O Reapetrechamento da Marinha

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mafets

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1380 em: Junho 05, 2024, 12:09:52 pm »
Num pais que adquiriu os Sf300, baratos e fáceis de operar, os quais possuem módulos que fazem até 8 missões, e nem à posteriori comprou os ditos módulos de missão nem colocou os navios em condições, (para não dizerem que o coitadinho do Passos não podia por causa da Troika  ::)  ), mas que  agora, quer navios com módulos de missão, (logo uma carrada)...  :mrgreen:

https://navalteam.dk/ships-and-platforms/



Saudações  :mrgreen:

P.S. As forças armadas portuguesas são um circo, e este circo é culpa dos políticos e também de muitos operacionais militares, salvo raras exepções. O caso dos Flyvefisken é só um de muitos exemplos. Os navios, que cá estamos a usar muito pouco e que estão  praticamente encostados, nos países bálticos operam sem problemas. Um ainda é usado pelos dinamarqueses. Mas a culpa por cá morre sempre solteira e é sempre dos outros. Se o problema é o corporativismo e o dinheiro que pedem, acabem com as F.A., caso dos Irlandeses. Mas por cá a falta de C...ões é grande, e é muito mais prático não decidir nada e empurrar com a barriga (vamos fazer de conta que nos outros países não existe corporativismo...).     ::)


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LVS Dzūkas (P12).

https://www.armyrecognition.com/news/navy-news/2016/fourth-ex-danish-navy-flyvefisken-class-patrol-vessel-transferred-to-lithuanian-navy
« Última modificação: Junho 05, 2024, 12:18:35 pm por mafets »
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1381 em: Junho 05, 2024, 01:19:21 pm »
Mas o português abusa

Em todos os setores da sociedade. Não se aproveita NINGUÉM!!!
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1382 em: Junho 05, 2024, 01:23:08 pm »


Gostaria de ter uma opinião diferente, mas a impressão que fico, é a de que a indicação de que não haveria fragatas no futuro, prende-se mais com o facto de na Marinha haver muita gente convencida de que mesmo com um orçamento maior, não há sequer dinheiro para comprar e manter duas fragatas modernas operacionais.

Neste caso, a principal utilidade da marinha portuguesa é a sua utilização como força anti-submarina, e essa força anti-submarina pode existir sem fragatas. Nós temos demasiada água e não temos recursos para as controlar ou execer os direitos marítimos que as leis internacionais nos conferem.

Seria assim preferivel ter um maior numero de navios menos sofisticados destinados apenas a luta anti-submarina e a solução aparentemente mais flexivel seria (e isto é apenas uma impressão com que fico) a de um navio que pudesse ter mais valências, que pudesse ser utilizado em mais funções e que por isso tivesse um maior número de cascos fabricados.

O cruzamento entre por um lado os preços necessários para comprar fragatas para a marinha, F-35 para a força aérea, viaturas e sistemas defensivos para o exército e especialmente os antiaéreos, e por outro lado o continuo desfilar de manifestações dos grupos de pressão e das corporações, desde a poderosa corporação dos hospitais privados, às corporações dos professores e das policias, passando por todo o resto a pedirem mais e mais e mais dinheiro aos contribuintes, mostra que as despesas militares são absolutamente incompatíveis com os recursos disponíveis.
Ora nem mais… embora esta semana tenha ficado com alguma esperança que as coisas estejam a mudar lentamente… a minha família está de visita aqui aos States e o meu pai e irmã que sempre  votaram PS e são declaradamente de esquerda, e com os quais eu tenho discussões muito interessantes (pelo menos para mim)  estão chocados com a situação internacional e pela primeira vez em 54 anos de vida vejo o meu pai a compreender que têm que se aumentar os gastos militares… talvez a pouco e pouco a opinião pública esteja a mudar… ou talvez seja apenas wishful thinking meu…

Ora bolas e eu que quando comecei a ler fiquei todo entusiasmado porque pensei que os familiares tinham vindo aos EUA assinar o contrato de aquisição dos primeiros F35  :mrgreen:

Nota: o PS está tão mau que se prepara para vencer as eleições para o parlamento europeu no próximo domingo :bang:

Entreguem mas é logo a chave aos espanhois  :-X
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1383 em: Junho 05, 2024, 02:07:42 pm »


Gostaria de ter uma opinião diferente, mas a impressão que fico, é a de que a indicação de que não haveria fragatas no futuro, prende-se mais com o facto de na Marinha haver muita gente convencida de que mesmo com um orçamento maior, não há sequer dinheiro para comprar e manter duas fragatas modernas operacionais.

Neste caso, a principal utilidade da marinha portuguesa é a sua utilização como força anti-submarina, e essa força anti-submarina pode existir sem fragatas. Nós temos demasiada água e não temos recursos para as controlar ou execer os direitos marítimos que as leis internacionais nos conferem.

Seria assim preferivel ter um maior numero de navios menos sofisticados destinados apenas a luta anti-submarina e a solução aparentemente mais flexivel seria (e isto é apenas uma impressão com que fico) a de um navio que pudesse ter mais valências, que pudesse ser utilizado em mais funções e que por isso tivesse um maior número de cascos fabricados.

O cruzamento entre por um lado os preços necessários para comprar fragatas para a marinha, F-35 para a força aérea, viaturas e sistemas defensivos para o exército e especialmente os antiaéreos, e por outro lado o continuo desfilar de manifestações dos grupos de pressão e das corporações, desde a poderosa corporação dos hospitais privados, às corporações dos professores e das policias, passando por todo o resto a pedirem mais e mais e mais dinheiro aos contribuintes, mostra que as despesas militares são absolutamente incompatíveis com os recursos disponíveis.
Ora nem mais… embora esta semana tenha ficado com alguma esperança que as coisas estejam a mudar lentamente… a minha família está de visita aqui aos States e o meu pai e irmã que sempre  votaram PS e são declaradamente de esquerda, e com os quais eu tenho discussões muito interessantes (pelo menos para mim)  estão chocados com a situação internacional e pela primeira vez em 54 anos de vida vejo o meu pai a compreender que têm que se aumentar os gastos militares… talvez a pouco e pouco a opinião pública esteja a mudar… ou talvez seja apenas wishful thinking meu…

Ora bolas e eu que quando comecei a ler fiquei todo entusiasmado porque pensei que os familiares tinham vindo aos EUA assinar o contrato de aquisição dos primeiros F35  :mrgreen:

Nota: o PS está tão mau que se prepara para vencer as eleições para o parlamento europeu no próximo domingo :bang:

Entreguem mas é logo a chave aos espanhois  :-X

Para seres governado pelo PSOE (o equivalente a uma mistura do pior do PS com o BE de cá)?!

Obrigado, mas não.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1384 em: Junho 05, 2024, 02:30:37 pm »


Gostaria de ter uma opinião diferente, mas a impressão que fico, é a de que a indicação de que não haveria fragatas no futuro, prende-se mais com o facto de na Marinha haver muita gente convencida de que mesmo com um orçamento maior, não há sequer dinheiro para comprar e manter duas fragatas modernas operacionais.

Neste caso, a principal utilidade da marinha portuguesa é a sua utilização como força anti-submarina, e essa força anti-submarina pode existir sem fragatas. Nós temos demasiada água e não temos recursos para as controlar ou execer os direitos marítimos que as leis internacionais nos conferem.

Seria assim preferivel ter um maior numero de navios menos sofisticados destinados apenas a luta anti-submarina e a solução aparentemente mais flexivel seria (e isto é apenas uma impressão com que fico) a de um navio que pudesse ter mais valências, que pudesse ser utilizado em mais funções e que por isso tivesse um maior número de cascos fabricados.

O cruzamento entre por um lado os preços necessários para comprar fragatas para a marinha, F-35 para a força aérea, viaturas e sistemas defensivos para o exército e especialmente os antiaéreos, e por outro lado o continuo desfilar de manifestações dos grupos de pressão e das corporações, desde a poderosa corporação dos hospitais privados, às corporações dos professores e das policias, passando por todo o resto a pedirem mais e mais e mais dinheiro aos contribuintes, mostra que as despesas militares são absolutamente incompatíveis com os recursos disponíveis.
Ora nem mais… embora esta semana tenha ficado com alguma esperança que as coisas estejam a mudar lentamente… a minha família está de visita aqui aos States e o meu pai e irmã que sempre  votaram PS e são declaradamente de esquerda, e com os quais eu tenho discussões muito interessantes (pelo menos para mim)  estão chocados com a situação internacional e pela primeira vez em 54 anos de vida vejo o meu pai a compreender que têm que se aumentar os gastos militares… talvez a pouco e pouco a opinião pública esteja a mudar… ou talvez seja apenas wishful thinking meu…

Ora bolas e eu que quando comecei a ler fiquei todo entusiasmado porque pensei que os familiares tinham vindo aos EUA assinar o contrato de aquisição dos primeiros F35  :mrgreen:

Nota: o PS está tão mau que se prepara para vencer as eleições para o parlamento europeu no próximo domingo :bang:

Entreguem mas é logo a chave aos espanhois  :-X

Para seres governado pelo PSOE (o equivalente a uma mistura do pior do PS com o BE de cá)?!

Obrigado, mas não.

Pelo menos têm Marinha  :mrgreen:
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1385 em: Junho 05, 2024, 02:45:38 pm »
Que é trabalho dos actuais?
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1386 em: Junho 05, 2024, 02:46:44 pm »
Num pais que adquiriu os Sf300, baratos e fáceis de operar, os quais possuem módulos que fazem até 8 missões, e nem à posteriori comprou os ditos módulos de missão nem colocou os navios em condições, (para não dizerem que o coitadinho do Passos não podia por causa da Troika  ::)  ), mas que  agora, quer navios com módulos de missão, (logo uma carrada)...  :mrgreen:

https://navalteam.dk/ships-and-platforms/



Saudações  :mrgreen:

P.S. As forças armadas portuguesas são um circo, e este circo é culpa dos políticos e também de muitos operacionais militares, salvo raras exepções. O caso dos Flyvefisken é só um de muitos exemplos. Os navios, que cá estamos a usar muito pouco e que estão  praticamente encostados, nos países bálticos operam sem problemas. Um ainda é usado pelos dinamarqueses. Mas a culpa por cá morre sempre solteira e é sempre dos outros. Se o problema é o corporativismo e o dinheiro que pedem, acabem com as F.A., caso dos Irlandeses. Mas por cá a falta de C...ões é grande, e é muito mais prático não decidir nada e empurrar com a barriga (vamos fazer de conta que nos outros países não existe corporativismo...).     ::)


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https://www.armyrecognition.com/news/navy-news/2016/fourth-ex-danish-navy-flyvefisken-class-patrol-vessel-transferred-to-lithuanian-navy

Circo é o que melhore define , os malabaristas, ilusionistas e palhaços existentes
 

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1387 em: Junho 05, 2024, 02:57:27 pm »
Não insultemos a nobre arte circense
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1388 em: Junho 05, 2024, 03:39:49 pm »
Gostaria de ter uma opinião diferente, mas a impressão que fico, é a de que a indicação de que não haveria fragatas no futuro, prende-se mais com o facto de na Marinha haver muita gente convencida de que mesmo com um orçamento maior, não há sequer dinheiro para comprar e manter duas fragatas modernas operacionais.

Neste caso, a principal utilidade da marinha portuguesa é a sua utilização como força anti-submarina, e essa força anti-submarina pode existir sem fragatas. Nós temos demasiada água e não temos recursos para as controlar ou execer os direitos marítimos que as leis internacionais nos conferem.

Seria assim preferivel ter um maior numero de navios menos sofisticados destinados apenas a luta anti-submarina e a solução aparentemente mais flexivel seria (e isto é apenas uma impressão com que fico) a de um navio que pudesse ter mais valências, que pudesse ser utilizado em mais funções e que por isso tivesse um maior número de cascos fabricados.

O cruzamento entre por um lado os preços necessários para comprar fragatas para a marinha, F-35 para a força aérea, viaturas e sistemas defensivos para o exército e especialmente os antiaéreos, e por outro lado o continuo desfilar de manifestações dos grupos de pressão e das corporações, desde a poderosa corporação dos hospitais privados, às corporações dos professores e das policias, passando por todo o resto a pedirem mais e mais e mais dinheiro aos contribuintes, mostra que as despesas militares são absolutamente incompatíveis com os recursos disponíveis.

Há dinheiro. Não houvesse, já tinham despachado a TAP, que só mama recursos, não andavam com invenções de um aeroporto a cada 100km (ou menos), nem TGVs e por aí fora. O problema é que para umas coisas queremos parecer um país rico, para outras queremos passar a imagem de coitadinhos. Só o prejuízo anual que muitas dessas "coisas" dão, dava para operar pelo menos 10 fragatas modernas.

Depois, desde que se mantenha e modernize o Alfeite, a manutenção dos navios da Marinha será feita em Portugal, portanto é despesa com enorme retorno. Com uma modernização e expansão do Alfeite (para os antigos estaleiros da Lisnave), este passaria a ser capaz de trabalhar em navios maiores e mais avançados, e passaria a ter muito maior capacidade de fabrico. A partir do momento em que se tornar possível que futuras fragatas tenham construção parcial ou total (menos os sistemas críticos) em Portugal, e depois a sua manutenção também feita cá, o retorno destes investimentos é enorme.
Ter uma Marinha bem dimensionada e moderna, é um luxo para a indústria naval de um país, pois garante que existe sempre um cliente a tempo inteiro, que permite manter os postos de trabalho.
Um AA moderno e capaz, permite a sua entrada em programas multinacionais (da UE por exemplo), caso um dia surja o interesse de se fazer uma "fragata europeia", tal como já acontece com as EPC, etc.
Quantos mais e mais complexos os navios, mais podemos "brincar" com a participação da indústria nacional, por exemplo, ter vários estaleiros, de diferentes partes do país, a fabricar diferentes secções/blocos do navio. Podemos ter um estaleiro principal a fabricar a totalidade do casco e parte da superestrutura, e outro/s a fabricar a superestrutura, hangar, mastro/s, etc. Neste caso, um investimento avultado em 7/8 fragatas/Crossover, pode beneficiar várias regiões do país e várias empresas.

Abdicar de ter fragatas é completamente absurdo, principalmente se desperdiçarmos a possibilidade de envolver estaleiros nacionais na sua construção.

Quanto à parte do foco em ASW.
Se já é absurda a ideia de "duplo-uso" em detrimento de boa parte da capacidade militar da Marinha, mais absurda se torna quando nos apercebemos que nesse caso, a parte militar do duplo uso, se limita a uma missão.
Torna-se irónico chamar "duplo-uso" a umas coisas, e na parte das missões militares, ficarmos limitados a "monomissão".

Focar a capacidade militar da Marinha numa só vertente, é suicídio táctico e estratégico. Não andemos aqui a brincar com as coisas, e ignorar que potenciais ameaças podem tomar várias formas e feitios, e podem ter múltiplas capacidades, que não se enfrentam com uma Marinha monomissão.
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1389 em: Junho 05, 2024, 04:12:53 pm »
Essa do "não há dinheiro " é das maiores falácias inventadas para endrominar o povinho
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1390 em: Junho 05, 2024, 04:39:47 pm »
O que chateia não é a ideia do "não há dinheiro". Chateia é haver dois pesos e duas medidas, considerando-se que há dinheiro que chegue para umas coisas, que já se sabe de antemão que vão dar prejuízo, mas depois dizerem que somos um país pobre na hora de investir na Defesa e na indústria de Defesa.

Isto é o mesmo país em que certas autarquias querem um aeroporto no seu distrito. O mesmo país que mais depressa gastava milhares de milhões num aeroporto distrital, que depois não gera qualquer lucro em 90% deles, do que criava indústrias de Defesa em cada distrito (um distrito produz fardamento, outro distrito produz munições, outro constrói navios, etc).
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1391 em: Junho 05, 2024, 04:47:05 pm »
Gostaria de ter uma opinião diferente, mas a impressão que fico, é a de que a indicação de que não haveria fragatas no futuro, prende-se mais com o facto de na Marinha haver muita gente convencida de que mesmo com um orçamento maior, não há sequer dinheiro para comprar e manter duas fragatas modernas operacionais.

Neste caso, a principal utilidade da marinha portuguesa é a sua utilização como força anti-submarina, e essa força anti-submarina pode existir sem fragatas. Nós temos demasiada água e não temos recursos para as controlar ou execer os direitos marítimos que as leis internacionais nos conferem.

Seria assim preferivel ter um maior numero de navios menos sofisticados destinados apenas a luta anti-submarina e a solução aparentemente mais flexivel seria (e isto é apenas uma impressão com que fico) a de um navio que pudesse ter mais valências, que pudesse ser utilizado em mais funções e que por isso tivesse um maior número de cascos fabricados.

O cruzamento entre por um lado os preços necessários para comprar fragatas para a marinha, F-35 para a força aérea, viaturas e sistemas defensivos para o exército e especialmente os antiaéreos, e por outro lado o continuo desfilar de manifestações dos grupos de pressão e das corporações, desde a poderosa corporação dos hospitais privados, às corporações dos professores e das policias, passando por todo o resto a pedirem mais e mais e mais dinheiro aos contribuintes, mostra que as despesas militares são absolutamente incompatíveis com os recursos disponíveis.

Há dinheiro. Não houvesse, já tinham despachado a TAP, que só mama recursos, não andavam com invenções de um aeroporto a cada 100km (ou menos), nem TGVs e por aí fora. O problema é que para umas coisas queremos parecer um país rico, para outras queremos passar a imagem de coitadinhos. Só o prejuízo anual que muitas dessas "coisas" dão, dava para operar pelo menos 10 fragatas modernas.

Depois, desde que se mantenha e modernize o Alfeite, a manutenção dos navios da Marinha será feita em Portugal, portanto é despesa com enorme retorno. Com uma modernização e expansão do Alfeite (para os antigos estaleiros da Lisnave), este passaria a ser capaz de trabalhar em navios maiores e mais avançados, e passaria a ter muito maior capacidade de fabrico. A partir do momento em que se tornar possível que futuras fragatas tenham construção parcial ou total (menos os sistemas críticos) em Portugal, e depois a sua manutenção também feita cá, o retorno destes investimentos é enorme.
Ter uma Marinha bem dimensionada e moderna, é um luxo para a indústria naval de um país, pois garante que existe sempre um cliente a tempo inteiro, que permite manter os postos de trabalho.
Um AA moderno e capaz, permite a sua entrada em programas multinacionais (da UE por exemplo), caso um dia surja o interesse de se fazer uma "fragata europeia", tal como já acontece com as EPC, etc.
Quantos mais e mais complexos os navios, mais podemos "brincar" com a participação da indústria nacional, por exemplo, ter vários estaleiros, de diferentes partes do país, a fabricar diferentes secções/blocos do navio. Podemos ter um estaleiro principal a fabricar a totalidade do casco e parte da superestrutura, e outro/s a fabricar a superestrutura, hangar, mastro/s, etc. Neste caso, um investimento avultado em 7/8 fragatas/Crossover, pode beneficiar várias regiões do país e várias empresas.

Abdicar de ter fragatas é completamente absurdo, principalmente se desperdiçarmos a possibilidade de envolver estaleiros nacionais na sua construção.

Quanto à parte do foco em ASW.
Se já é absurda a ideia de "duplo-uso" em detrimento de boa parte da capacidade militar da Marinha, mais absurda se torna quando nos apercebemos que nesse caso, a parte militar do duplo uso, se limita a uma missão.
Torna-se irónico chamar "duplo-uso" a umas coisas, e na parte das missões militares, ficarmos limitados a "monomissão".

Focar a capacidade militar da Marinha numa só vertente, é suicídio táctico e estratégico. Não andemos aqui a brincar com as coisas, e ignorar que potenciais ameaças podem tomar várias formas e feitios, e podem ter múltiplas capacidades, que não se enfrentam com uma Marinha monomissão.


Mas curiosamente nesse âmbito já não vem a conversa como nas aquisições  da Embraer.
Para desenvolver a indústria naval perdida já não vem a conversa de construir e fazer cá manutenção. Já não se usam as mesmas premissas.
Tal com se faz a manutenção dos submarinos , também se podia alargar a outros navios da Marinha, porque existe espaço e alguma infraestrutura para isso.

Por acaso gostaria que o Brasil comprasse U214 a ver se tivessem de cá vi fazer a  manutenção, sendo Portugal o único fora da Alemanha certificado.
Este País está cheio de gosmas. É como outros na américa do sul e central. Isto está cheio de gente com mentalidade de terceiro mundo. De malta que quer é orientar vidinha. E a Marinha dentro das FA tem sido a pior referência.

Falta tudo de essencial mas há para o extraordinário, desde que tirem dividendos pessoais ou façam agrados pessoais.
Depois vem os minimis de reação as Verdades. Que caranhes mais patéticos

 
« Última modificação: Junho 05, 2024, 04:50:09 pm por Pescador »
 
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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1392 em: Junho 06, 2024, 01:55:45 am »
Acho que os Crossover até tinham a sua piada por acaso

Hopium, mas algo assim talvez seria interessante:

4-5x fragatas: 76mm + 24 - 32 Mk41 VLS com ESSM; SM-2; VL-ASROC e PAC-3 MSE? + 8x NSM + 1x CIWS + 1x C-RAM + MH-60R

2-4x Crossover: 76mm + 16 - 24 VLS + 16x NSM + 1x C-RAM + 1x C-RAM + MH-60R

MH-60R com Martlet, APKWS e Brimstone
10x NPO: 57mm + 30mm

8x LFC

2x AOR

1x D. João II

Sou um lunático total? Sim, sou  :mrgreen:

Make
It
Happen
 

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Pescador

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1393 em: Junho 06, 2024, 08:58:36 am »
Algo que nunca irá acontecer. Mas se cada Cross viesse com 8 MK41 era o dobro de cada BD. Com a capacidade de apoio a logística que tem e de operar veículos robóticos era uma mais valia e completava as Fragatas, mesmo que estas fossem 4 com 16 MK41.
Isto números iniciais de células com capacidade de expansão durante as décadas de operação

Ai o Dom João II já fazia aquilo que só pode fazer investigação e a pouca logística que se percebe
 

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papatango

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Re: O Reapetrechamento da Marinha
« Responder #1394 em: Junho 06, 2024, 09:24:21 am »
Citação de: dc
Há dinheiro. Não houvesse, já tinham despachado a TAP, que só mama recursos, não andavam com invenções de um aeroporto a cada 100km (ou menos), nem TGVs e por aí fora.

Não, Não há dinheiro !

E este é um problema, que nos leva a andar a discutir o sexo dos anjos e a inventar orçamentos sem pés nem cabeça.

As comparações com a TAP não fazem sentido porque são investimentos especificos que se fazem uma vez e depois ou não se fazem mais, ou só se fazem na década seguinte e a um custo muito grande.
A opinião pública ainda pode aceitar (se não se aperceber) mas pode sempre utilizar-se o argumento dos aviões com a bandeira nacional para puxar pelo orgulho lusitano, mas nas forças armadas isso não acontece.

Não não há dinheiro !

Não há dinheiro para uma gigantesca miriade de custos adicionais que a esmagadora maioria das pessoas nem entende e nem sabe que existem.

Uma fragata para dar um exemplo, é como uma média empresa que precisa todos os anos renovar a certificação ISO-9000 (a título de comparação)

Quem já tiver trabalhado em empresas com este tipo de certificação, sabe a trapalhada e a dor de cabeça que é ter todos os procedimentos vistos e revistos, toda a documentação organizada sob determinados padrões etc.
Mas numa empresa com uma área de trabalho mais técnica, a coisa consegue ser ainda mais complicada. A cada ano cada osciloscopio, espectometro, sistema de medição, até ao mais pequeno multimetro e ferramenta de laboratório, tem que ser calibrado por uma entidade externa.
Às vezes a calibração custa mais que o equipamento.
Em médias empresas industriais, a mesma coisa. O custo de ter todo o ferramental e máquinas de uma linha de produção em conformidade com uma inumera quantidade de normas, é elevadíssimo.

Há empresas que desistiram da certificação porque concluiram que não tinham como aguentar os custos, e isto só para um conjunto de procedimentos administrativos.
Quantas empresas da Indonésia, da China ou das Filipinas têm empresas certificadas ?

Ter uma fragata preparada para a NATO, é ter uma fragata permanentemente conformante com a respectiva norma ISO, ou correspondente norma NATO.
Só isto implica custos que a maior parte das pessoas nunca, nunca nunca quantifica.
E se queremos navios para não estar em conformidade com normas que o tornam realmente operacional, então é melhor estar parado.

Eu às vezes fico espantado com a facilidade com que comparamos a marinha portuguesa com a marinha da Indonésia, ou das Filipinas ou mesmo do Chile ou da Colômbia e pergunto-me ...
Quantos destes navios passariam na verificação para obter a certificação ? ? ?

Navios mais sofisticados, implica maior numero de sistemas de armas, de controlo, eletronica de gestão, cablagens mais sofisticadas, que por sua vez têm que estar permanentemente certificadas.
Isto implica um aumento exponencial das despesas, e não é uma coisa que se faz de-vez-em-quando. É preciso estar sempre a fazer todos os anos na maior parte dos casos, dependendo da norma aplicada.

Não me venham dizer que há dinheiro, porque também houve para a TAP, porque isto quer dizer que haveria dinheiro para comprar os equipamentos sim, mas depois ficariam a apodrecer por falta de dinheiro no orçamento anual para manter os equipamentos operacionais.

E nem vou aqui falar do que seria manter uma frota de F-35 e outra de F-16 da ultima série, com duas linhas de abastecimento distintas.


É possível encontrar o dinheiro sim, mas isso implica ir buscar o dinheiro não a soluções pontuais mas sim às depesas correntes anuais.
Isto implica que, ou se vai buscar ao serviço nacional de saude, ou se vai buscar às reformas, ou se vai buscar aos restantes funcionários publicos.

Que avancem, os primeiros que queiram contribuir ...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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