Mas qual ranço?? Deixe-se lá da conversa do ranço já cheira mal e não acrescenta nada de útil à discussão.
Você fala de Cuba como se nunca tivesse havido uma crise dos misseis de Cuba. Acha que Cuba representa para os EUA o mesmo que a Ucrânia para a Rússia?
Os EUA não se chateiam com Cuba enquanto for o paísinho que é sem qualquer capacidade de ameaçar ainda que minimamente o território americano. Mas veja lá que quando a URSS lá queria por os misseis, num país soberano com a autorização do seu chefe de estado o que foi que os EUA fizeram? Deixaram? Respeitaram soberania e direito internacional? Cuba como estado soberano que é tinha o direito se quisesse e ter lá os misseis soviéticos.
Se fosse necessário mais argumentação, você acabou de dar como exemplos, exactamente episódios do tempo da guerra fria, em que a Russia gloriosa e vermelha, Luz do Sol na Terra e pátria do povo iluminado que marcha rumo aos amanhãs que cantam, colocava mísseis em Cuba.
É você mesmo que confirma todas as minhas palavras.
Você olha para os avanços russos e compara-os com as conquistas russas no tempo glorioso da Cuba do Fidel Castro triunfante e do glorioso camarada Che Guevara ...
Você pretende fazer comparações ao nível tático de ocorrências separadas pela evolução histórica, ora tais comparações normalmente são dificeis de fazer por causa da evolução da História.
Uma comparação ao nível tático, como alguma das operações referidas, que diferem décadas nada tem a ver com uma comparação ao nível estratégico, como a questão das tradicionais tensões do império russo com os seus vizinhos.
A minha questão tem a ver com o facto de serem as tropas do 58º e do 49º exércitos da Federação Russa que operaram na Ucrânia, sendo que os mesmos exércitos estiveram envolvidos nas operações contra a Georgia, onde se aplicam as considerações que eu referi acima.
Numa segunda fase também houve neste caso, o envio de unidades do 2º exército blindado russo, da região de Samara. Muitas dessas forças continuam aliás na fronteira com a Ucrânia.
O que sabemos é que estes exércitos claudicaram e só conseguiram atingir os seus objetivos por causa da absoluta incapacidade dos georgianos, que é o que a sua fonte do New York Times diz (e que é verdade e eu nunca o neguei).
Mas o facto mantem-se que foram estes exércitos russos que na Georgia cometeram os erros referidos e não há 40 (quarenta) anos mas sim há 6 (seis).
É por isso que é legítimo eu fazer referência ao que aconteceu na Georgia e não é legítimo nem relevante fazer referência à atuação russa no Afeganistão ou aos desastres nos combates contra os alemães durante a II guerra mundial.
E é a esses problemas que eu faço referência quando falo na falta de efetivos russos.
As modernizações que foram feitas nestes dois exércitos foram relativamente limitadas, pelo que os russos têm um número reduzido de brigadas a que podem chamar de modernas.
A solução russa foi chamar tropa macaca mais antiga, nomeadamente unidados do 2º Exército de tanques.
E essas tropas aparentemente têm os mesmos problemas que a maioria das unidades russas.
E os americanos neste momento consideram que há possibilidade de invasão russa das regiões ucrânianas que permitem o contacto entre a Russia e a Crimeia. A partir daí, e depois de consolidarem posições, os russos poderiam viajar até à Transnistria.
E não precisam ir por barco ...
Os ucrânianos não têm muito para lhes fazer frente (ainda que vários analistas afirmem que não será um passeio como na Georgia, porque há unidades ucranianas que estão dispostas a lutar a sério).