Os alertas do descalabro eminente já vêm do início do governo do Guterres. Altura em que o país crescia bem acima dos 2% e em que nunca como nessa altura entrava tanto dinheiro da EU. O resultado já todos sabemos qual foi. Não só não se aproveitou essa época das “vacas gordas” para reestruturar profundamente o nosso modelo socioeconómico, como se delapidou grande parte desses recursos em não se sabe o quê, ao ponto de, devido ao monstro criado por ele próprio e pelo PS, ser obrigado a fugir, tamanho era o descalabro.
No governo PSD/CDS-PP, foi tentar tapar o buraco que vinha do Guterres, sob pena de pesadíssimas sanções da EU (perda de fundos). Mas mesmo nessa situação, ouvia-se constantemente a frase criada pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, que dizia que há mais vida para além do défice!!! O resto da história já todos sabemos como foi.
Depois tivemos, e ainda continuamos a ter, aquele que será seguramente o pior governo dos últimos 100 anos. Apesar dos constantes avisos para arrepiar caminho, em que era claro que o país não podia continuar, o actual governo continuou alegremente o seu caminho suicidário para o país, mentindo, manipulando e deturpando a realidade para enganar os pacóvios. E consegui enganar muitos!
Exemplo disso é dizer que a crise “é responsabilidade da maior crise financeira do mundo nos últimos 100 anos”. Mentira! Antes disso já tínhamos uma crise económico-financeira que já se previa que iria ter este resultado, dado o nível de endividamento que estávamos a seguir. Para os mais distraídos, a maior parte da Europa já está a crescer e a sair da crise, e nós continuamos na mesma. Aliás, na última década tivemos um crescimento pírrico de 0,7 % ao ano em média. Ou então, onde está a crise da Holanda, Dinamarca, Suécia, etc.? Ou só contam para o exemplo a Grécia, Espanha e a Irlanda?
Outro exemplo foi o que se passou antes das últimas eleições legislativas. Para enganar pacóvios, dizia-se que a crise não nos ia atingir, que íamos passar ao lado, que o défice estava controlado, aumentou-se os funcionários públicos, todas as semanas anunciavam-se medidas que implicavam milhões na despesa, deixando as pessoas perplexas sem saber de onde vinha esse dinheiro todo. Depois das eleições, e depois de enganar os pacóvios…pois. Mentira, e manipulação ao mais alto nível!!
Em 6 anos de Sócrates, a dívida pública sobe exponencialmente!...
Mas, francamente, o que podem os credores internacionais fazer quando, nestes anos de Sócrates, a dívida pública quase duplica em termos de PIB, em 2009 necessitámos de empréstimos superiores a 14 mil milhões de euros, em 2010 está previsto igual montante, e em 2011 dificilmente será menos? Que podem fazer as agências de rating quando olham para o volume e a evolução dívida pública portuguesa, senão constatar o descalabro em que estamos metidos? Os números oficiais do Instituto da Gestão da Dívida Pública aí estão para evidenciar esse enorme buraco, cada vez mais descontrolado.
Nos anos da governação de Sócrates, o aumento da dívida pública foi o seguinte:
2005- 11,1 mil milhões de euros
2006- 6,8 mil milhões de euros
2007- 4,2 mil milhões de euros
2008- 5,7 mil milhões de euros
2009- 14,3 mil milhões de euros
2010- 14 mil milhões de euros.
Nos 6 anos de 2005 a 2010, a dívida aumentou 56,1 mil milhões de euros, passando de 90,7 mil milhões para 146,8 mil milhões de euros. E se, em 2004, significava 60% do PIB, em 2009 representa 79,4% e em 2010 vai aproximar-se dos 90%.
Se a estes valores da dívida directa juntarmos cerca de 30 mil milhões de euros de dívida indirecta das empresas públicas deficitárias e que o Estado terá que honrar e ainda o valor actual dos compromissos com as PPPs no montante de cerca de 26 mil milhões de euros, teremos um valor global de 203 mil milhões de euros, equivalente a 122% do PIB. Em apenas 6 anos, a dívida pública sobe exponencialmente.
O risco de crédito é, de facto, enorme. Os credores e agências de rating apenas vêem o óbvio.
Por cá, o pensamento oficial insiste em negar a evidência. Para continuar na senda do despesismo de que é exemplo o aumento da despesa corrente previsto para 2010.
Mas querem o Governo e os "pensadores" a soldo fazer de nós parvos ou quê?
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