Feinwerkbau,
assim estamos novamente, e como sempre deveriamos fazer, a discutir "factos", se bem que por vezes possamos não estar de acordo.
Foi por este forum se estar a tornar num mural de lamentações e ataques a uma das partes que decidi intervir, apesar de seguir atentamente o mesmo desde há alguns anos.
Desde já quero esclarecer que, em parte alguma, pôs em causa as capacidades técnicas e profissionais dos trabalhadores dos ENVC, pelo menos na sua maioria. O que disse e repito é que, aparentemente, a sua administração tratou de forma desastrosa todo este processo.
E digo "aparentemente" porque ainda tenho uma dúvida, que é saber afinal quem é o verdadeiro responsável pelo projecto. É que das duas uma:
-ou é da ATLANTICOLINE/Governo dos Açores e, neste caso, a falha dos ENVC foi na forma pouco inteligente como se "entalaram"
-ou é dos ENVC, e neste caso não há espinhas
Há ainda uma terceira hipótese que já se falou de que o projecto teria sido "impingido" pelo governo do Sr. Sócrates com o intuito de fomentar as relações comerciais com a Rússia por alturas da visita do Sr. Putin a Portugal e onde se realizaram/forçaram mais alguns negócios que se começam agora a revelar "menos conseguidos". Neste caso entende-se que, tendo sido ambas as partes arrastadas para esta desgraça, queiram saír o menos mal possivel da situação e tentem descalçar a bota para cima uma da outra.
Quanto aos factos:
o navio cumpriu o contrato assinado? NÃO
...de acordo.
era razão para a Atlânticoline invocar a rescisão? NÂO
... SIM, devido às regras impostas pela legislação relativa aos concursos públicos, uma vez que não se cumpriu com, pelo menos, uma das características técnicas obrigatórias do caderno de encargos.
o navio era um navio competente para prestar o serviço para o qual foi encomendado aos compatriotas Açoreanos? SIM SEM QUALQUER SOMBRA DE DUVIDA
DEPENDE. Poderá o navio operar em todos os portos previstos sem limitações? Conseguirá efectuar todas as rotações previstas para um dia em época alta apesar da velocidade ser mais baixa do que a pretendida? Afinal a velocidade é mesmo mais baixa ou alguma alteração efectuada ou a efectuar permitiu que a mesma aumentasse relativamente à existente a quando dos testes iniciais? Tem estabilidade que lhe permita navegar, sem por em causa a segurança e conforto dos passageiros, nos nossos mares?
houve vontade das entidades envolvidas de resolver o assunto com bom senso? NENHUMA
...Principalmente após o extremar de posições e aí, na minha opinião, os ENVC pela posição vulnerável em que se encontravam deveriam ter optado por propor um novo negócio ao invés de optarem por pressionar directa ou indirectamente para que o navio fosse aceite nas condições que estava, o que nunca poderia acontecer por aquilo que expliquei no segundo ponto. Falou-se demais, do que não se devia e quem não deveria...
este caso causou dano aos trabalhadores dos ENVC? SIM E MUITO
...E também à Região Autónoma dos Açores, que continua sem navios próprios e sem os 37ME ou parte deles que adiantou, como previsto pelo caderno de encargos.
Agora continuo a insistir, a responsabilidade do projecto é a chave de todo este processo.