Ainda não percebeste que tens razão a nível técnico, operacional e financeiro e que tudo isso não interessa RIGOROSAMENTE para nada? Estamos a falar de uma HIPOTÉTICA opção política de “desmame” dos Estados Unidos… tudo aquilo que mencionas, e muito bem, é absolutamente verdade e simultaneamente irrelevante, a única questão que se coloca ao CEMA e ao MDN é “E em que côr quer, senhor Primeiro Ministro?”
Quanto a custos, a Croácia pagou esse valor por aviões quase novos. Eu estou a falar de Typhoon Tranche 2, com 15 anos de operação ou mais… não faz sentido custarem mais de metade de um Tranche 4 novo, no máximo uns 30-40 milhões por unidade, ou seja 900-1200 milhões por 30. Números redondos. Especialmente com o isco de entrarmos no GCAP (ou fazer o mesmo para o Rafael F2/F3 e FCAS).
Os Rafales croatas, praticamente novos ou não, tiveram um custo unitário de 80M, e foram vendidos com um pacote bastante limitado.
Os Typhoon em segunda mão, mesmo Tranche 2, tenho dúvidas que fiquem tão baratos. No máximo esse seria o preço só dos aviões, podendo ser necessário gastar 50% num contrato de manutenção, sobressalentes e afins. 0 armamento. Teriam que vir sem o Captor E, e a necessidade de os aguentar até à década de 40/45, obrigava à modernização para incluir o dito radar (e não só).
A ideia de que se gastam 1000M e ficamos despachados ate 2040, não é minimamente credível.
O isco de entrarmos num dos programas multinacionais, funciona, se estivermos dispostos a gastar o dinheiro para isso. Estando dispostos a gastar dinheiro nisso, que outros programas seriam cortados no processo?
Estouras muito mais que 1000M nos Typhoon, e depois investes 5000M no desenvolvimento do GCAP, quem é que nos garante não teremos que abdicar de baterias MRAD, ou de armamento para caças em quantidade suficiente?
Eu para aceitar uma opção dessas, tenho que saber todas as variáveis, e tem que haver garantias. Neste momento, todo este debate centra-se numa premissa em que vamos ser impedidos de usar os F-16, sem que ninguém tenha realmente feito as contas às probabilidades reais disto acontecer.
Neste momento, é muito mais provável por cá comprar caças europeus e não adquirir armamento para eles durante 1 década, do que os F-16 serem impedidos de operar contra a Rússia ou de ser cortado abastecimento de peças.
Questiono o racional de tomar uma decisão dessas em cima dos joelhos.