), sendo que os navios "low" oferecem custos de manutenção e operação ainda mais reduzidos.

A isto soma-se o facto de, por não serem aviões de combate, eles serem mais baratos de manter.
Mas como se isso não fosse suficiente, ainda por cima há uma empresa em Portugal certificada para manter, recuperar e modernizar esses aviões.

Esta opção é daquelas que é clara como a água.

Portanto, a mesma coisa com fragatas modernas cuja manutenção seria realizada no Alfeite. Logo, é claro como água que podemos e devemos ter fragatas.

Citar
E entretanto alguém propõe comprar um Dacia. É barato, não é grande coisa, ainda que seja melhor que o FIAT Punto, mas depois queremos comparar o Dacia que podemos comprar com o Bentley, cuja manutenção e seguro num ano, provavelmente custa mais que o preço do Dacia novo.

Excepto que a proposta de ter barcaças ASW, não é melhor do que ter fragatas ao nível das BD. Pelo simples facto de que, as barcaças ASW são monomissão, e as BD (e outra fragatas na mesma linha, ou corvetas modernas) estão preparadas para um determinado número de missões, vêm com um hangar para helicóptero, com mísseis AA e anti-navio, um canhão principal, pode receber sensores mais poderosos do que a barcaça ASW, etc.

A comparação realista, é comprar um Dacia, com um motor fraquinho, com o equipamento básico e na versão comercial (sem bancos traseiros), para substituir uma Volkswagen Passat mais antiga, com 5 lugares, motor mais potente e uma boa mala. O Dacia é capaz de ser melhor para transportar material/caixas e/ou para fazer entregas (ASW), enquanto a Passat antiga é muito mais versátil, sem abdicar de uma boa capacidade de mala.

Tendo em conta o que é dado a entender das "barcaças ASW baratas", podemos estar a falar de navios mais lentos (motor menos potente do Dacia), que não seriam construídos para aguentar danos de batalha (o Dacia foi comprado sem os airbags), e que viriam FFBNW (o Dacia vinha sem o banco do pendura, sem rádio e ar condicionado).

É isto a Marinha que querem.

Citar
Aparentemente, vejo que uma boa parte dos comentários sobre o navio multifunções, são na sua maioria depreciativos...
Portanto...
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Se não somos sequer capazes de dar o beneficio da dúvida a um projeto, como é que podemos querer mais que o que temos ?

As críticas prendem-se por tentar reinventar a roda, naquilo que seria um navio hidrográfico, e que passou a ser um PNM. As críticas também se prendem pelo óbvio aumento do custo desse navio (que se veio a verificar). As críticas elevam-se ainda mais, quando sabemos o estado da Marinha, e sem solução à vista. E as críticas atingem um nível ainda maior, quando o CEMA imagina navios baseados no PNM, ainda maiores, para substituir fragatas.

Um CEMA que mete um convés de voo corrido num navio de patrulha costeiro, não tem sequer o direito de dizer que quer substituir fragatas por "coisas mais baratas". Um NPC é suposto ser um navio relativamente simples, barato e focado na sua missão de patrulha e fiscalização. Complicar o design com um convés de voo corrido, não me parece algo de uma Marinha que está "à rasca" para ter dinheiro para manter os seus vasos de guerra.

"Não temos dinheiro para fazer manutenção a fragatas... Já sei! Vamos complicar o design dos nossos navios mais simples, para que a sua manutenção seja mais cara, e assim ainda teremos menos dinheiro para fragatas! Génio!!!!!"

Isto é importante; aliás, julgo, que grande parte das "declarações fantasiosas" de preparação da Marinha pelo CEMA são provocadas pela necessidade de "manter as aparências", pricipalmente internamente... o que será de um CEO, face aos empregados e face aos clientes / fornecedores, que diga "o Rei vai nú", não temos o material mínimo para a nossa actividade, somos maus, etc?       

Nas FA tem sido sempre tudo uma questão de manter aparências/fingir que sim. O problema é quando rebentar um conflito, e esse fingimento poético não servir para nada.
Se ele dissesse ao poder político que o estado da Marinha é o que é, toda a gente aqui batia palmas. Mas como diz que está tudo bem...

P44 não digas isso que ainda dão-te nas orelhas, o que o CEMA quer é um Fiat travestido de Alfa Romeo que pensa que é Jeep.

O que é preciso é um Ferrari ou um Lada e nada que esteja a meio dessas soluções presta.

Excepto que os navios do CEMA (versão de combate do MPSS), não são nenhum Fiat.
São uma Ford Transit, com preço de Ferrari 812, motor de um Punto, pneus opcionais, travões de disco só à frente, o "GPS" é uma bússola e um mapa de papel, tem 4 ponteiras de escape de titânio, pintado de Verde Ithaca (da Lamborghini), carroçaria em fibra de carbono (equivalência ao padrão de construção comercial e militar dos navios) e rádio para cassetes.
Portanto, os ganhos aqui, são essencialmente no maior espaço interno para material, drones, tacos de golfe, etc.
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1406 em: Junho 06, 2024, 04:34:34 pm »
Se nada do que se critica que é feito faz sentido, então está tudo bem e pode continuar no bom caminho

Se 200 milhões é verba pouco relevante em gastos, então que os gastem fazer o tão necessários MLUs aos meios existentes, ou nos equipamentos básicos que não existem, em vez de andar a fazer jeito a alguns para ter algo sem grande relevância e que só tem interesse para quem os quer promover.

Se ter muitos cargueiros é por causa da NATO (imagino a pertinência dos KC para a Nato), onde fica os meios de combate para a soberania e até para a NAT0?
Dá jeito sermos os moços de entregas em vez de combatentes? Acredito, é o mesmo com o turismo a sul, em vez de ter navios capacitados ao combate assimétrico a sul ou onde for.

Acho que vendíamos os F16 e os submarinos. As fragatas era andarem sem serem mexidas até encostarem e, assim acaba por ficarem uma FA lindinhas e menos caras.
Podíamos fornecer o comes e bebes, onde até já existe experiencia e, ter uma guarda costeira fofa de drones de brincar. Porque depois limitávamo-nos a passar a informação aos outros para virem cá dar uma mãozinha.
Nomeadamente tendo o Atlântico mais de 90% dos cabos submarinos 

Poupávamos rios de dinheiro em manutenção cara de meios de combate, munições incluídas e, podiam gastar a facilitar outros e a abrilhantar recepções(também há experiencia isso).
Só que para isto ser assim, podiam reduzir era o numero de medalhados da treta e suas mordomias ao estilo medieval e menos pajens. Afinal 1% do PIB para brincar a tropa é que fica caro, porque pouca utilidade tem. 

E se não precisamos de ter credibilidade combatente para tratar da nossa Soberania, não temos que estar a mandar forças combatentes para o exterior seja ONU ou Nato, Mais ainda se for assunto fora da directa segurança europeia.
Aliás, em rigor as que estão na Roménia é quase faz de conta, pois não tem capacidade alguma de autoproteção e sobrevivência no terreno. Ou seja estão incompletas de meios, como aqui é discutido sobre o exército noutro tópico.
Dirão, que estão enquadradas noutras forças. Aí eu respondo: pois claro
 
« Última modificação: Junho 06, 2024, 05:23:51 pm por Pescador »
 

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Subsea7

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1407 em: Junho 06, 2024, 07:04:58 pm »
Ehehe, este papatango é um lírico.
Entao nao ? KC e C130 a dupla com maior capacidade NATO  :bang:
A unica hipotese para isso acontecer ê vender os C 130 e comprar 3 A400M como ja esteve previsto, adicionando aos 5 KC.
« Última modificação: Junho 06, 2024, 07:28:05 pm por Subsea7 »
 

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Pescador

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1408 em: Junho 06, 2024, 07:24:50 pm »
Entretanto lembro que o primeiro NPO da 3 ª série era para estar construído em 2023. E os 6 até 2029, sendo entregue 1 por ano.
Isto está escrito e foi declaração do Ministro
Nem começaram, nem se vê jeito

Essa mais valia da Nato  c56x1

A sério, nem sei o que a NATO sente em relação a isto. Decerto estão à rasca
« Última modificação: Junho 06, 2024, 07:29:09 pm por Pescador »
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1409 em: Junho 07, 2024, 12:04:31 pm »
Entretanto lembro que o primeiro NPO da 3 ª série era para estar construído em 2023. E os 6 até 2029, sendo entregue 1 por ano.
Isto está escrito e foi declaração do Ministro
Nem começaram, nem se vê jeito

Essa mais valia da Nato  c56x1

A sério, nem sei o que a NATO sente em relação a isto. Decerto estão à rasca

Como é que pode ser essa data se o contrato foi assinado este ano.

Citar
A atualização dos Requisitos Operacionais (POA 21(A) – 7 de junho de 2022), refletindo as orientações superiores, conduziu à inclusão das seguintes alterações: sistema de propulsão elétrica com propulsores azimutais, capacidade modular para contentores de dez e vinte pés, infraestrutura dedicada a VEículos Não Tripulados (VENT), rampa para lançamento de botes, barreiras de combate à poluição e minas, inclusão do Centro de Operações, capacidade adicional de comunicação submarina, a inclusão de radar de vigilância aérea, vigilância eletro-óptica 360°, sistema de comunicações para a interoperabilidade tática, comunicações satélite militares (MIL SATCOM), sistema de guerra eletrónica, e ao nível das superestruturas e mastro para redução da assinatura radar. Foram ainda considerados sistemas de armas, contemplando uma peça de artilharia à proa e dois sistemas de armas de menor calibre com comando remoto.

« Última modificação: Junho 07, 2024, 12:09:00 pm por Cabeça de Martelo »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.