Muitos dos comentários que vemos na Internet e mesmo os elogios que vemos a Vladimir e à sua clique mafiosa, escondem na realidade a irritação de muita gente, não só na Europa, mas em todo o mundo, com as atitudes dos russos.
Desde o fim do século XIX, quando a comunicação social e os jornais começaram a ter importância, que se pode ver a opinião generalizada sobre os russos.

Desde essa altura que a Russia é vista como um polvo com muitos braços, que tenta sufocar os vizinhos.
Esta é a imagem que os russos tinham da Europa ao Japão, passando pela China.
Aquilo que aconteceu em 2014, foi o aproveitamente de um facto político, a instabilidade numa praça da Ucrânia, para fazer uma afirmação que deixou a Europa espantada.
Creio que provavelmente é melhor que seja assim, para que não haja mais argumentos e mais meias verdades.
Os que defendem o desarmamento e forças armadas cada vez menores são também responsáveis por esta situação.
Fartaram-se de propagandear que a Historia tinha chegado ao fim e que não voltaria a haver perigo de guerras na Europa.
Temos aí o titio Vladimir para mostrar que estavam errados.
Mas há que reconhecer que não haveria nada a fazer. A Ucrânia, os oligarcas e os corruptos, cavaram o seu próprio buraco. O problema é que ao contrário da Russia, onde uma fação chegou ao poder e controlou a outra à moda soviética (matando com polónio, enviando para o hospital psiquiátrico ou para o exílio), na Ucrânia as duas fações subsistiram.
Putin, esperou até que as forças armadas da Ucrânia ficassem sem comandante, até que as forças armadas da Ucrânia se tornassem irrelevantes, até que a Ucrânia ficasse sem governo, para atacar.
Não seria possível fazer nada.
É como se de repente a Grã Bretanha se dissolvesse, a Irlanda do Norte, Gales e a Escócia se separassem, se a Inglaterra entrasse em colapso, se a rainha fosse forçada a abdicar para implantar a República, se parte dos militares obedecesse ainda à autoridade real, e a outra não soubesse a quem obedecer porque não havia presidente eleito.
Alguém duvida que a Argentina conseguia recuperar as Malvinas sem disparar um tiro ?
Há que aguardar.
Para já, os russos estão a enfrentar mais problemas que os que inicialmente se previam.
Estão a enviar milhares de «turistas» para participar nas manifestações contra o governo Ucrâniano. Como na Crimeia, é gente ligada aos movimentos neo-nazis russos e à NASHI, a equivalente russa da Juventude Hitleriana.
Mas os russos não podem fazer nada sem colocar tropas no terreno.
Os grupos neo-nazis russos têm facilidade em encontrar armas, como se viu na Crimeia, mas a Russia ainda não tem gente suficiente para tomar tanto território.
Além disso, os ucranianos têm andado a mover tropas de um lado para o outro. E por muito superiories que sejam os russos, eles sabem que a Ucrânia é demasiado grande.
Os americanos precisaram de mais de 200.000 homens para invadir o Iraque. A Russia terá entre 20.000 e 60.000 nas proximidades da fronteira.
Mas no Iraque havia uma força de mais de 450.000 homens. Na Ucrânia se conseguirem juntar uma força com capacidade operacional de 45.000 sería muito bom.