Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #405 em: Março 31, 2014, 12:36:25 pm »
Citação de: "mafets"
Então mas não sendo a conquista da Noruega um objectivo de Hitler não tinha outras opções? A Filandia era inatingível? Sendo a principal função garantir o escoamento do minério não poderia directamente evadir a Suécia? A que distância estava a Royal Navy da Noruega? A invasão foi por acaso apenas por mar? Apesar das perdas não garantou os seus objectivos nas barbas da poderosa Royal Navy? O offtopic que diz serve exactamente para mostrar que entre opções, desconfiança e descrença numa "Arma" das Forças Armadas dos Nazis a da Marinha foi estudada, usada e contribui bastante para conquistar a Noruega
Temos que mudar esta sub-discussão para o lugar relevante  :mrgreen:

Putin tem o caminho aberto através da Ucrânia. O exército ucrâniano pode responder, mas não pode resistir mais que 15 dias e mesmo assim, apenas pode proteger pontos chave. Em menos de cinco dias o que existe da força aérea ucraniana estará destruido [1] e sem força aérea os tanques  e veículos blindados ucranianos serão atacados pelos helicópteros russos.
A única coisa que pode mudar algo aqui, é o fornecimento macisso de armas anti-aéreas (mísseis) aos ucranianos.
O exército ucrâniano tem a mesma estrutura do exército russo. Tem uma tremenda deficiência de comunicação, que o transformará num cego a bater onde ouve, mas sem perceber o que vê.

A agravante, é que os russos tentaram fazer algumas modificações desde o fiasco da Georgia. A favor dos ucrânianos conta o fato de na Russia, modernização ser uma palavra maldita. Alguns meses depois de se decidir modernizar alguma coisa, já todos se esqueceram e voltou-se ao de sempre.
As tropas russas que contam com uma capacidade operacional moderna e realmente capaz, não ultrapassam quatro ou cinco brigadas.

Ou seja, os russos estão com um problema que não costumam ter: Falta de pessoal.

Na Georgia, eles tentaram resolver o problema utilizando unidades especiais, forças enviadas pela Máfia Chechena para gerar o pânico e depois uma tropa macaca tremendamente mal equipada para ocupação física do terreno.
Mas na Georgia, eles ocuparam uma fração do terreno que hoje teriam que ocupar na Ucrânia.



Cumprimentos


[1] - Nota
As imagens sobre os aviões ucranianos na Crimeia são patéticas.
Não existiam verdadeiras unidades operacionais da força aérea (caças) dignas desse nome na Crimeia. Os helicópteros Mi-24 que lá estavam e que voavam, abandonaram a peninsula muitos dias antes de os russos ocuparem totalmente a região. O resto já é sucata há bastantes anos.
O tempo para a modernização perdeu-se e durante o governo Yanukovich foi a debacle total.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #406 em: Março 31, 2014, 12:45:24 pm »
Também me parecem T-72 Modernizados (provavelmente T-72 B). Um dos aspectos que me faz dizer isso é a colocação os lançadores das granadas de fumo, que nos T-90 (1ª imagem) estão mais atrás na torre. Nos blindados que aparecem no video estão mais para a frente (como neste modelo de T-72B modernizado).



Cumprimentos
« Última modificação: Março 31, 2014, 07:03:15 pm por mafets »
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #407 em: Março 31, 2014, 01:10:15 pm »
Citar
US gives Moldova $10 million to reinforce border with Ukraine

(AFP) / 30 March 2014

Part of Moldova’s eastern border with Ukraine is occupied by the breakaway Russian-speaking region of Transdniestr.

The United States is giving ex-Soviet Moldova $10 million to strengthen security on its border with Ukraine, Washington’s top diplomat in Europe Victoria Nuland said on Sunday.

Part of Moldova’s eastern border with Ukraine is occupied by the breakaway Russian-speaking region of Transdniestr.

Moscow’s de facto annexation of Crimea has raised fears that Russia could make similar moves in other ex-Soviet states with separatist regions.

The situation in Transdniestr has raised “concern”, Nuland, a US assistant secretary of state, told journalists in Chisinau, in comments translated into Russian.

Officials in Transdniestr this month appealed to lawmakers in Moscow to pass legislation that could see the region absorbed into Russia.

Moscow has complained that Transdniestr is being blockaded by Moldova and Ukraine.

Russian Foreign Minister Sergei Lavrov said in an interview broadcast on Saturday that “Chisinau and the new Ukrainian authorities have practically organised a blockade” of Transdniestr.

“What’s more, the European Union and, as I understand it, the United States, encourage such a line,” Lavrov said.

Nuland also said in Chisinau that Russia should press Transdniestr officials to allow OSCE observers into its border zone.

This was backed by Moldovan Foreign Minister Natalia Gherman, who also spoke at the news conference.

“It would be good if the OSCE mission in Moldova could carry out monitoring of the situation in full adherence with its mandate,” Gherman said in comments translated into Russian.

Transdniestr, a strip of land on the Ukranian border that is economically dependent on the Kremlin, seceded from Moldova in 1992 after a civil war.

Residents in the region, which has never been recognised as an independent state by any United Nations member, voted overwhelmingly to join Russia in a 2006 referendum and Moscow still maintains thousands of troops there.

Moldova, which is largely Romanian-speaking and the poorest coutry in Europe, in November initiated an association agreement with the European Union.

Gherman said that the US has given Moldova more than $1 billion since its independence from the Soviet Union and that relations are “better than ever.”
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #409 em: Março 31, 2014, 04:10:14 pm »
Citação de: "papatango"
Citação de: "mafets"
Então mas não sendo a conquista da Noruega um objectivo de Hitler não tinha outras opções? A Filandia era inatingível? Sendo a principal função garantir o escoamento do minério não poderia directamente evadir a Suécia? A que distância estava a Royal Navy da Noruega? A invasão foi por acaso apenas por mar? Apesar das perdas não garantou os seus objectivos nas barbas da poderosa Royal Navy? O offtopic que diz serve exactamente para mostrar que entre opções, desconfiança e descrença numa "Arma" das Forças Armadas dos Nazis a da Marinha foi estudada, usada e contribui bastante para conquistar a Noruega
Temos que mudar esta sub-discussão para o lugar relevante  :mrgreen: ), mas de certeza que a moderação não se melindrará com mais umas linhas "off topic", já que eu fiquei algo pasmado com a "boa consideração" que tem pelo Hitler quando desanca na maioria dos ditadores a ponto de considerá-lo capaz de honrar acordos (e passo a citar) "Desestabilizar a Finlandia, era por em causa os acordos com Estaline."  :mrgreen:

Putin tem o caminho aberto através da Ucrânia. O exército ucrâniano pode responder, mas não pode resistir mais que 15 dias e mesmo assim, apenas pode proteger pontos chave. Em menos de cinco dias o que existe da força aérea ucraniana estará destruido [1] e sem força aérea os tanques  e veículos blindados ucranianos serão atacados pelos helicópteros russos.
A única coisa que pode mudar algo aqui, é o fornecimento macisso de armas anti-aéreas (mísseis) aos ucranianos.
O exército ucrâniano tem a mesma estrutura do exército russo. Tem uma tremenda deficiência de comunicação, que o transformará num cego a bater onde ouve, mas sem perceber o que vê.

A agravante, é que os russos tentaram fazer algumas modificações desde o fiasco da Georgia. A favor dos ucrânianos conta o fato de na Russia, modernização ser uma palavra maldita. Alguns meses depois de se decidir modernizar alguma coisa, já todos se esqueceram e voltou-se ao de sempre.
As tropas russas que contam com uma capacidade operacional moderna e realmente capaz, não ultrapassam quatro ou cinco brigadas.

Ou seja, os russos estão com um problema que não costumam ter: Falta de pessoal.

Na Georgia, eles tentaram resolver o problema utilizando unidades especiais, forças enviadas pela Máfia Chechena para gerar o pânico e depois uma tropa macaca tremendamente mal equipada para ocupação física do terreno.
Mas na Georgia, eles ocuparam uma fração do terreno que hoje teriam que ocupar na Ucrânia.

Cumprimentos


[1] - Nota
As imagens sobre os aviões ucranianos na Crimeia são patéticas.
Não existiam verdadeiras unidades operacionais da força aérea (caças) dignas desse nome na Crimeia. Os helicópteros Mi-24 que lá estavam e que voavam, abandonaram a peninsula muitos dias antes de os russos ocuparem totalmente a região. O resto já é sucata há bastantes anos.
O tempo para a modernização perdeu-se e durante o governo Yanukovich foi a debacle total.
A diversos aspectos que não percebo no seu raciocinio... :shock: . Alem do mais, uma coisa é ocupar uma faixa de terreno e usa-lo para reforçar a Transnistria, outra completamente diferente é atacar deliberadamente a Ucrânia (mesmo que os Russos arranjem pretexto para isso), destruindo as poucas F.A. que os Ucranianos possuem e ocupando uma larga faixa do território. Nem eu tenho grandes dúvidas que face a uma situação desse tipo a NATO iria intervir... :shock:


Quanto à questão técnica das frotas Russa e Turca, a ultima é de facto mais moderna e mais numerosa, alem de contar com uma aviação ela própria tecnicamente superior, mas neste caso não é relevante porque os Russos não vão atacar a Turquia e portanto não precisam de levar a frota para o meio do mar negro. Ao invés a Turquia se quiser incomodar com a sua marinha qualquer acção russa perto da costa, terá com o alcance dos seus Harpoon, Teseo ou Exocet que se aproximar no mínimo 120 km enquanto que os Russos no porto ou em terra têm misseis com alcance igual ou mesmo superior (na casa dos 500/700km) e caso opte por uma acção aérea tem de se haver com as baterias de misseis AA Russas (que é uma área que certamente todos concordamos que os russos continuam bastante avançados). Assim os turcos podem de facto fechar o Bosforo e impedir que a Marinha Russa se aventure no interior do Mar Negro (mesmo que os EUA forneçam os últimos Hapoon com alcance de 300 km os russos continuavam a ter modelos de maior alcance), agora mais é difícil.
Quanto ao quererem  arriscar a sua marinha (mesmo para uns abalroamentos) a historia já é outra. O mercado financeiro parece mais preocupado com a questão interna turca do que com a Crimeia e a instabilidade na região, http://www.reuters.com/article/2014/03/13/markets-emergingmarkets-idUSL6N0MA1E520140313 e este excelente e completo trabalho sobre as relações económicas dos dois paises 2002/2012 tem vindo a subir para valores muito significativos em praticante uma década (http://www.hazar.org/UserFiles/yayinlar/raporlar/A_Realist_Reassessment_Of_Turkish_Russian_Relations_2002_2012_From_The_Peak_To_The_Dip.pdf). Não é credivel que por causa da Siria ou na Ucrânia, além dos comentários prejurativos e da intercepção pelos turcos de aviões a transportarem armas para os Sírios ou de vigilância russa altere esse cenário.




Saudações
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #410 em: Março 31, 2014, 06:11:47 pm »
Russia: Pivoting to Asia or Just to China?

10:19 27/03/2014



TRENIN, Dmitri

Citar
Last Friday, fireworks displays in Sevastopol, Simferopol and Moscow marked Crimea's accession to the Russian Federation. Just before that, the United States introduced first real economic sanctions against Russia by targeting a bank. Half a million Russian MasterCard/Visa cardholders were immediately affected. Responding to this, the Russian government reactivated the suspended project for a national electronic payments system, broadly analogous to Japan's JCB. The French government has postponed its decision as regards the Mistral ships which France is building for the Russian Navy. It may well be that that order will be canceled. Ukraine, faced with the prospect of losing the special gas price granted by President Vladimir Putin to Viktor Yanukovych, will begin receiving some of the gas it needs via Germany. Meanwhile, Germany and other EU countries, encouraged by the United States, are considering steps to fundamentally reduce Europe's dependence on Russian energy supplies.

Russia's economic, political and strategic environment in the West is fast deteriorating. One obvious way to respond to this is to reach out to Asia and the Pacific. China, of course, will not follow Western sanctions: it is more likely to exploit them for its own benefit. Gazprom, which has long been haggling about the price for its gas with Beijing, may become more flexible now that its European market is under threat. Moscow will also have to be more welcoming toward Chinese investments in Russia's energy projects, which heretofore have been seen as a geopolitical risk. In its new Cold War with the West, Russia will need China more—as a source of cash, an investor, and a market. With Russia more dependent on it, China's international influence will substantially grow.

China, however, cannot be a source of high technology for Russia, and Moscow is probing the Japanese as to how far they will be prepared to go in their economic relations with Russia. At a business forum last week in Tokyo, Rosneft's Igor Sechin was inviting the Japanese to invest in energy projects in Siberia and the Arctic. Japan's businessmen are certainly interested. Prime Minister Shinzō Abe has long been known to take a strategic view vis-a-vis Russia. In the run-up to Crimea's referendum, the head of Japan's newly-formed National Security Council visited Moscow. Some in Tokyo wonder whether, after having returned Crimea to Russia, President Putin might become more flexible on the Kuril Islands dispute with Japan. Abe, however, will have a hard job convincing President Barack Obama that, even under the current circumstances, a Japan-Russia rapprochement will actually benefit U.S. strategy in the Asia-Pacific.

South Korea is another potential purveyor of technology and investment to Russia—and another U.S. ally. The Koreans, of course, will not break ranks with the Americans on Russia. Seoul, however, is worried that the breakdown in U.S.-Russian relations may lead to Russia turning less cooperative on the Korean Peninsula. Pyongyang, for its part, by making statements in support of Moscow, is already seeking to exploit the Russian-Western cold war in its own interest. What Moscow needs, however, is new economic opportunities rather than statements. The Trans-Korean gas pipeline and rail link projects it advocates could help—and they would also improve the general situation on the Peninsula.

As with Japan, Moscow will understand South Korea siding with the United States rhetorically, while continuing or even expanding business relations with Russia. However, either country joining U.S. economic sanctions against Russia will have an adverse geopolitical effect for them, something which Tokyo and Seoul would want to avoid. Beyond North-East Asia, Russia looks to the advanced economies of Singapore and Taiwan as sources of technology, investment, and best practices. Again, the United States, in principle, can check the economic moves of its Asian allies toward Russia. By doing so, it will help make the China-Russia link stronger.
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #412 em: Abril 01, 2014, 11:50:14 pm »
Citação de: "papatango"
Bastaria ver o que os turcos dizem dos russos por causa da Síria.

Dizem o quê? Já agora seria bom saber. Fecharam ou ameaçaram alguma vez fechar os russos dentro do Mar Negro cortando a principal via de abastecimento para a Síria, ou vão enviar remessas de kebab até os russos enjoarem e fugirem só do cheiro?


Citação de: "papatango"
A agravante, é que os russos tentaram fazer algumas modificações desde o fiasco da Georgia.

Fiasco?!! Ui... devo ter passado no "worm-hole" errado e vim parar noutro plano que não o pretendido. Quer dizer, em menos de 5 dias destruiram toda a capacidade militar efectiva dos georgianos, cortando o país em dois ao ocupar Gori, podendo rodar quer direito a Batumi, sem qualquer resistencia ou então marchar alegremente até Tblissi, visto que aquela tal suposta linha de defesa montada pelos georgianos foi só depois de verificarem que os russos param em Gori e não pareciam ter interesse em mais e foi um fiasco? Ficaram com as partes que queriam do território georgiano, cortando de forma brutal a mão que avançava para o Cáspio e foi um fiasco? E para mais com "unidades de tropa macaca" (os tipos da OTAN que redigiram relatórios sobre a surpresa perante o profissionalismo evidenciado pelas unidades russas no conflito também devem ter vindo de outro plano)  :roll:  :shock: [/quote]

Não está só, existem muitos mais entre nós   :D , que a Natureza não dotou com a capacidade cognitiva de poder entar no "wonderland" papatanguense. Quanto à OTAN intervir, nem mesmo com os russos a marchar dentro de Lvov. A a matemática nisto é muitos simples, não existe capacidade convencional de vencer uma guerra contra a Rússia ali, os russos sabem disso, a OTAN sabe disso, o Obama sabe disso, o meu canário, se tivesse um, saberia disso e até o John "Wayne-Trigger-happy" McCain (sem ofensa à inteligencia dos canários) sabe disso e por isso, neste assunto, todos voam baixinho, baixinho baixinho, tipo os crocodilos.

Como ninguém quer pensar sequer na outra opção militar que resta nem têm a capacidade de ver que enchendo o Mar Negro com um destruidor e um navio de apoio os russos borram-se todos (de riso), o que seria realmente eficaz contra os russos também ninguém parece disposto, tirando os USA por razões óbvias Sanções económicas sérias e duras seiam devastadoras para a economia russa mas ao mesmo tempo o estrago nas economias centrais da UE seria também muito gravoso. Creio eu que, caso os russos avançassem pela Ucrania dentro, seria essa a reacção da UE-OTAN-USA e ao mesmo tempo os russos não avançaram por isso mesmo, as sanções não foram duras que justificassem ir ocupar o resto da Ucrania.
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #413 em: Abril 02, 2014, 12:50:56 am »
Citação de: "FoxTroop"
A a matemática nisto é muitos simples, não existe capacidade convencional de vencer uma guerra contra a Rússia ali, os russos sabem disso, a OTAN sabe disso, o Obama sabe disso, o meu canário, se tivesse um, saberia disso e até o John "Wayne-Trigger-happy" McCain (sem ofensa à inteligencia dos canários) sabe disso e por isso, neste assunto, todos voam baixinho, baixinho baixinho, tipo os crocodilos.

Concordo com quase tudo o que o FoxTroop disse e apreciei a sua análise, só fiquei com dúvidas nesta afirmação. Em guerra convencional, custa-me a acreditar que a Rússia conseguisse efectivamente ter vantagem relativamente à União Europeia, ora a União Europeia junta tem uma população 4 vezes superior à Russa. Em termos tecnológicos não é inferior, penso que se possa considerar superior. Olhando para a História, a Alemanha practicamente sozinha e em guerra com a Europa toda conseguiu impor enormes derrotas à União Soviética.

Será que em termos convencionais, juntando todos os exercitos da UE, a Rússia conseguia efectivamente ter vantagem?
 
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #414 em: Abril 02, 2014, 01:08:00 am »
Nos EUA nem o John McCain advoga a solução militar... Quando assim é já sabemos que os EUA não vão intervir, mesmo que Putin vá pessoalmente fazer uma parada da vitória em Lviv.

Não deixa de ser curioso que nos discursos dos lideres ocidentais, deixou de haver referência à situação da Crimeia. De forma implicita estão a reconhecer que a Crimeia a partir de agora é russa.
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #415 em: Abril 02, 2014, 01:49:18 am »
Citação de: "Edu"
Citação de: "FoxTroop"
A a matemática nisto é muitos simples, não existe capacidade convencional de vencer uma guerra contra a Rússia ali, os russos sabem disso, a OTAN sabe disso, o Obama sabe disso, o meu canário, se tivesse um, saberia disso e até o John "Wayne-Trigger-happy" McCain (sem ofensa à inteligencia dos canários) sabe disso e por isso, neste assunto, todos voam baixinho, baixinho baixinho, tipo os crocodilos.

Concordo com quase tudo o que o FoxTroop disse e apreciei a sua análise, só fiquei com dúvidas nesta afirmação. Em guerra convencional, custa-me a acreditar que a Rússia conseguisse efectivamente ter vantagem relativamente à União Europeia, ora a União Europeia junta tem uma população 4 vezes superior à Russa. Em termos tecnológicos não é inferior, penso que se possa considerar superior. Olhando para a História, a Alemanha practicamente sozinha e em guerra com a Europa toda conseguiu impor enormes derrotas à União Soviética.

Será que em termos convencionais, juntando todos os exercitos da UE, a Rússia conseguia efectivamente ter vantagem?


Não sou especialista militar... mas considerando a extremamente improvável hipótese de a UE organizar um exercito conjunto para combater a Rússia, dúvido imenso da sua efectividade.
Para combater de forma defensiva, na Polónia ou Alemanha, junto de logística, com sentimento populacional favorável à guerra, aí sim, acredito numa vitória numa grande batalha segundo os teoremas de Clausewitz.
Em contexto de força expedicionária, ir combater para Ucrânia ou Bielorússia, tenho dúvidas que sem apoio dos EUA conseguissem sequer lá chegar.
 
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #417 em: Abril 02, 2014, 02:29:00 pm »
O fox  é adepto ultra da Russia!  

 Parece os alienados das claques futebolísticas.

Eu chamo a isso fundamentalismo.
Não consegue pensar de outra forma e não quer mudar de assunto!
 

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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #418 em: Abril 02, 2014, 02:59:25 pm »
Citação de: "Edu"
Citação de: "FoxTroop"
A a matemática nisto é muitos simples, não existe capacidade convencional de vencer uma guerra contra a Rússia ali, os russos sabem disso, a OTAN sabe disso, o Obama sabe disso, o meu canário, se tivesse um, saberia disso e até o John "Wayne-Trigger-happy" McCain (sem ofensa à inteligencia dos canários) sabe disso e por isso, neste assunto, todos voam baixinho, baixinho baixinho, tipo os crocodilos.

Concordo com quase tudo o que o FoxTroop disse e apreciei a sua análise, só fiquei com dúvidas nesta afirmação. Em guerra convencional, custa-me a acreditar que a Rússia conseguisse efectivamente ter vantagem relativamente à União Europeia, ora a União Europeia junta tem uma população 4 vezes superior à Russa. Em termos tecnológicos não é inferior, penso que se possa considerar superior. Olhando para a História, a Alemanha practicamente sozinha e em guerra com a Europa toda conseguiu impor enormes derrotas à União Soviética.

Será que em termos convencionais, juntando todos os exercitos da UE, a Rússia conseguia efectivamente ter vantagem?

À excepção dos Franceses (que por estarem durante  muitos anos fora da estrutura operacional da NATO, pelo que desenvolveram equipamento, sensores, recolha de informação, etc, própria e assim têm uma logística também ela mais autónoma já que por exemplo só os aviões AEW são americanos)  e Suecos (neutros), os restantes países da UE possuem maioritariamente equipamento americanos, misseis americanos, sensores americanos e logo estão dependentes da logística americana (mesmo com os Europeus a tentarem reduzir essa dependência em programas de aviões, navios e blindados próprios, muitos componentes são dos EUA mesmo em aeronaves como o Gripen sueco). A esta questão à que juntar os cortes orçamentais que colocaram em mínimos históricos os números de praticamente tudo referente às F.A. da UE (a titulo de exemplo os franceses têm em serviço 320 tanques em 4 regimentos, 224 caças/bombardeiros e 103 navios entre combate e apoio). A isso temos ainda de juntar a grande dependência dos europeus com os sistemas de recolha e processamento de informações americanos, na maquina de transporte americana e nos seus meios de projecção de força, só para citar alguns exemplos (a Europa em intervenções como o Mali conseguiu minimamente articular um conjunto de operações com envolvimento diminuto dos americanos, mas por exemplo numa operação mais complexa como a dos Britânicos nas Falklands ficou patente já em 1982 as dificuldades em agir independente dos EUA).




Por muito que exista superioridade tecnológica em determinadas áreas e não se saiba bem como está muito material Russo o país possui bases áreas, navais e terrestres ao lado de uma hipotética área de conflito (já debati bastante em post anteriores esta questão e o porque de achar que por aquelas bandas é complicado ganhar aos russos), aumentou o seu orçamento militar e só as forças em redor da Ucrânia são metade das francesas (nas acções de combate na Líbia a Europa demonstrou diversos problemas, desde a capacidade operacional dos seus aviões abaixo dos F-16 à falta de munições inteligentes e misseis de cruzeiro nos próprios paióis desde navios às bases aéreas).  


Por ultimo, à claramente falta de vontade politica, militar e social de esta Europa agir numa situação militar mais complexa e com impicações financeiras e económicas grandes, ao contrario de uma operação como a ATALANTA onde o orçamento e meios são diminutos.



Cumprimentos

P.S. A wikipedia apresenta, recorrendo a uma serie de analistas, uma visão simples e bastante realista do que se passou no conflito da Geórgia. http://en.wikipedia.org/wiki/Russo-Georgian_war
Apesar da boa análise global da planificação e execução das forças russas, a grande maioria das criticas quanto à actuação das mesmas vão sobretudo para a Força Aérea, problemas de hierarquia com o exercito, incapacidade de articular com as unidades terrestres, falta de aviónicos modernos e onde sobretudo a perda do bombardeiro Tupolev é o principal alvo dos críticos. Quando às forças terrestres, além da 58º Exército (onde o principal problema foi a obsolescência das comunicações e falta de munições, é reconhecido que apesar do profissionalismo da maioria dos soldados houve problemas sobretudo com as minorias étnicas, principalmente tchetchenos dos batalhões Vostok e Zapad) as restantes foram Fuzileiros e Para-quedistas (por norma tropas bem preparadas e treinadas que actuaram maioritariamente bem). É alvo de realce a excelente prestação da Marinha Russa do Mar Negro:
Citar
Commenting on the performance of the Russian Black Sea Fleet, Swedish analysts Carolina Vendil Pallin and Fredrik Westerlund noted, that although the fleet never met any serious opposition, it still showed that it is a force to be reckoned with. Being able to plan and carry through manoeuvres of the size which were carried out during the war required considerable skills, according to the analysts.
Já quantos às forças Georgianas (4 brigadas de infantaria, uma de artilharia e uma de blindados) é difícil avaliar pontos positivos (a excepção do ataque inicial e de uma emboscada feita a uma coluna russa). Desde a impreparação, falta de treino, pouca resistência e uma retirada tão caótica que deixaram parte do equipamento para trás, ao poder politico sem qualquer preparação de combate mas que quis ordenar os militares, tudo é referido. Aliás a única unidade com treino tipo NATO nem sequer estava na Geórgia (foi aerotransportada do Iraque pela USAF mas chegou tarde para o combate).
(Georgian_army_leaving_South_Ossetia)
« Última modificação: Abril 02, 2014, 08:03:43 pm por mafets »
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #419 em: Abril 02, 2014, 07:45:23 pm »
mafets
 
Só um completo tresloucado é que poderia achar que um conflito armado é a melhor solução para este problema!
  Esperemos que dos dois lados haja bom censo.