Ora 80 milhões era o Siroco. Não dava por causa dos Merlin.
O processo que estudou a possibilidade de aquisição do navio francês da classe Foudre, começou há mais de dez anos e só foi completado em 2015 quando definitivamente se concluiu que não se compraria.
A verdade, é que os maiores e mais eficientes helicópteros da força aérea não podiam operar de forma eficiente a partir do navio.
Isto são os factos, o resto é pouco mais que treta...
Se Portugal tivesse comprado o LPD francês, não faltariam as criticas e o pessoal a "rasgar las vestiduras" e a chamar os oficiais da marinha de burros incompetentes, corruptos e tudo o mais, porque compraram um navio porta-helicópteros que não pode utilizar os helicópteros disponíveis.
Ou então teriamos que esperar dez anos até haver dinheiro para comprar outros helicópteros e deixar o navio a apodrecer no Alfeite.
Acho que era mais realista transferir o navio para a barragem de Castelo de Bode, para operar como base para helicópteros

O problema, é o dinheiro e sempre foi o dinheiro.
Falamos de 10 milhões de Euros como se fosse uma grande quantia de dinheiro, quando na realidade não paga três meses de manutenção e custos operacionais, de uma fragata média.
O problema da falta de dinheiro, resulta em compras pequenas e de ocasião, que resultam numa quantidade de linhas de abastecimento e manutenção, que dão sempre problemas.
Comprar um de cada, para termos de tudo, é uma opção muito muito má, num país em que parece que a expressão "economia de escala", parece querer dizer, utilizar a escada e não a escada rolante.
Grosso modo, em termos de construção naval - e correndo os riscos da generalização - poderiamos dar o exemplo:
- O primeiro navio demora seis meses a construir e custa 80 milhões.
- O segundo navio demora três meses e custa 60 milhões
- O terceiro, constroi-se em um mês e custa 40 milhões
Se queremos construir navios em dois estaleiros, e queremos produzir apenas seis navios, a duplicação da estrutura, implica um custo total de 360 milhões em dez meses.
Se construirmos tudo em apenas um estaleiro, os seis navios ficam por 300 milhões em 13 meses.
30% mais tempo e 17% menos custo.
Quando os navios forem construidos, começamos a ter que pensar nos navios que vão ser construidos nos dois estaleiros, ou como é que nos vamos ver livres dos trabalhadores.
Seria o cúmulo da irracionalidade.
E a falta de racionalidade, as pequenas séries, as compras aos poucochinhos e um de cada, cada um para uma função, constituem realmente um problema, e é generalizado ...