KC-390 na FAP

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4380 em: Junho 17, 2025, 01:22:59 pm »
Parabéns! Agora que já perceberam o negócio e que as objecções iniciais eram um disparate pegado, descobriram mais um motivo para estar contra o negócio… tem sempre que haver um motivo, nunca se pode dizer bem, valha-nos Nossa Senhora. Como se quando a França e a Itália vendem fragatas ainda em construção e já pagas, ou os Estados Unidos atualizam material para revender, não usem exatamente o mesmo “truque” contabilístico… esses fazem-no para proteger a sua base industrial, mas no nosso caso é para alimentar os bolsos dos políticos corruptos… muito bem… gostei…

Como se diz aqui nos States, “take the W and move on”…

Tu és tão desonesto rapaz, até mete dó.

França e Itália, e qualquer outro pais que compre material para as suas FA e depois revenda, compra material que precisa para as suas FA, e quando surge um cliente, vende e substitui esse material por material idêntico, mas mais moderno.

No caso português, será a FAP servir de intermediário, adquirindo um avião que não precisa, para revenda, enquanto a FAP fica na mesma, e o Governo usa este negócio como mais um truque contabilístico para inflacionar os gastos ma Defesa sem gastar.

Uma comparação 1-to-1 com os italianos, era Portugal arranjar cliente para os 4 NPO originais, e encomendar mais 4 NPO3S (ou um hipotético NPO4S) para o seu lugar.

Pergunta pelo Fórum qual seria a opinião em torno desta ideia.

A questão essencial, à qual tu encolheste os ombros, é que este negócio de compra e revenda, irá servir de pretexto para fingir que Portugal gasta 2% do PIB na Defesa. Que a somar a outros truques contabilísticos, vai fazer com que Portugal finja gastar muito na Defesa, sem realmente o fazer, e com consequências graves a nível operacional.
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4381 em: Junho 17, 2025, 01:28:58 pm »
Há aqui tanta gente que não sabe saber contas, ora se aumentamos a % da despesa a comprar os aviões para serem revendidos, essa % baixa com a venda dos mesmos. E se a operação for feita em anos civis diferentes ainda pior pois se num ano funciona no outro ano é ao contrário

Tu acreditas mesmo que os 1300-1500 gastos nos 10 KCs, depois de revendidos, voltavam para a LPM para serem investidos noutro tipo de meios?  :mrgreen:

Se fosse noutro país talvez acreditasse, em Portugal, pioneiro dos truques contabilísticos para fingir que se gasta na Defesa, vai ser tal e qual ao dinheiro "gasto" nas rendas. Esse dinheiro volta para o Estado, e não se faz mais nada com ele.
 
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4382 em: Junho 17, 2025, 01:38:29 pm »
Parabéns! Agora que já perceberam o negócio e que as objecções iniciais eram um disparate pegado, descobriram mais um motivo para estar contra o negócio… tem sempre que haver um motivo, nunca se pode dizer bem, valha-nos Nossa Senhora. Como se quando a França e a Itália vendem fragatas ainda em construção e já pagas, ou os Estados Unidos atualizam material para revender, não usem exatamente o mesmo “truque” contabilístico… esses fazem-no para proteger a sua base industrial, mas no nosso caso é para alimentar os bolsos dos políticos corruptos… muito bem… gostei…

Como se diz aqui nos States, “take the W and move on”…

Tu és tão desonesto rapaz, até mete dó.

França e Itália, e qualquer outro pais que compre material para as suas FA e depois revenda, compra material que precisa para as suas FA, e quando surge um cliente, vende e substitui esse material por material idêntico, mas mais moderno.

No caso português, será a FAP servir de intermediário, adquirindo um avião que não precisa, para revenda, enquanto a FAP fica na mesma, e o Governo usa este negócio como mais um truque contabilístico para inflacionar os gastos ma Defesa sem gastar.

Uma comparação 1-to-1 com os italianos, era Portugal arranjar cliente para os 4 NPO originais, e encomendar mais 4 NPO3S (ou um hipotético NPO4S) para o seu lugar.

Pergunta pelo Fórum qual seria a opinião em torno desta ideia.

A questão essencial, à qual tu encolheste os ombros, é que este negócio de compra e revenda, irá servir de pretexto para fingir que Portugal gasta 2% do PIB na Defesa. Que a somar a outros truques contabilísticos, vai fazer com que Portugal finja gastar muito na Defesa, sem realmente o fazer, e com consequências graves a nível operacional.
Por falar em desonestidade, se te deres ao trabalho de ler com atenção o que eu escrevi, vais ver que eu disse que também não concordo. O que eu estou a dizer é que outros também usam esse truque contabilístico e ninguém se chateia. Quando a Itália compra duas fragata e vende uma, o que entra para os gastos militares são as duas fragatas compradas, não apenas a que acaba por entrar ao serviço. Concordo? Não. É um facto? É… porque é que ninguém aqui se chateia quando os italianos o fazem, mas já ficam todos enchouriçados quando Portugal faz? Mistério… é apenas esta contradição que eu estou a apontar, não a dizer que concordo com a metodologia. Fui claro, ou é preciso fazer um desenho?
« Última modificação: Junho 17, 2025, 01:54:01 pm por JohnM »
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4383 em: Junho 17, 2025, 01:42:55 pm »
Há aqui tanta gente que não sabe saber contas, ora se aumentamos a % da despesa a comprar os aviões para serem revendidos, essa % baixa com a venda dos mesmos. E se a operação for feita em anos civis diferentes ainda pior pois se num ano funciona no outro ano é ao contrário

Tu acreditas mesmo que os 1300-1500 gastos nos 10 KCs, depois de revendidos, voltavam para a LPM para serem investidos noutro tipo de meios?  :mrgreen:

Se fosse noutro país talvez acreditasse, em Portugal, pioneiro dos truques contabilísticos para fingir que se gasta na Defesa, vai ser tal e qual ao dinheiro "gasto" nas rendas. Esse dinheiro volta para o Estado, e não se faz mais nada com ele.
Olha o tipo contra as especulações a especular novamente… quantas vezes é preciso dizer que ninguém vai pagar nada à Embraer antes de vender os aviões? Ninguém vai dar nada a ninguém, muito menos 1300 milhões, a não ser que entre outro tanto, ou mais, através da venda. É assim tão difícil perceber?

O único cenário em que o governo português pode pagar algo à Embraer sem a entrada correspondente da venda da(s) aeronave(s), é se for decidido reforçar o número de a paralelos da FAP, mas isso já é outra questão.
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4384 em: Junho 17, 2025, 01:56:28 pm »
Concordo, com a excepção do comentário dos 1500 milhões… o dinheiro dos até 10 KC só vai ser pago se estes entretanto já estiverem vendidos, e provavelmente a um preço superior ao que se vai entregar à Embraer.  O Estado Português não vai entregar um tostão a Embraer que não vá receber dos potenciais clientes. Quanto ao resto, plenamente de acordo, a FAP precisa de uma injeção urgente de 1000 milhões apenas para modernização dos EH-101 e C-295M, além de munições, radares AESA e novos motores (no mínimo) para manter os F-16 relevantes até chegar o sucessor.

Desconfio que o CJ se refira aos 827M + perto de 100M pelo segundo simulador + 100+ milhões do 6⁰ KC + custos de desenvolvimento (dinheiro colocado no programa antes da compra da aeronave).

Ou então não se refere aos custos de desenvolvimento, mas sim ao programa ST. Ou então é referente a tudo junto, que não me recordo quanto foi investido no projecto inicialmente.

É portanto um dado adquirido que, de Portugal, a Embraer recebeu ou vai receber algo como 1500M de euros.

Mais, com a compra do 2⁰ simulador e da 6ª aeronave, é oficialmente o programa mais caro da história das FA.

Se leres com atenção o que eu escrevi, vais ver que eu disse que também não concordo. O que eu estou a dizer é que outros também usam esse truque contabilístico e ninguém se chateia. Quando a Itália compra duas fragata e vende uma, o que entra para os gastos militares são as duas fragatas compradas, não apenas a que acaba por entrar ao serviço. Fui claro, ou é preciso fazer um desenho?

E tens provas disso? Que os italianos contabilizam essa 2 fragata como investimento na Defesa deles?

Se calhar é preciso um desenho, para veres que estás a alegar que um país que tem umas poderosas FA, usa truques contabilísticos para fingir que gastam muito na Defesa, e a fazer paralelismos com Portugal, que finge que gasta muito na Defesa, mas que na prática as FA estão na lama. Algo de errado não está certo.

Mas mesmo que os italianos recorram a esses truques, estás a comparar fragatas italianas, que têm participação italiana em pelo menos 90% dos navios, com os KCs, com apenas 10% de participação portuguesa?

Mas convence-te lá que a realidade portuguesa e italiana são equivalentes.

Olha o tipo contra as especulações a especular novamente… quantas vezes é preciso dizer que ninguém vai pagar nada à Embraer antes de vender os aviões? Ninguém vai dar nada a ninguém, muito menos 1300 milhões, a não ser que entre outro tanto, ou mais, através da venda. É assim tão difícil perceber?

O único cenário em que o governo português pode pagar algo à Embraer sem a entrada correspondente da venda da(s) aeronave(s), é se for decidido reforçar o número de a paralelos da FAP, mas isso já é outra questão.

E tu a dar-lhe com a retórica de eu ser contra especulações, quando eu nunca disse que o era.  :mrgreen:

Não tens uma ofensa nova para usar?

Olha, o tipo que é supostamente professor, novamente a demonstrar incapacidade de interpretação.  :mrgreen:

Então mas onde é que eu disse que Portugal ia pagar à Embraer antes de vender? Eu disse é que estes negócios serão contabilizados para os gastos na Defesa como mais um truque contabilístico.
É assim tão difícil de perceber, ou é preciso um desenho?
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4385 em: Junho 17, 2025, 02:09:14 pm »
Concordo, com a excepção do comentário dos 1500 milhões… o dinheiro dos até 10 KC só vai ser pago se estes entretanto já estiverem vendidos, e provavelmente a um preço superior ao que se vai entregar à Embraer.  O Estado Português não vai entregar um tostão a Embraer que não vá receber dos potenciais clientes. Quanto ao resto, plenamente de acordo, a FAP precisa de uma injeção urgente de 1000 milhões apenas para modernização dos EH-101 e C-295M, além de munições, radares AESA e novos motores (no mínimo) para manter os F-16 relevantes até chegar o sucessor.

Desconfio que o CJ se refira aos 827M + perto de 100M pelo segundo simulador + 100+ milhões do 6⁰ KC + custos de desenvolvimento (dinheiro colocado no programa antes da compra da aeronave).

Ou então não se refere aos custos de desenvolvimento, mas sim ao programa ST. Ou então é referente a tudo junto, que não me recordo quanto foi investido no projecto inicialmente.

É portanto um dado adquirido que, de Portugal, a Embraer recebeu ou vai receber algo como 1500M de euros.

Mais, com a compra do 2⁰ simulador e da 6ª aeronave, é oficialmente o programa mais caro da história das FA.

Se leres com atenção o que eu escrevi, vais ver que eu disse que também não concordo. O que eu estou a dizer é que outros também usam esse truque contabilístico e ninguém se chateia. Quando a Itália compra duas fragata e vende uma, o que entra para os gastos militares são as duas fragatas compradas, não apenas a que acaba por entrar ao serviço. Fui claro, ou é preciso fazer um desenho?

E tens provas disso? Que os italianos contabilizam essa 2 fragata como investimento na Defesa deles?

Se calhar é preciso um desenho, para veres que estás a alegar que um país que tem umas poderosas FA, usa truques contabilísticos para fingir que gastam muito na Defesa, e a fazer paralelismos com Portugal, que finge que gasta muito na Defesa, mas que na prática as FA estão na lama. Algo de errado não está certo.

Mas mesmo que os italianos recorram a esses truques, estás a comparar fragatas italianas, que têm participação italiana em pelo menos 90% dos navios, com os KCs, com apenas 10% de participação portuguesa?

Mas convence-te lá que a realidade portuguesa e italiana são equivalentes.

Olha o tipo contra as especulações a especular novamente… quantas vezes é preciso dizer que ninguém vai pagar nada à Embraer antes de vender os aviões? Ninguém vai dar nada a ninguém, muito menos 1300 milhões, a não ser que entre outro tanto, ou mais, através da venda. É assim tão difícil perceber?

O único cenário em que o governo português pode pagar algo à Embraer sem a entrada correspondente da venda da(s) aeronave(s), é se for decidido reforçar o número de a paralelos da FAP, mas isso já é outra questão.

E tu a dar-lhe com a retórica de eu ser contra especulações, quando eu nunca disse que o era.  :mrgreen:

Não tens uma ofensa nova para usar?

Olha, o tipo que é supostamente professor, novamente a demonstrar incapacidade de interpretação.  :mrgreen:

Então mas onde é que eu disse que Portugal ia pagar à Embraer antes de vender? Eu disse é que estes negócios serão contabilizados para os gastos na Defesa como mais um truque contabilístico.
É assim tão difícil de perceber, ou é preciso um desenho?
Eu interpretei o comentário do CJ como sendo os 200 milhões dos ST mais os supostos 1300 que alguém avançou aqui num dos primeiro posts sobre o assunto, que íamos dar à Embraer (sinceramente, não fui ver quem avançou esse número inicialmente, de memória acho que foste tu, mas pode ter sido outro membro). Se estou enganado e ele se referia ao custo inicial do programa, então peço desculpa, mas o custo inicial, mais o 6o aparelho mais os 200 milhões dos ST não somam 1500 milhões, é mais qualquer coisa como 1300–1400 milhões.

Quanto a provas, sim, se fores consultar os orçamentos da FA italianas, estão lá orçamentadas todas as FREMM, incluindo as que foram vendidas durante a construção. Quanto ao resto, se eles têm muitas fragatas e nós não, isso não é relevante para esta discussão… o que está aqui a ser debatido é o princípio de usar este tipo de contabilidade “creativa”…

« Última modificação: Junho 17, 2025, 02:29:16 pm por JohnM »
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4386 em: Junho 17, 2025, 02:51:42 pm »
Não me vou pronunciar muito sobre este negócio, por um lado por saber há já algum tempo que a opção pela 6ª célula era para ser ativada, e por outro porque não gosto do papel em que o nosso país se coloca agora, queira-se ou não muito semelhante a um mero concessionário/entreposto de vendas. Venham ou não daí de facto vantagens e mais valias para os cofres públicos. É a minha opinião pessoal, que isso fique aqui desde já bem claro.

Dito isto, há-que referir outros pontos: com o anúncio de hoje, e em 2 programas, o Estado Português entrega ao construtor aeronáutico Embraer um total a rondar os 1500 milhões de euros. Pois bem: não se quiseram gastar 500M€ em 2017/18 para a modernização Viper de 30 F-16 MLU; o Governo não está com muita vontade de pagar 300 a 350M€ pela modernização da frota EH-101 para AW101, e outros 250 a 300M€ para a modernização da frota C-295M (e ambos os sistemas de armas de construtores europeus). Porém, para a Embraer, nunca parecem haver hesitações ou problemas de liquidez. Prioridades, dirão alguns, e parece afinal que a paixão assolapada com o fabricante brasileiro não era um exclusivo do Partido Socialista, como tantos alvitravam. É, aparentemente, um desígnio nacional.

Reabastecedores de frota turcos, cargueiros táticos e aeronaves de apoio aéreo próximo/treino avançado brasileiras, e possivelmente até submarinos sul-coreanos... o ReArm Europe em Portugal vai servir para quê afinal?

Os 2 AORs turcos dou de barato, pois foi uma escolha estritamente feita com base no curtíssimo orçamento disponível.
Os 827M originais do KC dou de barato, por já estarmos no programa, e rerem sido adquiridos antes do "Rearm Europe" e das mudanças geopolíticas que conhecemos hoje.
Os 2 submarinos pequenos, também não havia grande alternativa na UE, com base no orçamento previsível para tal programa caso avance.

Onde desenho a linha vermelha, é na compra dos STs, do 2⁰ simulador e do 6⁰ KC, que representam uma despesa superior a 400M. Isto representa 10 vezes o valor alocado aos sistemas VSHORAD. 20x o valor até agora disponibilizado para munições do F-16.

Numa época em que, além do Rearm Europe, temos um shift nas prioridades militares, onde claramente se dá especial atenção a capacidade AA, a drones, a stocks de munições de caças, a meios multiplicadores de força e afins, como é que continuamos a ignorar estas necessidades...
 

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mafets

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4387 em: Junho 17, 2025, 03:00:51 pm »
Se ganharmos 30 milhões por aparelho são 300 milhões. Com mais 11 milhões são mais 110 milenas, pelo que vai aos 410 milhões.  Paga os ST e quanto muitos dois Kc. É de facto mais que o que ganhamos com a venda dos 12 F16 aos Romenos, e ainda podemos ganhar mais umas coisas com os simuladores, mas não devemos ficar ricos.  ;)

Saudações

P.S. Melhor melhor negócio, eram duas linhas de montagem de KC e STN com largas dezenas de encomendas. Aos postos de trabalho e às vendas, se calhar já pagava alguns programas da FAP.  ;)
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4389 em: Junho 17, 2025, 03:25:17 pm »
Eu interpretei o comentário do CJ como sendo os 200 milhões dos ST mais os supostos 1300 que alguém avançou aqui num dos primeiro posts sobre o assunto, que íamos dar à Embraer (sinceramente, não fui ver quem avançou esse número inicialmente, de memória acho que foste tu, mas pode ter sido outro membro). Se estou enganado e ele se referia ao custo inicial do programa, então peço desculpa, mas o custo inicial, mais o 6o aparelho mais os 200 milhões dos ST não somam 1500 milhões, é mais qualquer coisa como 1300–1400 milhões.

Quanto a provas, sim, se fores consultar os orçamentos da FA italianas, estão lá orçamentadas todas as FREMM, incluindo as que foram vendidas durante a construção. Quanto ao resto, se eles têm muitas fragatas e nós não, isso não é relevante para esta discussão… o que está aqui a ser debatido é o princípio de usar este tipo de contabilidade “creativa”…

Huh, 827M + 100M (simulador extra) + 100M (6⁰ avião) + 200M (ST), já te dão à vontade 1227M mínimo. Gastastaste bem mais que 100M no desenvolvimento do avião.

Mesmo que não chegue exactamente a 1500M (vai chegar, porque entre 2031 e 32 acaba o contratode manutenção, e terás que assinar outro), continua a ser uma verba extremamente elevada. Em termos de comparação, terias que juntar vários programas da Lockheed Martin ao longo de vários anos, para atingir valores idênticos. E da Lockheed Martin, estamos a falar de programas P-3, F-16 e respectiva modernização, C-130...

A diferença, é que noutros programas, o ganho qualitativo era notório. Dos P2V5 para os P-3P foi um salto gigante, e dos P-3P para P-3C outro salto notório. Dos A-7 para F-16A/B foi um salto astronómico, e dos 20 A/B para os 20 MLU foi um salto (introdução de capacidade BVR). Dos Alpha Jet passámos para mais 20 F-16MLU, portanto mais um salto gigante. Os C-130 também devem ter sido um salto enorme face ao seu predecessor.

O orçamento anual de um país, e o que dizes à NATO que gastas na Defesa, são duas coisas diferentes.

Em Portugal, gastas 0.9% do PIB em Defesa, e na NATO dizes que é mais que 1.5%. Em Itália fazem o mesmo? Quando olhas para as FA deles, achas que eles gastam menos do que aquilo que dizem?

É natural que caso Portugal fizesse uma encomenda de 10 KCs para revenda, este dinheiro viesse contabilizado no OE. Da mesma forma que depois o valor da sua revenda viria contabilizado como receita.
O que não é natural, é depois esta transacção contar para o orçamento de Defesa para fins do que apresentamos à NATO. É o mesmo que contabilizar as cedências à Ucrânia (de material que não é substituído ainda por cima), para a % de PIB que gastas com a Defesa.
 

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JohnM

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4390 em: Junho 17, 2025, 03:32:14 pm »
Eu interpretei o comentário do CJ como sendo os 200 milhões dos ST mais os supostos 1300 que alguém avançou aqui num dos primeiro posts sobre o assunto, que íamos dar à Embraer (sinceramente, não fui ver quem avançou esse número inicialmente, de memória acho que foste tu, mas pode ter sido outro membro). Se estou enganado e ele se referia ao custo inicial do programa, então peço desculpa, mas o custo inicial, mais o 6o aparelho mais os 200 milhões dos ST não somam 1500 milhões, é mais qualquer coisa como 1300–1400 milhões.

Quanto a provas, sim, se fores consultar os orçamentos da FA italianas, estão lá orçamentadas todas as FREMM, incluindo as que foram vendidas durante a construção. Quanto ao resto, se eles têm muitas fragatas e nós não, isso não é relevante para esta discussão… o que está aqui a ser debatido é o princípio de usar este tipo de contabilidade “creativa”…

Huh, 827M + 100M (simulador extra) + 100M (6⁰ avião) + 200M (ST), já te dão à vontade 1227M mínimo. Gastastaste bem mais que 100M no desenvolvimento do avião.

Mesmo que não chegue exactamente a 1500M (vai chegar, porque entre 2031 e 32 acaba o contratode manutenção, e terás que assinar outro), continua a ser uma verba extremamente elevada. Em termos de comparação, terias que juntar vários programas da Lockheed Martin ao longo de vários anos, para atingir valores idênticos. E da Lockheed Martin, estamos a falar de programas P-3, F-16 e respectiva modernização, C-130...

A diferença, é que noutros programas, o ganho qualitativo era notório. Dos P2V5 para os P-3P foi um salto gigante, e dos P-3P para P-3C outro salto notório. Dos A-7 para F-16A/B foi um salto astronómico, e dos 20 A/B para os 20 MLU foi um salto (introdução de capacidade BVR). Dos Alpha Jet passámos para mais 20 F-16MLU, portanto mais um salto gigante. Os C-130 também devem ter sido um salto enorme face ao seu predecessor.

O orçamento anual de um país, e o que dizes à NATO que gastas na Defesa, são duas coisas diferentes.

Em Portugal, gastas 0.9% do PIB em Defesa, e na NATO dizes que é mais que 1.5%. Em Itália fazem o mesmo? Quando olhas para as FA deles, achas que eles gastam menos do que aquilo que dizem?

É natural que caso Portugal fizesse uma encomenda de 10 KCs para revenda, este dinheiro viesse contabilizado no OE. Da mesma forma que depois o valor da sua revenda viria contabilizado como receita.
O que não é natural, é depois esta transacção contar para o orçamento de Defesa para fins do que apresentamos à NATO. É o mesmo que contabilizar as cedências à Ucrânia (de material que não é substituído ainda por cima), para a % de PIB que gastas com a Defesa.
Pois, mas alguém contabiliza a receita? Que eu saiba, ninguém o faz e não me parece que sejamos nós a ir fazê-lo. Não dá jeito para atingir os mínimos… num mundo ideal, o governo assumiria o compromisso de qualquer lucro reverter diretamente para as FA e não para outra coisa qualquer. Do meu ponto de vista, mesmo que não o façam, o negócio é de fazer para promover a indústria e aumentar a base de utilizadores, mas é uma oportunidade perdida de aumentar o investimento nas FA sem o fazer com dinheiro dos contribuintes.   
« Última modificação: Junho 17, 2025, 03:38:36 pm por JohnM »
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4391 em: Junho 17, 2025, 04:13:16 pm »
Se ganharmos 30 milhões por aparelho são 300 milhões. Com mais 11 milhões são mais 110 milenas, pelo que vai aos 410 milhões.  Paga os ST e quanto muitos dois Kc. É de facto mais que o que ganhamos com a venda dos 12 F16 aos Romenos, e ainda podemos ganhar mais umas coisas com os simuladores, mas não devemos ficar ricos.  ;)

Saudações

P.S. Melhor melhor negócio, eram duas linhas de montagem de KC e STN com largas dezenas de encomendas. Aos postos de trabalho e às vendas, se calhar já pagava alguns programas da FAP.  ;)

Esses "30M por aparelho" vêm de onde? Isso representa uma subida de preço de cada aeronave em quase 30%. Que país maluco vai comprar KC-390 quase ao preço de A-400? Qual o incentivo para a UE financiar esta compra por parte de outro país europeu, ao invés de financiar o A-400, este sim verdadeiramente europeu, e beneficiando grande parte dos países mais influentes da Europa?  ???

Os simuladores, pelo seu preço exorbitante, e pelo facto de não haverem assim tantos KC a operar na Europa (baixo número de aviões = baixo número de tripulações por formar por ano), vai tornar extremamente demorado até se recuperar o dinheiro dos 2 simuladores.

Se para cada tripulação, exigirmos 2M de euros para treinar no simulador (valor exagerado apenas para usar simulador), seria necessário formar 100 tripulações, só para pagar o custo dos 2 simuladores. Quantas tripulações é que serão realmente formadas por ano? O número justificava o segundo simulador tão cedo?

Essa das linhas de montagem só pode ser sarcasmo.
Porque criar mais linhas de montagem de ambos os produtos, estaria dependente de encomendas reais e num volume suficientemente elevado para tornar rentável.

Sabendo que mão de obra é finita, eu antes preferia usar a que temos para produzir UAVs nacionais, na construção naval, e munições (desde balas a mísseis), do que desperdiçar esta mão de obra em linhas de montagem de produtos que pouco mercado têm.

O KC, com a possibilidade de ter uma cadeia na Polónia, menos razões existiriam para aumentar a produção em Portugal. Se por algum motivo viesse a ser escolhido pela USAF, exigiam o fabrico do avião inteiramente nos EUA, e o mesmo deveria acontecer na Índia.
 

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4392 em: Junho 17, 2025, 04:31:34 pm »
Pois, mas alguém contabiliza a receita? Que eu saiba, ninguém o faz e não me parece que sejamos nós a ir fazê-lo. Não dá jeito para atingir os mínimos… num mundo ideal, o governo assumiria o compromisso de qualquer lucro reverter diretamente para as FA e não para outra coisa qualquer. Do meu ponto de vista, mesmo que não o façam, o negócio é de fazer para promover a indústria e aumentar a base de utilizadores, mas é uma oportunidade perdida de aumentar o investimento nas FA sem o fazer com dinheiro dos contribuintes.

Claro que contabilizas a receita. No balanço das exportações/importações, vai ser contabilizado. Possivelmente será contabilizado para a receita das FA, mas sem efeitos práticos.

Até pode acontecer o seguinte:
-Portugal compra 10 KCs por 1300M para revender (130M/avião como na notícia);
-Portugal vende os 10 por 1500M;
-os 1500M são alocados na LPM para aquisições;
-o Governo decide contabilizar ambos os valores para a % do PIB em Defesa, inflacionando o valor real em 1300M.

Para mim é simples. Se querem fazer esse negócio, que não o incluam para a percentagem do PIB. O país precisa de gastar 2% verdadeiramente em Defesa, sem truques nem invenções. Se não fizerem isto, tudo bem.
 
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JohnM

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4393 em: Junho 17, 2025, 04:51:01 pm »
Pois, mas alguém contabiliza a receita? Que eu saiba, ninguém o faz e não me parece que sejamos nós a ir fazê-lo. Não dá jeito para atingir os mínimos… num mundo ideal, o governo assumiria o compromisso de qualquer lucro reverter diretamente para as FA e não para outra coisa qualquer. Do meu ponto de vista, mesmo que não o façam, o negócio é de fazer para promover a indústria e aumentar a base de utilizadores, mas é uma oportunidade perdida de aumentar o investimento nas FA sem o fazer com dinheiro dos contribuintes.

Claro que contabilizas a receita. No balanço das exportações/importações, vai ser contabilizado. Possivelmente será contabilizado para a receita das FA, mas sem efeitos práticos.

Até pode acontecer o seguinte:
-Portugal compra 10 KCs por 1300M para revender (130M/avião como na notícia);
-Portugal vende os 10 por 1500M;
-os 1500M são alocados na LPM para aquisições;
-o Governo decide contabilizar ambos os valores para a % do PIB em Defesa, inflacionando o valor real em 1300M.

Para mim é simples. Se querem fazer esse negócio, que não o incluam para a percentagem do PIB. O país precisa de gastar 2% verdadeiramente em Defesa, sem truques nem invenções. Se não fizerem isto, tudo bem.
Contabilizas a receita como abatendo aos gastos com a Defesa? Tens a certeza? Compras por 10, vendes por 12 e retiras 2 ao que gastaste em Defesa? Duvido muito… quando muito, vejo o governo a declarar o lucro como investimento em defesa, sem o ser na realidade, já que não sai do OE… veremos o que daqui sai… para já, concordo plenamente com a iniciativa…
 
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yuwanko

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