Tecnologia Portuguesa

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Chicken_Bone

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« Responder #345 em: Março 17, 2009, 10:08:21 pm »
Empresa e Universidade do Minho produzem 2 jogos a 3 dimensões

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Empresa e Universidade do Minho produzem 2 jogos a 3 dimensões
20h27m

A empresa Sketchpixel, uma spin-off da Universidade do Minho com sede no Avepark em Guimarães, está a produzir dois jogos a três dimensões, um para locais públicos e outro para computador.

O gestor Miguel Abreu adiantou à Lusa que o jogo para computador servirá também para apresentação de museus, galerias, ou mesmo habitações.

A Sketchpixel apresentou, hoje, na FNAC em Braga a TV 3D, uma tela LCD munida de uma tecnologia que permite criar um efeito de três, com uma transmissão de conteúdos com percepção real, sem que seja necessária a utilização dos tradicionais óculos.

A reacção dos visitantes foi notavelmente positiva, visto que são várias as pessoas que prendem o olhar durante algum tempo admirando os efeitos emitidos pela tridimensionalidade do ecrã.

"Temos um outro jogo, para a tecnologia da EXVA - uma outra firma instalada no AvePark -, para jogar em locais públicos por um elevado número de pessoas em simultâneo, e que será depois adaptado para juntar à tecnologia 3D.

Sedeada no edifício do SPINPARK, instalado no Parque de Ciência e Tecnologia - Avepark, a Sketchpixel é uma empresa inovadora, na área da multimédia e dos efeitos visuais.

Miguel Abreu adiantou que, a breve prazo, serão apresentados os dois jogos, ficando para mais tarde a adaptação de títulos de outras produtoras e para outras plataformas, como as consolas 'Playstation' e 'Xbox'.

A Sketchpixel vai também inaugurar, no início de Abril, um "show room" no Spinpark, onde irá mostrar novas soluções tecnológicas como a TV 3D, a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual.

Espera ainda poder contar com algumas das novidades dos seus parceiros, como a tecnologia de detecção de movimento desenvolvida pela EXVA, entre outros.

O 'show-room' servirá para mostrar as potencialidades comerciais das novas tecnologias, com a utilização de exemplos práticos, mas estará também aberta a escolas para visitas de estudo.

A iniciativa pretende, ainda atrair os mais jovens para as novas tecnologias.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Tecnolo ... id=1172099
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comanche

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« Responder #346 em: Março 18, 2009, 12:07:51 am »
FCTUC vence o William Carter Award de 2009 com Tecnologia para Segurança Informática

Uma Tecnologia Inovadora para avaliar mecanismos de protecção de segurança da Internet de forma a que esta possa ser mais segura, acaba de ser distinguida com o mais importante Prémio Científico do Mundo na área da Fiabilidade de Sistemas Informáticos - William Carter Award  2009.


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A investigação foi desenvolvida pelo investigador José Fonseca, do grupo Software and Systems Engineering, do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e Docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda.

Para se perceber um pouco a investigação, o autor, José Fonseca, explica: “ a nossa investigação centra-se nos problemas de segurança das aplicações Web (páginas pessoais, blogs, sites noticiosos, redes sociais, agências bancárias, fóruns, sites de comércio electrónico, etc.). A proposta apresentada no artigo premiado é de um injector de ataques para aplicações web. A ideia subjacente é a de que, através do ataque controlado a uma aplicação Web, podemos avaliar o comportamento de uma série de mecanismos de segurança cujo objectivo é proteger a aplicação Web. Por ex., supondo que um desses mecanismos é um detector de intrusões. Se, apesar da presença desse detector de intrusões, conseguirmos realizar um ataque com sucesso, então podemos concluir que o detector de intrusões não cobre esse ataque (ou esse tipo de ataques). Este resultado deve levar à correcção desse detector de intrusões e, assim, contribuir para a melhoria da segurança em aplicações Web”.

Embora “o protótipo que construímos ainda se encontre numa fase inicial de desenvolvimento, já permitiu realizar experiências com resultados extremamente animadores, nomeadamente na avaliação de dois detectores de vulnerabilidades de segurança comerciais e de um detector de intrusões”, avança o investigador.

O William Carter Award, instituído em 1997, é considerado o “prémio Nobel” da área da Fiabilidade Informática. Normalmente são as melhores universidades do mundo como CMU, Stanford, Illinois, Princeton e Texas-Austin a conseguir tão alta distinção. Coimbra venceu pela segunda vez, o que “demonstra bem que a FCTUC é uma escola de referência na área da dependability (fiabilidade) de sistemas. É um feito notável que, em 13 edições do prémio, a Universidade de Coimbra tenha conseguido obter por duas vezes esse reconhecimento. É a única nessa situação e é um feito que mostra a excelência da investigação realizada em Portugal, e no CISUC em particular. A nível pessoal, este prémio representa um importante reconhecimento da comunidade científica, pelo trabalho desenvolvido”, afirma José Fonseca.

Para os orientadores do trabalho científico, Henrique Madeira e Marco Vieira, “É o reconhecimento máximo que investigadores da área de Dependable Systems (Sistemas Confiáveis) podem ter. Este galardão reconhece a excelência da investigação realizada na FCTUC e não temos dúvidas de que este trabalho científico dará origem, a curto prazo, a produtos comerciais que permitirão aumentar a segurança dos computadores. Nunca a área da segurança informática colocou tantos e tão grandes desafios aos informáticos no desenvolvimento de computadores e software confiáveis para evitar perdas muito graves”.
 

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comanche

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« Responder #347 em: Março 18, 2009, 12:13:31 am »
«Até ao tecto do Mundo» chega aos EUA

Longa-metragem de cinema de animação conquista prémios norte-americanos

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O filme português de animação «Até ao Tecto do Mundo», cujo contexto tecnológico inovador de produção foi objecto de investigação no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, volta a ser premiado nos Estados Unidos da América.

A longa-metragem, com o «Profissional Animation Golden Lion Award» no «12º George Lindsey UNA Film Festival», um festival que integra o Top 20 dos maiores eventos do sudeste norte-americano, e com o «Aloha Accolade Award» no «Honolulu International Film Festival», o filme da autoria de António Costa Valente, Vítor Lopes e Carlos Silva, foi produzido integralmente em Portugal no estúdio de animação do Cine-Clube de Avanca.
 


A filmagem foi, em 2008, uma das portuguesas mais premiadas em festivais no estrangeiro. A estes dois galardões juntam-se dois outros conquistados também em solo norte-americano, em festivais na Carolina do Norte e na Califórnia.

«Até ao tecto do Mundo» foi ainda distinguido em Vancouver (Canadá) e foi já exibido em festivais de quatro continentes, estando prevista a sua próxima estreia em África. Logo que os acontecimentos mais recentes o permitam, este filme terá distribuição por todo o território da Guiné-Bissau, ainda antes da exibição em Portugal, o que constituirá um acontecimento inédito.

Ainda em Março, a obra cinematográfica participa, como finalista, na competição do «South Beach Animation Festival», a decorrer na Florida, entre os dias 26 e 29, e a versão em língua turca do filme será exibida no Chipre, integrando a «Children’s Film Week».

Com música do Maestro António Vitorino d’Almeida e vozes de Isabel Queirós Ângela Marques, Fernando Mendonça, Jorge Vasquez, Lucinda Afonso, Nuno Simões, Patrícia Franco, Pedro Mendonça, Rui Lopes, Rui Oliveira e Rute Pimenta, «Até ao Tecto do Mundo» é um filme para crianças, com participações diversas.
 

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Chicken_Bone

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« Responder #348 em: Março 18, 2009, 12:18:09 am »
Comanche! Como não tens "postado" tanto, pensava que estarias desiludido (ou mesmo depressivo) com as discussões desta secção do fórum. Provavelmente, o pessoal irá ignorar (como de costume) notícias como esta do prémio de fiabilidade.

Investigadores portugueses mostram que enxaqueca é “herança” de família

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Um grupo de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e do Hospital de Santo António (HGSA) demonstrou que os familiares directos de pessoas que sofrem de enxaqueca são entre três e quatro vezes mais susceptíveis de ter esta doença. Foram analisadas 144 famílias num total de 483 pessoas afectadas pela doença.

O estudo foi publicado este mês na revista "Headache". Os dados “permitiram comprovar que há uma agregação familiar muito significativa” de dois tipos caracterizados de enxaqueca, com aura (que envolve distúrbios visuais, auditivos, sensitivos ou motores antes da dor de cabeça se instalar) e sem aura.

Foram estudadas 483 pessoas afectadas pela doença e os seus familiares directos (pais, irmãos e filhos). A enxaqueca é uma doença incapacitante sem cura mas com tratamento e que afecta cerca de 15 por cento da população portuguesa. A descrição de sintomas são a única forma de detectar a doença (que pressupõe a ocorrência de pelo menos cinco episódios) e aparecem entre os 17 e os 19 anos, na fase mais produtiva de um jovem adulto. “Estudar os grupos de risco pode ser um importante contributo para estudar as causas da doença, bem como definir estratégias de acção futura”, adianta Carolina Lemos, investigadora do IBMC. As alterações de sono, o stress, a pressão atmosférica, a mudança de fuso horário ou a privação de cafeína são outros factores que podem fazer surgir um episódio de enxaqueca.

O estudo comparou ainda a frequência em 144 famílias dos dois tipos de enxaqueca, com a frequência na população em geral. “Verificou-se que a frequência de enxaqueca com aura era menor em relação à enxaqueca sem aura. Os investigadores acreditam que estes resultados podem indicar uma menor prevalência de enxaqueca com aura no Sul da Europa em relação ao Norte”, refere o comunicado divulgado hoje pelo IBMC que nota ainda que “dados de estudos equivalentes realizados na Grécia, em Itália e na Dinamarca e referidos neste artigo indicavam já esta possibilidade”.


http://jn.sapo.pt/paginainicial/tecnologia/default.aspx
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comanche

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« Responder #349 em: Março 18, 2009, 12:26:42 am »
Citação de: "Chicken_Bone"
Comanche! Como não tens "postado" tanto, pensava que estarias desiludido (ou mesmo depressivo) com as discussões desta secção do fórum. Provavelmente, o pessoal irá ignorar (como de costume) notícias como esta do prémio de fiabilidade.


Não, apenas não tenho tido tempo disponivel para "postar" e comentar.

Cumprimentos
 

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« Responder #350 em: Março 18, 2009, 01:47:21 pm »
e vcs não querem que uma pessoa seja pessimista... :roll:

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Póvoa de Varzim
   18-03-2009 9:29

Crise afecta Parque de Energia das Ondas

Apresentado com uma bandeira da liderança portuguesa nas renováveis o Parque de Energia das Ondas está parado há quatro meses.

As três máquinas instaladas na Aguçadoura, Póvoa de Varzim, estão no Porto de Leixões à espera de reparação e de melhores dias para conseguir novo financiamento.

A empresa australiana Babcock & Brown, que lidera o projecto, diz que a paragem se deve a problemas técnicos verificados na estrutura, o que obrigou a retirar todas as máquinas do mar.
Mas, a Pelamis - empresa que forneceu a maquinaria – avança também que a crise financeira está a bloquear novos investimentos.

Com um custo inicial de nove milhões de euros, o projecto está congelado: primeiro, por causa de problemas técnicos, que segundo a Pelamis estão resolvidos, mas depois chegou a crise e a falta de crédito.

A empresa australiana está a vender activos para pagar dúvidas e os investimentos em Portugal poderão estar em risco.

Ontem, em declarações à Agência Lusa, o responsável da companhia de energia oceânica - empresa do grupo Babcock & Brown - disse que o problema técnico estaria resolvido até ao Verão, após o que as máquinas poderão ser colocadas outra vez em alto mar, mas admite que Portugal perdeu a corrida e que o projecto de criação de um cluster está seriamente comprometido.

http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx ... tId=280564
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #351 em: Março 18, 2009, 01:54:16 pm »

 

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« Responder #352 em: Março 18, 2009, 02:08:13 pm »
sorry :oops:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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comanche

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« Responder #353 em: Março 21, 2009, 11:23:03 pm »
Tecnologia de Reparação Cerebral da UC distinguida pelo MIT-Portugal

Uma equipa da Universidade de Coimbra desenvolveu uma tecnologia inovadora e altamente especializada para identificação funcional de novos neurónios, com aplicações na epilepsia, depressão, Alzheimer, Parkinson ou esclerose múltipla. A descoberta foi considerada a biotecnologia mais promissora na área de Sistemas de Bio-Engenharia do Programa MIT-Portugal.

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Regenerar células do cérebro através do recurso a células estaminais é o objectivo de um método desenvolvido na Universidade de Coimbra, e já alvo de uma patente internacional, que foi agora distinguido com o Prémio GlaxoSmithKline, no âmbito do Programa MIT-Portugal.

Através deste projecto científico, um grupo de investigadores tem tentado determinar como actuam as células estaminais neurais para as poderem ‘programar’ para reparação cerebral ou para influenciar células residentes no cérebro que executem essa função. «As patologias do cérebro são uma das principais causas de sofrimento nas sociedades modernas e são responsáveis por consumos económicos enormes. Estima-se que cerca de 30% das pessoas padeça de algum tipo de patologia ou disfunção cerebral. No entanto, estas patologias não têm tratamentos eficientes: há fármacos que aliviam sintomas mas não promovem a cura. O nosso grupo de investigação dedica-se a olhar para lá desta fronteira. Neste contexto, a utilização de células estaminais perspectiva-se como uma boa ferramenta para vir a desenvolver novas estratégias para curar, de facto, as patologias do cérebro e não simplesmente aliviar sintomas», explica João Malva, responsável pela equipa de investigação.

As técnicas desenvolvidas permitirão, por exemplo, ‘ensinar’ as células estaminais do cérebro a ‘introduzirem-se’ nos circuitos afectados pela doença, recorrendo à manipulação farmacológica. Outra hipótese estudada passa por cultivar as células estaminais em laboratório, transplantando-as posteriormente para cérebros lesados. A descoberta poderá ter resultados revolucionários em casos de reparação cerebral de doenças em que é necessário colocar novos neurónios dentro do cérebro do doente, como a epilepsia, a depressão ou as doenças de Parkinson e Alzheimer, ou em situações em que se introduzem novas células (oligondendrócitos) para reparar um cérebro doente, como na esclerose múltipla.

Os investigadores da Universidade de Coimbra – do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Bioquímica da Faculdade de Medicina – desenvolveram uma inovadora técnica de análise de flutuações de cálcio intracelular, que funciona com base nas variações de concentrações de iões em cada célula, e que permite ultrapassar a dificuldade de diferenciação das células enquanto se encontram vivas. «A utilização desta tecnologia permitirá a descoberta de novos fármacos que actuam selectivamente em diferentes grupos de células e permitirá também descobrir novos fármacos que tenham a possibilidade de aumentar a diferenciação destas células imaturas em diferentes tipos de células que são necessários para reparar as diferentes patologias do cérebro», revela João Malva.

Esta biotecnologia foi considerada a mais promissora da área da Sistemas de Bio-Engenharia do Programa MIT-Portugal, razão pela qual lhe foi atribuído o Prémio GlaxoSmithKline, numa reunião que decorreu recentemente no Biocant Park, em Cantanhede. João Malva esclarece que «este prémio procura promover as estratégias para a comercialização e transferência de tecnologia entre os grupos de investigação nas universidades e a sua implementação no mercado: na indústria farmacêutica ou no mercado associado à medicina regenerativa» e considera-o um incentivo para a continuação do trabalho do seu grupo. Também por isso, espera-se que a investigação premiada possa ser desenvolvida tendo em vista a sua introdução no mercado.

O mesmo projecto, numa fase anterior de evolução, havia aliás sido já distinguido no âmbito do Industrial Biotech, um fórum internacional que decorreu em Bruxelas nos dias 25 e 26 de Junho, onde foram apresentados vários projectos na área da biotecnologia industrial e em que participaram diversas entidades de capital de risco e centena e meia de especialistas científicos de renome internacional.
 

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comanche

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« Responder #354 em: Março 21, 2009, 11:27:11 pm »
Investigador da UAlg distinguido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro

O investigador Nuno Rodrigues dos Santos, do Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural (CBME) da UAlg, integrado no Laboratório Associado Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia (IBB), acaba de receber uma bolsa Terry Fox no valor de 15.000 euros.

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Com esta bolsa, atribuída pelo Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRS-LPCC) e pela Embaixada do Canadá, que organiza em Portugal a Corrida Terry Fox, o investigador vai continuar a estudar a interacção entre células normais e cancerígenas no contexto da leucemia aguda de linfócitos T. Este cancro tem a sua origem no timo, órgão onde os linfócitos T (um tipo de glóbulos brancos) crescem e amadurecem, afecta sobretudo crianças e adolescentes e é de progressão rápida.

“Expressão da proteína RelB no timo e desenvolvimento de leucemia aguda de linfócitos T” é o nome do projecto que Nuno Rodrigues dos Santos submeteu a concurso no âmbito das Bolsas Terry Fox, todos os anos atribuídas pelo NRS-LPCC e pela Embaixada do Canadá, através das quais são distinguidas três propostas de investigação inovadoras no campo da Oncologia com bolsas individuais de 15.000 euros.

“Estou muito grato à Liga Portuguesa Contra o Cancro, à Embaixada do Canadá e à Fundação Terry Fox pela atribuição desta bolsa. Além de se tratar de um reconhecimento da qualidade do trabalho já produzido até aqui em torno da leucemia aguda de linfócitos T, será uma ajuda preciosa para continuar a explorar os mecanismos moleculares que estão na origem desta patologia”, explica Nuno Rodrigues dos Santos. Na UAlg desde 2008 ao abrigo do Programa Ciência 2007, o investigador tem vindo a debruçar-se sobre a doença desde 2000. Nessa altura ingressou no Instituto Curie (França), justamente para estudar este tipo de leucemia, logo após ter completado o seu doutoramento em Oncobiologia na Universidade de Nijmegen, nos Países Baixos.

A cerimónia oficial de entrega das três bolsas de investigação científica Terry Fox 2009/2010 teve lugar no dia 17 de Março, na sede do NRS-LPCC. Candidataram-se a estas bolsas 15 projectos de investigação, “todos com enorme potencial científico”, pode ler-se no site da LPCC, tendo sido distinguidos pelo júri Nuno Rodrigues dos Santos, da UAlg, Branca Maria Limón Cavaco, do Instituto Português de Oncologia, (IPOLFG), e Vasco Barreto, do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Esta é a segunda vez que um investigador do IBB/CBME da UAlg é distinguido com uma bolsa Terry Fox. Antes de Nuno Rodrigues dos Santos, que centra a sua investigação na leucemia aguda de linfócitos T, foi a vez da estudante de pós-doutoramento Ana Luísa Martins Ferreira, orientada no IBB/CBME pela Prof.ª Maria José Castro, que em 2006 viu o seu trabalho distinguido pela LPCC e pela Embaixada do Canadá, recebendo uma bolsa Terry Fox para estudar a aplicação de novas técnicas de diagnóstico na área da Oncologia.

É no timo que tudo se passa

A leucemia aguda de linfócitos T, doença que Nuno Rodrigues dos Santos vai continuar a estudar nos próximos anos, é desencadeada em células precursoras derivadas das células estaminais da medula óssea que entram no timo para se diferenciarem em linfócitos T. As células estaminais da medula óssea dão origem aos linfócitos (um tipo de glóbulos brancos) que são essenciais para a resposta imunológica.

O timo é um órgão localizado no tórax por cima do coração, que funciona como uma espécie de incubadora do sistema imunitário humano: uma vez dentro do timo, as células precursoras que vão transformar-se em linfócitos T passam por várias fases de maturação bem definidas, durante as quais têm de superar uma série de testes para não serem eliminadas e passarem à etapa seguinte. Este processo é designado por selecção tímica.

“Durante o seu desenvolvimento, os linfócitos T, os que nos interessam para estudar este tipo de leucemia, circulam por diferentes regiões do timo, interagindo com células normais, cuja função é mostrar a estes glóbulos brancos pequenos fragmentos do que é normal no organismo assim “ensinando-os” a não atacar as células normais do corpo. Se os linfócitos T se colarem às células do organismo são eliminados, assim evitando o aparecimento de uma resposta imunológica contra as células do próprio organismo o que poderia resultar em doença auto-imune”, explica Nuno Rodrigues dos Santos.

E parece ser durante esta sequência de armadilhas que são montadas às células precursoras aspirantes a linfócitos T, quando entram em contacto e interagem com células normais do timo, que algo desencadeia a formação de células cancerígenas.

À procura de uma resposta nas proteínas

Nuno Rodrigues dos Santos centrou a sua investigação numa proteína que existe nas células normais do timo, o RelB, e que é muito importante para a produção de outras proteínas que vão, por sua vez, interagir com os linfócitos T em formação.

O investigador já verificou, em trabalhos anteriores, usando ratinhos como modelo de estudo, que se as células normais do timo estiverem geneticamente alteradas (com mutações induzidas), apagando o gene que controla a produção de proteína RelB, a leucemia vai desenvolver-se mais tarde.

Para perceber até que ponto esta proteína RelB seria importante para o desenvolvimento a leucemia aguda de linfócitos T, o investigador comparou a resposta de dois tipos de ratinhos transgénicos: os TEL-JAK2, que expressavam a proteína RelB, e um outro grupo de ratinhos TEL-JAK2 mas com uma mutação induzida que apagou o gene RelB.

“Os ratinhos com o gene activo desenvolveram leucemia ao fim de poucos meses, entre dois a cinco, ao passo que os ratinhos sem o gene RelB activo só foram afectados pela doença muito mais tarde, perto do final do primeiro ano de vida”.

Com a bolsa atribuída pela LPCC, Nuno Rodrigues dos Santos quer agora identificar que proteínas são controladas pela proteína RelB e de entre estas, quais são as que contribuem para o desenvolvimento da leucemia.
 

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« Responder #355 em: Março 21, 2009, 11:29:41 pm »
Satélite europeu GOCE leva a bordo software português

O satélite GOCE, que a Agência Espacial Europeia (ESA) acaba de lançar em órbita, leva a bordo software testado por uma empresa portuguesa de tecnologias avançadas, com sede em Coimbra - a Critical Software.


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A empresa trabalhou juntamente com a ESA no desenvolvimento do GOCE, satélite lançado na terça-feira, após alguns adiamentos, com a missão de melhorar o conhecimento sobre o impacto da actividade humana na Terra.

O satélite europeu GOCE permitirá conhecer melhor as correntes oceânicas, o comportamento dos vulcões e os movimentos tectónicos, com uma medição precisa da gravidade.

O satélite irá "medir o campo gravitacional e reproduzir modelos da Terra com grande precisão e resolução, permitindo aprofundar de forma significativa os conhecimentos sobre a Física e a investigação climática", destaca por seu turno uma nota da Critical Software.

"O que fizemos foi verificar se os sistemas e subsistemas de hardware e software a bordo do satélite funcionam e não têm falhas", disse hoje à Lusa Rui Melo Biscaia, responsável pelo Marketing e Comunicação da Critical Software.

Desenvolvido por outra entidade, o software do satélite foi testado pela empresa portuguesa ao nível da sua conformidade com os requisitos definidos pela ESA, das falhas e das melhores práticas do mercado.

"Provocamos falhas nesse software, para ver como ele reage, a sua capacidade de resposta", explicou aquele responsável.

Rui Melo Biscaia sublinha que, no espaço, "se o software falha perde-se o satélite, o que seria um custo e uma perda brutal, que não pode acontecer".

" medida que é desenvolvido, o software é "imediatamente testado, de forma a poder ir sendo reabilitado".

Todos os componentes de software do GOCE demoraram "longos meses" até serem validados, disse.  

O GOCE (Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer) integra a frota de satélites da ESA que farão missões de investigação à Terra no âmbito do programa "Planeta Vivo".

A partir do espaço, são recolhidas medições para melhor compreender a interacção entre as  camadas da Terra e as repercussões que a actividade humana está a ter nos processos naturais do planeta.

O GOCE foi construído por um consórcio de 45 empresas de 13 países europeus, entre as quais a Critical Software, a quem coube testar o software embarcado.

Formada na incubadora de empresas do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, em 1998, rapidamente a Critical Software ultrapassou as fronteiras do país, tendo como primeiro cliente a NASA. Mais tarde, passou também a ser fornecedor da ESA, com quem tem vários projectos.

 

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« Responder #356 em: Março 21, 2009, 11:33:59 pm »
Maria Helena Nazaré nomeada membro da direcção da EUA

Portugal tem, pela primeira vez, representante na direcção da Associação Europeia das universidades


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Maria Helena Nazaré recebeu 89,5 por cento dos votos
Maria Helena Nazaré foi eleita para o cargo de membro da Direcção da Associação Europeia de Universidades/European University Association (EUA). O mandato de quatro anos da reitora da Universidade de Aveiro decorreu ontem de manhã durante os trabalhos da X Assembleia Geral da EUA, que decorrem em Praga, na República Checa.

A proposta do nome de Maria Helena Nazaré, apresentada pelo CRUP, recebeu 89,5 por cento dos votos expressos. Esta é a primeira vez que um português ascende à direcção da EUA, o que mais releva a importância deste momento.


Recorde-se que Sérgio Machado dos Santos, antigo reitor da Universidade do Minho e ex-Presidente do CRUP, chegou a desempenhar as funções de presidente da Confederação dos Conselhos de Reitores da União Europeia (organismo cuja fusão com a Associação de Reitores Europeus deu origem à EUA).

A eleição de Maria Helena Nazaré para a Direcção da EUA representa, no entender do CRUP, um importante reforço da importância e do papel a desempenhar pelas universidades portuguesas no contexto internacional, bem como um reconhecimento do trabalho que estas têm vindo a realizar nas diversas áreas que constituem a função universitária.
 

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« Responder #357 em: Março 21, 2009, 11:37:37 pm »
Centenas de experiências científicas no Palácio de Cristal

Mostra de Ciência, Ensino e Inovação no centro do Porto

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A Mostra de Ciência, Ensino e Inovação da Universidade do Porto vai regressar ao centro da cidade, um ano depois da passagem pelo Pólo Universitário da Asprela. A partir da próxima quinta-feira até dia 29 do corrente, o Palácio de Cristal volta a acolher as centenas de experiências e demonstrações científicas que as faculdades e os centros de investigação da Universidade do Porto (UP) organizam especificamente para esta festa aberta da Ciência e do Conhecimento.

Entrar na pele de um agente do CSI e em poucos segundos identificar drogas com testes químicos, colocar as luvas e vestir a bata de médico e participar num parto simulado com manequins computorizados em tamanho real, participar em experiências de extracção de DNA, observar uma colónia de bactérias que – por modificação genética – são de cor verde-fluorescente.
 


Os participantes poderão ainda assistir a jogos de futebol protagonizados por robôs ou declamar o seu amor eterno com a ajuda das palavras dos grandes poetas do mundo, são apenas algumas das centenas de experiências que os visitantes poderão participar gratuitamente na meia centena de stands de faculdades e centros de investigação da UP durante aqueles quatro dias.

O recinto do Palácio de Cristal receberá centenas de professores, investigadores e estudantes que saem desta universidade portuguesa para irem ao encontro da sua comunidade e promover o gosto pela Ciência e pelo Conhecimento a miúdos e graúdos.

Para os mais jovens, para além da possibilidade de “fazer” ciência pelas próprias mãos de forma divertida, a mostra assume-se como um privilegiado ponto de orientação e descoberta de possíveis vocações profissionais.

Em particular para os estudantes do ensino secundário, em vias de decidir a área de estudos a seguir no ensino superior, esta é uma oportunidade única de, num mesmo local, reunir informação sobre os diferentes cursos e áreas de investigação das 14 faculdades da UP, contactando directamente com professores e estudantes.

(Re)aprender regras básicas

Para os não tão jovens, esta é uma oportunidade para (re)aprender de forma descontraída as regras básicas da ciência, através da visualização de demonstrações experimentais, da realização de observações científicas, do manuseamento de módulos interactivos ou de explicações sobre os mais variados fenómenos naturais. Ou, simplesmente, uma oportunidade para realizar os mais variados rastreios médicos realizados por estudantes universitários das diferentes áreas das Ciências da Saúde.

Para os mais interessados, paralelamente às actividades, decorrerá pela primeira vez no auditório da Biblioteca Almeida Garrett (Palácio de Cristal) um ciclo de colóquios e debates e um encontro de comunicadores da área.

Sob o nome comum «Science: What Else?», este evento vai contar com a participação de académicos tão prestigiados como Manuel Sobrinho Simões, Teresa Lago, Nuno Crato, Nuno Portas, João Caraça ou Daniel Serrão, que abordarão temas tão variados como a Astrofísica, o treino desportivo de alta competição, a Física de Partículas, as visões utópicas do futuro da humanidade ou a Biologia Sintética.

Com entrada gratuita em todas as actividades, a mostra estará aberta das 10h às 19 h, excepto no sábado (28 de Março), dia em que as portas apenas encerram às 23 horas.
 

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comanche

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« Responder #358 em: Março 21, 2009, 11:44:07 pm »
Rui Costa de volta pela mão da Fundação Champalimaud


Neurocientista recruta parte da equipa e continuará a chefiar o seu laboratório de Neurobiologia da Acção dos EUA

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Rui Costa chefia um grupo de investigação sobre neurobiologia da Acção nos Institutos Nacionais de Saúde (INH) dos EUA - ver biografia de Rui Costa no Ciência Hoje, mas regressa a Portugal em Abril para integrar o projecto de Neurociências da Fundação Champalimaud. Por ocasião da Semana do Cérebro, iniciada no domingo, a Lusa falou com este neurocientista de 36 anos que começou por estudar os mecanismos da aprendizagem e da memória, em particular os causadores de deficiências da aprendizagem, nomeadamente a Neurofibromatose do tipo 1. Nesta área, o seu laboratório nos NIH investiga actualmente os mecanismos neuronais que controlam a aprendizagem de novas acções e a escolha de acções numa determinada situação.


É um trabalho que, segundo afirmou, tem implicações na compreensão dos fenótipos associados a certas doenças, como a doença de Parkinson, à compulsividade e à psicose. "A aprendizagem de acções é, no fundo, a aprendizagem de novas maneiras de fazer as coisas e de novas regras, e a escolha de acções prende-se coma a tomada de decisões", disse Rui Costa.

"O objectivo do nosso trabalho é perceber como é que aprendemos essas novas maneiras de fazer as coisas ou como geramos novas regras, porque é que escolhemos certas acções em vez de outras, como é que desenvolvemos acções automáticas ou hábitos, e como é que os hábitos eventualmente se transformam em comportamentos compulsivos", explicou.

Na sua perspectiva, o estudo das acções é "fascinante" por remeter para o conceito de objectivo ou de recompensa dentro do cérebro, já que muitas das acções são executadas para atingir um objectivo específico.

Trabalho em dois continentes

Além disso, esta investigação implica os conceitos de ordem, de sequência e de tempo relativo, e de probabilidade causal entre acção e objectivo, e está também ligada ao conceito de diversidade no cérebro, diversidade de padrões de actividade cerebral, de células e circuitos cerebrais e de comportamento.

O seu laboratório recorre a vários níveis de análise, desde as moléculas às células e aos sistemas ou circuitos de células, e utiliza manipulações genéticas e técnicas de medição e visualização de actividade cerebral.

Rui Costa vai trazer a maioria da sua equipa de investigação para Portugal, que funcionará no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, enquanto o edifício da Fundação Champalimaud não estiver concluído, mas continuará a chefiar o seu laboratório de Neurobiologia da Acção dos NIH.

Percurso

Depois de se doutorar em Ciências Biomédicas pela Universidade do Porto e pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, fez pós-doutoramento em Neurobiologia na Universidade de Duke, também nos EUA, e chefia desde 2006 a secção de Neurobiologia da Acção no laboratório de Neurociência Integrativa dos NIH.

Rui Costa recebeu o prémio de Jovem Investigador da Fundação Nacional de Neurofibromatose em 2001 e foi finalista do Prémio Donald B. Lindsey da Sociedade de Neurociência dos Estados Unidos em 2003.
 

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comanche

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« Responder #359 em: Março 21, 2009, 11:47:06 pm »
João Relvas regressou a Portugal e recomenda


Neurocientista diz que «agora há mais ilhas, que começam a ter condições melhores e massa crítica»


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O neurocientista João Relvas decidiu regressar a Portugal para "vestir a camisola" e prosseguir estudos que iniciou e desenvolveu durante 17 anos no Reino Unido e na Suíça sobre importantes mecanismos celulares do sistema nervoso. Num momento em que decorre a Semana do Cérebro, é um de vários neurocientistas que estão de volta depois de se terem especializado em alguns dos melhores centros internacionais de investigação.

Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra (1990), saiu do país dois anos depois para estudar e trabalhar durante quase seis anos na Universidade de Cambridge. Esteve a seguir na Suíça, no Centro de Neurociência de Zurique, durante mais seis anos, até assumir a chefia de um grupo de investigação no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), no Porto.


Num curto intervalo veio a Portugal para se doutorar em Genética Molecular pela Universidade de Lisboa (1997), mas regressou imediatamente a Inglaterra, onde obteve outro grau de doutoramento no Imperial College de Londres.

Ciência em Portugal está diferente

Com a vivência acumulada na sua longa permanência no estrangeiro, João Relvas, 42 anos, vê "de uma maneira diferente" a Ciência que se faz em Portugal. "Há coisas de que sentimos falta, mas há outras surpreendentemente positivas", afirmou. "Quando saí de Portugal, com 23 anos, só havia a (Fundação Calouste) Gulbenkian a fazer ciência, era uma ilha", recordou, justificando a sua saída porque "não existia então investigação científica no país".

"Agora há mais ilhas, que começam a ter condições melhores e massa crítica, mas estamos ainda numa fase embrionária que só vai dar frutos daqui a alguns anos", acrescentou. Lamenta, todavia, a falta de apoio aos investigadores séniores que querem regressar a Portugal.

Estudo

O grupo que dirige no IBMC, o da Biologia da Glia, estuda um conjunto heterogéneo de células do sistema nervoso com esse nome que têm uma função primária e de suporte e protecção dos neurónios. A importância desse estudo deve-se ao facto dos axónios das células nervosas estarem rodeadas por uma substância, chamada mielina, que permite não só a condução rápida dos impulsos nervosos como a sobrevivência das próprias células nervosas.

Quando falha a produção dessa substância ou a melanina é destruída podem ocorrer doenças como a esclerose múltipla, que, segundo João Relvas, é "a doença neurológica do sistema nervoso central com mais expressão nos adultos jovens e tem vindo a aumentar em Portugal". Esta é uma de um conjunto grande de doenças, chamadas desmielinizantes, com grande importância médica e que afectam tanto o sistema nervoso central como o periférico. Entre elas contam-se a Doença de Charcot e, até, o AVC, que tem elevado índice em Portugal e pode estar associado à destruição de mielina.

Além desta vertente médica, o laboratório de João Relvas no IBMC tem um grande núcleo de biologia fundamental que tem por objectivo definir como é que o meio extra-celular regula a diferenciação das células mielinizantes - os oligodendrócitos e as células de Schwann. É que, sublinhou, "a percepção dos mecanismos de regulação do processo de mielinização é crucial para ajudar a perceber as doenças".

Ligação à Suiça

João Relvas trouxe para Portugal o laboratório que abriu em Zurique, mas conserva uma ligação institucional e mantém na Suíça vários estudantes de doutoramento sob sua supervisão.

A nível internacional, mantém também prolongadas colaborações activas com colegas no Reino Unido, sobretudo na Universidade de Cambridge, mas também no Centro de Regeneração Médica, em Edimburgo.

Tem vários trabalhos publicados em revistas científicas internacionais de referência, como o Journal of Cell Biology, Journal of Neuroscience, Science ou Cell.