Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil

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FoxTroop

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #285 em: Março 18, 2014, 10:32:04 pm »
Olha... mais um que já percebeu de onde sopra o vento.

Citar
KIEV (Reuters) - Ukraine's new pro-Western leadership is not seeking membership of NATO, Prime Minister Arseny Yatseniuk said on Tuesday, in comments intended to reassure Russia and Ukraine's large number of Russian-speakers.

Yatseniuk, who came to office after the removal of Moscow-backed President Viktor Yanukovich, also said decentralization of power was a key plank of government policy, adding Kiev's efforts to integrate with Europe would take into account the interests of Ukraine's mainly Russian-speaking industrial east.

"Strictly with a view to maintaining Ukraine's unity, the question of joining NATO is not on the agenda," Yatseniuk, who normally speaks in Ukrainian, said in a 10-minute televised appeal delivered in Russian. "The country will be defended by a strong, modern Ukrainian army."

http://news.yahoo.com/ukraine-not-seeking-nato-membership-yatseniuk-081510792.html
 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #286 em: Março 18, 2014, 10:38:23 pm »
Ó HSMW, desculpa lá mas isto merece full speech  :G-beer2:

os dogs ladram, mas a caravana passa

e nem coloco aqui as manifestações de euforia dos habitantes de crimeia por se juntarem a russia nem o apoio esmagador dos russos a essa união, senão ainda me acusam de colaborar com o inimigo  :P  :lol:  :lol:

"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #287 em: Março 18, 2014, 10:55:16 pm »
Citar

    papatango Escreveu:

        Fox Troop Escreveu:A vertente economica resume-se a analise de Kudrin?
        Pois ha outros entendidos na materia que discordam do impacto devastador das sancoes economic




    Não, a análise não se resume a um qualquer especialista russo.



Uh.....oh zezinho, já sonhas comigo, olha que o autor é outro :lol: sinto-me lisonjeado mas olha que não dou para esse lado :lol: :lol:

    mafarrico Escreveu:A vertente economica resume-se a analise de Kudrin?

    Pois ha outros entendidos na materia que discordam do impacto devastador das sancoes economicas.

    Hoje a Russia tem condicoes para regatear na arena internacional e sair vencedora.


Agora sabemos o porquê daquele desgosto amoroso quanto à russia.

Se o papa tangas fosse visitar os russos não podia exercer as amplas liberdades  :rir:
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #288 em: Março 18, 2014, 11:15:17 pm »
uma das personagens que foi alvo das sanções foi o Sergey Glazyev
http://www.businessinsider.com/crimea-v ... tin-2014-3

talvez devessemos escutar o que ele diz (um conselheiro do putin)




4 March, 12:32

Citar
Russia can dodge any proposed US sanctions by switching to other currencies and creating its own payment system, Putin’s economic advisor Sergei Glazyev said Tuesday. A senior Kremlin official has denounced Glazyev’s remark on US-Russia economic ties, calling them "a personal opinion" inconsistent with the Kremlin stance.

This comes amid US threats to pile sanctions on Russia over its stand on the Ukrainian coup. US Senate is currently debating possible measures against Moscow.

Senator Christ Murphy, the chairman of the Senate's Europe subcommittee, said lawmakers were considering such options as imposing sanctions on Russia's banks and freezing assets of Russian public institutions and private investors.

Sergei Glazyev told reporters today Russia would have to switch to other currencies to curb its dependence on the United States.

"We have wonderful economic and trade relations with our Southern and Eastern partners," he emphasized. "We will find a way not just to eliminate our dependence on the US but also profit from these sanctions."

Sanctions imposed by the US against the Russian government institutions will force Russia to recognize the impossibility of loans repayment to the US banks, Presidential Aide Sergei Glazyev said.

"If sanctions are applied against state structures, we will be forced to recognize the impossibility of repayment of the loans that the US banks gave to the Russian structures. Indeed, sanctions are a double-edged weapon, and if the US chooses to freeze our assets, then our equities and liabilities in dollars will also be frozen. This means that our banks and businesses will not return the loans to American partners," he said.

Russia urges Ukrainian regime to return to legitimacy

Russia will only engage in a dialog with the ruling Ukrainian regime if it "returns to legitimacy," Putin’s senior advisor Sergei Glazyev has said.

"This regime is illegal, it is profoundly Russophobic. Some people in the Ukrainian government, who have seized power by force, are on terrorist lists. They are criminals," Glazyev underscored.

"I cannot imagine us having any serious dialog with criminals, apart from talks that would bring them back into the legal framework, restore the rule of law and make Yatsenyuk, Klitschko, Tyagnibok and European ministers deliver on their promises [made in connection with the Feb. 21 agreements]," he said.

Putin's advisor Glazyev 'not authorized' to speak on Cabinet behalf – Kremlin

The Kremlin has expressed its surprise over remarks of President Putin’s economic security advisor Sergei Glazyev who claimed today Russia could easily dodge US sanctions. Russian media have learnt this from a senior official in the Putin administration.

Mr. Glazyev said earlier today that Russia would be forced to switch to other currencies and set up its own payment system if US Senate were to sanction it over Ukraine.

The advisor claimed that Moscow would recommend everyone to get rid of their US Treasury bonds if the United States froze the assets of Russian public institutions and private investors. He added that Russia would also have to default on its loans to American banks.

"Mr. Glazyev has not been authorized to talk on behalf of the Russian government and especially to voice such unacceptable measures," the source in the Kremlin said. He stressed it was Glazyev's "personal opinion" that had nothing to do with Russia's official stance.

Voice of Russia, RIA

este link também é interessante
http://lcn.freedgold.com/2014/03/the-ma ... in-is.html
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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HSMW

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #289 em: Março 18, 2014, 11:15:33 pm »

Soldados ucranianos detidos pelos russos.

https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #290 em: Março 18, 2014, 11:54:40 pm »
Citação de: "Fox Troop"
Deixa cá ver o que diz a RT sobre o assunto

A Russia Today diz que os ucranianos se suicidaram, não sem antes confirmar que os fascistas de Kiev é que foram responsáveis pelo suicidio ...  :roll:  :roll:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #291 em: Março 19, 2014, 12:12:14 am »
não tomes os comprimidos a horas não.

vale a pena falar sobre o pensamento do glazyev ou vais continuar a manipular a informação como fazes no site aremilitar?

(obrigado pela RT te causar urticária. até ando desconfiado de que eles é que andam a falar a verdade)
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #292 em: Março 19, 2014, 12:20:01 am »
Citação de: "mafets"
... gostava de recordar os mais desatentos que o objectivo das sanções económicas (que até agora são "uma gota no oceano) é fazer com que o pais visado recue nas suas acções. E portanto, sendo esse o objectivo primordial, queria colocar a questão aos prezados colegas de forum, de quais foram as sanções económicas (pesadas ou leves) que no passado deram resultado, pois assim de memória (se calhar é a "ternura dos 40"  :mrgreen:  ), da Coreia do Norte ao Irão, passando pela Servia, Cuba e Iraque, não estou a ver ?

Saudações

Há muito tempo que as sanções deixaram de ter como objetivo um recuar por parte do outro lado.
O problema que agora se levanta, é o da quebra do equilibrio e do status quo.

É a mesma coisa que aconteceu quando a Alemanha começou a ocupar países e a anexar outros.
A argumentação que defendia que os alemães tinham o direito de fazer o que fizeram É EXACTAMENTE A MESMA QUE SE VÊ HOJE relativamente à Russia.

As democracias tinham forçado demasiado a barra
Os vencedores da I guerra tinham humilhado a Alemanha
Os vencedores da I guerra tinham exigido demasiadas indemnizações dos alemães

depois ...
A Europa tem que aceitar a nova ordem com uma Alemanha forte
A Alemanha é uma super potência europeia e tem o direito de ter a sua zona de influência
A Alemanha tem o direito de anexar a Áustria, porque são tudo povos germânicos (e os austríacos deliraram de alegria aquando do Anschluss)
A Alemanha é demasiado poderosa para a Europa se preocupar com a Checoslováquia...

Mais tarde ...
A Grã Bretanha não vai defender a Polónia
Os ingleses e franceses não vão começar uma guerra por causa da Polónia
As garantias dadas pelos ingleses e pelos franceses não servem de nada
A Polónia não pode ser defendida pela Inglaterra e pela França e por isso está perdida

Depois da invasão da Polónia
A Polónia nunca mais existirá e a Alemanha nunca largará o osso
Os bombardeiros ingleses não devem bombardear fábricas alemãs, porque são propriedade privada.

O problema é que Putin abriu a caixa de Pandora.
E se toda a gente tem evitado que as coisas cheguem a um ponto em que Putin pode recuar sem perder a cara (como com Krushev na crise dos mísseis de Cuba e a retirada dos mísseis obsoletos da Turquia), a verdade é que a Europa no seu conjunto, também começa a ter cada vez menos margem de manobra.

Putin neste momento tem apenas um aliado dentro da UE. Esse aliado chama-se Angela Merkel. O outro é o Gerard Schroeder, que está a mamar na Gazprom (Não são só os socialistas portugueses que são vendidos).

Se a alemã ficar irritada ou chateada com a situação, os russos bem que podem começar a dizer aos chineses que têm bons preços.
E a China já avisou que a economia chinesa não está exactamente a crescer exponencialmente como até aqui.

Se isso custa às democracias ?
Claro que custa.
Vai obrigar os alemães a aceitar por exemplo deficits maiores e um relaxamento orçamental, para permitir mais gastos com a defesa.
Vai obrigar a investimentos nas redes de oleodutos e gasodutos, para permitir canalizar gás desde a peninsula ibérica até à Europa de leste.

O realinhamento da Russia, implica um fortalecer dos laços entre a América e a UE e termos económicos, que já está em estudo avançado e que inevitavelmente ganhará mais força, e coloca países como Portugal e a Espanha novamente no meio do mundo ocidental, entre a América e a Europa.
Os países da Europa de leste passam a ser os periféricos. Importantes, porque são a primeira linha de defesa, mas de qualquer forma periféricos.

Esta situação altera tudo.
E a vitória que parece simples do Putin, com toda a gente a agitar bandeiras, tem tudo para se transformar numa trapalhada tremenda.
O conjunto das economias da Europa e dos EUA atinge 35.000 milhões de dolares de PIB. A economia russa é grosso modo dezasseis ou dezassete vezes mais pequena.
1 USD tri representa 50% da economia russa e 3% da economia transatlântica.

50% é ligeiramente diferente de 3%
Isto, para quem ainda não percebeu que mesmo havendo valores iguais em termos absolutos, em termos relativos as coisas são diferentes.
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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #293 em: Março 19, 2014, 11:11:43 am »
Citação de: "FoxTroop"
De tomar muita atenção ao Cáspio e ao Azerbeijão onde tenho as minhas suspeitas que será o próximo ponto quente. Visto que as aproximações pelos beirados deram raia, acredito piamente na estupidez de tentarem ir directos ao pote num tudo ou nada.
Se eu tenho referido o Cáspio é porque entendo que uma análise completa em vez de meros perfis psicológicos é mais contra-producente quanto à estratégia e às reais intenções do Presidente Russo. Agora por achar que o Cáspio é zona de influência não prevejo para já grandes problemas para Moscovo, até porque à décadas que a Russia assegura a sua influencia como potência dominante na zona.
Quando a Rússia viu o fim da frota conjunta das ex-republicas sediada em Kazakh percebeu que não apenas o Kasaquistão pretendia ter a sua própria frota como preparava-se para tentar chamar parceiros de negócio fora da sua esfera de influência (o mesmo se passando com outras ex republicas). Às primeiras encomendas de corvetas à Turquia e Coreia do Sul o Kremlin depressa agiu fornecendo as unidades necessárias a preço competitivo (só a Turquia conseguiu vender algumas canhoneiras) e fornecendo apoio técnico (não só, também económico e politico como forma de minimizar as tensões territoriais na zona). Em seguida avançou para a nova delimitação da organização das águas do Cáspio, que permite principalmente ao Irão e a Rússia vantagens do transporte de derivados do petróleo e futuros gasodutos/oleodutos numa zona que passa a controlar militarmente e administrativamente, junto com importantes jazidas principalmente de gás. O ocidente nem tentou jogar neste tabuleiro e muito menos enxerga a atenção Russa ao Artico.




Citação de: "papatango"
Há muito tempo que as sanções deixaram de ter como objetivo um recuar por parte do outro lado.
O problema que agora se levanta, é o da quebra do equilibrio e do status quo.
Também sou da opinião que as sanções não servem para absolutamente nada.  :shock: ).
Citação de: "papatango"
O problema é que Putin abriu a caixa de Pandora.
E se toda a gente tem evitado que as coisas cheguem a um ponto em que Putin pode recuar sem perder a cara (como com Krushev na crise dos mísseis de Cuba e a retirada dos mísseis obsoletos da Turquia), a verdade é que a Europa no seu conjunto, também começa a ter cada vez menos margem de manobra.
Continuo a não perceber essa linha de pensamento. A algum tempo atrás falava-se das falhas do Nuno Rogeiro que apresenta interessantes teorias geoestratégicas e tecnicamente não cruza dos dados com a prática-tecnicomilitar. Aqui, estamos perante a mesma situação, já que tem-se escrito resmas de papel sobre esta situação mas quando chega a tipos de misseis, ogivas e testes práticos, é um silêncio confrangedor. Mas vamos por partes:
Do ponto de vista Técnico-Legal e à luz do direito internacional (que umas vezes serve outras já não  :shock: ). O presidente Russo limitou-se a seguir a contenda justificando que apesar de não existir massacres na Crimeia está a intervir na defesa da maioria Russa, sendo que a ilegalidade de qualquer uma das intervenções por muito que Merkle não queira é real e sem justificação à luz do direito internacional por qualquer razão que os países se lembrem num caso mas rapidamente esquecerem noutro (o que era valido no Kosovo passa a não ser na Crimeia quando legislativamente não há qualquer referência a situações de excepção).
Citar
The NATO bombing and surrounding events have remained controversial, as it never gained approval of the UN Security Council.[70]
Krushev, por muito que os teóricos da geoestratégia o digam, não perdeu nos misseis de cuba. Em primeiro lugar porque por muito que os EUA afirmem que iam retirar os Misseis Júpiter(http://en.wikipedia.org/wiki/PGM-19_Jupiter) da Italia e da Turquia (até podiam ter essa intenção) a sua obsolescência não tinha substituição antes de 1968 já que dos Polaris http://en.wikipedia.org/wiki/UGM-27_Polaris (que deveriam nas classes de submarinos G.W. e E.H. substituir parte dos misseis em terra) nunca ouve mais de 300 ogivas W47 (http://en.wikipedia.org/wiki/W47)ao mesmo tempo em serviço (os missies jupiter usavam a ogiva w45 que como era mais simples e apesar de também ter problemas eram muito menores que as suas congéneres http://en.wikipedia.org/wiki/W45). Problemas de corrosão, nos sistemas de direcção, etc, fizeram com que os misseis  andassem constantemente a ser retirados dos submergíveis e intervencionados (mesmo o unico teste foi feito com uma ogiva não de serie). Pior, as classes seguintes de submarinos não apenas não tinham numero suficiente de ogivas e mesmo o modelo seguinte (w58) continuaram a dar alguns problemas. É portanto irreal que face ao número cada vez maior de ogivas russas (em 1975 conseguiriam mesmo passar o numero de ogivas americanas) os EUA fossem retirar em 1963 (como estava previsto) quaisquer misseis de serviço substituindo por Polaris com ogivas deficitárias (essa situação começou de facto a ocorrer a partir de 1968 quer nos EUA e no RU mas apenas quando a versão A3 multi-ogiva  e com a w58, não quanto às A1 e A2 que mesmo por esta data tinham 75% das ogivas w47 fora de serviço).


Mas existem mais dois aspectos curiosos nesta situação. O primeiro é que Krushev, um homem que mal tinha a quarta classe é apontado como responsável por muitos geoestrategas pela escalada da guerra fria, ou seja: Percebeu sozinho que os misseis Polaris (mesmo não funcionando as ogivas) tinham um alcance que obrigava a caçar os seus vectores fora das aguas territoriais russas (para as aguas polares obrigava a produzir mais submarinos de ataque e para contrabalançar a ameaça mais submarinos estratégicos com misseis balísticos), bem como mudou completamente a estratégia da Marinha Russa (até aqui uma marinha costeira, à excepção dos cruzadores Sverdlov), produzindo unidades maiores de destroiers, cruzadores e mesmo cruzadores porta-aviões para procurarem e destruírem os submarinos americanos em aguas mais quentes. Portanto, foi sempre uma exposição militar do almirantado a estar na base da ordem do Krushev a qual teve como base o enorme alcance e a mobilidade do Polaris, mas tudo serviu para a sua distituição do Kremlin e para a propagação do mito de Kennedy como um presidente que não correspondeu ao real.
Citar
During the Cold War, the Soviets gave their navy a number of missions, in addition to its role as one of the legs of the nuclear triad, the navy was supposed to destroy American SSBNs
Por ultimo, tanto que se fala no poder nuclear de Irão e Coreia do Norte, quando os seus misseis estão praticamente ao nível dos Júpiter, entretanto obsoletos em 1962/63.  



Ou seja, com o Ocidente cravejado de "mentes brilhantes" na área da geopolítica e geoestrategista a assessoriar competentemente os principais lideres já por si tão interessados na cor do dinheiro (mas depois dizem que é o bem da população  :shock:  :G-bigun:
« Última modificação: Março 19, 2014, 01:03:36 pm por mafets »
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #294 em: Março 19, 2014, 12:57:11 pm »
Ucrânia. Até onde irá Putin?
Alexandre Reis Rodrigues




A Ucrânia não recuperará tão cedo a soberania sobre a Crimeia, se é que algum dia a terá de volta. Para a Rússia é uma oportunidade única de repor uma situação que foi alterada em 1954 por uma decisão, no mínimo, polémica.1 O que ainda não é certo é como se desenvolverá a  crise a partir daqui noutras áreas, principalmente, na região ucraniana de maioria russa.

Talvez Putin não arrisque, de imediato, estender a invasão a outras áreas mas vai,  com certeza, manter a Ucrânia numa situação de instabilidade tal que nenhum próximo governo, seja qual for a sua natureza, ousará tentar passar de novo a linha vermelha da manutenção do País na área de influência russa. A invasão da Crimeia e subsequente anexação é mais um sinal de que não se tolerarão novas tentativas do que uma ação de proteção de um objetivo vital.

O que é crucial, em termos de segurança, para a Rússia, é a Ucrânia na sua  totalidade e não apenas a península da Crimeia, como se pensa nalguns setores, com base na existência da base naval de Sebastopol. Esta tem uma grande importância simbólica para a Rússia mas tem uma alternativa que Moscovo prepara desde 2003, em Novorissiyski, que também garante acesso ao Mar Negro, sem os constrangimentos de Sebastopol.2
 
Já se sabia – aliás, havia muitos alertas a lembrá-lo - que, para Moscovo, a Ucrânia  não era um simples vizinho e que um dia a Rússia, desde que se sentisse confiante, iria criar dificuldades sérias à política de alargamento da NATO a Leste, se chegasse  à Ucrânia. Esta, sendo vista por Moscovo como uma área vital para a segurança russa, nunca seria deixada sair da sua área de influência. Kissinger, uma  personalidade insuspeita na defesa dos interesses dos EUA, sempre disse que a Ucrânia nunca deveria integrar a NATO. Mas malgrado as recomendações fundamentadas que fez sobre esse assunto não foi devidamente ouvido. A administração americana de George Bush preferiu seguir o racíocinio de Brzenziski que defendia exatamente o contrário, pondo Moscovo em permanente alerta.

Esta linha de ação esteve quase a concretizar-se. Há quase precisamente 6 anos, por ocasião da Cimeira NATO de Bucareste (2/4 de abril de 2008), no respetivo comunicado final, os Aliados formalizavam a sua concordância quanto à futura entrada da Ucrânia e Geórgia. Não fossem as reservas dos europeus quanto à insistência da administração Bush em acelerar o processo de admissão destes dois países na NATO, a decisão da sua entrada na Aliança teria ficado tomada nessa Cimeira.

Quatro meses depois da Cimeira a Rússia invadia a Geórgia, aproveitando a oportunidade dada por uma ação irresponsável do presidente Saakashvili. Malgrado anteriores declarações do presidente Bush garantindo que os EUA seriam sempre um “amigo sólido”, a Geórgia acabou por ter que se conformar com a declaração de independência de duas das suas províncias (Abecásia e Ossétia do Sul), que a Rússia incentivou e apoiou, militar e politicamente.3
 
Brzenzinski, tendo-se, entretanto aproximado da linha de pensamento de Kissinger, passou a defender uma “solução à finlandesa” para a Ucrânia. Sim à sua integração na União Europeia, não à integração na NATO. Para os líderes europeus, que não concordavam com a integração na NATO, esta linha de ação, certamente defendida pela atual administração americana, deve ter feito sentido pelo menos político entre os líderes europeus. Interesse económico, obviamente, nunca deve ter feito; estava a dar-se um “quase” acesso à União Europeia quando o País estava à beira da bancarrota e dividido entre entre duas comunidades completamente distintas em termos étnicos, religiosos e políticos. Era de esperar problemas políticos e económicos.

Mesmo assim, o chamado “Association Agreement” esteve quase a consumar-se. Faltava apenas o passo final quando, à última hora, Yanukovitch o rejeitou, sobre
pressão de Moscovo e promessas de ajuda para tirar o País de uma situação de bancarrota muito próxima (dois mil milhões de euros foram de imediato disponibilizados e prometidos mais treze). Putin entendia que os interesses ucranianos ficariam melhor servidos no âmbito da “Eurasian Union”, que além da Rússia englobará a Bielorússia e o Cazaquistão. Uma parte dos ucranianos concorda, a outra, definitivamente, não.

Não sei que avaliação terá sido feita na Comissão Europeia sobre a oportunidade de avançar com a proposta do “Association Agreement” – se é que foi feita alguma
avaliação. Existem vários argumentos que, de facto, sugerem que seria uma boa altura. De momento, a Rússia já não se encontra no ritmo de crescimento que teve
nos últimos oito anos; estará a entrar numa fase de estagnação económica que ninguém sabe se é temporária ou sistémica. O regime já não é tão monolítico como
era no passado; mesmo entre a elite próxima do poder há muita competição. Os oligarcas que controlam os grandes negócios não querem ouvir falar em crises que
restringirão o seu espaço e oportunidades. Aquilo de que mais se queixam os ucranianos – corrupção – ecoa bem dentro da Rússia, onde largos setores da
população mostram idêntico inconformismo.

Putin continua com índices elevados de popularidade (na casa dos 60%) mas já teve melhores. Pode-se ter presumido que não reagiria de forma violenta ao acordo com a UE para não desbaratar tão cedo o prestígio internacional que lhe trouxe a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno, quer pela qualidade do evento, quer pelo nível de segurança conseguido. Pode também ter-se admitido que não quisesse correr o risco de sofrer um revés semelhante ao resultante do apoio que deu à independência das duas províncias da Geórgia, que a comunidade internacional recusou reconhecer.

Em resumo, pode ter-se pensado que todas estas circunstâncias iriam restringir as opções de Putin e que era seguro avançar no âmbito da União Europeia. Foi um erro de avaliação. Moscovo não cederá no caso da Ucrânia como o fez no caso dos Países Bálticos. Por razões de segurança que são conhecidas desde sempre e que hoje se tornaram mais fáceis de proteger porque a Rússia está mais forte e a Europa e os EUA precisam de alguma colaboração na resolução dos problemas que
mais afetam a paz e estabilidade mundial (Irão, Síria, Coreia do Norte, etc.).

Se a situação não se agravar proximamente será apenas porque Putin quer manter algum espaço para recuar se as reação europeia levar o conflito por um caminho
que afete a sua base de apoio interna. É onde as sanções poderão fazer diferença, se os EUA e a Europa, fizerem uma frente unida.


1
 Khrushchev, que era ucraniano, decidiu que era boa ideia incorporar a província no território da Ucrânia, como parte da celebração dos 300 anos de um acordo com os cossacos. Na altura, não fazia grande diferença porque era tudo território da União Soviética. Porém, hoje, voltar à situação anterior a 1954 faz toda a diferença.

2
 Em Sebastopol, Moscovo está impedido de estacionar navios com armas nucleares e limitações aos
número de navios e militares.

3
Hoje, apenas quatro Países reconhecem este desfecho, o que, no mínimo, constitui um embaraço diplomático para Moscovo. Poderá acontecer o mesmo com a Crimeia, mas Moscovo, aparentemente, fica indiferente perante esse facto.


Jornal Defesa
 
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Edu

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #295 em: Março 19, 2014, 01:42:36 pm »
Peço desculpa mafarrico mas aqui terei de discordar de si, torna-se óbvio que o oficial Ucraniano foi morto por tropas russas, a prisão do militares ucranianos daquela base, assim como a agora prisão do comandante da marinha ucraniana assim o confirmam. Com a quantidade de tropas e de controlo que actualmente existe na Crimeia muito dificilmente algum sniper vindo de outras regiões da Ucrânia teria facilidade em entrar na Crimeia ou pelo menos algum espaço de manobra lá.
 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #296 em: Março 19, 2014, 09:42:44 pm »
Citação de: "Edu"
Peço desculpa mafarrico mas aqui terei de discordar de si, torna-se óbvio que o oficial Ucraniano foi morto por tropas russas, a prisão do militares ucranianos daquela base, assim como a agora prisão do comandante da marinha ucraniana assim o confirmam. Com a quantidade de tropas e de controlo que actualmente existe na Crimeia muito dificilmente algum sniper vindo de outras regiões da Ucrânia teria facilidade em entrar na Crimeia ou pelo menos algum espaço de manobra lá.

Caro Edu permita-me lugar para a dúvida sobre os responsáveis pelo ataque e não fazer uma leitura tão simplista desses acontecimentos. Antes de mais esclarecer aqui que este ataque nada tem a ver com as mais recentes tomadas de bases ucranianas .São 3 locais diferentes. Por acaso uma das coisas que me fez suspeitar da "versão russa",foi terem dito da primeira vez que tinham apanhado o sniper. Pensei para os meus botões- Grande trunfo, agora não podem deixar de provar quem foi o autor. Hoje quando fui ler novamente a noticia http://rt.com/news/crimea-shooting-military-center-646/ ela sofreu um update diz assim Earlier, a fake Twitter account supposedly belonging to Prime Minister Sergey Aksyonov had stated that a sniper had indeed been arrested, but that information has since been disproved by all relevant authorities.  Jogos deste tipo já assistimos. Neste conflito já houve ataques a sites oficiais russos e a página da NATO tambem já foi atacada. Repare no seguinte. Estas recentes tomadas de bases foram violentas? Houve mortos? Quem esteve lá? Tudo um pouco parece, populares, as tais forças de auto-defesa locais e militares russos. .Que interesse tem os russos em ir para lá (incidente de ontem) aos tiros ?  Foi só para provocar e correu mal ? Para testar os assaltos de hoje? Diz o Edu que era dificil , agora com o controlo que os russos tem da situação, alguém de fora agir . Pois ,se estivermos a falar de um sniper (caso isolado) basta alguém lhe ter dado uma ordem e ele mexeu-se (até pode ser um local). Foi a partir deste incidente que as autoridades de kiev disseram aos subordinados da crimeia que agora podiam recorrer ao uso da força para se defenderem. Mas não o fizeram hoje quando os pro-russos assaltaram as bases ucranianas. Porquê? Porque nenhuma das partes verdadeiramente está interessada num banho de sangue. E já se tinha ouvido antes que combinaram entre eles ( tropas russas e ucranianas na crimeia) que não iam resolver o impasse aos tiros.

Quanto ao numero de fatalidades não há consenso. Há quem fale num morto, há quem diga que foram 2, há quem diga que além desses ainda houve mais dois feridos. E as vítimas estão dos dois lados parece.

Esta é uma versão
http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-26637296

Esta também é plausível http://rt.com/news/crimea-shooting-military-center-646/ e que tem traços de uma armadilha. Alega-se que homens armados estão nas redondezas, chama-se as forças de auto-defesa para intervir e são alvejados por um atirador.


The local Interior Ministry said in a press release that shooting came from a house under construction opposite the center and targeted Crimean self-defense units as well the military center itself.

“Earlier today self-defense units were informed that a group of armed men had been discovered in a partially inhabited building,” the press release said. “As the self-defense were taking measures to check, they came under fire, presumably from a sniper rifle,” police said, adding that the shooting came “in two directions from one spot.”

Longe de mim fazer crer que os russos são anjos, mas convem resalvar que as fontes ucranianas neste conflito têm exibido uma retórica anti-russa assinalável e já mentiram em comunicados. E os russos também. Mais uma guerra de propaganda de ambos os lados. Infelizmente não tenho informação independente sobre este incidente. Contra factos não há argumentos. Se alguém tiver informação relevante sobre os acontecimentos que se chegue à frente. Mas por experiência própria reservo-me o lugar à dúvida e não a ir na primeira cantiga que os media nos contam. Aprendi a conhece-los  :wink:
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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mafarrico

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #297 em: Março 19, 2014, 10:09:18 pm »
cada um que pense pela sua cabeça

http://rt.com/news/crimea-shooting-sniper-kiev-897/

Crimea military center shooting resembles sniper fire at Kiev’s Maidan

Published time: March 19, 2014 18:18
Edited time: March 19, 2014 21:14


The shooting in the Crimean city of Simferopol bears a strong resemblance to the actions of snipers in central Kiev, as February violent clashes, local prosecution said. Russia considers the shooting that left two killed and two injured a “provocation.”

Speaking at the press-briefing the next day after the gunfire in Simferopol, Crimean prosecutor, Natalya Poklonskaya, shed very little light on what exactly happened outside the Ukrainian military topography and navigation center.

Stressing that the investigation is still on-going, she recounted how several unarmed officers of the Ministry of Defense of Russia had come to oversee progress on a joint matter regarding mapping. Their visit was earlier agreed with the commander of the Ukrainian armed forces and with Kiev.

Several of their colleagues, who at the time were outside the building of the compound, were fired upon.

“While cartographers were on the territory of the center, some self-defense unit representatives, protecting the center from the outside, came under fire,” Poklonskaya said.

Bullets came from a similar direction, but with varying trajectories, resulting in the death of two officers on both sides and a further two injuries.

Single shots were fired “simultaneously in the direction of Crimean self-defense units and Ukrainian servicemen.” Investigators have found bullets at the scene, but Poklonskaya was reluctant to reveal what kind of gun was used.

“Experts familiar with the crime scene believe the crimes perpetrated today bear a strong resemblance to the actions of snipers on the Maidan on February 18-21,” she summed up.

If this turns out to be the case, she said, it is possible that the attack was possibly aimed at “provoking clashes between the servicemen of Ukraine and Crimea.”

Now investigators are working on establishing a number of attackers and their exact location.

Earlier, the local interior ministry said in a press release that the shoots came from a house under construction opposite the center.

There has also been information that a sniper was detained. But later this information appeared to be bogus.

At the briefing, the prosecutor stressed that no one had been detained in connection with the shooting.

Despite very little details immediately available, shortly after news of the shooting broke, Western media was fast to point a finger at Russia, blaming the attack on “pro-Russian forces.” This view was shared in Kiev, which in an immediate reaction authorized Ukrainian troops stationed in Crimea to use firearms to “defend their lives."

However, in Russia the shooting is widely seen as a provocation after Crimea and Sevastopol were accepted into the Russian Federation and the treaty was signed.

"What happened in Simferopol yesterday was beyond any doubt a provocation and its style suggests that the sniper there acted in the same manner as the ones on Maidan," Russian Black Sea Fleet Commander Aleksandr Vitko. "Two people died as a result," he added. "Nonetheless, the hotheads in the incumbent Ukrainian leadership said something about permission to shoot. I'd like to warn everyone in this connection and especially the men and officers of the Ukrainian Naval Forces, God forbid you to make a single shot, even from a slingshot. Matches are not toys, and I'd like to ask everyone to understand it in the very literal sense."

The situation in Crimea was discussed in NATO between Russia’s Ambassador to the Alliance and its military officials.

"We have informed them that we see this incident as a provocation. The Russian troops were not involved in it; there was no storming of the Ukrainian military base as claimed by the authorities in Kiev. The incident is now being investigated, those guilty will not walk away from the responsibility," Russian Ambassador to NATO, Aleksandr Grushko, was cited by Interfax as saying.

Crimean authorities have shared this stance, saying that the shooting in Simferopol was indeed a provocation aimed at spreading a “spirit of hatred and fear.”

“Such provocative tactics of putting in confrontation opposing parties was systematically employed at Maidan in Kiev. In a similar way provocateurs are trying to blow up the peace and harmony in our house,” Crimean Prime Minister Sergey Aksyonov said.

Meanwhile, the Ukrainian coup-appointed Ministry of Foreign Affairs has sent a note of protest to Russia following the death of a Ukrainian soldier in Simferopol.

“Today he [the Russian charge d'affaires in Kiev, Andrey Vorobyev] was once again given a note against provoking armed incidents, violence and murder of Ukrainian soldiers," the Ministry said.

A criminal case has been launched after the shooting and the charges are in line with Article 115 of the Ukrainian criminal code – murder. But there is still a lot that is unclear about the attack. It was even less known on the evening it took place.

This, however, was not an obstacle for a stream of conflicting reports, speculating that Russian forces were “storming the base.”

RT’s team was one of the first to arrive at the scene. As they came to the base, RT producer, Lida Vasilevskaya, reported the center was already surrounded by men in camouflage and the situation was "calm."

She learned that the majority of the staff working at the military topography research center are women. The center’s area is rather small, and servicemen have only six machine guns and three Makarov guns to provide security.

It was confirmed to RT that the shooting did take place, but by that time it was unclear where the shooting had come from. This is yet to be investigated.
"All the world's a stage" William Shakespeare

 

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sidonio

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #298 em: Março 20, 2014, 11:17:17 am »
O governo da Ucrânia parece perdido e sem força. Depois do fiasco do ultimatum algo do género "ou libertam o almirante em 3 horas, ou nós não fazemos nada", parece que de Kiev veio a ordem para retirar as tropas ucranianas da Crimeia.

 Ou seja, uma aceitação implícita da ocupação russa. Ao juntar ás recentes declarações do PM da Ucrânia, que discursou em russo, dizendo que não iria procurar uma adesão à OTAN, poderemos assistir à resolução do conflito em breve?

 Uma solução do tipo Bélgica no séc XIX ou Áustria no pós II guerra mundial. A Ucrânia seria declarada país neutro, sem participar em nenhum bloco militar.
 Ou algo mais tipo a Finlândia do pós guerra? Ou mais intenso como a Checoslováquia com a "soberania limitada"

 Há 3 modelos de resolução pacífica do conflito em cima da mesa. Os EUA já disseram que intervenção militar está fora de questão (nunca ninguém com bom senso pensou que estaria em cima da mesa essa opção), no fundo Putin tem carte blanche para a anexação.


 Também concordo com alguém que escreveu que caso o líder russo não fosse o Putin, mas sim o fulano "Manel russo", a posição seria muito semelhante.
Há um ditado para aqueles lados que diz "A Rússia é demasiado grande para ser governada por mais que uma pessoa" --> realmente, os piores anos da Rússia foram com Ieltsin e com o breve governo liberal de Karensky de Fevereiro a Outubro de 1917..
 

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Edu

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #299 em: Março 20, 2014, 11:53:08 am »
Um dos erros que se comete muitas vezes ao analisar a Rússia é ver os russos à luz dos valores definidos como universais nos países ocidentais (EUA e UE). Os russos vêm a vida de forma diferente, têm valores diferentes e mostram também respeito por diferentes valores.

Posso aqui estar um pouco a generalizar mas penso não me estar a afastar muito da realidade russa, mas por exemplo vemos muitas vezes naqueles vídeos no youtube sobre acidente e incidentes de transito na Rússia, que após um simples toque entre carros que os condutores saem dos carros dão meia dúzia de sopapos um no outro entram no carro e seguem como se nada se tivesse passado. Um individuo corta a faixa de rodagem a outro, o outro bloqueia-lhe o caminho e tira da mala um taco de basebol, o outro saí do carro com um machado e fica o problema resolvido. Ou a prioridade dada na entrada de uma faixa de rodagem ao condutor que mostra a arma de fogo.
Tudo isto que descrevi são situações que não imagino acontecerem noutros países sem acabarem em tribunal, no entanto na Rússia parece que é normal e ninguém se ofende com isto. Os Russos são um povo que na sua generalidade aparentam respeitar muito mais a força do que a razão ou o direito como noutros países. Embora apareçam cada vez mais na Rússia pessoas e grupos que desejam uma aproximação aos padrões ocidentais a verdade é que a maior parte dos russos aparentemente ainda tem esta mentalidade que descrevi. E estas pessoas não se chateiam muito em ter um líder corrupto e ligado a oligarquias, estas pessoas querem apenas olhar para cima e ver um líder forte, pois só um líder forte será respeitado por eles. Sem um líder forte a Rússia corre o risco de se desintegrar.

Em países como a Ucrânia existe ainda muita gente com este tipo de mentalidade que respeita apenas a força. Estas pessoas não se importam muito com a corrupção, por isso é que quando a Rússia ameaça invadir muita gente fica contente porque estas pessoas respeitam a força que a Rússia inspira.

Nós entanto ocidentais temos mais a ganhar em perceber os padrões pelos quais estes povos se regem do que tentar impor os nossos para os quais eles ainda não estão preparados.