KC-390 na FAP

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yuwanko

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4425 em: Junho 21, 2025, 11:07:46 pm »
Consigo perceber a irritação com as negociatas com a Embraer, mas parece que já estamos num estágio em que mesmo que nos pagassem para ficar com os aparelhos alguns seriam contra.

No final do dia, acho que já se percebeu que vamos ficar com uns 7 ou 8 KC390, com a possibilidade de várias variantes.
Com sorte vendem-se suficientes no mercado internacional para o projecto ficar barato ou dar lucro.

Se fossem de graça ninguém se queixava. O problema é mesmo cada um custar mais de 100M, e andarmos a estourar dinheiro neles, enquanto as restantes lacunas das FA continuam por resolver.

Se viermos a ter 8 ou 9 ou 20 ou 1000, apenas se reforça a falta de seriedade com que se leva a Defesa neste país. Um país que gasta apenas 39M de euros em sistemas VSHORAD, ou que vai arrastar-se com 2 fragatas completamente obsoletas até 2035, não podia nem devia esbanjar tanto dinheiro em aeronaves de transporte táctico, enquanto tem todas as outras lacunas para tratar.

A questão agora passa a ser, para vocês, quantos KC-390 é que o país teria que comprar em detrimento de outros programas, para vocês começarem a torcer o nariz?
Estou curioso para saber qual é que é a vossa "linha vermelha", ou se esta nem sequer existe.

Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.

P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…

Porquê? Qual o motivo de continuar a adquirir mais e mais KCs? Onde é que vamos arranjar tripulação para tanto avião de transporte? Vamos cortar na frota C-295? A FAP não adquire o LUS-222? Corta-se na frota MPA dedicada, para dar lugar aos MPA improvisados?

Qual é o plano? Qual a estratégia de defesa nacional? Para quê adquirir mais KCs para uma variante ISR, quando toda a gente anda a dar prioridade a UAVs para esse tipo de missão? Para quê comprar mais se os 6 que vamos ter já tiverem a possibilidade de ser adaptados para isso?

PS: Ao comprares mais KCs, sobretudo numa versão/com kits AAR com boom, reduzes drasticamente as chances de entrar num consórcio MRTT, porque o dinheiro não vai dar para tudo. Quanto mais dinheiro investires em KCs, menores são as chances do país adquirir uma aeronave maior.

Não sei de onde tiram a ideia de que a compra de KCs, não afecta o orçamento disponível para outros programas.

Se calhar só vão aprender quando o Governo se lembrar de inventar mais truques contabilísticos para fingir que se gastam 2%, e os únicos programas a avançar nas FA forem compras de KCs.

Acho que já toda a gente percebeu que cada unidade não custa 100M se tivermos em conta o dinheiro do retorno, até agora  com os contratos assinados, vai custar menos de metade disso, não sei porque continuas a bater nessa tecla.

Vamos lá a esclarecer uma coisa: o facto de a economia portuguesa beneficiar do (alegado, mas altamente improvável) valor de 10 milhoes de euros de lucro (cofff. coffff) não diminui o preço de custo, OK? São coisas diferentes.
Uma coisa é o valor que se tem de pagar à Embraer por um seu produto, outra é o benefício que Portugal tem pelo facto de assegurar parte da sua produção.
Mas o valor da factura da compra não é alterada por essa via.

Fazendo um desenho: náo é por terem o cartão Continente e fazerem lá as compras, beneficiando de um desconto no abastecimento de combustivel na Galp, que o valor da factura a pagar na caixa diminui....

Espero ter sido claro....

O que o Ministro disse foi que por cada aeronave vendida entraram 11 milhões de euros para os cofres do Estado, não falou em benefício para a economia.

Portanto, ou o ministro está a mentir, ou a embirração é enorme
 
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sivispacem

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4426 em: Hoje às 12:15:48 am »
Consigo perceber a irritação com as negociatas com a Embraer, mas parece que já estamos num estágio em que mesmo que nos pagassem para ficar com os aparelhos alguns seriam contra.

No final do dia, acho que já se percebeu que vamos ficar com uns 7 ou 8 KC390, com a possibilidade de várias variantes.
Com sorte vendem-se suficientes no mercado internacional para o projecto ficar barato ou dar lucro.

Se fossem de graça ninguém se queixava. O problema é mesmo cada um custar mais de 100M, e andarmos a estourar dinheiro neles, enquanto as restantes lacunas das FA continuam por resolver.

Se viermos a ter 8 ou 9 ou 20 ou 1000, apenas se reforça a falta de seriedade com que se leva a Defesa neste país. Um país que gasta apenas 39M de euros em sistemas VSHORAD, ou que vai arrastar-se com 2 fragatas completamente obsoletas até 2035, não podia nem devia esbanjar tanto dinheiro em aeronaves de transporte táctico, enquanto tem todas as outras lacunas para tratar.

A questão agora passa a ser, para vocês, quantos KC-390 é que o país teria que comprar em detrimento de outros programas, para vocês começarem a torcer o nariz?
Estou curioso para saber qual é que é a vossa "linha vermelha", ou se esta nem sequer existe.

Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.

P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…

Porquê? Qual o motivo de continuar a adquirir mais e mais KCs? Onde é que vamos arranjar tripulação para tanto avião de transporte? Vamos cortar na frota C-295? A FAP não adquire o LUS-222? Corta-se na frota MPA dedicada, para dar lugar aos MPA improvisados?

Qual é o plano? Qual a estratégia de defesa nacional? Para quê adquirir mais KCs para uma variante ISR, quando toda a gente anda a dar prioridade a UAVs para esse tipo de missão? Para quê comprar mais se os 6 que vamos ter já tiverem a possibilidade de ser adaptados para isso?

PS: Ao comprares mais KCs, sobretudo numa versão/com kits AAR com boom, reduzes drasticamente as chances de entrar num consórcio MRTT, porque o dinheiro não vai dar para tudo. Quanto mais dinheiro investires em KCs, menores são as chances do país adquirir uma aeronave maior.

Não sei de onde tiram a ideia de que a compra de KCs, não afecta o orçamento disponível para outros programas.

Se calhar só vão aprender quando o Governo se lembrar de inventar mais truques contabilísticos para fingir que se gastam 2%, e os únicos programas a avançar nas FA forem compras de KCs.

Acho que já toda a gente percebeu que cada unidade não custa 100M se tivermos em conta o dinheiro do retorno, até agora  com os contratos assinados, vai custar menos de metade disso, não sei porque continuas a bater nessa tecla.

Vamos lá a esclarecer uma coisa: o facto de a economia portuguesa beneficiar do (alegado, mas altamente improvável) valor de 10 milhoes de euros de lucro (cofff. coffff) não diminui o preço de custo, OK? São coisas diferentes.
Uma coisa é o valor que se tem de pagar à Embraer por um seu produto, outra é o benefício que Portugal tem pelo facto de assegurar parte da sua produção.
Mas o valor da factura da compra não é alterada por essa via.

Fazendo um desenho: náo é por terem o cartão Continente e fazerem lá as compras, beneficiando de um desconto no abastecimento de combustivel na Galp, que o valor da factura a pagar na caixa diminui....

Espero ter sido claro....

O que o Ministro disse foi que por cada aeronave vendida entraram 11 milhões de euros para os cofres do Estado, não falou em benefício para a economia.

Portanto, ou o ministro está a mentir, ou a embirração é enorme

Já por várias vezes eu o ouvi dizer que Portugal tem um lucro de 10 milhões - ou 11, depende da ocasião - por cada KC vendido. APesar de não acreditar nesses números, por razões que já expliquei, é óbvio que se trata de um benefício para a economia, por via do trabalho desenvolvido nas OGMA.
Ou acha que a Embraer faz uma transferência para os cofres do Estado português por cada KC que vende???

Portanto, para mim é óbvio que o ministro está a mentir - afinal é um político, faz parte da job description - pois esses números não batem certo e foi um cliché criado para 'fazer passar a coisa' e justificar as compras à Embraer. Nem é embirração, pois até acho que está a ser o melhor MD dos últimos 10 anos (o que também não era difícil, há que o dizer....)
« Última modificação: Hoje às 12:40:48 am por sivispacem »
Cumprimentos,
 
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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4427 em: Hoje às 06:58:52 am »

Aquela que devia ter sido a escolha para aeronave de transporte da FAP. Infelizmente a incompetência e impreparação da classe politica e de algumas chefias militares, levaram-nos a tomar a decisão pelo C-390. Que é uma aeronave de transporte interessante e competente, mas que objectivamente não serve as reais necessidades operacionais da força aérea, o interesse nacional e que não passou de uma opção meramente política.

Sem dúvida alguma, a variedade de missões que efectua aliadas às muito maiores capacidades de transporte e autonomia, dariam à FAP, uma, verdadeira e real, aeronave, de transporte, Estratégico !!

Não existe qq lógica, em termos operacionais, em agora, se ter adquirido o 390, porquanto a 501, continua a operar o C'.
A presente frota de até dez, se não chegarem a ser mais, cargueiros tácticos, não tem justificação nem utilidade para uma FAP, que já possui uma dúzia de 295.

O que deveria ter ocorrido, se não houvesse a subserviência politica que existiu e existe por parte da classe política, era a aquisição do Atlas, três a quatro aeronaves, e, quando se previsse a substituição dos C's, iniciar a compra de uns quatro, ou no máximo cinco 390, para a 501, mas para que isso acontecesse era necessário pensar e agir de acordo com as reais necessidades da Defesa Nacional !!

Abraços

« Última modificação: Hoje às 07:03:02 am por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!