So dando de barato que precisamos de 5-6 C-390 para transporte, qualquer kit adicional que compres, obriga a também comprar as células. Se nunca vier a existir uma versão KC com lança rígida, ‘é óbvio que não precisas de mais aviões. Quanto às versões ISR e MPA/ASW, vou esperar até estarem desenvolvidas para julgar se são inferiores ou superiores às capacidades já existentes. Ao contrário de outros, não especulo à partida que vão ser inferiores a A321 MPA ou P-3. Como é óbvio, se, ao contrário da tua verdade absoluta, a FAP resolver adquirir essa capacidade, vai ter que adquirir células extra. O futuro o dirá…
P.S.- Ter capacidade não tripulada dá-te persistência e capacidade de vigilância de área a baixo preço de aquisição e operação, mas depois precisas de meios tripulados ou para lidar com a ameaça, em coordenação com os meios não-tripulados. Um não substitui o outro…
A ideia de que "precisamos" de um X número de aeronaves de transporte, tem que ser justificada com base na realidade das FA (e claro no orçamento).
Tínhamos 12 C-295 + 6 C-130 (depois reduzidos para 4) + 1 AOR com capadidade de transporte limitada, no "tempo das vacas gordas", e com FAs maiores (mais pessoal e equipamento).
Agora vamos ter 12 C-295 + 6 KC + 2 AOR + 1 PNM + provavelmente alguns LUS-222.
Tirando a perspectiva de aeronaves AAR com boom, não existe neste momento grande justificação para continuar a aumentar o número de cargueiros tácticos. Ainda para mais sabendo que quantos mais aviões, mais tripulações é necessário.
Kits adicionais
não obrigam à compra de aeronaves adicionais. O número de tripulações é que conta. De nada te adianta comprar 10 KCs, se só tiveres tripulações para metade deles. Também não faz sentido associar o número de kits com o número de aeronaves necessárias. Podes adquirir 2 ou 3 kits ISR, 2 ou 3 kits VIP, 2 ou 3 kits hospitalares, quicá 2 ou 3 kits tipo "Rapid Dragon", 2 ou 3 kits de combate aos incêndios, e com isso adquirir de forma contínua aeronaves num rácio 1 para 1 (nem sequer 1 para 2).
A versão ISR, com base na informação disponibilizada, vai ser o KC normal, com uns kits internos, um pod EO/IR, e 2 a 6 pylons (2 confirmados, 4-6 teóricos). O propósito é usar os sistemas já existentes na aeronave, com poucas ou nenhumas modificações. O ISR, como foi apresentado, seria um downgrade face ao P-3 em muitos aspectos.
A versão MPA ainda não se sabe qual o plano, se vai sequer ser viável, se a Embraer vai preferir usar uma aeronave civil mais barata para servir de base (como o Sea Sultan). Uma versão MPA seria uma aeronave dedicada, com todos os sistemas expectáveis para este tipo de aeronave, logo, seria um KC extremamente modificado, e portanto com custos mais elevados.
O MPA talvez não competisse com o P-8 (o AN/APS-154 humilha), mas sempre estaria mais próximo em termos de capacidade, se conseguissem colocar o mesmo nível de equipamento e sensores no avião, e fazendo modificações estruturais para ter uma baía de armamento.
Eu não disse que UAVs/UCAVs substituíam MPAs puros. Mas sim que, pelo preço de um KC-390 que comprasses de propósito para receber os kits (não é um MPA puro), compras 2 ou 3 UCAVs dedicados, e estes complementavam na perfeição os P-3.
O que eu acho, é que devíamos substituir o P-3 por A321 MPA com apoio UE e participação nacional (ou P-8 ou P-1, se preferirmos um avião já desenvolvido), adquirir UCAVs MALE (MQ-9 ou EuroDrone) com módulos/variante MPA/ASW (incluindo JSM, Brimstone ou equivalente e um torpedo desenvolvido para lançamento destes UCAV), e 2-3 kits ISR para os KC-390 existentes.