Situação Política em Portugal

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #375 em: Abril 27, 2011, 08:40:01 pm »
Citação de: "cromwell"
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Eleições: PS quer liderar "governo maioritário" e espera "maior abertura" dos outros partidos
Lusa
19:13 Quarta feira, 27 de abril de 2011  

http://aeiou.expresso.pt/eleicoes-ps-qu ... os=f645652
Era só o que faltava!
Querem lixar o país ainda mais?


o povo é bem capaz de lhes dar essa oportunidade.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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tyr

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #376 em: Abril 29, 2011, 12:36:00 pm »
Se o PS ganhar a culpa é dos que se abstêm, pois como já deveria ser cultura geral, o PS têm uma carrada de votos comprados numa carrada de bairros sociais (e quando digo comprados quero dizer isso mesmo (o nível de corrupção pelo menos deste partido esta a chegar a níveis para mim inimagináveis)).
E para alem destes tem os votantes clubistas, (conheço vários que votam no PS, pois, tal como o Sporting é o seu clube de futebol, o PS é o seu clube politico) que votam quase sempre de forma quase religiosa.

E outra coisa que eu descobri, há pouco tempo, é a de que em muitas mesas de voto, os votos brancos, são no final distribuídos pelos partidos que meteram pessoal nessas mesas de voto.

Por isso peço a todos, votem, e nunca o façam em branco, podem fase-lo nulo, e quem não acreditar no que eu digo, vejam onde é que o PS consegue normalmente ganhar deputados na área de Lisboa.
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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Camuflage

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #377 em: Abril 29, 2011, 12:38:34 pm »
Antes fossem os bairros sociais a votar no PS, o problema está bem claro e descrito pelo Medina Carreira:

Medina Carreira: O partido do Estado tem seis milhões de portugueses (vídeo): http://aeiou.expresso.pt/medina-carreir ... eo=f643966
 

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tyr

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #378 em: Abril 29, 2011, 12:53:34 pm »
então eu e quase todo o meu circulo de amigos vamos votar PS?

mentira! das pessoas que eu conheço, quase ninguém vai votar PS. pois o meu circulo de conhecidos é quase só funcionários públicos normais, funcionários dos quadros especiais do estado, desempregados e reformados.

A maior parte das pessoas que vota no PS, são votantes clubistas, pessoas que têm algo a ganhar com ter o PS no governo (e que só esse partido possa dar), as pessoas compradas e as pessoas incrivelmente burras, estúpidas e/ou ignorantes para ainda acreditarem no mentiroso e incompetente mor deste pais.
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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Camuflage

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #379 em: Abril 29, 2011, 07:29:32 pm »
Sim tu e os teus conhecidos podem não votar PS, mas não significa que os restantes desconhecidos façam o mesmo. Por outro lado o que não falta é gente que diz fazer muita coisa e gente à boca das urnas e vota mais do mesmo.

Eu tenho uma certeza, PS nunca teve votos meus, nem o PSD e nem o CDS, e posso garantir que nenhum dos 3 irá ter nas próximas eleições. Ter em atenção que há sempre mais candidatos do que os 5 do costume, portanto nada de tirar conclusões precipitadas. Este ano em principio haverão 18 candidatos à eleições.
 

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Jorge Pereira

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #380 em: Abril 29, 2011, 10:47:10 pm »
Citação de: "Luso"
P44, parece que só agora os jornalistas acordaram. Ou melhor, a realidade chegou a um tal ponto que eles não a podem esconder. E só agoram é que começam a arranhar umas coisitas.
Uma das grandes lições que o povo que tem mais que um neurónio deve assimilar de uma vez por todas é que a imprensa apenas faz propaganda!

http://portadaloja.blogspot.com/

A realidade virtual do jornalismo português

Este texto que segue é de Henrique Raposo, do Expresso.

Os media conseguem fazer uma campanha só com fait divers. Foi assim em 2009: os jornalistas conseguiram fazer uma campanha sem forçar o tema central do país (endividamento) . A coisa parece que se vai repetir. Há um tango permanente entre os media e o spin de Sócrates. O tom e a escolha de temas favorece sempre os malabarismos de Sócrates e prejudicam aqueles que querem falar seriamente da realidade. Ferreira Leite foi crucificada por causa disto . Na sociedade e, por arrastamento, nos media, existe uma cultura de cinismo pós-moderno que chega ao ponto de desprezar a realidade ("ai, o Medina Carreira diz sempre a mesma coisa"; pois, a realidade e verdade não mudam, meus amores) em detrimento dos jogos florais ("ai, o Nobre", "ai, o telefonema"). Por uma vez na vida eu gostava de ver os media preocupados com a realidade do país e não com os joguinhos dos mestres do spin. E a realidade é esta:

I. Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos. Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE. Há maior fracasso que este? Mas é inacreditável o silêncio dos media em relação a esta fuga em massa de portugueses. Parece que é tabu. Nós estamos a emigrar como nos anos 60, mas não se fala disso.

II. Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos.

III. Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB. E esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelo PS para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.

IV. Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.

V. Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos, e nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações

VI. A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB. As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível

VII. Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado

VIII. E há muito mais.

Em vez de partirem desta base, os media partem do spin que chega às redacções. Os jornalistas não vão à procura da realidade pelo seu próprio pé. Recebem a realidade filtrada pela indústria do spin associada ao Poder. Temos, assim, um debate inquinado à partida, um debate sempre enxameado de casos e fait-divers. Há um nevoeiro permanente em redor da realidade, em redor dos problemas.
Em Portugal, a realidade não é a gramática dos jornalistas e dos media. Neste terreno, os demagogos vencem sempre. Quando os factos e a realidade não são o vocabulário do debate público, os demagogos vencem sempre.

E a propósito disto:

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Entrevista de Sócrates à TSF provoca indignação de ouvintes

por Ricardo Paz Barroso, Publicado em 28 de Abril de 2011

A presença de José Sócrates esta quinta-feira no Fórum da TSF originou uma saraivada de comentários indignados por parte de muitos ouvintes daquela rádio. Só no site da TSF, no link que anuncia José Sócrates no Fórum, foram colocados 523 comentários, a maior parte a queixar-se do facto de não terem conseguido inscrever-se no Fórum para colocar a sua questão ao primeiro-ministro demissionário; mas também a acusar aquela rádio de ter favorecido os simpatizantes socialistas, que terão dominado a maior parte das perguntas feitas a Sócrates. "A TSF baldou-se", "a maior vergonha do jornalismo radiofónico" ou "esperem pela factura dessa vossa subserviência" foram alguns dos comentários originados pela presença de Sócrates na TSF.

 

Por causa disso, o director da estação, Paulo Baldaia, veio justificar-se em comunicado: "Importa esclarecer que no Fórum da TSF entram os ouvintes que se inscrevem. Nós não perguntamos de que partido são, nem que pergunta querem fazer". E sugere que possa ter havido mobilização por parte da máquina partidária do PS, quando afirma que, "se as máquinas partidárias se mobilizam, não há forma de o impedir. Ainda assim, a editora do Fórum procurou equilibrar, retirando da nossa página perguntas mais assertivas e mais incómodas para o líder do PS e quando alguns ouvintes se limitavam a fazer elogios a José Sócrates lembrou-lhes que deveriam colocar uma pergunta".

No Facebook, houve também centenas de comentários dispersos pelo mural da TSF.

Fonte


E para quem quiser ouvir o dito fórum:

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interio ... 3rum%20TSF



PS. Aconselho, ao ouvir isto, estar perto de uma casa de banho ou então ter um saco plástico por perto.

Para quem ainda não saiba:

Citar
A Controlinveste tem a sua origem na Olivedesportos, empresa fundada em 1984 por Joaquim Oliveira, ainda hoje um dos mais importantes activos do grupo.

Após a aquisição da Lusomundo Serviços em 2005,[1] o Grupo Controlinveste reuniu uma das mais completas e diversificadas ofertas na área dos media em Portugal, que inclui as já referidas Sport TV, a TSF - a rádio de informação de referência do mercado - às quais se juntam títulos de imprensa como o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, 24Horas, O Jogo, Global Notícias; outros títulos de referência na imprensa especializada, como o jornal Ocasião; na imprensa regional, o Açoriano Oriental (o mais antigo jornal de Portugal), o Jornal do Fundão, o Diário de Notícias da Madeira; as revistas Evasões, Volta ao Mundo e ainda uma participação accionista na agência Lusa.

Também, e não sei se se lembram, nas escutas que o SOL publicou há pouco tempo atrás, o Oliveira era considerado pelo Armando Vara como amigo do PS.

Cada um que tire as suas conclusões.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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FoxTroop

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #381 em: Abril 29, 2011, 11:48:10 pm »
NOJO, NOJO, NOJO, nunca pensei ouvir algo assim num regime que se diz Democrático.

Uma vergonha, uma chacota completa, nunca antes se desceu tão baixo. Se esta canalha ganhar as eleições, não ficarei em Portugal. Quem votar nesta corja, que fique cá e aguente que os meus filhos vão crescer noutra nação, onde não seja preciso um cartão do partido.

NOJO, NOJO, NOJO,, que são tão reles que nem merecem a corda que os enforque.


PS: Já agora, quero ver o que é que a entidade reguladora vai dizer/fazer, após uma nojice deste calibre.

PPS: Aqui fica a ligação para os que se sentirem lesados neste nojento ataque à Democracia, se queixem:

http://www.erc.pt/pt/balcao-virtual/for ... ticipacoes
 

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TOMSK

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #382 em: Abril 30, 2011, 02:14:19 am »
Portugal está em farrapos. Qualquer invasor que entrasse agora em território nacional seria recebido de braços abertos, se prometesse melhores salários. Também já começo a pensar em sair daqui. :cry:
 

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Lusitanian

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #383 em: Abril 30, 2011, 02:34:55 am »
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NOJO, NOJO, NOJO, nunca pensei ouvir algo assim num regime que se diz Democrático.


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Portugal está em farrapos. Qualquer invasor que entrasse agora em território nacional seria recebido de braços abertos, se prometesse melhores salários.

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E para quem quiser ouvir o dito fórum:

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interio ... 3rum%20TSF



PS. Aconselho, ao ouvir isto, estar perto de uma casa de banho ou então ter um saco plástico por perto.

A mim não funciona. Podiam dizer o que se diz para haver tanta polémica? Pelo que percebi aqui, é só o Sócrates a fazer a campanha para eleições. Mas como não consigo ouvir...podiam dizer o que se passa? Agradeço.

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Também já começo a pensar em sair daqui.

Vá lá não façam de Velho de Restelo...Portugal já passou por imensissimas lacunas enormes e sobreviveu. Não é "abandonar" que isto resolve. Estamos juntos, para o bem ou para o mal. É isso que nos distingue. Não dêem por desistir a essas `elites´. Os nossos netos (se ainda não decidirem ir embora) vão lembrar-se do que fizemos. Por isso é que tenho alguma esperança nestas eleições, apesar de não querer dizer que a gente melhore rapidamente. A esperança é a ultima a morrer. Para mim um Portugal bem português: Monarquico, moderadamente nacionalista, patriotico e de direita. Voltar a ter a verdadeira bandeira portuguesa, com instituições (tipo Mocidade Portuguesa) que fariam dos nossos jovens os mais bem preparados e ensinados, ou seja, mais sábios. E uma especie de cultura de desporto regular, para melhorar a saúde (eu apoio um pouco de fisiculturismo. Dá-nos ar de machão  :twisted: ). E tambem uma cultura de investimento e poupança monetária e de respeito pelo meio ambiente e em soluções `verdes´, amigas da Natureza. Isso sim seria um Portugal. E por aí adiante...temos que acreditar. Se não der, há sempre o lado mais bruto...não podemos é `cagar´ para o país. Porquê? Porque ao contrário de alguns `especialistas, modernos e sábios´, nós nascemos com um dever incondicional para com a nossa nação, assim como um pai tem um amor incondicional para com o filho. Não os abandonámos. Modificamos á nossa imagem, segundo as nossas tradições e não a dos outros, segundo a nossa maneira de estar, e não a dos outros, segundo a nossa imagem como, neste caso, portugues, e não a dos outros. Basicamente devemos ter orgulho, e isso é o suficiente para lutarmos contra `interesses de grupos´. Não acredito em destino de um país, segundo os interesses de terceiros. Só há um interesse e é Portugal. Abraços a todos.
Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce.
Por Portugal, e mais nada!
Tudo pela Nação, nada contra a nação!
 

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FoxTroop

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #384 em: Abril 30, 2011, 10:50:21 am »
Caro Lusitanian, tente ouvir programa e se mesmo assim não entender a razão de "tanta polémica", dificilmente encontrará alguém capaz de o explicar. Porque quando um espaço de debate e contraditório, em que deveria imperar um espírito critico e incisivo, como deveria ter sido o fórum da TSF, se transforma numa ode ao "Amado e Iluminado Líder", "Luz dos Povos", com intervenções de pessoas que só poderiam estar a ler um guião digno da Coreia do Norte e mesmo assim o meu caro não compreender e achar natural, pois é "campanha politica", então, então nem sei o que lhe possa dizer......

Vergonhoso, nem num regime como o de Mugabe  :evil:  :roll:  :roll:
 

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #385 em: Abril 30, 2011, 06:21:33 pm »
Tenham calma e não vão já embora.
Quem sabe isto fica mais divertido para quem não tem assim muito a perder. :twisted:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lusitanian

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #386 em: Abril 30, 2011, 08:29:14 pm »
Eu tinha dito que não conseguia ver o link, e ainda não consigo....daí perguntar. Mas já vi pelo seu post, o que se deve ter passado...era só elogios ao grande Inginheiro não é? Pois...

O resto meu meu post, é a visão do Portugal que talvez gostaria de ver...digo talvez porque quando fizeram o 25 de Abril, todos pensaram que iria ser o melhor e o mais correcto, e afinal é a borrada que se vê hoje, em vários aspectos, politicos, sociais e economicos.
Portanto dái o talvez...pode ser muuuuuito bom ou pode ser o pior que há. Mas segundo a História, pode muito bem resultar no nosso povo. Abraços
Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce.
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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #387 em: Maio 01, 2011, 12:55:27 pm »
«A Central de Propaganda
    Eduardo Cintra Torres
    Público, 29-4-2011

    A TVI lá fez mais uma entrevista a Sócrates, ajeitando-se à agenda do líder do PS. Como se comprovou no final, a entrevista foi, para o país, totalmente inútil. Zero de conteúdo. Quaisquer que sejam as perguntas, ele repete à exaustão as mesmas cinco frases memorizadas. Hábil a intimidar entrevistadores, ignora-lhes as perguntas, debitando o menu decorado e queimando tempo.
    Judite Sousa não colocou diversas perguntas importantes e não obteve respostas às que colocou. Resultado: um festival de propaganda pessoal, mais um em poucas semanas. Sócrates só falou de si mesmo — o seu tema preferido — ou repetiu as cinco frases combinadas lá na Central de Propaganda. E, ajudado pela entrevistadora, alimentou a agora habitual confusão total entre primeiro-ministro e secretário-geral do PS.
    A estranha última pergunta de Sousa sobre a vida privada de Sócrates foi colocada ao secretário-geral do PS na sede do governo de Portugal. Sousa apresentou Sócrates como “divorciado” e “com dois filhos” e perguntou-lhe se “tenciona fazer campanha eleitoral com a família”. Recorde-se que nas presidenciais apareceram familiares de todos os candidatos nas campanhas e nenhum jornalista, nem Sousa, os interrogou sobre isso.
    A pergunta permitiu a Sócrates fazer exactamente o que disse que não vai fazer: usar os filhos. Mencionou duas vezes o “amor aos meus filhos”. Disse também “sempre os procurei proteger”. Ora, na campanha de 2009, em entrevista à SIC, Sócrates fez “referências premeditadas” aos filhos (como lhes chamou então um dirigente da agência de comunicação LPM). Também a sua vida privada foi usada em ocasiões escolhidas a dedo ao longo dos anos. Mais de uma vez as revistas cor-de-rosa souberam com antecipação onde ele estaria em momentos “privados” com uma alegada namorada; e numa entrevista ao Diário de Notícias na campanha de 2009 ele falou da alegada namorada (i, 21.09.09).
    Na acção mediática de Sócrates não há nada, mas rigorosamente nada, que surja ao acaso. As “respostas” em entrevistas são frases decoradas. Toda a sua agenda e a do Estado que comanda estão planeadas para obter ou evitar efeitos mediáticos. Por exemplo, a correcção para baixo do défice foi divulgada pelo INE no sábado de Páscoa, com o país político ausente. A gestão de danos é brilhante: a Central obliterou Teixeira dos Santos dos media quando este, a bem de Portugal, traiu Sócrates e falou da necessidade da ajuda externa.
    A Central vai debitando diariamente pequenos “casos” para a imprensa: através de dirigentes e outras figuras do PS (as ordinarices de Lello não são “arreliadoras deficiências tecnológicas” mas declarações públicas calculadas, cabendo a Lello o papel de abandalhar os políticos em geral); ou através de “fontes”, ou nem isso, como nas campanhas negras na Internet. Essa acção permanente da Central, 24 horas por dia, desgasta os adversários, em especial o principal partido da oposição, sem a mínima preparação para enfrentar uma organização profissionalíssima, que hoje atingiu a dimensão de um embrião de polícia política de informações, agindo exclusivamente através dos media e Internet, directamente ou através de apaniguados ou ingénuos.
    O desgaste dos adversários ainda está no princípio. Dado que Cavaco Silva e os ex-presidentes pediram uma campanha eleitoral esclarecedora, caberá à Central de Propaganda oculta e semi-secreta ao serviço do PS encher os media e a blogosfera de “casos”, invenções, mentiras, factóides descontextualizados, etc. Esta Central tem acesso a informações, por métodos quase científicos de busca, selecção e organização de informações, a que os jornalistas não têm ou não podem ter acesso, ou nem sonham que existem. A Central conhece o passado de todos quantos agem no espaço público e ousam desagradar ao PS-Governo. A Internet é usada para divulgar elementos “comprometedores” da sua vida. Fernando Nobre e família foram alvo desses ataques mal ele se candidatou pelo PSD. Nos EUA tem crescido igual tipo de desinformação, como a campanha negra por republicanos mais primários de “dúvidas” acerca da nacionalidade de Obama.
    A brutalidade da desinformação e das campanhas negras atinge não só os adversários políticos, mas todos os que exerçam livremente a liberdade de expressão. Como o PS-Governo vive exclusivamente dos media, a Central visa em especial os comentadores e jornalistas que considere fazerem algo negativo para os seus interesses.
    A jornalista Sofia Branco foi recentemente demitida de editora na agência LUSA por se ter recusado, com critérios editoriais, a pôr em linha uma “notícia” oriunda da Central de Propaganda. Recorde-se que o director de Informação da LUSA foi uma escolha pessoal de Sócrates e que o seu administrador principal é amigo pessoal de Sócrates. A demissão teve carácter de exemplo, pois visa recordar a todos os jornalistas, começando pelos da LUSA, que “quem se mete com o PS leva”.
    O caso revela a Central em acção. Uma correspondente da LUSA recolheu uma declaração dum assessor do primeiro-ministro que este atribuiu a Sócrates. A editora da LUSA não quis divulgar declarações dum assessor como se fossem de Sócrates (dado que não eram de Sócrates!); disponibilizou-se para ouvi-las do próprio, mas o assessor negou a hipótese. A editora rejeitou a “notícia”. Acontece que a Central precisava que a “notícia” fosse vomitada para os media naquele dia; por isso, a chefia da LUSA soube logo do caso e colocou a “notícia” em linha; a editora foi liminarmente demitida, retaliação que já seria de dureza totalmente desajustada ao normal funcionamento de uma redacção se a editora tivesse procedido mal. No dia seguinte, Sócrates disse a tal frase que fora dita pelo assessor: é o habitual processo de inculcação pela repetição.
    Sofia Branco foi demitida por ser jornalista. Se houve “quebra de confiança”, como a direcção socretista da LUSA invocou, não foi no profissionalismo da editora, mas sim quebra de confiança da Central de Propaganda numa jornalista que agiu como jornalista. “Hoje, 27 anos depois do 25 de Abril, faz-se jornalismo com medo”, disse Sofia Branco ao P2 (25.04).
    A pressão infernal sobre os jornalistas deu resultados extraordinários nestes seis anos. Somada a campanhas negras e cumplicidades no seio dos media, permitiu a Sócrates ganhar em 2009 e está a permitir-lhe recuperar nas sondagens em 2011.
    A estratégia da Central para esta campanha já está delineada. Um dos elementos tem passado despercebido: através de pessoas como Lello e de comentários anónimos produzidos pela Central e despejados na blogosfera e caixas de comentários, repete-se a ideia de que os políticos são todos iguais, todos corruptos, nem vale a pena ir votar. A Central sabe que a percentagem do PS pode subir se a abstenção crescer. O paradoxo de um partido fomentar subrepticiamente a abstenção explica-se: como os eleitores mais livres votariam mais facilmente na oposição, neutralizá-los diminui os votos nos outros e aumenta a proporção relativa do núcleo duro dos eleitores do PS.
    Outro elemento que favorecerá essa estratégia será a habitual forma de as televisões cobrirem as campanhas na estrada. Apesar da crise no país, é provável que a cobertura televisiva se concentre, como habitualmente, nos almoços da “carne assada”, nas declarações da velhota na rua, do comerciante à porta, do militante de reduzida inteligência, no “isto está uma loucura” do jornalista empurrado por jornalistas, etc. Enfim, fait-divers sem conteúdo político e sem relação com o discurso dos responsáveis partidários.
    Se as televisões juntarem às habituais reportagens da “carne assada” e da velha que grita na rua alguma cobertura aos “casos” emanados da Central, estará lançada a confusão que serve um único entre todos os partidos: o PS-Governo. Tudo o que não esclareça políticas, divirja para os “casos” do dia e para o diz-que-disse, em que a Central tem mestria absoluta, servirá para impedir um esclarecimento mínimo (desfavorável a quem governou) e para induzir descontentes a absterem-se. Se fizerem uma cobertura das campanhas como a de 2009, as televisões estarão a colaborar, não indirecta, mas directamente com a governação dos últimos anos e com a aplicação concreta, diária, da estratégia de desinformação e propaganda.»
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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cromwell

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #388 em: Maio 01, 2011, 03:51:26 pm »
O artigo anterior demonstra claramente a grande onda de influência que este ingenheiro mantém no país.

Através do uso do gigantesco poder que possui, através dos seus amigos e da Maçonaria, já consegiu despedir jornalistas e cancelar programas até nem mais, além de já ter processado não sei quantas pessoas ligadas à imprensa.  
Não tirando o facto de tentar sempre a apelar a oposição a votarem nos seus PECS através de acusações porcas e falsas (e tentando continuamente demonstrar que ele é o único que pode governar o país, e que mais ninguém pode) José Socrates demonstra um claro desrespeito pela democracia e pela liberdade de expressão.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #389 em: Maio 04, 2011, 09:42:25 am »
:roll:

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José Sócrates: a caminho de nova vitória eleitoral?
João Lemos Esteves (www.expresso.pt)
8:57 Quarta feira, 4 de maio de 2011

Há homens que parece que foram abençoados pela sorte. Sorte quase de caráter divino. José Sócrates é um deles. A conjuntura política - por incrível que possa soar - é-lhe sempre favorável: quando se vaticina o pior, o ainda nosso primeiro-ministro consegue recuperar e dar a volta. Quase miraculosamente.

Ironias à parte, José Sócrates confirma que é o político com mais perspicácia, mais capacidade analítica conjugada com frieza de ação - contrastando com a ingenuidade e o amadorismo de Passos Coelho (há que reconhecê-lo sem clubismos, nem preconceitos!). Por altura da inviabilização do PEC, a maioria esmagadora dos comentadores políticos defendeu que foi Passos Coelho que precipitou a queda do governo. Mentira: foi o governo que precipitou a sua própria queda. O governo esticou a corda para provocar o PSD e Passos Coelho caiu que nem um ratinho, ou melhor, que nem um coelhinho. E a declaração de ontem é a prova irrefutável da minha tese! O governo sabia que, caso a oposição recusasse o PEC, este deixaria de ser um inconveniente para o governo - e passaria a ser um trunfo. Porquê? Por uma razão muito simples: o PEC IV já tinha sido negociado por José Sócrates com Angela Merkel, à revelia dos órgãos de soberania legitimamente eleitos pelos portugueses. E, na altura, já se equacionava a intervenção externa (FMI ou fundo europeu de estabilização), com os holofotes centrados sobre Portugal. Naturalmente, que as medidas que constarão do pacote firmado com o FMI irão , em parte, ao encontro das medidas propostas pelo governo no PEC IV! O ponto é que o PEC do governo era um programa excessivamente minimalista, que não resolvia os problemas estruturais das nossas finanças públicas - mas apenas poderia (eventualmente) escondê-los temporariamente!

Dito isto - e falando agora de coisas sérias - , é óbvio que o programa do FMI vai ser mais duro, com medidas impopulares, que agravarão a vida dos portugueses - e é, no mínimo, despropositado que José Sócrates venha falar aos portugueses em tom de festejo com o país a afundar-se. Mas, enfim, na política nacional já vale tudo para ter mais uns votinhos...

Por último, importa analisar os dois efeitos políticos que José Sócrates pretendeu alcançar com a declaração de ontem. São dois:

I) Mostrar o mérito das medidas que constavam do PEC IV, chumbado pela oposição, associando-se, desta feita, às medidas mais populares do pacote negociado com o FMI, deixando as mais impopulares, as mais duras para os portugueses, para a oposição. As medidas que forem forte e feio ao bolso dos portugueses não serão apresentadas por José Sócrates - aí o líder do PS chamará a oposição, colando-a ao lado lunar do acordo;

II) Prosseguir a estratégia da vitimização, agora com uma diferença: a oposição foi irresponsável não para com o governo - mas para com o país. Os portugueses vão sofrer por causa da oposição - já o governo resistiu até ao limite para salvar o pseudo Estado-Social. A verdade é que pelo que li, já vários comentadores da chamada esquerda se congratularam pelos feitos de José Sócrates. E o PS já pensa no governo de coligação nacional: o anúncio de José Sócrates, colando o PS à melhor parte do acordo, permitirá que o partido esteja com um pé dentro e outro fora no governo que executará o acordo com o FMI (ponto curioso e que desenvolveremos em próximo texto).

José Sócrates, com a estratégia que tem seguido, confirma a sua grandeza como estratega político - mas, para mal dos nossos pecados, a sua pequenez como homem de Estado. Que poderá vir, com muita probabilidade, a ser reeleito em Junho. Temos pena... Má notícia para Portuga.

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"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas