Portugal é País convidado de certame de ciência e tecnologia
Depois da Finlândia, no ano passado, Portugal é, em 2009, o país convidado de honra do 5.º Salão Europeu de Investigação e Desenvolvimento, que hoje termina, em Paris. Ciências da vida, ciências do mar, robótica, soluções tecnológicas para simplificação de processos e novos produtos são alguns dos exemplos de modernidade que Portugal levou à Cidade das Luzes.
Robótica oceânica e o trabalho desenvolvido no estudo do fundo marinho, na Zona Económica Exclusiva, para a extensão da plataforma continental; o Alert, um novo sistema de gestão hospitalar, que já está a ser exportado; um outro para detecção automática de incêndios, ou ainda casos de inovação na biotecnologia. Estes são alguns dos exemplos de investigação, tecnologia e inovação desenvolvidas nos últimos anos em Portugal que estão em destaque no 5º Salão Europeu de I&D (Investigação e Desenvolvimento), que hoje termina em Paris, e no qual Portugal é o país convidado de honra.
"Este convite resultou de um reconhecimento do percurso de Portugal nesta matéria e de sermos neste momento o país europeu com o maior crescimento científico", afirmou ao DN o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago que participou na conferência inaugural do salão, em Paris, na quarta-feira.
"Os esforços constantes em matéria de investimento em pesquisa e inovação" e a "competência científica reconhecida em certos sectores de actividade, em particular os das nanotecnologias e das energias renováveis", foram motivos apontados por François-Denis Poitrinal, o presidente do certame, citado pela Lusa.
Na conferência e mesa-redonda sobre o tema "Investigação e Desenvolvimento perante o desafio da recuperação económica", que abriu o salão, esteve sobretudo em foco o papel que o investimento em investigação e desenvolvimento podem ter no combate à crise e no fortalecimento da economia.
Mariano Gago defendeu, como contou ao DN, que "esse investimento, nesta altura, deve aumentar, e não diminuir".
Essa foi de resto, também, a opinião manifestada pelos participantes das empresas francesas e europeias de base tecnológica presentes no debate. "Ficou claro que, no actual contexto, esse será um factor de selecção natural no tecido empresarial, para o futuro", sublinha o ministro da Ciência.
No ano passado, o país convidado de honra do salão foi a Finlândia, "o que significou para nós também uma grande responsabilidade", explicou, por seu turno, ao DN Lino Fernandes, presidente da Agência de Inovação que, juntamente com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, organizou a participação portuguesa no certame.
"Optámos por utilizar apresentações multimédia sobre os indicadores de crescimento de Portugal nesta área e uma variedade de exemplos de inovação tecnológica desenvolvida em Portugal", explica Lino Fernandes.
Cerca de 150 empresas portuguesas de base tecnológica estão representadas no salão de Paris, conta também com exemplos de tecnologias para a simplificação da burocracia na administração pública.
Hoje, o futuro das tecnologias do mar está em destaque numa conferência pelos investigadores António Pascoal, do Instituto de Sistemas e Robótica, e Pedro Afonso, da Universidade dos Açores.
DN