Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil

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Edu

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #390 em: Março 28, 2014, 03:40:40 pm »
Citação de: "papatango"

E o Putin, como os russos do tempo da União Soviética, pode bater em cão quase morto, mas não bate em quem pode responder.

Mas regra geral isso é o que todos os países tentam sempre fazer, bater em quem não pode ou tem muita dificuldade em responder. Os EUA não são diferentes da Rússia.

Veja-se o Iraque, o Afeganistão, a Libia, a Somália. Os EUA não têm problemas nenhum em se meter contra quem não consegue verdadeiramente responder. Já por exemplo no caso da Coreia do norte, com flagrantes atropelos aos direitos do homem e assumidamente com armas de destruição maciças, nomeadamente armas nucleares, os Americanos põem sanções e tal mas fica-se por aí.

Quando o Iraque (saído de uma guerra devastadora com o Irão) decidiu invadir o Kuwait, depressa lá foram, agora com a forças Russas na Ucrânia ficam-se pelas sanções, quando eles até tem um acordo assinado com a Ucrânia no qual prometem (juntamente com a Rússia e Reino Unido) defender a integridade territorial da Ucrânia. Queriam atacar a Síria, mas com o posicionamento da frota Russa depressa voltaram a trás.

O morder só em cão doente não é acção exclusiva da Rússia de Putin, todas as grandes potências preferem sempre se meter contra quem não pode responder.
 

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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #391 em: Março 28, 2014, 03:43:35 pm »
Citação de: "papatango"
mafets -> Você está a partir do principio de que o Putin vai começar uma guerra atómica porque de repente o amante o abandonou e ficou carente ...

O Putin só morde em cão doente.
Você não tem, não terá nunca uma confrontação com os russos a atacarem os americanos nem com mísseis basalto, nem granito, nem pedra pomes.

Os mesmos mísseis estavam disponíveis para afundar os navios americanos quando eles se aproximavam das águas soviéticas na década de 1980.
Porque diacho eles não fizeram isso ?

Entenda que não podemos fazer comparações da capacidade dos meios militares quando os países não estão dispostos a utilizar armamento.
Quando países que realmente se podem atacar, entram em conflito, tudo se reduz aos abalroamentos.

Você envia um navio para abalroar o outro.
É assim nas guerras frias. Para que você pensa por exemplo que os espanhóis enviaram navios durante a guerra da palmeta, e o que aconteceu na guerra do arenque ?

Eu sei que isto parece tonto, quando olhamos para as características dos navios de guerra, mas no mundo real, você não dispara os granit, não lança os mísseis Bulava para incinerar Washington.

No mundo real, você abalroa um navio com outro e impede-o de navegar numa determinada rota.
No mundo real você não será o primeiro a disparar e tanto russos quanto americanos nunca o vão fazer. Nunca o fizeram nem no tempo da União Soviética, em que tinham navios para dar e vender e podiam dar-se ao luxo de abalroar os cruzadores americanos com fragatas.

Isto para dizer que pura e simplesmente, para uma guerra fria a Russia não tem absolutamente garantido o controlo do mar.
Em qualquer altura os americanos enviam navios para o Mar Negro, e continuam a dizer que não haverá «boots on the ground».

Esses navios não podem disparar, mas podem desarticular qualquer operação anfíbia, só com a sua presença física.

E o Putin, como os russos do tempo da União Soviética, pode bater em cão quase morto, mas não bate em quem pode responder.
Agora sou eu que não percebo... :twisted:  :mrgreen: ), quando na própria guerra fria (como também já tinha dito) o confronto entre as super-potências se fez na zona de influência, como o Afeganistão ou o Vietname. Agora, onde à armas, devemos sempre colocar a hipótese (mesmo remota e não sendo ideia premeditada por nenhum dos países) de existir tiros (não foram os argentinos que acharam que não ia haver guerra por umas ilhas perdidas no Atlântico Sul? Tramaram-se bem...  c34x
(a situação entre chineses e americanos que envolveu o USS Cowpens)
Citar
Um bloqueio ou qualquer confrontação com os russos será sempre neste estilo:
Cruzador Yorktown e fragata russa da classe Krivak.
Não me ouviu dizer o contrário (apesar de em termos aéreos não ter sido bem assim http://en.wikipedia.org/wiki/Air-to-air_combat_losses_between_the_USSR_and_U.S.). Agora uma coisa é o bloqueio outra é desarticular uma operação anfíbia, sendo que ambas não podem ser feitos com meios diminutos. Os confrontos com abalroamentos são uma constante ainda hoje, já que ainda à pouco tempo aconteceu entre a China e os EUA quando estes seguiam com atenção o Liaoning e a chineses resolveram dizer à bruta como acontecia na guerra fria: "vão-se embora que não cremos aqui espiões"(http://www.passarodeferro.com/2013/12/incidente-entre-navios-de-guerra.html), agora num bloqueio ou uma tentativa de desarticulação teria de ser mais parecida com o bloqueio a Cuba onde aconteceu desde submarinos russos a serem forçados a emergir a ameaças constatantes de disparo aos navios que queriam furar o bloqueio(até um U2 foi abatido).


Ainda por cima uma coisa é bloquear uma ilha em pleno Atlântico e no quintal da América, outra completamente diferente é fazê-lo no Mar Negro, sendo que mesmo se tivermos em conta os abalroamentos um Slava é maior que um A.B.(está a ver como não é disparatado se pudessem enviar os Porta-Aviões para o Mar Negro, não há nada maior para os abalroamentos) :wink: ). E quando é assim, é de desconfiar se mesmo no plano militar (caso o hipotético evolua, algo que deve sempre ser considerado e previsto) a situação seja diferente, pelo que é sobretudo essa desconfiança que me faz pensar seriamente na questão da Transdnistria ou como já aqui foi adiantado no Cáspio e quem sabe em Nagorno Karabac (imagem abaixo).


Saudações
« Última modificação: Março 28, 2014, 06:26:51 pm por mafets »
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Lusitano89

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #392 em: Março 28, 2014, 04:23:18 pm »
Ucrânia: A guerra das sanções
Alexandre Reis Rodrigues


Quando há mais de trinta anos, os EUA iniciaram um programa de sanções contra o Irão não havia a experiência nem os métodos que existem hoje para as tornar suficientemente eficazes. A prática começou a evoluir apenas depois do 11 de setembro quando a administração Bush a inclui no combate ao terrorismo para atingir
as suas redes de financiamento. Só, há menos de quatro anos, a partir de 2010, é que começaram a ter um impacto prático relevante na economia iraniana. Mesmo assim, foram precisos mais três anos para levar Teerão a mostrar-se disponível para iniciar as conversações que estão presentemente em curso.

Que esperanças podemos depositar no seu desfecho é uma incógnita ainda em aberto. Em qualquer caso, ninguém espera, pelo menos de momento, que consigam fazer Teerão desistir do seu programa nuclear, o objetivo inicial do Ocidente. Para garantir esse fim seria com certeza incontornável recorrer aquilo que Robert Kaplan chama as “virtudes do hard power”, mas essa é uma hipótese que deixou de estar em voga, principalmente, à luz da dolorosa experiência de intervenção militar no Iraque.

Nas declarações que fez recentemente em Bruxelas, o Presidente Obama deixou perfeitamente claro que não haverá recurso a uma resposta militar para fazer Moscovo voltar atrás na invasão da Crimeia. Aliás, no discurso feito a 26 de março, no Palais dês Beaux-Arts, não só deixou isso perfeitamente explícito como pôs um ponto final na questão que tem estado em aberto sobre a possível entrada da
Ucrânia na NATO:

«Of course, Ukraine is not a member of NATO – in part, because of its close and complex history with Russia. Nor will Russia be dislodged from Crimea or deterred from further escalation by military force».
 
É uma alteração radical da postura adotada pela administração Bush e, em oposição frontal ao comunicado final da Cimeira da NATO de Bucareste, que deixou aberta a porta para a adesão da Ucrânia. Na minha perspetiva, é, finalmente, também a chegada do bom senso que faltou ao Presidente Bush ao insistir com a admissão da Geórgia e Ucrânia, o que esteve perto de acontecer, em 2008, quatro meses antes da Rússia invadir a Geórgia. Pena é que esta correção de rumo surja apenas como que despoletada pela crise. Fica sujeita à interpretação de que se trata sobretudo de uma iniciativa para tentar reduzir as tensões. Dá a Moscovo a ideia que até por isso já valeu a pena ter optado por uma postura agressiva.
 
No entanto, a ansiedade que a ação russa na Crimeia provocou entre as antigas repúblicas da URSS, hoje membros da NATO, precisa de bastante mais do que as atrás referidas tentativas de despoletar a crise. Necessita de demonstrações práticas das garantias políticas de que os compromissos da segurança coletiva continuam a ser a base da existência da NATO. Algumas medidas simbólicas estão já a ser tomadas, aumentando a presença militar (alguns aviões para controlo do espaço aéreo) mas resta saber se vão chegar para demonstrar que os EUA estão firmes em manterem a NATO como uma Aliança militar relevante.
 
Perante prioridades noutras zonas do mundo, hoje, os EUA apostam sobretudo em insistir com os europeus para que assumam as suas responsabilidades (expressing concern about reduced defense spending, President Obama «called on european Allies to “chip in” for mutual defense»). Obviamente, trata-se de uma questão crucial. Se for permitido concluir, aos aliados mais diretamente confrontados com a agressividade russa, que não lhes resta senão acomodarem-se à hegemonia de Moscovo, mesmo contra a sua vontade, então estaremos perante um retrocesso grave de todo o esforço que a NATO tem feito desde que foi criada.
 
Como poderá funcionar a imposição de sanções que os EUA tentam concretizar, à vista da indispensabilidade de mostrar a Moscovo que o caminho não está livre para
continuar a ignorar elementares preceitos de Direito Internacional, é uma questão essencial. Até que ponto é realista manter expectativas otimistas de que o desfecho de sanções poderá ser semelhante ao conseguido com o Irão e que Moscovo vai reconhecer que afinal cometeu um erro que lhe vai custar caro?

Ao contrário do que se poderá imaginar, o sucesso do uso de sanções não depende apenas do maior ou menor domínio das técnicas e metodologias de as aplicar. À
medida que estas evoluem, também se vão sofisticando as formas de as ultrapassar, nomeadamente em “jogadas de antecipação”, como fez, neste caso Moscovo, ao retirar os investimentos feitos nos EUA (100 mil milhões de dólares) antes da crise se desencadear. O seu sucesso depende de variadas circunstâncias que, frequentemente, são conjunturais e escapam ao controlo dos que as aplicam.
 
É o caso, por exemplo, de conseguir uma larga frente unida de participação internacional, o que tem sido a principal fraqueza do sistema e tudo indica que volte a ser neste caso. Invariavelmente, os Países decidem a sua participação apenas em função dos seus interesses diretos e não em ligação da sua proximidade e alinhamento político, mesmo quando estes são estreitos.
 
Suzanne Maloney, numa análise recente sobre as perspetivas de funcionarem bem as sanções aplicáveis à Rússia, lembrava como o Japão, em 1979, não tinha hesitado em preencher o vazio deixado pela decisão de embargo às importações de petróleo iraniano e de congelar os seus bens no exterior. Não faltariam muitos outros exemplos se fosse necessário demonstrar melhor esta realidade. A Europa, malgrado a condenação de Moscovo e esforços feitos de alinhamento com os EUA, terá dificuldades em mostrar-se unida dadas as reservas das suas comunidades empresariais sobre a aplicação de sanções que inibirão os negócios que estão em curso ou programados.
 
Não obstante Angela Merkel se ter mostrado não inclinada em contemporizar com Putin, não se espera que a Alemanha venha a impor as sanções que a situação
exigiria. Nas suas últimas declarações, Merkel afirma que a Alemanha está a trabalhar numa “solução política” (!) para a resolução da crise. Em termos de política interna alemã, compreendem-se estes cuidados: dois-terços da população declara-se contra a ideia de sanções e cerca de 55% simpatiza com a ideia de que a Ucrânia é área de influência russa.
 
Para que as sanções sejam eficazes é necessário que atinjam os setores vitais da economia do País visado e que não se repercutam por áreas do interesse de quem
as aplica, como receiam os europeus. No caso da Rússia, como no do Irão, os setores a atingir seriam, à cabeça, o bancário e o energético mas o que foi possível
fazer no Irão, neste segundo setor, não é aplicável ao caso russo dada a grande dependência energética da Europa em relação ao gás e petróleo russo. No gás, a
Finlândia depende a 100%, a República Checa 80%, a Eslováquia mais de 60%, a Polónia, Grécia, Turquia, Austria e Hungria à volta de 50% e, finalmente, a Alemanha e Bélgica acima dos 40%. A promessa de Obama de que irá ajudar os europeus nas suas políticas de diversificação das fontes de abastecimento de gás, assegurando a satisfação de pelo menos parte das suas atuais necessidades, será algo que não se concretizará de um momento para o outro.

Também não é realista esperar que as sanções conduzam a alterações da política russa como seria desejado. É o que nos mostra a evolução do diálogo com Teerão, que nada indica poder ter como desfecho o abandono do seu programa nuclear. Em primeiro lugar, porque as sanções levam sempre muito tempo a começar a produzir efeitos e, com o passar do tempo, cada vez se torna mais improvável levarem a um voltar atrás. Em segundo lugar, porque tratando-se de uma questão vital, os visados encontram sempre formas de resistir, “encaixando” os correspondentes sacrifícios.

Não obstante todo este ceticismo, neste momento e para o caso da Rússia, sanções são o único instrumento com que se pode contar para fazer pressão sobre Moscovo. Se forem minimamente coerentes, poderão, indiretamente, ajudar a criar um clima de incerteza a atuais e futuros investidores externos sobre a margem de segurança com que poderão contar. Obviamente, os oligarcas russos, mesmo os que apoiam e dependem de Putin, reagirão negativamente se tiverem que se confrontar com restrições aos seus negócios e isso pode ser o início de divisões que será útil explorar.


Jornal Defesa
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #393 em: Março 29, 2014, 01:52:26 am »
A questão da guerra de abalroamento, é muito mais real que o que poderia parecer.


Desde a década de 1970, quando os Estados Unidos decidiram construir um grande número de fragatas Perry, que eles complementaram as fragatas com os cutters de grandes dimensões.
Todas as marinhas estão a incorporar navios cada vez maiores para funções de patrulha. Em caso de situações de bloqueio, em que os países não vão utilizar armamento, a solução é, foi e continua a ser a de abalroar o navio inimigo, porque isso não é um ato de guerra.
Só se houver resposta.
Os americanos retiraram as Perry com deslocamento de quase 4000t e substituiram-nas pelas Burke com deslocamento que nos modelos mais recentes já ultrapassou as 10.000t. E é por isso que os novos Cutters são  bem mais pequeninos (4.200t)   :mrgreen: .

É evidente que um cruzador da classe Slava é maior que um Arleigh Burke, o problema, é que os russos não se podem dar ao luxo de danificar  um dos três únicos que têm. Os americanos têm mais de 60 deles.
Para a função de abalroamento os russos utilizam as Ropucha, que têm um deslocamento de mais de 4000t embora vazias desloquem menos.
É para isso que os russos enviaram esses navios para o mediterrâneo.

Qualquer confronto naval entre russos e americanos decorrerá desta forma e os americanos terão sempre a vantagem. Neste caso não só da qualidade de construção, mas também do número.

Por isso, um avanço dos russos por mar, de forma ostensiva contra mais um país, poderia ser demasiado perigoso, porque contraproducente.
Se os americanos respondem, o Putin não pode escalar, a não ser com a guerra total contra a América.
A Russia não correrá o risco de enfrentar a América no mar, mesmo que seja o Mar Negro.

Aliás, bastaria ver o que correu na semana em que chegou ao Mar Negro um contra-torpedeiro americano para uma visita de Rotina.
Os russos em vez de mostrarem o glorioso cruzador e a sua escolta, informaram que chamaram batarias de mísseis com base em terra (daquelas que não afundam).

Os russos não têm nenhuma confiança na marinha deles. Sempre foi o parente pobre. Os ucrânianos são a mesma coisa, a marinha do país é uma anedota.
Pelo si pelo não, é melhor ir de carro ... (blindado ou não).
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #394 em: Março 29, 2014, 01:05:08 pm »
Citação de: "papatango"
A questão da guerra de abalroamento, é muito mais real que o que poderia parecer.


Desde a década de 1970, quando os Estados Unidos decidiram construir um grande número de fragatas Perry, que eles complementaram as fragatas com os cutters de grandes dimensões.
Todas as marinhas estão a incorporar navios cada vez maiores para funções de patrulha. Em caso de situações de bloqueio, em que os países não vão utilizar armamento, a solução é, foi e continua a ser a de abalroar o navio inimigo, porque isso não é um ato de guerra.
Só se houver resposta.
Os americanos retiraram as Perry com deslocamento de quase 4000t e substituiram-nas pelas Burke com deslocamento que nos modelos mais recentes já ultrapassou as 10.000t. E é por isso que os novos Cutters são  bem mais pequeninos (4.200t)   :roll:  :shock: http://en.wikipedia.org/wiki/Ropucha-class_landing_ship
Mais lógico seria usar por exemplo uma Krivak ou Kashin que também tem um deslocamento na ordem das 4000 toneladas e com velocidade na ordem dos 33 nós tem maior probabilidade de abalroar qualquer navio americano de 1ª linha. :wink: )
O contra-torpedeiro japonês envolvido no incidente
Citar
Japan which accused a Chinese navy vessel of locking radar normally used to aim weapons on a Japanese naval ship in the East China Sea.
Continua também a existir uma analise prejurativa por parte dos "génios da geopolitica e geotratégia" da UE, EUA, NATO e seus súbditos (os mesmo que acharam que o Putin não ia fazer nada contra a Ucrânia) que então no plano técnico-militar é de brandar aos céus (não aprenderam nada com o Zero Japonês, em que os relatórios provenientes dos recontros dos P-40 dos "Tigres Voadores" foram arquivados já que era impossível "um povo de segunda" como os Japoneses fazerem um avião daqueles).
A frota Soviética passou por três fases distintas. A partir do inicio dos anos 70 foi decidido criar uma marinha oceânica para rivalizar com a americana que tinha mais de 30 anos de vantagem, existindo para isso um enorme investimento (não era portanto assim tão mal vista). Agora isso não invalida os problemas técnicos que os projectistas navais do Kremlin tinham e o facto de quando a URSS caiu ainda o plano nem a meio estava (existiam os 4 Kiev, 2 Moskva porta-helicopteros, 1 Kuznetzov com outro em construção), portanto não existia senão através de submarinos capacidade para confrontar os EUA em mar aberto (qualquer general ou mesmo almirante sabia e sabe isso hoje). Porem o Báltico e o Mar Negro não é o Mediterrâneo ou o Oceano, pelo que mesmo em regime de não confrontação a quantidade de sensores (já nem vou falar de misseis embora aqui exista também o "significado psicológico" de ter muitas armas russas apontadas :mrgreen: )o que diz bem da robustez das construções Russas (os chineses que nas fragatas Naresun para a Tailândia só fizeram asneira da grossa, nada se ouve)http://en.wikipedia.org/wiki/Naresuan-class_frigate.
(Su-7 e o rubusto tubo de pitot)
(A HTMS Naresuan, aparentemente barato mas com péssimos erros de construção).
O mesmo se passa com os sensores. A norma nos navios mais antigos ainda da era soviética é possuírem equipamentos de uma única função o que torna qualquer simples cruzador ou contra torpedeiro num emaranhado de antenas e radares, sendo que diversos ainda eram de válvulas. Ora isto para os americanos quando descoberto foi um "festival", mas poucos foram os analistas que perceberam que mesmo interferir em equipamento de válvulas e na grande quantidade de sensores da maioria das grandes embarcações Russas não é fácil (destruir ainda mais). Por outro lado temos de facto os típicos problemas dos russos (por exemplo na conversão do Baku), sensores, o tamanho dos misseis (que praticamente inviabilizou os paióis), a propulsão (principalmente os navios atómicos tem muitos problemas) mas isso não invalida o que de bem fazem na construção naval.
O cruzador da Classe Kara "Kerch". É visivel a quantidade astronómica de antenas e o tamanho dos misseis. Em contrapartida a estrutura quase não tem mossas).
(Baku. a converão para a Índia foi um pesadelo, desde problemas estruturais À propulsão, sendo que os problemas continuam)
Por ultimo concentramos-nos muito no que os EUA, NATO e UE farão. Mas os Americanos que tem cortado em toda a linha na defesa (ao contrário dos Russos), que prometeram mundos e fundos a Ucranianos (já o tinham feito aos Georgianos, mas também era o Bush que lá estava  :wink:  

Mas vamos colocar as coisas em outros moldes. Supúnhamos que Putin a seguir vai "implicar" com o "rico" Azerbaijão (que os EUA e os ocidentais paulatinamente tentam puxar para a sua esfera de influência). Obama vai aerotransportar a frota americana para fazer frente à frota Russia do Cáspio? Ou os EUA também terão vantagem aí sem frota e com um hipotético uso de unidades aéreas atravessando zonas de influência Russa ou o Irão (aquele mesmo Irão que é o centro do terrorismo, está a construir armas atómicas à décadas mas que os EUA disseram que o perigo vinha do fraquinho Iraque). Como dizia o outro "olhe que não". :lol:

P.S.3 -  Sempre tive dúvidas para que é que servia aquela proa afilada do USS Zumwalt mas estão dissipadas. Num seguimento das tácticas de abalroamento de proa o navio inimigo já era. É o regresso às velhas tácticas navais de outrora(http://www.cityofart.net/bship/rambow.html). :twisted:


(O Ferdinand Max depois de abalroar o Ré d´Itália na Batalha de Lissa)
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #396 em: Março 30, 2014, 02:07:56 pm »
Escrevi um texto longo sobre o assunto, o qual perdi  :evil:  :evil:

De resto, o básico era.

Hitler estava em guerra.
Não foi para a Noruega porque acreditava na Marinha, foi porque não havia outra forma de lá chegar.

Referências sobre a questão do abalroamento:
Guerra do bacalhau entre a Grã Bretanha e a Islândia.

A minuscula marinha da Islândia debateu-se contra os pesqueiros britânicos. Em 1972, não podendo escalar o conflito, os ingleses mandaram para a Islândia, não os seus navios de guerra mais bem armados, mas sim rebocadores de mar alto. Navios muito resistentes e feitos para bater em navios maiores. O envio de navios de guerra posteriormente adiantou de pouco e limitou-se a levar ao rompimento de relações diplomáticas.


Os russos não têm o controlo absoluto do Mar Negro.
Em qualquer altura podem aparecer navios de outros países. Os mesmos países que diziam que não colocarão botas no chão mas não disseram nada sobre navios na água.

Putin tem que resolver rapidamente o que vai fazer.
Caso contrário ele arrisca-se a que se confirme a análise de muitos analistas internacionais: Os russos ganham a Crimeia, mas perdem a Ucrânia.
« Última modificação: Março 30, 2014, 02:28:03 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #398 em: Março 30, 2014, 03:12:36 pm »
Kharkiv , 30 Março 2014









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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #399 em: Março 30, 2014, 07:26:45 pm »
Citação de: "papatango"
Escrevi um texto longo sobre o assunto, o qual perdi  :evil:  :mrgreen:  :wink:) . http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Bacalhau http://iceland-views.blogs.sapo.pt/14396.html
(a expansão da ZEE islandesa em 25 anos)
(uma fragata britânica com um monumental rombo)
(uma colisão entre uma fragata britânica e um patrulha islandês)
(o uso do arpão pelos islandeses para destruir as redes dos pesqueiros britânicos e alemães)
E continuando na senda dos abalroamentos vejamos os seguintes documentos: http://www.coldwar.org/histories/INCSEA.asp
http://www.state.gov/t/isn/4791.htm
http://www.nytimes.com/1983/11/18/world/us-and-soviet-ships-collide-navy-says-accident-is-minor.html http://andysvault.narod.ru/navy_subcoll.htm
http://books.google.pt/books?id=E0M1wb0bKsIC&pg=PA212&lpg=PA212&dq=collisions+involving+us+and+soviet+vessels&source=bl&ots=SMCvoJHzFd&sig=UC8mQNm7VggmORlylnyL4SGaiA4&hl=pt-PT&sa=X&ei=pDU3U7-0EaWf7AbB9IHACg&ved=0CEwQ6AEwAzgK#v=onepage&q=collisions%20involving%20us%20and%20soviet%20vessels&f=false
http://www.foia.cia.gov/sites/default/files/document_conversions/89801/DOC_0000267786.pdf
http://www.skeptictank.org/treasure/GP5/SOVNUK.TXT
Portanto quem analisa estes documentos fica com uma ideia algo diferente sobre os abalroamentos:
1- Uma serie deles deram-se por manifesto infortuno e portanto são acidentes (a não ser que se considere que submarinos nucleares chocam de propósito ou pela mesma razão abalroam navios pesqueiros);
2- Não houve apenas abalroamentos, mas sim, além dos canhões de água e "iluminação de alvos" que já tinha referido, disparos de "flares" e mesmo armas apontadas (conclui-se que muito se devia a falta de experiência e à forma por vezes desastrada desde oficiais a marinheiros a lidar com as situações).
3- Quem lê atentamente fica com a clara sensação que eram normalmente os Russos a afrontar os americanos. Aliás, são os mesmo que o dizem, sendo as razões varias para isso. Desde atrapalhar reabastecimentos, exercícios, recolha de informações até ao célebre caso das operações de salvamento do avião da Koreia Airlines abatido por um Sukoi soviético
4- Foi principalmente por movimentações diplomáticas americanas que se deu a assinatura do acordo que visa instaurar um conjuntos de procedimentos com vista a evitar os incidentes no mar. Os analistas dividem-se sobre os resultados da INCSEA na prevenção dos mesmos incidentes
Portanto ou os EUA aldrabaram para fazerem parecer os "bonzinhos" em toda esta história ou claramente "tratava-se de uma nova potência emergente no mar (apesar de mais fraca) a provocar repetidas vezes a potência mundial".
(USS YorkTown e a fragata russa da classe Krivak)
(O k-219 russo depois de um choque com o submarino americanos USS Augusta)
(a assinatura do dito acordo)
Citação de: "papatango"
Os russos não têm o controlo absoluto do Mar Negro.
Em qualquer altura podem aparecer navios de outros países. Os mesmos países que diziam que não colocarão botas no chão mas não disseram nada sobre navios na água.
Não percebo como não têm. A Rússia têm uma frota (além de baterias costeiras anti-navio no Mar Negro quando os EUA tem um contra-torpedeiro e os Franceses um navio auxiliar. Mesmo que a NATO decidi-se mandar um numero razoável de navios para a área levariam dias ou mesmo uma semana a chegar (mesmo apesar de próprios responsáveis da NATO apresentarem preocupações quanto ao papel actual e futuro da frota russa no mar negro não vejo qualquer sinal de que pretendem enviar mais navios), o que dá tempo suficiente para os Russos alem de reforçarem a Crimeia fazerem mais qualquer coisa. Em termos hipotéticos a Rússia militarmente não tem como perder o controlo marítimo porque alem dos navios e misseis tem as bases aéreas na zona e teria sempre os navios perto da costa, ao contrario da NATO que ainda por cima tem as bases aéreas no mínimo na Turquia (que face ao actual governo é sempre uma incógnita) e dependeria sempre de cobertura aérea vinda de terra. Mesmo quanto aos abalroamentos,se no passado eram sobretudo os russos a provocar os americanos, se no caso da Geórgia não existiram, porque agora iria ser diferente?  :mrgreen: )Na maioria dos casos só são ouvidos os que são da "confiança" dos políticos, os que lambem-botas ou que dizem aquilo que determinados sectores da NATO/EUA querem ouvir de forma a justificar os caríssimos programas militares. Mas este é um problema que vêm desde a Guerra Fria: Recordo-me na altura quando inclusive a maioria dos analistas militares dizia que por exemplo o TU-26 tinha aquele "alcance fenomenal", tendo em conta os motores russos, o seu consumo e a electrónica volumosa, contas em cima do joelho e não batia a "bota com a perdigota", tanto mais que num dos últimos acordos SALT tirou-se as sondas de reabastecimento em voo dos ditos bombardeiros e "voila" :wink:

Saudações
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #401 em: Março 31, 2014, 12:23:51 am »
Citação de: "mafets"
tudo uma situação similar a da Rússia com a Transdnistria (à exepção que Putin não está em guerra), ou seja: Se Hitler, estando em guerra, desconfiando da marinha, por ser mais fácil e mesmo tendo a desvantagem face à Royal Navy (a sua força comparada com a da Kingsmarine), arriscou, pelo que têm a sua lógica que Putin não estando em guerra
Isto é um completo off topic.
Hitler não queria capturar a Noruega, o que ele queria era garantir o controlo do escoamento de minérios da Suécia.
Os alemães não tinham absolutamente nenhuma outra possibilidade.
Não havia uma ligação por terra que permitisse chegar à costa da Noruega.
Se os alemães não fossem por mar, então isso teria dado tempo aos britânicos para montar com mais tempo uma operação que negasse aos alemães o controlo dos portos.
A Alemanha não tinha outra opção e por isso perdeu 57 navios em apenas alguns dias.


A questão da politica de abalroamentos (e não confundir abalroar com esporar) apenas permite mostrar que ela é a primeira opção quando os dois contendores não querem entrar num conflito a quente.

Citação de: "mafets"
Não percebo como não têm (controlo absoluto do mar negro). A Rússia têm uma frota (além de baterias costeiras anti-navio no Mar Negro quando os EUA tem um contra-torpedeiro e os Franceses um navio auxiliar.

Controlo absoluto quer dizer que não é disputado: «Absolute and unchalenged control of the sea».
No Mar Negro, com os atuais meios, a marinha da Russia é uma potência muito importante.
Mas a Turquia, possui 16 fragatas, 8 patrulhas, 14 submarinos, 28 lanchas lança mísseis (quase todas armadas com mísseis Harpoon) e não precisa dar contas a ninguém sobre onde os navios estão.
E em qualquer altura outras marinhas da NATO (aliança de que a Turquia faz parte) podem enviar navios para a região.

Portanto, se há uma coisa que é contestada e absolutamente imprevisível, é o controlo sobre o Mar Negro. Ninguém tem efectivamente capacidade para dizer que manda de forma absoluta.
E enquanto o conflito fosse frio, e as coisas ficassem pelo abalroamento, o problema seria mínimo.

Mesmo no Mar Negro, o poder da Super-Potência e o poder da aliança que a super-potência controla é de molde a deixar os russos inquietos.
A Crimeia e Sebstopol, são acima de tudo conquistas de prestigio para russo ver.
O resto continua na mesma.

Quem manda no Mar Negro é quem manda nos estreitos do Bósforo e quem manda ali é a Turquia, e esse será sempre o fiel da balança.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #402 em: Março 31, 2014, 12:52:13 am »
Estado do equipamento militar ucraniano na Crimeia...  :roll:
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Short translation:

The information about situation in the Ukrainian Army. The Ukrainian Army has the old Soviet technics. All technics are scrap metal now. Air base Belbek (Crimea), 62nd Fighting Aircraft Regiment has 45 units of aviation technics and 5 planes can fly only. 5 planes of 45 are combat ready and can to take off ONLY! Pilots had flights three shortless times a year. All technics of the regiment will be groundtransported from Crimea to Ukraine.
It not the technics dump! There are trucks of the Ukrainian Army.
Citar
March 29, 2014. TV Zvezda. Russia, Republic of Crimea. Removal of the Ukrainian military equipment from the Crimea.
Citar
Klimovo Bryansk Oblast Russia 03.23.2014
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #403 em: Março 31, 2014, 11:52:23 am »
Citação de: "papatango"
Citação de: "mafets"
tudo uma situação similar a da Rússia com a Transdnistria (à exepção que Putin não está em guerra), ou seja: Se Hitler, estando em guerra, desconfiando da marinha, por ser mais fácil e mesmo tendo a desvantagem face à Royal Navy (a sua força comparada com a da Kingsmarine), arriscou, pelo que têm a sua lógica que Putin não estando em guerra
Isto é um completo off topic.
Hitler não queria capturar a Noruega, o que ele queria era garantir o controlo do escoamento de minérios da Suécia.
Os alemães não tinham absolutamente nenhuma outra possibilidade.
Não havia uma ligação por terra que permitisse chegar à costa da Noruega.
Se os alemães não fossem por mar, então isso teria dado tempo aos britânicos para montar com mais tempo uma operação que negasse aos alemães o controlo dos portos.
A Alemanha não tinha outra opção e por isso perdeu 57 navios em apenas alguns dias.


A questão da politica de abalroamentos (e não confundir abalroar com esporar) apenas permite mostrar que ela é a primeira opção quando os dois contendores não querem entrar num conflito a quente.

Citação de: "mafets"
Não percebo como não têm (controlo absoluto do mar negro). A Rússia têm uma frota (além de baterias costeiras anti-navio no Mar Negro quando os EUA tem um contra-torpedeiro e os Franceses um navio auxiliar.

Controlo absoluto quer dizer que não é disputado: «Absolute and unchalenged control of the sea».
No Mar Negro, com os atuais meios, a marinha da Russia é uma potência muito importante.
Mas a Turquia, possui 16 fragatas, 8 patrulhas, 14 submarinos, 28 lanchas lança mísseis (quase todas armadas com mísseis Harpoon) e não precisa dar contas a ninguém sobre onde os navios estão.
E em qualquer altura outras marinhas da NATO (aliança de que a Turquia faz parte) podem enviar navios para a região.

Portanto, se há uma coisa que é contestada e absolutamente imprevisível, é o controlo sobre o Mar Negro. Ninguém tem efectivamente capacidade para dizer que manda de forma absoluta.
E enquanto o conflito fosse frio, e as coisas ficassem pelo abalroamento, o problema seria mínimo.

Mesmo no Mar Negro, o poder da Super-Potência e o poder da aliança que a super-potência controla é de molde a deixar os russos inquietos.
A Crimeia e Sebstopol, são acima de tudo conquistas de prestigio para russo ver.
O resto continua na mesma.

Quem manda no Mar Negro é quem manda nos estreitos do Bósforo e quem manda ali é a Turquia, e esse será sempre o fiel da balança.


Então mas não sendo a conquista da Noruega um objectivo de Hitler não tinha outras opções? A Filandia era inatingível?  Sendo a principal função garantir o escoamento do minério não poderia directamente evadir a Suécia? A que distância estava a Royal Navy da Noruega? A invasão foi por acaso apenas por mar?  Apesar das perdas não garantou os seus objectivos nas barbas da poderosa Royal Navy? O offtopic que diz serve exactamente para mostrar que entre opções, desconfiança e descrença numa "Arma" das Forças Armadas dos Nazis a da Marinha foi estudada, usada e contribui bastante para conquistar a Noruega. Nada garante que o Putin que o Papatango compara tantas vezes ao ditador nazi (nesse caso já pelos vistos não é offtopic) se quiser, não usa a Marinha, quando a situação actual no Mar Negro são dois navios contra cerca de quarenta, a NATO ainda não se viu e não é credível que se venha a ver apesar da sua enorme fé na aliança Atlantica. Relembro também que Vladimir Putin já vai na sua segunda anexação e por isso muita gente o compara a Hitler (inclusive a prestigiada Time), pelo que limite-me a seguir a contenda (embora só ache que se justifique em algumas situações).

Existe também uma inabalável fé na Turquia que não entendo de onde vem, principalmente com o actual governo e a situação Siria ali ao lado (claramente os turcos parecem mais preocupados com a contenda ao ponto de estarem "em pulgas" para se ir lá meter). Acha que Tayyip Erdogan (também é comparado a Hitler  :wink:  ). Verificou os alcances e comparou com os dos misseis russos? O Bazalt por exemplo tem alcance de 500 a 700km, o Moskit ronda os 120km enquanto que os Granit fica-se nos 500km. O harpoon com maior alcance ronda os 380km mas é referenciado que os Turcos têm o block II com alcance de 120km (assim como o Exocet blockIII mas os turcos em principio terão o II com 72km). http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_anti-ship_missiles. Ou seja, os navios russos nem têm que sair do porto enquanto que os turcos tem de ir para o mar ( e se uma operação ao longo da costa ucraniana seria sempre costeira não intendo o porque de os russos ficarem inquietos quanto ao mar negro).


Mesmo caso a Turquia feche o Bósforo, apenas barra a passagem à frota Russa do Norte. A do Mar Negro já lá está e apesar de caber aos turcos pelo direito internacional o controle da passagem do mediterrâneo para o Mar Negro, a actual politica de Erdogan pró-russa e pró-iraniana contraria a tese de que o faria.
Quanto a Putin, seja a Geórgia e a Crimeia, conquista de facto pontos internamente mas independentemente do factor externo estar mais inclinado para os que o condenam (a ter em conta a votação da ONU onde é preciso lembrar as 56 abstenções e os 13 países que votaram contra), causa mais uma vez um desprestigio completo ao ocidente, que depois de promover e apoiar mas uma vez revoluções e levantamentos, se fica por sanções de segunda e sem qualquer resposta militar (nem nos abalroamentos, mas também se na maioria dos casos eram Russos a abalroar americanos não sei porque havia de ser diferente agora).

(a obra de David Winkler explica bem o que se passava na questão dos abalroamentos)

Cumprimentos
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #404 em: Março 31, 2014, 12:04:10 pm »
HSMW->
Distinguem-se pelas rodas e pelo sistema de suspensão diferente.

O T-80 tem o mesmo sistema do T-64 (muitos dos tanques ucranianos são T-64 modernizados)

As rodas são mais pequenas como se pode ver acima

Já o T-72, que partilha o mesmo sistema de suspensão com o T-90 (mais simples e mais barato) identifica-se por ter rodas maiores.


O tanque que se vê no último video  não parece ser o T-90. Será provavelmente um dos muitos T-72 modernizados ao serviço do exército russo, com placas adicionais de blindagem lateral à frente.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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