Entre vários problemas, há uma questão que deve ser considerada quando se analisa a utilização do veículo Chaimite.
O Chaimite é um veículo muito pouco sofisticado, desenhado nos anos 60, adaptado em Portugal e cujo elemento mais complexo é o motor.
Bastaria olhar para os sistemas auxiliares dos Pandur e mesmo assim falando apenas nas viaturas base, para de imediato as necessidades logísticas para manter um grupo de 9 a 12 viaturas aumentassem.
Se amanhã, as carcaças dos Chaimite fossem aproveitadas para uma reconstrução, ou seja nova remotorização, nova transmissão, reforço da parte inferior, modificação nas laterais dos veículos para permitir a aplicação de blindagem adicional, teriamos um novo veículo. Mas seria sempre um veículo adequado para a manutenção da ordem pública e não para operações que possam parecer de combate.
O Chaimite continuaria sempre a ser mais adequado que o Pandur-II para missões de manutenção de paz. Para essa função, o adequado não é a substituição de Chaimite por Pandur-II, a não ser por uma questão de imagem.
O Chaimite é um veículo 4x4 de alta mobilidade adequado para locais onde existam estradas. É um veículo na classe das 8 toneladas, quando o Pandur-II vai para mais do dobro.
Não há grande justificação ou lógica do ponto de vista das necessidades operacionais em substituir um veículo pelo outro, sem que exista (e não existe) indicação de que a ameaça tende a aumentar.