Tecnologia Portuguesa

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comanche

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« Responder #270 em: Novembro 22, 2008, 10:32:34 pm »
Investigadores inovam na preservação de células estaminais

Cordão umbilical pode curar doenças

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Investigadores portugueses desenvolveram um método inovador para preservar as células estaminais do próprio cordão umbilical que permitem a criação de células produtoras de insulina, para a diabetes, a regeneração óssea, o desenvolvimento de cartilagem, de tendões e de músculos. Estas células podem dar também origem a células do sistema nervoso, fundamentais para as doenças neuro-degenerativas como Parkinson ou esclerose lateral amiotrófica.


O trabalho realizado por Pedro Cruz e Hélder Cruz, no laboratório da ECBio, é diferente do actual processo de criopreservação de celulas estaminais. Em vez de serem retiradas do sangue existente no cordão umbilical, este método aproveita o próprio cordão.

'São processos diferentes, mas complementares. Um não se sobrepõe ao outro. As células estaminais retiradas do sangue do cordão têm aplicações em leucemias, linfomas, anemias e outras doenças relacionadas com o sangue. As retiradas do próprio cordão, por sua vez, destinam-se à produção de tecidos sólidos, como cartilagem, osso, tendões e músculo', explicou Hélder Cruz ao CM, sublinhando a possibilidade de tratamento da diabetes: 'Enviámos as nossas células para um laboratório francês, especializado na doença da diabetes, e os resultados que temos são excelentes. As células produtoras de insulina são autónomas e funcionais. Produzem insulina sempre que ela é necessária, sem ser preciso qualquer medição adicional.'

O desenvolvimento deste método começou há dois anos e uma das preocupações da equipa de investigadores foi a criação de um processo de isolamento de células estaminais que tivesse aplicações fora do laboratório, a um custo acessível para o consumidor final. 'Procurámos criar um método que pudesse ser aplicado por qualquer laboratório de serviços, e que não tivesse um custo proibitivo', afirmou.

Este método, tal como o que utiliza o sangue do cordão umbilical, é inofensivo para a mulher e para o bebé. As células estaminais cultivadas poderão ser aplicadas no tratamento de uma pessoa que não tenha qualquer relação familiar com o dador.

André Pereira
 

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comanche

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« Responder #271 em: Novembro 25, 2008, 10:06:16 pm »
Descoberta registada em patente internacional

Portugueses inventam papel com memória

Depois dos transístores, Elvira Fortunato e Rodrigo Martins conseguiram pela primeira vez no mundo armazenar informação em papel.

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É uma nova descoberta que já foi registada em patente internacional, dois meses depois dos transístores com papel: uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, liderada por Elvira Fortunato e Rodrigo Martins, conseguiu pela primeira vez no mundo armazenar informação em fibras de papel.

Um artigo científico sobre esta invenção à nanoescala - memórias de transístores descartáveis em papel, que podem ser usadas e deitadas fora (ou recicladas) - vai sair na edição de 24 de Novembro da 'Applied Physics Letters' (APL), revista de referência mundial na área da Física do Estado Sólido publicada pelo Institute of Physics, dos EUA. E a revista britânica 'The Economist' já se referira ao assunto numa notícia que dedicou ao trabalho da equipa do Departamento de Ciência dos Materiais (DCM) da Universidade Nova, na sua edição de 18 de Outubro.

No artigo que vai ser publicado na 'APL' refere-se que "a indústria microelectrónica procura dispositivos de memória baratos e leves, o que está a levar a investigação científica a recorrer a materiais de baixo custo e dispositivos cujas estruturas podem ser fabricadas a baixas temperaturas e consumos de energia". A resposta a esta procura tem sido feita com dispositivos de materiais orgânicos, mas a tentativa de os usar como memórias - de modo a poderem escrever, apagar, ler e armazenar informação - depara com várias dificuldades "que restringem o seu campo de aplicações".

Fibras retêm informação durante 14 mil horas

É o caso do tempo de retenção da informação, que não ultrapassa 1h15. Ora os cientistas da Universidade Nova provaram que é possível reter informação durante 14 mil horas (um ano e meio) usando fibras celulósicas naturais compactadas em camadas através de processos mecânicos - isto é, papel de arquitecto fabricado exclusivamente para o DCM - que simultaneamente conduzem e armazenam essa informação. Para isso são aplicados óxidos semicondutores à temperatura ambiente.

Os "chips" baseados em fibras de papel serão muito mais baratos do que os actuais e terão um grande potencial de aplicação em áreas tão diversas como etiquetas de identificação por radiofrequência para os produtos dos supermercados ou bagagens nos aeroportos, notas (dinheiro) com dispositivos electrónicos de segurança, selos de correio lidos por máquinas inteligentes, etc. Como diz o 'The Economist', a electrónica do futuro "poderá vir a basear-se mais no papel do que em eliminá-lo"...

O papel "tem muitas vantagens, porque é biodegradável, reciclável e fácil de produzir", assinala Elvira Fortunato. "Mas os dispositivos em papel ainda não têm o mesmo desempenho dos dispositivos convencionais, embora nas nanotecnologias tudo possa acontecer no futuro, porque a informação é imaterial".

Elvira deu recentemente uma conferência em Estocolmo no Albanova University Center a convite da Fundação Nobel, onde falou sobre 'A (r)evolução dos transístores de filmes finos'. É a segunda vez que um cientista português é convidado pelo Albanova - o primeiro foi António Damásio - mas, como esclarece Rodrigo Martins, "este convite significa o reconhecimento do trabalho feito por Elvira Fortunato na área das ciências, mas nada mais do que isso". Em todo o caso, o Albanova está interessado em contactar de novo a cientista portuguesa. A organização - uma associação das universidades de Estocolmo - convida, em média, cem cientistas por ano ligados à física, química, medicina e matemática, para a realização de conferências na capital sueca.

Entretanto, o Departamento de Ciência dos Materiais da Universidade Nova assinou um contrato com a multinacional francesa Saint-Gobain. O contrato de 700 mil euros vai durar dois anos e destina-se ao desenvolvimento dos chamados vidros do futuro, pretendendo-se dar vida e cor aos vidros usando óxidos condutores.


Uma nova teoria científica  


Há uma segunda descoberta do grupo de investigadores do Departamento de Ciência dos Materiais da Universidade Nova, associada às memórias de transístores descartáveis em papel, que tem uma consequência curiosa: precisa de uma nova teoria para a enquadrar. Com efeito, o dispositivo electrónico com papel é feito à nanoescala em camadas descontínuas ou discretas, onde as fibras celulósicas estão dispostas de uma forma aleatória. Acontece que todos os dispositivos convencionais são fabricados em camadas contínuas, com fibras (não-celulósicas) alinhadas.

"Somos experimentalistas e conseguimos pôr a funcionar um novo dispositivo com um mínimo de teoria, mas não há ainda uma teoria científica robusta capaz de explicar ao pormenor esta nova forma de transporte e retenção de informação", salienta Rodrigo Martins. No fundo, "fizémos uma demonstração prática do funcionamento de um novo dispositivo electrónico e das propriedades em que ele se baseia, mas falta o seu enquadramento teórico".

Na nanotecnologia parece não haver impossíveis, porque a informação é imaterial. Como explica Elvira Fortunato, "no futuro poderemos miniaturizar ainda mais e usar uma única fibra de papel, porque assim é mais fácil controlar as suas propriedades".
 


http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/461842
 

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comanche

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« Responder #272 em: Novembro 25, 2008, 10:09:34 pm »
HIV tem menos um segredo


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Graças à equipa do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que provoca a sida, tem menos um segredo. Rita Cavaleiro trabalhou com mais três investigadores portugueses e concluíram que pode ser possível inibir a activação imunitária e, consequentemente, travar o ritmo de progressão da doença.

O estudo partiu dos efeitos distintos das proteínas do invólucro do HIV1 (gp120) e do HIV2 (gp105) e verificou que a proteína do HIV2 é mais imunossupressora ao nível da activação da célula imunitária.

«Tentámos perceber a razão do HIV2 ser menos patogénico, isto é, ter um ritmo de progressão da doença mais lento do que o HIV1. Verificámos que as proteínas do invólucro HIV2 limitam a activação imunitária e, consequentemente, contribuem para a redução da produção do vírus», explicou Rita Cavaleiro, primeira autora do estudo, ao PortugalDiário.

Pode ser possível diminuir o avanço da doença

Desta forma, «a própria proteína do vírus até pode ser benéfica, porque diminui o ritmo de progressão da doença, o que pode parecer um paradoxo», continuou. Esta descoberta torna possível que, futuramente, se possa «actuar ao nível da infecção, arranjando moléculas que inibam essa activação e, assim, haja uma menor progressão da doença».

O estudo foi realizado por quatro portugueses: Rita Cavaleiro, Adriana Albuquerque, Rui Victorino e Ana Espada de Sousa. Contou ainda com a colaboração de dois norte-americanos e foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Comissão Nacional de Luta Contra a Sida.

«Falta de cultura científica em Portugal»

Esta equipa venceu um prémio Pfizer de Investigação Clínica no valor de 20 mil euros: «É o reconhecimento do nosso trabalho. Para além das publicações científicas, permite divulgá-lo para o público, para que fiquem a saber para onde vai o financiamento».

Rita Cavaleiro confessou mesmo que gostava de se dedicar à divulgação para leigos. «Há uma grande dificuldade de compreensão do nosso trabalho, porque não há uma cultura científica em Portugal. As pessoas têm de perceber que não é daqui que sai uma cura, mas são pequenos passos para uma descoberta maior».


 

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comanche

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« Responder #273 em: Novembro 25, 2008, 10:13:47 pm »
Investigador português Lino Ferreira recebe Prémio Crioestaminal 2008



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O projecto de investigação liderado por Lino Ferreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e do Biocant – Centro de Inovação e Biotecnologia, venceu o Prémio Crioestaminal 2008, atribuído pela Associação Viver a Ciência (AVAC), em parceria com a primeira. O trabalho do cientista português visa desenvolver novas terapias com células estaminais para a regeneração do músculo cardíaco pós-enfarte.

Em Portugal morrem todos os anos cerca de 3300 pessoas com enfarte do miocárdio. "É um problema de saúde pública de grandes proporções a nível mundial. Em Portugal, em média, morrem diariamente 18 pessoas devido a enfarte e outras sofrem um processo de degeneração que leva ao enfarte", recordou o investigador de Coimbra, em declarações à Lusa. Segundo o cientista - pós-doutorado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) no domínio das células estaminais, biomateriais e micro-nanotecnologias -, o objectivo é "tentar inverter este processo de degeneração" do músculo cardíaco.

"A capacidade de regeneração do músculo cardíaco é limitada e insuficiente", observou, adiantando que, "mais cedo ou mais tarde, as pessoas com enfarte do miocárdio acabam por ter problemas, porque o coração não consegue bombear o sangue com a mesma eficiência". O trabalho de investigação em apreço, que se encontra numa fase inicial e será desenvolvido nos próximos quatro anos, referiu Lino Ferreira, contempla a propagação em laboratório de células estaminais embrionárias humanas para dar origem a células cardíacas em grande número.

Outras plataformas do projecto compreendem o "transplante eficiente" destas células no músculo cardíaco e a monitorização do enxerto celular, dimensões que conferem um carácter inovador ao projecto, disse ainda o investigador. "Actualmente, há algumas abordagens da terapia celular para a regeneração cardíaca, envolvendo outras células estaminais, nomeadamente da medula óssea, cujos efeitos terapêuticos estão a ser avaliados em ensaios clínicos", referiu Lino Ferreira.

Promover projectos portugueses

Na opinião da presidente da AVAC, Maria Manuel Mota, “a investigação científica nacional deve ser mais incentivada por apoios privados de forma a tornar-se mais competitiva a nível internacional”. Por seu lado, Raul Santos, Administrador e director-geral da Crioestaminal, refere que o prémio pretende sublinhar “o potencias da investigação portuguesa”, em especial na biomedicina, e abrir “portas para o seu reconhecimento nacional e internacional”.

O galardão, de 20 mil euros, será entregue hoje à tarde no Parque de Biotecnologia de Portugal, em Cantanhede. “A selecção do vencedor foi efectuada por um júri internacional composto por especialistas de reconhecido valor em áreas da biomedicina e oriundos de instituições como o Institut Pasteur, Institut Curie, ambos em França, o Institute for Stem Cell Research da Escócia, o National Institute for Medical Research de Inglaterra e o MIT dos Estados Unidos”, lê-se no comunicado da AVAC.

O primeiro Prémio Crioestaminal foi atribuído, em 2005, à investigadora Sandra de Macedo Ribeiro, do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, para desenvolver um estudo sobre a base molecular da Doença de Machado-Joseph.

Em 2006, o foi entregue ao investigador Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, para financiar um projecto que utiliza técnicas inovadoras de microscopia de alta resolução e microcirurgia laser em células vivas para estudar a um novo nível a multiplicação celular.

O terceiro foi atribuído em 2007 a Mónica Bettencourt Dias, líder de um grupo de investigação no Instituto Gulbenkian de Ciência, para apoiar um estudo sobre uma estrutura celular que pode desempenhar um papel importante na infertilidade e no cancro.
 

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comanche

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« Responder #274 em: Novembro 25, 2008, 10:19:01 pm »
Cor não gera novas espécies

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Evolução. Pensava-se que nas aves muito coloridas a escolha sexual (feita pelas fêmeas) tinha um papel importante no surgimento de novas espécies. Afinal não é assim, dizem cientistas portugueses

Investigadores portugueses fizeram a descoberta

Nas espécies de aves muito coloridas, como os pintassilgos, os machos têm em geral mais cores do que as fêmeas. E no acasalamento esse é justamente um factor decisivo, porque a escolha é feita por elas. Pensava-se, por causa disso, que a escolha sexual deveria ter um papel importante no surgimento de novas espécies neste tipo de aves, mas afinal não é assim. Pelo menos nos pintassilgos. A descoberta é dos investigadores portugueses Paulo Gama Mota e Gonçalo Cardoso, do Laboratório de Etologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e acaba de ser publicada na Evolution. "Conseguimos demonstrar que neste género [dos pintassilgos] a diferenciação de espécies se faz pelo processo de selecção natural e não pela selecção sexual", explicou ao DN Paulo Gama Mota, que dirige o Laboratório de Etologia da FCTUC, sublinhando que este "é mais um passo para compreender a evolução das espécies e o equilíbrio dos ecossistemas, que são fundamentais para a diversidade de espécies no mundo". A publicação do trabalho "na revista de topo mundial" nesta área é por isso "uma grande satisfação", confessa o investigador.

Na selecção natural, o que acontece é que num determinado grupo populacional se vão acumulando mutações, até que surge uma nova espécie. "Isso acontece, por exemplo, quando há isolamento geográfico prolongado", explica Paulo Gama Mota. Se houver diferenças muito grandes entre habitats, por exemplo, as populações acabam por se adaptar às suas características (de altitude, por exemplo) e isso contribui para o fenómeno da especiação (surgimento de novas espécies).

Impraticável em tempo real, uma vez que estes processos podem durar milhares ou milhões de anos, o trabalho teve de ser feito por métodos indirectos. Os dois investigadores recolheram a informação sobre 26 das 30 espécies de pintassilgos que existem no planeta no Museu de História Natural de Londres, "que tem uma das melhores colecções de aves". Depois estabeleceram uma grelha de características das diferentes espécies de forma a poder relacioná-las entre si, em termos de proximidade, e, finalmente, criaram um modelo matemático que permitiu verificar a variação de cor e relacionar esse parâmetro com o processo de especiação . "Testámos os dois modelos, o da selecção sexual e o da selecção natural, e o último claramente excluiu o primeiro", conta Paulo Gama Mota. E se nos pintassilgos é assim, os investigadores querem agora verificar a sua tese nos canários. E, com isso, testar o próprio modelo.
 

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Chicken_Bone

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« Responder #275 em: Novembro 25, 2008, 10:54:32 pm »
Hehehehe, é para compensar as poucas notícias que tens pouco, comancha?
Por falar nisso, o André tb n parece "em forma". :D Tem incluído poucas.
"Ask DNA"
 

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Chicken_Bone

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« Responder #276 em: Novembro 27, 2008, 06:36:34 pm »
Reportagem: «Ciência à portuguesa» http://diario.iol.pt/tecnologia/ciencia ... -4069.html


Engenheiro português da FEUP ganha prémio com inovação mundial
http://diario.iol.pt/ambiente/feup-jose ... -4070.html

«Ciência à portuguesa»: uma roupa especial
Equipa da Universidade do Minho criou vestuário inclusivo para melhorar a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais
http://diario.iol.pt/tecnologia/reporta ... -4069.html
"Ask DNA"
 

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comanche

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« Responder #277 em: Novembro 27, 2008, 11:51:20 pm »
Investigadores portugueses recebem prémio de inovação em concurso nacional


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A Solvay Portugal e a Hovione, em parceria, entregaram os prémios SHIC’08 numa cerimónia de encerramento onde foram revelados os vencedores dos dois prémios que constituem o desafio lançado à comunidade dos investigadores portugueses - Prémio Solvay vocacionado para a área da engenharia química e ambiente, e Prémio Hovione dirigido à química fina e desenvolvimento farmacêutico.

O Prémio Solvay foi atribuído ao projecto “Produção de um Novo Biopolímero Biodegradável com Aproveitamento do Glicerol”, que apresenta, como novidade mundial, a possibilidade de transformar um resíduo do biodiesel num produto de valor acrescentado, já que se perspectiva a sua aplicação numa gama alargada de aplicações industriais, nomeadamente no sector alimentar e da cosmética, em substituição de produtos de custo mais elevado, como a goma de guar, alginatos e outros.

Uma mais-valia para o sector dos bio-combustíveis e da sustentabilidade industrial, já que ao aumentar o período de vida de um resíduo se diminui o seu impacto no meio ambiente.

Verificam-se igualmente relevantes benefícios ao nível da produção, que, por não estar dependente de condições climáticas ou sazonais, apresenta custos de matéria-prima mais baixos, devido à grande disponibilidade em glicerol.

O projecto vencedor deste Prémio Solvay é da autoria dos investigadores Maria Reis, Filomena Freitas, Vítor Alves, Rui Oliveira e Filipe Aguiar, do Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa.

O Prémio Hovione seleccionou como vencedor o trabalho intitulado “Partículas porosas inteligentes: uma nova alternativa para libertação controlada no pulmão”, o qual promete impulsionar o sector dos medicamentos para os tratamentos de doenças do foro pulmonar como a asma, cancro do pulmão, entre outras.

Este projecto demonstra a possibilidade de produção de partículas porosas, as quais, devido à sua baixa densidade, são mais toleradas pelos mecanismos de defesa dos pulmões, evitando a expulsão. As referidas partículas têm ainda a característica distintiva de serem inteligentes, porque são produzidas à base de polímeros sensíveis a estímulos exteriores (pH, Temperatura), utilizam solventes amigos do ambiente (dióxido de carbono a alta-pressão), que não deixam no fim das experiências quaisquer resíduos, reutilizando, desta forma, um gás com efeito de estufa.

A responsabilidade deste projecto é do grupo de investigação de Ana Isabel Aguiar Ricardo juntamente com os seus colaboradores Teresa Casimiro, Eunice Costa, Telma Barroso e Márcio Temtem, do Laboratório associado REQUIMTE - CQFB, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa.

A cada projecto vencedor foi atribuído um prémio no valor de 10 mil euros, o qual tem como objectivo viabilizar a sua concretização.

Outros projectos destacados

Para além das ideias vencedoras, o Júri do Prémio Hovione destacou ainda os projectos:

>>"Modelo computacional para prever as trajectórias e o local de deposição de partículas produzidas por inalador de pó seco em tubos reais ou virtuais", dos investigadores João F. Pinto da Faculdade de Farmácia de Lisboa e João M. M. Sousa do Dep. de Engenharia Mecânica, do Instituto Superior Técnico;

>>"Potenciais Fármacos de Ruténio para o tratamento do cancro", de Maria Helena Garcia, do entro de Ciências Moleculares e Materiais, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa;

>>"Planeamento Óptimo da Produção" de Pedro Miguel Gil de Castro, do Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação;

>>"FORTE (4T)", de José Cardoso Menezes do Departamento de Engenharia Química, do Instituto Superior Técnico.


81 projectos a concurso, da responsabilidade de 260 investigadores

Os vencedores do concurso SHIC’08 foram seleccionados entre 81 projectos candidatos, no qual estiveram envolvidos 260 investigadores, docentes e estudantes universitários.

A forte adesão a este desafio resultou de um road-show que percorreu mais de 3500 quilómetros do território nacional, para chegar a 40 centros de investigação existentes e 11 Faculdades.

O SHIC’08 envolveu ainda diversas personalidades do meio académico e instituições das áreas de investigação em análise, as quais constituíram o Júri deste concurso : os representantes dos quatro parceiros institucionais (Sociedade Portuguesa de Química, Colégio de Engenharia Química da Ordem dos Engenheiros, Colégio da Especialidade em Indústria Farmacêutica da Ordem dos Farmacêuticos e Agência de Inovação), Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, para além de responsáveis da Solvay e Hovione.

Esta iniciativa conjunta teve o intuito de promover a inovação no País e posicionar as duas empresas como parceiros activos do meio académico, distinguindo projectos susceptíveis de gerar valor, e decorre de uma primeira edição conduzida pela Solvay, em 2003-2004.

Os resultados agora registados espelham o desenvolvimento e a maturidade que a actividade de I&D está a atingir em Portugal, bem como a mais-valia de projectos conduzidos em parceria. Ideia que é reforçada pela opinião do júri de avaliação, que elogia o mérito e a criatividade das candidaturas a concurso.

Para Luis Serrano, Country Manager da Solvay para Portugal e Espanha, «o Solvay & Hovione Ideas Challenge é o resultado concreto da abordagem externa ao empreendedorismo junto do meio universitário. Mais do que uma competição, constitui um ponto de encontro entre a Ciência, o mercado e a indústria, na procura de sinergias de desenvolvimento e de novas alavancas tecnológicas».

Para Guy Vilax, CEO da Hovione, «a Solvay e a Hovione souberam juntar esforços para premiar a inovação dos investigadores nas universidades. A Hovione está satisfeita com o resultado: Tivemos sucesso no nosso projecto pois as candidaturas corresponderam às expectativas tanto em qualidade como em quantidade. Temos aqui um bom exemplo de empenhamento na construção das ligações entre a universidade e a empresa, bem como da demonstração da capacidade inventiva Portuguesa».



http://www.barlavento.online.pt/index.p ... a?id=28761
 

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« Responder #278 em: Novembro 28, 2008, 12:13:14 am »
Os resultados do concurso aparentam ser um pouco..suspeitos já que todos são para a Mouraria, particularmente para a Univ Nova de Lisboa, que também está no júri.
"Ask DNA"
 

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comanche

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« Responder #279 em: Dezembro 02, 2008, 10:48:37 pm »
Pesquisadores portugueses desenvolvem robô dentista

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Coimbra, 2 dez (Lusa) - Uma equipe de pesquisadores de Coimbra está desenvolvendo um "robô dentista", com o objetivo de tornar os implantes dentários mais baratos, mais resistentes e com maior conforto para os pacientes.

"Os implantes dentários são muito caros e demorados, e a pós-instalação é muito longa e dolorosa. O paciente pode demorar mais de um ano para largar o dentista", disse à Agência Lusa Norberto Pires, um dos pesquisadores envolvidos.

O projeto está em fase de conclusão e foi trabalhado durante três anos por cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia e do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem, ambos da Universidade de Coimbra.

Os pesquisadores acreditam que, ao otimizarem o processo de colocação dos implantes dentários, os custos possam ser reduzidos para metade. O sistema robótico simula e monitora todo o processo, ao imitar os procedimentos do dentista.

"Ganha-se em custos, em tempo e, se tivermos de fazer quatro furos em vez de seis, a recuperação é também menos dolorosa", considerou Maria Filomena Botelho, do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem.

Projeto

Em fase de utilização experimental, no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra, o robô realizou testes em peças anatômicas de cadáveres e num modelo de uma mandíbula em material equivalente ao osso.

O "robô dentista" está dotado de sensores de força e utiliza um mecanismo óptico que registra os movimentos e esforços utilizados na mastigação, antecipando o desconforto nos pacientes, as tensões provocadas no material, a vida útil do implante e os danos originados.

"Não há intervenção humana nenhuma, são selecionadas as melhores geometrias, colocam-se os dentes e simula-se a mastigação", disse Norberto Pires, acrescentando que se tratar de "um processo total de simulação de geometrias" que pode se revelar numa "boa indicação para os médicos-dentistas".

É a primeira vez, de acordo com Norberto Pires, que Portugal desenvolve um estudo sistemático de colocação de implantes dentários.

"O que os médicos-dentistas fazem é testar com os pacientes, não arriscando muito, e, dessa forma, vão vendo o que corre mal, partilhando depois as idéias técnicas em congressos", disse o pesquisador da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

Os cientistas esperam concluir a pesquisa em maio do próximo ano, com a elaboração de um Guia de Boas Práticas para a Aplicação de Implantes Dentários.

 

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« Responder #280 em: Dezembro 04, 2008, 11:34:27 pm »
Portugal vai ter base de dados de ADN


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O regulamento e as regras de funcionamento da base de dados de perfis de ADN para fins de investigação civil e criminal foram publicados no Diário da República.

Uma nota emitida esta quinta-feira pelo Ministério da Justiça refere que a base de dados servirá para «melhor identificação de suspeitos e vítimas de crimes, identificação de vítimas de catástrofes e acidentes, investigação de paternidade e de maternidade».

A recolha, quando não voluntária, está sempre dependente de um despacho de um magistrado, estando confirmado também que qualquer pessoa tem direito a conhecer o conteúdo do registo ou registos.

O regulamento, da responsabilidade do Instituto Nacional de Medicina Legal, estipula ainda que «em caso de algum os marcadores de ADN poderão revelar informação relativa à saúde ou a características hereditárias específicas».

A base de dados vai permitir a identificação de delinquentes, a exclusão de inocentes ou ligação entre condutas criminosas e ainda o reconhecimento de desaparecidos, nos termos da lei.

No âmbito da investigação criminal, a nova lei permite a comparação de perfis de ADN de amostras recolhidas no local de um crime com os das pessoas que nele possam ter estado envolvidas, mas também a comparação com os perfis já existentes na base de dados.

A recolha de amostras para a investigação de um crime será realizada a pedido do arguido ou ordenada pelo juiz. A lei prevê, por outro lado, a recolha de amostras de ADN em pessoas ou cadáveres e a comparação destes com o ADN de parentes ou com aqueles existentes na base de dados, com vista à sua identificação.

A base de dados de ADN será tutelada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e será construída de modo faseado e gradual, a partir da recolha quer de amostras em voluntários, quer das amostras de investigações criminais.

 

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« Responder #281 em: Dezembro 05, 2008, 11:52:47 pm »
Oito jovens cientistas portugueses premiados


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Oito jovens cientistas de seis universidades portuguesas foram distinguidos pela Fundação Calouste Gulbenkian com prémios de estímulo à investigação em áreas que vão da Matemática, Física e Química às Ciências da Terra e do Espaço, refere a «Lusa».

Entre os premiados deste ano contam-se três investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente Elisabete Oliveira, do Departamento de Química, Gonçalo Tabuada, do Centro de Matemática e Aplicações, e Pedro Barquinha, do Centro de Investigação e Materiais, informou hoje a Fundação.

A investigação de Elisabete Oliveira centra-se em novos sensores químicos fluorescentes baseados em aminoácidos e polipéptidos, enquanto a de Gonçalo Tabuada visa desenvolver ferramentas inovadoras em álgebra não-comutativa e combinatória, referiu fonte da FCT à Agência Lusa.

Por seu lado, o projecto de Pedro Barquinha propõe o uso dos óxidos semicondutores - materiais associados ao novo conceito de electrónica transparente - para o estudo e produção de nanotransistores.

Segundo este investigador, o objectivo é desenvolver as bases científicas e tecnológicas para a electrónica à nanoescala, componente imprescindível à indústria do futuro, sobretudo no domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Os outros premiados são Ana Gonçalves, do Centro de Matemática da Universidade do Minho, Eduardo Castro, do Centro de Física da Universidade do Porto, Emanuel Dutra, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, Juan Cabanelas, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, e Ricardo Santos, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

O objectivo deste Programa é estimular a criatividade e a qualidade na investigação científica entre os mais jovens, já que se destina a investigadores com idade inferior a 31 anos que trabalhem em instituições portuguesas.

Cada um dos distinguidos receberá um incentivo financeiro total de 12.500 euros, repartido entre o investigador e respectivo centro de investigação.

 

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« Responder #282 em: Dezembro 09, 2008, 09:49:06 pm »
Portuguesa YDreams cria marca mundial para jogos interactivos


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Alvos da estreante Audience Entertainment são produtos para cinema, estádios ou concertos
Grandes eventos, sejam sessões de cinema, espectáculos em estádios ou concertos. São esses os alvos da nova empresa mundial de jogos interactivos que a portuguesa YDreams criou em parceria com a norte-americana Brand Experience Lab.

Com esta joint-venture surge uma nova marca especializada em marketing e publicidade para grandes audiências. A estreante Audience Entertainment vai ter sede em Nova Iorque e assenta na plataforma de computação gráfica da YDreams e na experiência em campanhas publicitárias da Brand Experience Lab.

A ideia é criar animações lúdicas que passam por dar às audiências a capacidade para controlar acções em grandes ecrãs, sejam jogos ou outras actividades, numa interacção que se traduz em gestos simples, movimentos do corpo ou som, e que assume influência nos conteúdos dos referidos ecrãs.

Em comunicado, a empresa de tecnologia dirigida por António Câmara refere que este tipo de produto é «um meio em incrível crescimento para publicitários de todo o mundo». E dá um exemplo: as campanhas criadas pela Brand Experience Lab para marcas como a Volvo, Coca-Cola, MSNBC, Orange Mobile, Unilever ou Vodafone já foram exibidas mais de 600 vezes em ecrãs de cinema e têm tido procura em meios on-line como o «YouTube».

170 colaboradores

A Audience Entertainment assume-se, desde já, como líder deste segmento publicitário, contando com escritórios em Lisboa, Nova Iorque, Barcelona ou São Paulo, e 170 colaboradores.

«Estamos em negociações com cadeias de cinemas e agências de publicidade em mais de 20 países para alargarmos o âmbito da nossa actuação, que ainda é mais relevante nos tempos que correm, por ser um meio alternativo e eficaz», diz em comunicado o presidente-executivo da recém-criada Audience Entertainment, Barry Grieff.

Sobre a portuguesa YDreams, Griff vai mais longe e explica que o portfólio da tecnológica portuguesa «será fulcral» para convencer os clientes da inovação e eficácia do novo conceito.

Recorde-se que a empresa tem trabalhado nesta área há cerca de ano e meio e, no âmbito da sua actividade, já implementou projectos em quatro continentes.

 

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comanche

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« Responder #283 em: Dezembro 11, 2008, 10:49:45 pm »
Investigadores descobrem especificidades do exossoma

Investigadores descobrem especificidades do exossoma
«Há muitos RNAs diferentes na célula e ainda não sabemos como é todo este intrincado


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Num trabalho conjunto de investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB) e da Universidade do Texas, Houston (Estados Unidos), publicado na edição online da revista Nature Structural and Molecular Biology, ficamos a saber que as células, nomeadamente através do exossoma, mantêm um controlo apertado sobre o tipo, a qualidade e a quantidade de moléculas de RNA presentes a cada instante.

O exossoma é um complexo proteico envolvido na degradação do RNA. O da levedura, à semelhança de um canivete suíço, é afinal mais do que uma máquina de degradação e tem zonas especializadas para funções específicas.
 


Numa nota de imprensa do ITQB, é explicado que o exossoma vai degradando as moléculas de RNA a partir das pontas – diz-se que tem actividade exonucleolítica -, mas "o que os investigadores agora demonstraram é que o exossoma tem também actividade endonucleolítica, isto é, consegue cortar as moléculas de RNA em pedaços", duas formas de degradar o RNA que "dependem de regiões distintas do exossoma. Por outro lado, há outras regiões do exossoma que são específicas para a degradação de certo tipo de moléculas de RNA".

Com uma composição muito semelhante ao do DNA, o RNA é um polímero de nucleótidos, geralmente em cadeia simples, formado por moléculas de dimensões muito inferiores às do DNA. O exossoma de levedura é composto por 10 proteínas agrupadas num único complexo, sem as quais o exossoma não se forma e as células são inviáveis.

Os investigadores conseguiram perceber as diferentes áreas, especializadas em processos diversos, eliminando segmentos dessas proteínas e mantendo a actividade do exossoma. E como, apesar da levedura ser um organismo simples, o metabolismo do RNA é muito semelhante ao das nossas células, Cecília Arraiano, que coordenou a investigação no ITQB, lembra que “este estudo mostra como a degradação de RNA é complexa e especializada. Há muitos RNAs diferentes na célula e ainda não sabemos como é todo este intrincado processo é gerido”.

“Aliás, toda a investigação nesta área está numa fase muito excitante e ao mesmo tempo muito competitiva”, conclui.
 

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comanche

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« Responder #284 em: Dezembro 11, 2008, 10:59:37 pm »
Portugal em 15º no ranking das políticas climáticas internacionais


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Portugal ficou classificado em 15º lugar em termos de melhor performance relativamente às alterações climáticas num ranking que incluiu os países desenvolvidos e os países com um forte desenvolvimento industrial recente ou representando mais de 1% do total de emissões de dióxido de carbono. O índice é da responsabilidade da organização não governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Acção Climática (a que a Quercus pertence) e contou com a colaboração da Quercus na avaliação qualitativa pericial efectuada a Portugal.



O índice mostra que nenhum país dos considerados pode ser considerado como tendo uma performance satisfatória no que respeita à protecção do clima. O critério específico para essa avaliação é o de que, por comparação com 1990 (ano base do Protocolo de Quioto), nenhum país está no caminho que asseguraria à escala global um aumento de temperatura inferior a 2 ºC. Assim, o CCPI não tem vencedores este ano porque nenhum país está a fazer o esforço necessário para evitar uma alterações climática com consequências dramáticas.

Portugal obteve a 15ª posição no ranking final global, sendo que a sua classificação foi a 33ª na componente tendência de emissões, 17ª na componente de nível de emissões e 9º na componente de políticas climáticas, tendo descido duas posições na análise global. No índice em 2008, Portugal obteve a 13ª posição quando estiveram em avaliação 56 países. Este lugar reflecte o facto de Portugal ter emissões per capita relativamente baixas e ter um conjunto de medidas consignadas (mesmo que ainda não implementadas) para reduzir as emissões, mas ao mesmo tempo traduz o aumento praticamente sistemático das emissões desde 1990, com dificuldades de cumprimento do Protocolo de Quioto. Note-se que dada a não atribuição dos primeiros três lugares a nenhum país, é natural também uma descida no ranking, podendo indirectamente interpretar-se até que Portugal subiu uma posição.

O país melhor classificado no ranking foi a Suécia, seguido da Alemanha, França, Índia e Brasil. O pior país foi a Arábia Saudita, tendo a Espanha ficado em 28º lugar, o Canadá em penúltimo lugar (59º) e os EUA em antepenúltimo lugar (58º). O relatório será disponibilizado pela GermanWatch em www.germanwatch.org/ccpi.htm.

O Climate Change Performance Index (CCPI) 2009 é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais. Com base em critérios padrão, o índice avalia e compara a performance de 57 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia. O objectivo do índice é aumentar a pressão política e social nos países que têm esquecido até agora o seu trabalho interno no que respeita às alterações climáticas.