Desculpem a sinceridade mas há determinados senhores que aqui escrevem que das duas uma, ou são estúpidos ou tentam fazer os outros disso.
Por partes (e mais uma vez):
1- velocidade contratada que não passou nos testes, 19 nós
a 75% da potência, entendem,
75%, e isso é muito diferente de apenas 19 nós. Tem a ver com desgaste das máquinas, consumos e, principalmente, com uma das características obrigatórias do equipamento a fornecer constantes do caderno de encargos e que não se pode desviar "1mm" do previsto
2- num concurso público, ainda por cima internacional, e para um equipamento deste valor que seria provavelmente comparticipado por fundos europeus, é impossivel o juri do mesmo poder assinar um auto de recepção do equipamento sem este cumprir com
todas as caracteristicas técnicas obrigatórias, todas e não só algumas, até porque o mesmo juri estaria "entalado" judicialmente caso o fizesse, e ainda mais grave, no caso de existir alguma fiscalização enviada pela união europeia para verificação do equipamento poderia dar-se o caso de já não recebermos as ditas ajudas ou ter de devolvê-las.
3- a argolada que os ENVC cometeram foi a de terem construido um navio baseado num mau projecto. a proválo:
Esta tecnica é usada geralmente na reconversão e requalificação de navios antigos, mas teve que ser utilizada no Atlantida, talvez por causa uns litros de vodka a mais na cabeça do projectista.
A Atlanticoline não encomendou aos ENVC alterações de recurso em navios velhos mas sim navios novos e o que os ENVC tentaram entregar foi um navio novo remendado com o intuito de solucionar um problema grave de segurança relacionado com a sua estabilidade lateral em caso de avaria, alterações que lhe fizeram ficar mais pesado (e consequentemente mais lento) e com maior calado, impossibilitando a sua eventual operacionalidade em alguns portos da região.
4- Os ENVC assumiram o erro e assinaram um acordo onde a Atlanticoline prescindia de parte das indeminizações previstas pelo caderno de encargos para os incumprimentos em causa ao mesmo tempo que os ENVC devolveriam faseadamente os 37ME que haviam recebido antecipadamente como previsto no dito caderno de encargos, de forma a facilitar e de certa forma auxiliar na sua sobrevivência.
5- Os ENVC não estão a honrar os compromissos assumidos comportando-se como um qualquer "caloteiro" e portanto, por muito que me custe por ser uma empresa nacional e principalmente por ter pena que os seus trabalhadores tenham sido arrastados para estas situações lamentáveis por administrações incompetentes e irresponsáveis, estou de acordo que a Atlanticoline faça de tudo para mantê-los fora dos concursos por si lançados. Os restantes estaleiros nacionais não estão vocacionados para este tipo de construção e o seu papel nos ultimos tempos tem sido o de arma de arremesso para pressionar a Atlanticoline.
6- Nós Açoreanos, no meio disto tudo, não temos nada contra os ENVC e só temos pena de continuarmos a viajar em barcos velhos e sem as condiçoes previstas para o Atlantida e o Anticiclone. Também temos a noção de que estamos a ser o bode espiatório que se arranjou para encobrir os verdadeiros problemas que atravessam as nossas industrias navais, que já vêm de trás, e que têm origem nas administrações e politicas seguidas, na falta de verdadeira engenharia naval moderna e de investimento sério no sector.
7- É preciso que se entenda de uma vez por todas que a vinda do Atlantida e do Anticiclone para os Açores é dificil mas não impossivel, mas nunca poderá ser através do famigerado concurso que lhes deu origem. Quando muito terá de existir um novo, preparado para estes navios que, entretanto terão de ser alterados para minimizar os erros de projecto que possuem e, neste momento o comportamento dos ENVC e de algumas instituições do Continente e de Viana do Castelo em particular, nomeadamente com utilização de argumentos tristes em que, entre outras coisas se põe em causa a nossa inteligência, seriedade e capacidades, só estão a servir para estremar posições onde, garantidamente, serão os ENVC os maiores prejudicados.
8- Quanto a alguns senhores que por aqui escrevem, pela forma como o fazem demonstram não respeitar a minha região facto que me deixa triste. Por outro lado, os seus comentários muitas vezes são demonstrativos da sua ignorância pelo que não deverão ser alvo de discussão. Como alguém disse, "para discutirmos com um ignorante temos de descer ao seu nivel, e aí, eles ganham-nos pela esperiência..."
Abraço,