Situação Política em Portugal

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Cabeça de Martelo

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #420 em: Maio 10, 2011, 04:37:02 pm »
Básicamente é isso mesmo... :roll:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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P44

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #421 em: Maio 10, 2011, 04:58:50 pm »
Citação de: "Daniel"
Acabei por ver o debate na TVI entre o Paulinho e o Sócrates, dizer apenas 1-0 para o Sócrates.
Agora o programa Prós & Contras da RTP é que foi excelente, e ao mesmo tempo foi penoso,  esse senhor que diz e não diz ser do PSD pos-me pena, o PSD escolhe um homem como o senhor Catroga para uma missão tão importante.
E tem mais, ao que parece esse senhor foi convidado para ser ministro das Finanças. :roll:
Exaltado, meteu os pés pelas mãos, engasgou-se, e levou um uma coça do Silva Pereira, mentiu a cerca da CGD, acerca dos impostos enfim, mais uma vez o PS sai vencedor, e sem alguma dúvida ouvesse acerca de quem tem melhores capacidades para governar essa dúvida foi desfeita, e eu voto PS.


Obrigado, nós que aqui chafurdamos na trampa "agradecemos".

Na Suíça é que se está bem.

Deviam proibir os emigrantes de votar, pois quem se lixa é o mexilhão e eles não sofrem as CONSEQUÊNCIAS do seu voto!
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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P44

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #422 em: Maio 10, 2011, 05:14:06 pm »
Citação de: "nelson38899"
Que direito tem o jornal Inglês,  para intrometer-se na política interna de um país soberano??


"país soberano"  :mrgreen:  essa tem piada

O que esse sr. escreveu é a mais pura das verdades, ao menos não é ignorante como a maioria deste povinho, e desmascarou mais uma vez, com todas as letras, o mentiroso patológico.
Ao menos que TODA A EUROPA saiba que os portugueses estão tão contentes que vão provavelmente re-eleger quem os lançou no abismo!
Ao menos que lá fora o "inginheiro" não engane ninguém, pois cá dentro engana MUITOS!

Citar
Colunista do FT: "Não se pode gerir uma união monetária com governantes como Sócrates"

“Não se pode gerir uma união monetária com governantes como o sr. Sócrates ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre a desintegração da zona euro". É desta forma que Wolfgang Munchau, colunista do FT, inicia o último parágrafo de um texto publicado ontem onde critica a forma como os responsáveis europeus têm lidado com a crise do euro.

Para o comentador, a actuação do primeiro-ministro português ajuda a perceber os problemas da Europa na resolução da crise da moeda única. “A razão política pela qual esta crise vai de mal a pior é um problema de actuação colectiva que continua por resolver. Ambos os lados têm falhado. O deputado avarento e economicamente iletrado do Norte da Europa é tão responsável como o primeiro-ministro do Sul da Europa que só se preocupa com o seu quintalinho. O governo grego comportou-se de forma relativamente correcta, mas a forma como Portugal tem gerido, e continua a gerir, a crise é assustadora”, escreve Munchau.

O colunista alemão critica José Sócrates por ter escolhido adiar para o último minuto o pedido de ajuda financeira. O seu anúncio, na semana passada, foi um alerta trágico-cómico da crise. Com o país à beira da extinção financeira, foi à televisão nacional orgulhar-se de ter garantido um acordo melhor do que a Grécia e a Irlanda. Além disso, garantiu que o entendimento não seria muito doloroso. Quando os detalhes foram conhecidos, poucos dias depois, percebeu-se que nada disso era verdade. O pacote contém cortes de custos severos, congela os salários da função pública e as pensões, aumenta os impostos e prevê uma recessão profunda nos próximos dois anos”.

Pela forma como governantes como Sócrates actuaram em relação ao pedido de ajuda de Portugal e os ministros das Finanças europeus geriram a informação sobre a reunião de sexta-feira para discutir alterações ao pacote de ajuda grego, Wolfgang Munchau considera que o problema da zona euro “não é uma crise da dívida. É uma crise política. A zona euro vai confrontar-se, em breve, com a escolha entre um impensável passo em direcção a uma união politica ou um igualmente inimaginável passo a trás”.

Até porque, “como os historiadores económicos sabem desde sempre, uma união monetária sem uma união política não é viável”. Assim, o especialista em temas da zona euro, defende que o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, deve assumir publicamente a sua posição a favor de uma maior integração política.


Colunista do "Financial Times" acusa o primeiro-ministro português de se "preocupar apenas com o seu quintalinho" e de ter mentido ao país e diz que Portugal geriu a crise de forma "assustadora". Para Wolfgang Munchau, a comunicação de Sócrates ao país, na semana passada, foi apenas um "alerta trágico-cómico" da crise na Europa.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=483433
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cromwell

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #423 em: Maio 10, 2011, 09:25:11 pm »
Citação de: "P44"
Citação de: "Daniel"
Acabei por ver o debate na TVI entre o Paulinho e o Sócrates, dizer apenas 1-0 para o Sócrates.
Agora o programa Prós & Contras da RTP é que foi excelente, e ao mesmo tempo foi penoso, esse senhor que diz e não diz ser do PSD pos-me pena, o PSD escolhe um homem como o senhor Catroga para uma missão tão importante.
E tem mais, ao que parece esse senhor foi convidado para ser ministro das Finanças. :lol:
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Falcão

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #424 em: Maio 10, 2011, 11:49:43 pm »
Citação de: "tyr"
Não acredito que haja pessoal que acredita no que é dito num debate, pelos maiores mentirosos e manipuladores de massas desde o 25 de Abril (e que levaram o pais à banca rota).
votar no socrates dá aos tugas a mesma credibilidade que a reeleção do Bush deu aos americanos.
quem acredita neles, parece aquelas raparigas que se deixam levar pelos gandulos com uma grande labia, e que se estão a marimbar para elas, ao invés do gajo que não é bem falante, mas que acaba por ser a alma gémea delas e depois andam sempre a chorar pelos cantos a dizerem que têm azar nos homens.

Caro tyr, comparar Sócrates ao Bush parece-me de mau gosto e uma ofensa para...o Bush: O Bush podia ser muita coisa, mas era verdadeiro, real, não criticava as suas Forças Armadas e respectivos equipamentos, etc., mas, e acima de tudo, defendia os interesses do seu país com unhas e dentes.

Em relação ao voto em Sócrates e ao PS: Só quem pode lucrar com esta podridão e os ignorantes é quem os apoia. Simples! Evidente!
Cumprimentos
 

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tyr

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #425 em: Maio 11, 2011, 12:24:01 am »
falcão tens razão, foi uma comparação infeliz a nível de postura individual, mas tanto o Bush, como o Sócrates, são incompetentes, mentirosos (as famosas armas de destruição em massa do Bush e o chorrilho de petas do socas), dispostos a implementar coisas que vão contra os princípios dos respectivos países (no caso de um a utilização da tortura e na do outro o pressing para que em algumas áreas houvesse censura).

As grandes diferença entre o Bush e o Socas são que um é patriota e o outro é apátrida iberista, que um é burro e não sabe mentir e que o outro é manhoso e um hábil mentiroso, que um foi directamente eleito pelos eleitores e que o outro foi eleito pelos deputados da maioria, etc...
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

Re: Situação Política em Portugal
« Responder #426 em: Maio 11, 2011, 03:10:10 pm »
Por um lado acho que o "Zé Povinho" gosta de ser enganado e tem memória curta (votam no partido do líder que consideram mais bem parecido ou que fala melhor), por outro parece que existe demasiada ingenuidade, provincianismo, analfabetismo (económico, politico ...), desinformação e demagogia.

E a maioria daqueles que não vão em partidirites ou na conversa de políticos hipócritas e aldrabões, votam naqueles que lhes dão mais garantias de manutenção de benefícios sociais, cargos públicos, interesses pessoais, ... o futuro do país é algo de somenos importância.

Sendo assim Sócrates tem boas chances de ganhar.

Se o PS ganhar acho que se vão coligar com o Bloco de Esquerda e o PCP uma vez que o PSD e o CDS-PP já afastaram essa possibilidade.

http://economico.sapo.pt/noticias/uma-c ... 17782.html


PSD perde terreno para o PS e mantém-se o empate técnico

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/psd ... co_1493425


Sondagens das Eleições Legislativas 2011 (Sondagem Intercampus Público/TVI - 9 de Maio)

PSD - 36,2%
PS - 35,1%
CDS/PP - 10,9%
CDU - 7,7%
BE - 6,5%
Outros - 3,6%

http://www.online24.pt/sondagens-das-el ... ivas-2011/

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Daniel

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #427 em: Maio 11, 2011, 03:12:33 pm »
P44

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Na Suíça é que se está bem.

Se na Suiça se está bem ou não depende, eu não vim para a Suiça para fugir à crise, não cheguei aqui ontem, já vão 16 anos.

Citar
Deviam proibir os emigrantes de votar, pois quem se lixa é o mexilhão e eles não sofrem as CONSEQUÊNCIAS do seu voto!

Eu diria mais, não só de votar, como também deveriam ser proibidos de enviar dinheiro para Portugal, milhões. c34x

Citar
Os portugueses radicados no estrangeiro enviaram no ano passado mais 122,03 milhões de euros para Portugal do que em 2009, com o valor a superar os 2.403 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal.

 Depois de uma queda das remessas em 2009, o montante enviado para Portugal pelos emigrantes recuperou em 2010, mas ainda assim fica aquém dos valores de antes da crise.

O maior aumento de remessas foi dos emigrantes portugueses na Suíça, totalizando 590,66 milhões de euros, mais 59,78 milhões de euros (12,26 por cento) do que no ano anterior.

França continua a ser o país de onde é enviado mais dinheiro por emigrantes e que em 2010 subiu um pouco (11,71 milhões de euros), atingindo os 899,16 milhões de euros, depois de uma queda de quase 95 milhões de euros em 2009.

Os portugueses radicados na Alemanha e no Reino Unido enviaram para Portugal 120,4 milhões de euros e 94,6 milhões de euros, respetivamente, montantes praticamente idênticos aos de 2009.

As remessas provenientes do Luxemburgo aumentaram cerca de 2,2 milhões de euros, atingindo os 84,47 milhões de euros.

Espanha foi, entre os países da União Europeia com dados individualizados, de onde foram enviadas menos remessas de emigrantes, comparando com o ano anterior - 111,03 milhões de euros, menos 11,71 milhões do que em 2009.

Do outro lado do atlântico, os emigrantes portugueses enviaram mais dinheiro para Portugal sobretudo do Canadá - 46,25 milhões de euros, contra 41,87 milhões em 2009 -, mas também dos Estados Unidos e do Brasil, a atingir os 129,98 milhões de euros e 10,59 milhões de euros, respetivamente.

Já da Venezuela, as remessas caíram para 15,78 milhões de euros em 2010, contra 19,42 milhões de euros no ano anterior.

Dos países não contabilizados individualmente, tratados em grupo como "do Resto do Mundo", o fluxo de remessas dos emigrantes manteve a tendência de aumento que se vem verificando e atingiu os 197,72 milhões de euros, mais 41,76 milhões de euros em 2009.

O envio de dinheiro de imigrantes em Portugal para os seus países de origem também aumentou em 2010 para 567,34 milhões de euros, recuperando uma tendência interrompida em 2009, quando tinha caído para 559,2 milhões de euros.
 

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Daniel

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #428 em: Maio 11, 2011, 03:21:16 pm »
E estes senhores querem governar Portugal, eles próprios não sabem o que querem, ora hoje dizem uma coisa, como amanha dizem outra.
Será que tem alguém que leva o partido do PSD a sério  :!:

Passos Coelho e Eduardo Catroga discordam sobre taxa intermédia do IVA

Citar
O PSD assume que Pedro Passos Coelho e Eduardo Catroga têm posições diferentes quanto à eliminação da taxa intermédia do IVA. O líder “laranja” garantiu não querer acabar com a taxa intermédia de 13%, como acusou José Sócrates. Catroga, por seu lado, diz que a ideia é ficarem apenas duas taxas de imposto sobre o consumo.

O responsável pelo programa de Governo do PSD defendeu, em entrevista à Renascença - emitida esta segunda-feira - que a ideia é simplificar o imposto. “Nós apostamos essencialmente na reestruturação do IVA, isto quer dizer, uma simplificação, caminhando apenas para duas taxas, uma taxa reduzida e uma normal”, defendeu Eduardo Catroga.

O economista considerou também que a taxa reduzida deve ser aplicada ao “chamado cabaz alimentar básico”.

Perante esta declaração, fonte social-democrata explicou à Renascença que a posição de Catroga é pessoal e não reflecte a posição do partido. O que é certo é que o programa de Governo do PSD não é claro nesta matéria.

Ainda hoje, João Tiago Silveira, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, vai falar em nome do PS sobre esta matéria.
 

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tyr

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #429 em: Maio 11, 2011, 06:16:50 pm »
Daniel, o PSD, para mim também não é opção, mas qualquer um (incluindo o PSD) é melhor que um partido que a maior parte das coisas que diz são mentiras ou deturpações, que durante os últimos 6 anos chulou o estado, engrossou a factura do mesmo para dar mais jobs (e melhor remunerados) para os boys, que autorizou a duplicação e triplicação de departamentos e unidades algumas das quais caríssimas e totalmente desnecessárias, que nas eleições diz sempre uma coisa, mas que depois de eleito faz sempre (excepto os casos do casamento dos homossexuais e do aborto) o oposto, que embarca em obras faraónicas, desnecessárias e que individuaram grandemente o pais, etc...

David, se acreditas no que diz o PS é porque não sabes o que esses senhores fizeram ao pais. Se vivesses em Portugal e parecendo me que és um patriota, nunca poderias votar nesses senhores.

Eu jurei que para o resto da minha vida nunca votarei nem PS, nem PSD, porque não fazes o mesmo, existem mais partidos (pois votar no PS por o PSD não ter credibilidade, para mim não cola).
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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Luso

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #430 em: Maio 11, 2011, 09:53:12 pm »
Da "Porta da Loja"


Outra história de proveito e exemplo

Santana Castilho escreve hoje no Público uma crónica em que relata um conto que leu num livro de Françoise Giroud ( que foi directora do L´Éxpress quando valia a pena ler este semanário francês, nos anos setenta):

"Quando Chamberlain compreendeu que não era o primeiro-ministro adequado a liderar o Reino Unido em guerra, escolheu, ele próprio, como era tradição no partido conservador inglês, o seu sucessor. Designou lorde Halifax. Mas Chamberlain queria um governo forte e sabia, por isso, que era indispensável que Churchill fizesse parte do elenco. Convocou-o e disse-lhe:- É Halifax.
Churchill, por patriotismo e por dever, por essa autêntica grandeza que é a abnegação face a um interesse superior, disse que sim. Horas depois, um homem que tinha taleno. Lorde Beaverbrook, magnata da imprensa inglesa, pediu a Churchill para o receber com urgência e disse-lhe:

-Não é possível! Aceitou que seja Halifax o primeiro-ministro?

Churchill respondeu que se tratava de um negócio de Estado e que não iria discutir com ele. Beaverbrook insistiu. Churchill respondeu que não tinha outra saída. E Beaverbrook voltou à carga:

- É um crime contra a Nação! Só você poderá mobilizar a Grã-Bretanha.

No fundo, Churchill concordava com Beaverbrook. Mas objectou que tinha dado a sua palavra e que não voltaria atrás. Então, Beaverbrook disse:

- Peço-lhe pelo menos uma coisa. Quando for convocado por Chamberlain, com Halifax, e Chamberlain lhe perguntar se confoirma a sua aceitação, fique em silêncio durante três minutos. Três minutos completos. Cento e oitenta segundos, antes de dizer sim. Em nome da Inglaterra, peço-lhe.

Churchill achou isto impertinente e não viu como isto poderia mudar a situação. Mas, como tinha amizade e estima por Beaverbrook, prometeu-lhe que o faria.

No dia seguinte, Churchill e Halifax encontraram-se no gabinete de Chamberlain, na Downing Street.Chamberlain pediu a Churchill:

-Pode confirmar , se faz favor, a lorde Halifax, que aceita fazer parte do seu Governo?

E Churchill ficou calado. Passou um minuto, e Churchill continuava em silêncio. Minuto e meio depois, Churchill permanecia em silêncio. Ainda não tinham transcorrido os três minutos, lorde Halifax não aguentou, exclamou e saiu:

Creio que é Winston Churchill que deve ser o primeiro-ministro!


O mínimo que se poderá dizer é que estes três minutos tiveram um papel da máxima importância na história da Segunda Grande Guerra Mundial. "


Em Portugal, actualmente, não há oportunidade para estas situações dramáticas se desenvolverem. O actual primeiro-ministro não só quer continuar como permanece arreigado ao estilo, modo e poder de actuação dos últimos anos que foram trágicos para a vida dos portugueses.

Não deveriam existir muitas dúvidas que a gravamento súbito das condições da dívida pública portuguesa em 2009, teriam obrigado a uma inflexão de políticas que poderiam ter salvado o país desta hecatombe que é a de pedir empréstimos avultadíssimos e juros usurários de 6% e que não poderemos pagar, certamente. O país está por isso mesmo em bancarrota e os bancos podem falir. Será a desgraça total e a ruína de todos nós.

Culpados estruturais haverá muitos, mas na conjuntura há só um bem visível e que merece ser responsabilizado directamente pelo que fez: este Inenarrável que governa. Não é apenas um bode expiatório mas o fazedor da desgraça, em concreto e sem dúvidas de maior, para quem quiser ser politicamente honesto.

Em 2009, o presidente da República poderia ter intervindo e parar a sangria. Não o fez por medo de perder a eleição presidencial. Em Junho de 2009, o país poderia ter ficado a saber que este primeiro-ministro andava a tentar comprar vários órgãos de comunicação social, para manipular a informação como acontece actualmente na TVI, com a tomada de poder pelo inefável conde. O país saberia tal coisa se porventura fosse instaurado inquérito por atentado ao Estado de Direito. Bastaria que o processo fosse autuado na secção criminal do STJ como deveria e as coisas seguiriam o seu curso normal.

O actual PGR e o presidente do STJ, objectivamente conluiados num entendimento espúrio do direito e do processo penal que temos, eventualmente em pânico por temerem que tal coisa se soubesse em período de campanha eleitoral, salvaram o primeiro-ministro desse embate com a opinião pública. Os magistrados de Aveiro e a PJ, profissional e honradamente mantiveram o segredo de justiça que se impunha. Alguém, no dia 24 de Junho informou certos arguidos que andavam a ser escutados e depois disso mudaram de conversa. E não foram certamente os magistrados de Aveiro...

Esse facto corresponde ao silêncio de Churchill, mas ao contrário: em vez de sigilo houve violação do mesmo e eventualmente por alguém que tinha interesse directo em avisar amigos políticos. E houve um silência prolongado sobre o assunto que durou até bem depois das eleições legislativas desse ano. Um silêncio que foi de ouro e resultou em cheio.

Não se sabe nem se descobriu ainda quem foi o autor da gravíssima violação de segredo de justiça que obviamente pede prisão efectiva. Há um inquérito a decorrer e nada se sabe do mesmo. Nem sequer onde está actualmente.

O actual PGR disse numa entrevista que os processos criminais em Portugal que envolvem políticos são geralmente processos políticos que "não dão em nada" e por isso mesmo o afirmou.

Sintomaticamente a actuação dessa autoridade do MºPº nessa altura, foi o que salvou politicamente o primeiro-ministro de ser confrontado em plena campanha eleitoral com um facto gravíssimo que atentava contra o Estado de Direito.

Ninguém sabe ou pode dizer qual seria a consequência política de tal revelação que necessariamente ocorreria se o processo seguisse o curso normal e rápido porque os factos assim o exigiam e havia sido requerido pelos magistrados de Aveiro.

Mas toda a gente percebe a consequência de se ter arquivado o expediente e mandado destruir as escutas fortuitas: o maior golpe na credibilidade na Justiça de que há memória, desde sempre, em Portugal. Não há exemplo sequer, para se lhe comparar.

Ao contrário de Churchill, foi esse silêncio de alguns meses no Verão de 2009 que ditou a nossa bancarrota, provavelmente.

- posted by josé @ 11.5.11 7 comments



Cada vez mais me parece que vai haver estrilho...
Ainda para mais sabendo que a possibilidade de pagar o empréstimo depende de um crescimento anual de mais de 2% no PIB.
Adivinho pancadaria e se querem que vos diga, não adivinho outra saída.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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FoxTroop

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #431 em: Maio 11, 2011, 10:11:20 pm »
Citar
Cada vez mais me parece que vai haver estrilho...
Ainda para mais sabendo que a possibilidade de pagar o empréstimo depende de um crescimento anual de mais de 2% no PIB.
Adivinho pancadaria e se querem que vos diga, não adivinho outra saída.

Também, por mais que trace cenários, não adivinho outra coisa, meu caro. O grau em que a coisa se vai processar é que é uma verdadeira incógnita mas espero, no mínimo, o saque de lojas e armazéns de bens básicos.
 

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Pedro_o_Tuga

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #432 em: Maio 11, 2011, 11:18:50 pm »
FOI PEDIDO O RESGATE ...
Bom,... dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país.
Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.
Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos.
Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).
Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:
Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.
Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teríamos taxas de juro nos 20% ou mais).
Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio.
Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.
O resto é calculismo político e teatro, como sempre fez.

Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.
Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem).
A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates.
O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).

Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.
Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá). Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma?
E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto oásis em Portugal?
Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança.
Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas?
E todos sabemos que o Eng.º relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?

Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.
Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação).
E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais.
É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade.
Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas.
Mais nada.
O resto é folclore para consumo interno.
E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses).
Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda?
Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).

Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos.
E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui.
Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho.
HENRIQUE MEDINA CARREIRA

Henrique Medina Carreira.Ver mais
Por: Ana Maria Pimenta
 

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Luso

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #433 em: Maio 11, 2011, 11:32:12 pm »
Começa a ser minha convicção que a "coisa" já está muito (muito!) para além da capacidade de controlo dos presentes e futuros eleitos.
Quando muito alguém ganhou algum tempo.
Para quê é que não sei.
Ilusões é que não não tenho: resta-me assistir ao desenrolar do filme e prepara-me o melhor que posso.

Este país ainda vai arder para salvar a banca espanhola.
Espero é que depois não nos diluamos em Espanha.

Bem diz o Carlos Velasco:

Acredito que a União Europeia tem os dias contados, devo dizer, mas temo que se Portugal não preparar a sua saída, é muito provável que seja apanhado de calças nas mãos, como foi tantas vezes nos últimos 200 anos, e acabe por ser engolido de vez pela Espanha. O PS, o PSD e o BE estão preparados para agir nesse sentido se o projecto euronacional-socialista cair, e um Portugal ainda mais destruído pelas actuais políticas dificilmente terá condições de aguentar a pressão.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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typhonman

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #434 em: Maio 12, 2011, 12:23:55 pm »
Citação de: "Luso"
Começa a ser minha convicção que a "coisa" já está muito (muito!) para além da capacidade de controlo dos presentes e futuros eleitos.
Quando muito alguém ganhou algum tempo.
Para quê é que não sei.
Ilusões é que não não tenho: resta-me assistir ao desenrolar do filme e prepara-me o melhor que posso.

Este país ainda vai arder para salvar a banca espanhola.
Espero é que depois não nos diluamos em Espanha.

Bem diz o Carlos Velasco:

Acredito que a União Europeia tem os dias contados, devo dizer, mas temo que se Portugal não preparar a sua saída, é muito provável que seja apanhado de calças nas mãos, como foi tantas vezes nos últimos 200 anos, e acabe por ser engolido de vez pela Espanha. O PS, o PSD e o BE estão preparados para agir nesse sentido se o projecto euronacional-socialista cair, e um Portugal ainda mais destruído pelas actuais políticas dificilmente terá condições de aguentar a pressão.

Se isso algum dia acontecer, espero que as Forças Armadas tomem as acções correspondentes para o evitar e se faça a perseguição dos culpados, levando-os a jugalmento em tribunal de estado.