Tecnologia Portuguesa

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comanche

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« Responder #300 em: Janeiro 13, 2009, 11:47:54 pm »
ICBAS dá mais um passo no desenvolvimento de vacina contra a cárie dentária

 Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) deu mais um importante passo na investigação que visa comercializar uma vacina contra a cárie dentária. Os estudos toxicológicos mais recentes realizados em ratos conseguiram comprovar que a utilização da vacina é completamente inócua, em termos de efeitos colaterais indesejáveis.


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Depois de ter registado a patente da vacina contra a cárie dentária em 2005, a equipa de investigadores do ICBAS, liderada por Paula Ferreira, tem continuado a desenvolver estudos, no sentido de perceber qual a melhor via da sua administração, de forma a imunizar contra a doença. A cárie dentária é uma das doenças infecciosas com maior incidência nos humanos, estando ainda associada a complicações médicas, como endocardites infecciosas.

No âmbito dos estudos realizados em ratos, os investigadores do Laboratório de Imunologia do ICBAS conseguiram isolar uma proteína produzida por um dos agentes etiológicos da cárie dentária, o Streptococcus sobrinus, que facilita o crescimento da bactéria no hospedeiro. Mais recentemente, foi produzida a proteína recombinante (mais segura ao eliminar potenciais agentes patogénicos) tendo-se verificado que esta tem também um efeito protector contra a cárie dentária, sem efeitos indesejáveis observados. Os resultados já foram aceites para publicação no prestigiado The Journal of Infectious Diseases.

Por enquanto, os responsáveis pelo estudo consideram prematuro avançar com testes clínicos em humanos, considerando que nesta fase seria importante testar a vacina contra a cárie dentária em macacos. De qualquer das formas, refere a líder da equipa de investigação Paula Ferreira, “os últimos resultados foram um grande avanço em termos científicos”.

Os estudos do Laboratório de Imunologia do ICBAS em ratinhos irão continuar, nomeadamente no que se refere ao efeito benéfico da transferência de imunidade de mães vacinadas contra a cárie dentária para os filhos.  
 

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comanche

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« Responder #301 em: Janeiro 17, 2009, 12:01:02 am »
Ciência/Média: Carlos Vaz Marques (TSF) recebe Prémio "Jornalismo Científico"




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Porto, 16 Jan (Lusa) - O secretário de Estado da Investigação Científica, Manuel Heitor, afirmou hoje, no Porto que, a nível do do trabalho científico, salvaguardadas as diferenças de escala, Portugal já ultrapassou a Itália e iguala Espanha.

O secretário de Estado falava na sessão de encerramento da cerimónia de entrega ao jornalista Carlos Vaz Marques, da TSF, do Prémio "Jornalismo Científico" da Fundação Ilídio Pinho, vencedor da segunda edição deste galardão com o trabalho "Dari, primata como nós".

A sessão foi presidida por Manuel Heitos em substituição do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, retido à última hora em Lisboa para participar no Conselho de Ministros convocado de urgência para debater o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).

O secretário de Estado sublinhou a importância deste facto e felicitou a Fundação Ilídio Pinho pela instituição deste prémio, que dá a conhecer aos portugueses as conquistas dos seus cientistas.

Pelo trabalho vencedor, "Dari, Primata como nós", que foi escolhido por unanimidade, Carlos Vaz Marques recebeu uma escultura em prata e um prémio pecuniário no valor de 50 mil euros.

As florestas do Sul da Guiné-Bissau servem de pano de fundo ao trabalho vencedor, uma reportagem de campo em que o jornalista acompanha, no terreno, uma investigação científica relativa à vida de um grupo de primatas (chimpanzés).

O repórter conta a história em voz própria, através de entrevistas aos participantes e recorre ao ambiente sonoro da selva africana, o que dá ao trabalho algum dramatismo, que entusiasma e "puxa" o ouvinte para dentro da acção.

Uma entrevista à cientista que lidera o projecto contextualiza e dá sentido e profundidade à reportagem, "mostrando que a vida comunitária de uma tribo de macacos na floresta da Guiné-Bissau e a sociedade humana têm muito mais em comum do que possa parecer".

"Tenho especial gosto por receber um prémio por este trabalho, porque ele provocou uma pequena revolução filosófica dentro de mim, porque mostra quão perto que nós, humanos, estamos desses seres que são os chimpanzés", afirmou o Carlos Vaz Marques, no discurso de agradecimento.

O júri decidiu, ainda, atribuir duas menções honrosas, no valor de 5.000 euros cada, às jornalistas Teresa Firmino com um trabalho jornalístico sobre a "Extensão da plataforma continental portuguesa", publicado no jornal Público, e Helena Mendonça com a série de artigos "Os nossos neurónios" publicados na Notícias Magazine, revista conjunta do Diário de Notícias e Jornal de Notícias.

"Plataforma continental portuguesa" é um dossier jornalístico constituído por três artigos publicados por Teresa Firmino, a 5 de Agosto de 2007, sobre a investigação que lançou as bases científicas para a reclamação - e obtenção - de jurisdição, por parte de Portugal, de uma zona para além das 200 milhas náuticas da plataforma continental nacional.

Quanto a "Os nossos neurónios", de Helena Mendonça, constitui um conjunto de 52 reportagens de duas páginas, publicadas semanalmente, ao domingo, durante 2007. Cada um dos trabalhos foca uma investigação científica distinta, fazendo simultaneamente um retrato pessoal do investigador e da investigação desenvolvida.

A análise e selecção dos trabalhos couberam a um júri de cinco elementos, presidido por Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade do Porto e actual presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).

Na sua alocução, Júlio Pedrosa destacou a "grande qualidade da maioria dos trabalhos apresentados", assim como o progresso verificado, tanto no número de candidaturas, como na sua qualidade, relativamente ao ano anterior.

Faziam parte do júri o cientista Alexandre Quintanilha, professor catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), António Borges, presidente do OVERGEST - Centro de Especialização em Gestão e Finanças do Instituto Superior de Ciências do Trabalho a da Empresa (ICSTE), Fernando Cascais, director do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR) e o jornalista José Pimenta de França, vogal do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.

A Fundação Ilídio Pinho criou, em 2006, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, o primeiro dos prémios ao mérito e à excelência na área do Jornalismo Científico, com um valor de 50 mil euros, sendo, de longe, o mais elevado prémio de jornalismo em Portugal e um dos mais elevados da Europa.

O Prémio Fundação Ilídio Pinho "Jornalismo Científico" tem como objectivo fundamental estimular, incentivar e reconhecer trabalhos jornalísticos em língua portuguesa para a área da ciência, privilegiando aqueles que favoreçam a ligação entre a investigação e a inovação e desenvolvimento empresarial, levada a cabo pelas Universidades e Centros de Investigação.

Na primeira edição do prémio, o vencedor foi José Milheiro, também jornalista da TSF, com o trabalho "Selecção de Esperanças".

Nessa edição, à qual concorreram 15 trabalhos, foram igualmente atribuídas duas menções honrosas, uma para Cármen Inácio, com a reportagem "Geração Cientista", emitido na RTP 2, e a outra para Teresa Florença, com o trabalho "À descoberta dos nanomateriais", publicado na revista do Diário de Notícias do Funchal.

À edição de 2007 concorreram 25 trabalhos, divulgados pela Rádio, Televisão e Imprensa, versando temas muito diversos, desde as Ciências da Vida, Saúde e Robótica, entre outras.

PF.

Lusa/Fim

 

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comanche

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« Responder #302 em: Janeiro 17, 2009, 12:31:13 am »
IST é 4º contribuinte europeu na maior experiência de fusão do mundo


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Instituto Superior Técnico atingiu em 2008 o 4º lugar entre os vários participantes europeus nas campanhas experimentais do JET (Joint European Torus), a maior experiência mundial de Fusão Nuclear por confinamento magnético.



Este é o maior tokamak actualmente existente, ao qual Portugal também está associado, que permite atingir temperaturas superiores a 100 milhões de graus, iguais ou superiores às que se pensa existirem no centro do Sol.

Com um custo de total de 12000 milhões de Euros, e com uma duração de 35 anos, este projecto constitui o primeiro exemplo da globalização da Ciência e Tecnologia, uma vez que nele participam a EURATOM (constituída pelos Estados Membros da EU e pela Suiça), o Japão, os Estados Unidos da América, a Federação Russa, a Coreia do Sul, a China e a Índia.

O JET é a única experiência que actualmente pode operar com os combustíveis Deutério e Tritio que serão utilizados num futuro reactor de fusão, sendo também a experiência mais importante para preparar a exploração do futuro reactor experimental, o tokamak ITER (“International Thermonuclear Experimental Reactor”). Portugal participou nas fases de projecto e negociação do ITER e conta ter um envolvimento significativo de unidades de investigação e empresas na fase de construção.

O ITER é a próxima experiência de fusão nuclear, actualmente em fase de construção em Cadarache (França), com as seguintes missões: em primeiro lugar, deverá demonstrar a viabilidade científica e técnica da energia de fusão, e em segundo, testar a operação conjunta de todas as tecnologias necessárias para a operação de um reactor de fusão nuclear.

O Projecto JET é realizado no âmbito do “European Fusion Development Agreement” (EFDA), de que o IST é o sócio Português.

Mais informações em www.jet.efda.org.  
 
Actualizado em ( 16-Jan-2009 )  
 

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André

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« Responder #303 em: Janeiro 20, 2009, 12:30:43 pm »
Tabaco: Descoberta sobre papilas abre caminho a tratamentos

A descoberta por investigadores portugueses e norte-americanos de receptores de nicotina nas papilas gustativas abre caminho a novas estratégias de tratamento do tabagismo, disse hoje à Lusa um dos seus autores.

Segundo Albino Oliveira-Maia, «a aplicação de antagonistas nicotínicos na língua, como meio de modulação dos efeitos periféricos da nicotina, poderá ser um adjuvante importante nessas estratégias».

Num estudo publicado segunda-feira na edição online da revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os cientistas descrevem duas vias do sabor que são activadas pela nicotina e a forma como essas vias são integradas em áreas de processamento sensorial no cérebro.

«Essas vias do sabor são vias neurais periféricas, ou seja, vias que estão fora do cérebro e que transmitem informação sensorial ao cérebro», explicou este investigador e médico que está a fazer pós-doutoramento nos Estados Unidos.

O consenso geral é que a nicotina se faz sentir principalmente por efeitos directos no cérebro, ao ser absorvida nos pulmões, entrar na corrente sanguínea e actuar em receptores nicotínicos existentes nos neurónios cerebrais.

O que agora se descobriu foi a existência de outras vias de reconhecimento da nicotina que provavelmente contribuem para a dependência.

O trabalho surgiu na sequência de estudos anteriores que apontavam para a relevância dos efeitos sensoriais do tabaco no processo de habituação, nomeadamente através da activação do sistema olfactivo ou da irritação das vias respiratórias.

De acordo com Oliveira-Maia, essa informação foi negligenciada, até que em 2007 foi publicado um artigo na revista Science, de que foi co-autora Hanna Damásio, segundo o qual uma lesão numa região do cérebro chamada ínsula facilita o abandono rápido e duradouro do tabagismo.

Esse trabalho foi inspirador para o estudo agora publicado na medida em que a convergência das vias do sabor numa mesma parte daquela área do cérebro «abria a hipótese de questões relacionadas com o sabor da nicotina estarem subjacentes a funções da ínsula no tabagismo», disse o cientista.

Na investigação, ratinhos de laboratório foram geneticamente modificados para que não tivessem a proteína TRPM5, responsável pelo reconhecimento de sabores amargos, como a nicotina ou o quinino.

Verificaram então que há uma via activada pela nicotina que depende da TRPM5 e que mesmo na ausência dessa proteína há respostas à nicotina.

Demonstraram a seguir que estas respostas são dependentes dos mesmos receptores nicotínicos que são responsáveis pelos efeitos directos da nicotina no cérebro.

Depois, ao fazerem testes comportamentais para medir a capacidade de os animais distinguirem a nicotina do quinino, observaram que a inibição dos receptores nicotínicos na língua diminui essa capacidade.

Os investigadores fizeram então registos neurofisiológicos na ínsula de outros ratos enquanto estes consumiam nicotina e quinino e constataram que a actividade dos neurónios naquela área também era capaz de distinguir entre as duas substâncias.

«Estes achados não contradizem, de forma nenhuma, a importância dos efeitos directos da nicotina no cérebro», sublinha Oliveira-Maia.

«No entanto, demonstram a existência de vias sensoriais através das quais a nicotina pode modificar a actividade do cérebro por acção periférica, neste caso nas papilas gustativas» - concluiu.

A equipa de investigadores sugere que o desenvolvimento de medicamentos para aplicar nos receptores bucais da nicotina de forma tópica poderá reduzir drasticamente os efeitos secundários dos tratamentos actuais.

Albino Oliveira-Maia, actualmente investigador pós-doutoral no Departamento de Neurobiologia da Universidade de Duke, fez este estudo como parte do doutoramento, que terminou em Novembro e que resultou de uma colaboração entre aquela instituição, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular).

Lusa

 

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comanche

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« Responder #304 em: Janeiro 20, 2009, 11:50:13 pm »
Investigadores do Porto explicam o porquê de regiões cerebrais serem mais susceptíveis a doenças neurodegenerativas


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Investigadores do Serviço de Farmacologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto desenvolverem um estudo que explica porque é que algumas regiões do cérebro são mais susceptíveis à neurodegenerescência.

A investigação, da autoria de Jorge Oliveira e Jorge Gonçalves e publicada recentemente no Journal of Biological Chemistry, comprova que as células nervosas (neurónios e astrócitos) têm diferentes níveis de resistência a desordens neurológicas.
 


De acordo com os investigadores, esta descoberta científica permitirá compreender melhor as doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson ou a de Huntington, por exemplo, identificar novos alvos terapêuticos e potenciar o desenvolvimento de fármacos neuroprotectores mais eficazes.

Os dois investigadores da Universidade do Porto centraram o seu estudo nas regiões cerebrais denominadas córtex e estriado, sabendo, à partida, que "esta última é particularmente vulnerável a patologias neurológicas, como a Doença de Huntington".

Com base nesta premissa, Jorge Oliveira e Jorge Gonçalves desenvolveram "um modelo experimental inovador de observação das alterações na funcionalidade das mitocôndrias (indispensáveis ao bom funcionamento celular) nas células nervosas, quando submetidas a estímulos neurotóxicos".

Segundo os investigadores, "o modelo é metodologicamente inovador porque, em traços gerais, permite avaliar em células vivas parâmetros que anteriormente exigiam a ruptura das células cerebrais e a extracção das mitocóndrias".

"Ao preservar a identidade e a integridade celular, o modelo possibilita o estudo das mitocôndrias no seu 'habitat' natural, o que constitui uma maior aproximação ao real funcionamento do cérebro", explicam em comunicado.
 

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comanche

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« Responder #305 em: Janeiro 20, 2009, 11:53:06 pm »
Investigadores portugueses identificam defeito genético associado ao cancro hereditário do estômago
 



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Uma equipa de investigadores portugueses, em colaboração com colegas noutros países, identificou um novo defeito genético associado ao cancro hereditário do estômago que permitirá às famílias portadoras aceder a um diagnóstico precoce.

Num estudo a publicar pela revista Human Molecular Genetics, investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), liderados por Carla Oliveira, mostram pela primeira vez que algumas famílias com esta doença, mas sem diagnóstico genético, apresentam aquele defeito no gene da caderina-E.
 



Vários grupos de investigação já tinham encontrado alterações naquele gene, o único associado ao cancro hereditário do estômago, mas numa porção muito pequena. É que "o gene tem muitas outras porções que não fazem parte da proteína, mas servem de zonas de regulação", disse hoje à Lusa Carla Oliveira.

"Imagine que este gene é um cordão com dez chouriços", exemplificou. "Nós normalmente só pesquisamos nos doentes três desses chouriços, porque normalmente não aparecem alterações nos outros sete". Isso significa que havia 50 a 60 por cento das famílias que não tinham diagnóstico, apesar de terem cancros iguais, acrescentou.

Em Portugal, considerado um país com alta incidência, estão identificadas 80 famílias com a doença, que é fatal na maior parte dos casos. "O que o estudo quis fazer foi reunir as famílias negativas que havia entre colaboradores do mundo inteiro, o que abarcava famílias de baixa, média e alta incidência de cancro de estômago, reunir essas amostras todas num único trabalho e encontrar porções do gene para além desses 30 por cento que podem ser eliminados nos pacientes", explicou.

20 por cento das famílias com mutações

O objectivo era identificar famílias negativas para mutações dos 30 por cento de DNA que são correntemente estudadas e alargar esse estudo a outro tipo de alterações que cobrissem uma frequência maior do gene.

"O que temos feito até agora é o diagnóstico das mutações dos tais 30 por cento de gene, só que a percentagem de mutações desse gene em Portugal é mais baixa do que nos países de baixa incidência", assinalou. "Nós temos cerca de 20 por cento das famílias com mutações, enquanto em países de baixa incidência como os Estados Unidos e o Canadá a percentagem de mutações que encontramos é de 50".

O estudo envolveu instituições em Vancouver, Canadá, onde Carla Oliveira fez um pós-doutoramento, e também nos Estados Unidos, na Holanda, Itália, Reino Unido e Coreia do Sul. O objectivo, segundo a investigadora, foi "unir esforços com estudiosos deste problema em todo o mundo e ao mesmo tempo juntar equipas que ajudassem a analisar os resultados das análises".

Na sua perspectiva, as conclusões do estudo poderão traduzir-se imediatamente em diagnósticos precoces aos doentes com esta síndrome e na identificação de mais famílias afectadas, ajudando assim a definir critérios para a sua inclusão em consultas de aconselhamento genético.

 

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André

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« Responder #306 em: Janeiro 21, 2009, 02:56:27 pm »
HPV: Portugal distinguido a nível europeu

Portugal foi hoje distinguido em Bruxelas pela Associação Europeia Contra o Cancro do Colo do Útero pelo trabalho desenvolvido na prevenção desta doença, tendo o Alentejo recebido um prémio pelo rastreio em curso na região.

A distinção e o prémio a Portugal, através do programa de rastreio, de base populacional, implementado pela Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS Alentejo), surgiram na cimeira da Associação Europeia Contra o Cancro do Colo do Útero (ECCA), que decorre em Bruxelas, no Parlamento Europeu, no âmbito da III Semana de Prevenção da doença.

«A ECCA considerou que Portugal tem sido exemplar nos três níveis de prevenção, não só com uma excelente campanha de sensibilização, mas também atacando na prevenção primária, com a vacina, e na secundária, com o rastreio», explicou à agência Lusa fonte do Ministério da Saúde.

Na cimeira, acrescentou a mesma fonte, foi destacado o «tempo recorde» em que a vacina contra aquela doença, que mata uma mulher por dia em Portugal, foi incluída no Plano Nacional de Vacinação.

Quanto ao rastreio no Alentejo, em curso desde o início de 2008, recebeu um prémio da ECCA por ter sido considerado «o modelo mais fidedigno, que deve ser adoptado no resto de Portugal, assim como noutros países da Europa», disse a fonte do Ministério da Saúde.

Contactada pela Lusa, a presidente da ARS Alentejo, Rosa Matos, congratulou-se por este reconhecimento europeu, adiantando que o rastreio na região já abrangeu, num ano, cerca de 20 mil das 110 mil mulheres alentejanas entre os 30 e os 65 anos, tendo sido realizadas 17.400 citologias.

«Este é o único rastreio em Portugal que tem uma base populacional organizada, ou seja, queremos chamar, no período de três anos, todas as mulheres da região entre aquelas faixas etárias», disse.

Segundo Rosa Matos, em 300 das 20 mil mulheres rastreadas foram detectadas lesões, as quais foram tratadas, sendo que «nove desses casos» já eram «situações cancerígenas».

«O rastreio permitiu detectar 300 lesões, em estádios diferentes de evolução. Mas conseguimos tratar as mulheres e evitar casos mais graves, como a morte», sublinhou.

Em Portugal surgem diariamente «perto de três novos casos de cancro do colo do útero», realçou a presidente da ARS Alentejo, justificando a importância de a doença ser detectada precocemente, para possibilitar o tratamento.

«Se conseguirmos detectar e tratar estas situações a tempo, conseguimos evitar a morte da mulher», assegurou, satisfeita pela campanha de sensibilização para a prevenção e o rastreio realizada na região: «Tem sido boa, mas temos de continuar porque não é fácil».

Para Rosa Mato, o prémio da ECCA é uma «vitória das mulheres alentejanas», sobretudo das «20 mil que já foram rastreadas».

«Elas é que devem estar orgulhosas porque é para as mulheres alentejanas que estamos a trabalhar», afirmou.

A fonte do Ministério da Saúde contactada pela Lusa explicou que está em curso o alargamento a todo o país do tipo de rastreio realizado no Alentejo.

«A região Centro tem, há vários anos, um rastreio que ainda não tem este nível de desenvolvimento técnico, mas vai ser adaptado, e o Norte arrancou em Dezembro com um rastreio-piloto, já alargado a mais centros de Saúde», disse, acrescentando que em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve estão «para arrancar» iniciativas do género.

O programa de rastreio do Alentejo envolve os 44 centros de Saúde e as três Unidades de Saúde Familiar da região, assim como o Departamento de Patologia (Anatomia Patológica) do Hospital do Espírito Santo de Évora (que analisa todas as amostras recolhidas) e as consultas de ginecologia dos Hospitais de Portalegre, Évora e Beja.

O rastreio, alinhado com as prioridades dos Planos Nacional e Regional de Saúde, tem como missão principal diminuir a incidência e mortalidade do cancro do colo do útero no Alentejo, promover o tratamento atempado, aumentar a sobrevivência das mulheres diagnosticadas com a doença e fazer o diagnóstico precoce a todas as mulheres assintomáticas.

Lusa

 

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« Responder #307 em: Janeiro 21, 2009, 04:50:37 pm »
Universidade do Minho patenteia invento de Raios-X que tem aplicação em radiografia dental

A Universidade do Minho obteve a concessão de uma patente relativa a uma matriz de imagem de Raios-X com guias de luz e sensores de pixel inteligentes, apropriada para radiografia dental, revelou hoje à Lusa fonte da instituição.

O Gabinete da Reitoria adiantou que o invento pertence aos professores Gerardo Rocha e Senentxu Lanceros-Méndez, dos Departamentos de Electrónica Industrial e Física.

Segundo os dois investigadores, "este sistema de imagem de Raios-X digital, particularmente apropriado para radiografia dental, proporciona excelente portabilidade, alta resolução espacial, sensibilidade melhorada e significativa redução da dose de operação".

Conduz ainda, segundo frisaram, "à redução dos custos de produção, quando comparados com dispositivos similares disponíveis no mercado".

A patente, concedida a 08 de Janeiro pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), protege um sistema de diagnóstico radiográfico avançado, baseado numa combinação inovadora de detectores CMOS ("Complementary Metal Oxide Semiconductor"), electrónica de leitura para cada pixel, transferência de dados para o computador e cintiladores embebidos em camadas reflectivas, que formam guias de luz".

O mesmo conceito pode ser também aplicado em outro tipo de painéis, com o objectivo de substituir outros processos de imagem de Raios-X.

O INPI permitiu, através do Programa de Sistemas de Incentivos à Utilização da Propriedade Industrial (SIUPI), o desenvolvimento de um protótipo já próximo das necessidades do mercado, de forma a reduzir o risco na transferência desta tecnologia para um contexto industrial.

Tal apoio, sustenta a fonte universitária, "acelera a identificação de parceiros para a sua exploração, actividade na qual a TecMinho/Associação Universidade/Empresa apoia a Universidade do Minho no âmbito da sua missão de apoio à valorização do conhecimento gerado na instituição".

Lusa

 

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« Responder #308 em: Janeiro 22, 2009, 06:56:02 pm »
Portugal sobe 5 lugares no ranking europeu da inovação

Os dados do «European Innovation Scoreboard 2008», divulgados hoje pela Comissão Europeia, mostram que Portugal subiu cinco lugares no ranking europeu da inovação, passando da 22ª posição, que ocupou em 2006 e em 2007, para o 17º lugar.

Os dados do «European Innovation Scoreboard 2008», divulgados hoje pela Comissão Europeia, mostram que Portugal subiu cinco lugares no ranking europeu da inovação, passando da 22ª posição, que ocupou em 2006 e em 2007, para o 17º lugar.

Esta subida posiciona Portugal no grupo dos países «Moderate Innovators» (moderadamente inovadores), quando em 2007 e em 2006 era considerado um país em «Catching-up», ou seja que se esforçava para ser inovador.

Na apresentação destes resultados, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, referiu que «este resultado é importante para Portugal e mostra a acção positiva do Plano Tecnológico em áreas decisivas para o futuro e para a economia do país», acrescentando que «Portugal está em convergência com os padrões europeus mais avançados».

O ministro adiantou ainda que, para este resultado, «contribuiu a evolução positiva da subida dos indicadores de qualificação dos recursos humanos e a melhoria dos indicadores da inovação».

Por seu turno, Carlos Zorrinho, coordenador do Plano Tecnológico, considerou que «é fundamental para Portugal estar a convergir, no que se refere à inovação, com a média europeia, sendo que nos dados hoje divulgados Portugal convergiu 4,9 por cento em relação aos países mais inovadores, enquanto que a média europeia de convergência se situou nos 4,2 por cento».

«Estes resultados não aparecem por acaso, são, sim, resultado de um conjunto de politicas públicas no contexto do Plano Tecnológico, como o programa Novas Oportunidades, o Simplex, o Compromisso para a Ciência, os programas e-escola e e-escolinha, e o Programa Factores de Competitividade», adiantou Carlos Zorrinho.

Também presente na apresentação destes resultados, Artur Santos Silva, presidente da COTEC, referiu que «os números agora divulgados devem ser valorizados, uma vez que são a confirmação dos avanços e das transformações que têm ocorrido em Portugal na última década, principalmente a nível empresarial».

Lusa

 

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« Responder #309 em: Janeiro 30, 2009, 12:12:02 pm »
Universidade do Minho lança serviço para planear rotas para robôs

O Centro de Computação Gráfica (CCG) da Universidade do Minho lança sábado, a nível mundial, um serviço inovador, o «Concave Hull», que permite o planeamento de rotas para robôs de busca e salvamento, disse fonte do organismo.
O seu responsável, Eduardo Pinto, adiantou à Lusa que a nova tecnologia, transversal a várias aplicações, despertou o interesse de entidades como a «NASA Johnson Space Center», dos Estados Unidos, a Universidade de Sydney, Austrália e as firmas «Rand McNally» (mapas), e «Alcatel-Lucent», de França.

O lançamento ocorre no âmbito da inauguração do edifício do Centro de Computação Gráfica (CGC) que decorre no Campus de Azurém da Universidade do Minho, em Guimarães e que será presidido pelo secretário de Estado da Ciência.

Eduardo Pinto revelou que o «Concave Hull» pode também fazer a análise geográfica da proximidade de alunos a escolas, entre outras aplicações.

«Quando integrada em sistemas de informação geográfica, determina o contorno de quintas agrícolas e de rios ou, se integrada em sistemas de análise de imagem, detecta a delimitação da área ocupada por espécies protegidas (plantas) ou até mesmo a superfície exterior de ossos», referiu.

O responsável sublinhou ainda que o processo de registo de patente internacional está já em curso.

Lusa

 

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« Responder #310 em: Fevereiro 01, 2009, 04:07:46 pm »
Inovação: Portugal tem três novos projectos aprovados na EUREKA

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Sines, Setúbal, 30 Jan (Lusa) - Portugal viu esta semana aprovados três novos projectos no âmbito da EUREKA, que terminou hoje em Sines, um deles na área da água e os outros dois relacionados com a agricultura, divulgou hoje a organização.

A EUREKA (Network for Market Oriented R&D) é uma iniciativa intergovernamental de apoio à inovação europeia e tem como principal objectivo estimular a produtividade e a competitividade da indústria europeia, promovendo a ligação entre empresas e instituições de investigação.

Sines acolheu, ao longo desta semana, a segunda reunião de trabalho da presidência portuguesa da EUREKA, reunindo cerca de 150 delegados dos 38 países europeus e organizada pela Agência da Inovação (AdI), com o apoio da Câmara Municipal.

"Portugal faz um balanço muito positivo da participação das empresas nacionais na iniciativa, que conta já com 14 projectos de investigação e desenvolvimento com participação portuguesa", revelou hoje a AdI.

Os projectos das empresas nacionais incidem sobre várias áreas como as Tecnologias de Informação e Comunicação, Transportes, Tecnologia Médica e Biotecnologia, Novos Materiais, Robótica e Produção de Automatismos e Ambiente.

Segundo a AdI, estas iniciativas "oferecem uma clara visão do crescente investimento que as empresas nacionais estão a realizar na área de I&D com perspectivas de mercado a nível europeu e mundial".

Destes 14 projectos, três foram aprovados na reunião de Sines, um deles relacionado com a alimentação de suínos, de forma a maximizar as suas qualidades, num investimento de 2,44 milhões de euros, a desenvolver conjuntamente com Espanha, cuja contribuição será de 65 por cento, a que se junta a portuguesa de 35 por cento.

Os outros dois projectos saldam-se na inclusão de Portugal em duas redes, uma das quais pretende a implementação de um "cluster" da água, com outros países parceiros, com um investimento superior a mil milhões de euros, e a outra refere-se ao sector agro-alimentar.

O objectivo deste último projecto, que envolve 14 países, é fortalecer a competitividade do sector agro-alimentar, desenvolvendo produtos e processos inovadores, assim como novas tecnologias.

Durante a reunião, foi ainda apresentado como caso de sucesso na implementação da inovação e tecnologia no sector agro-alimentar, um projecto de controlo de pragas no arroz para consumo, sem recurso a químicos, desenvolvido, entre 2002 e 2008, pelo Instituto de Investigação Científica Tropical.

O objectivo principal da reunião de Sines, como explicou hoje a AdI, foi estabelecer parcerias internacionais de inovação, envolvendo companhias, fornecedores, organizações de investigação e desenvolvimento e clientes.

Portugal preside à iniciativa EUREKA até Junho, fazendo ainda parte do calendário dois outros encontros: Ponta Delgada, de 30 de Março a 03 de Abril, e Lisboa, de 15 a 18 de Junho.

AYN/RRL/JMG/JS/EA.

Lusa/Fim

 

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comanche

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« Responder #311 em: Fevereiro 01, 2009, 04:17:55 pm »
Cancro: Investigador português identifica mecanismo de formação dos miomas


Nuno Raimundo encontrou o mecanismo molecular de formação de tumores benignos do músculo liso do útero. O estudo é divulgado hoje na edição online da revista científica Oncogene e poderá ser um novo alvo para tratamentos sem cirurgia.


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Um investigador português identificou um mecanismo molecular de formação de tumores benignos do músculo liso do útero, conhecidos por miomas, definindo assim um novo alvo para tratamentos que evitariam cirurgias e complexas consequências pós-operatórias.

Este avanço científico consta de um estudo de uma equipa internacional de que é primeiro autor Nuno Raimundo, estudante de doutoramento na Universidade de Helsínquia (Finlândia), e que acaba de ser divulgado na edição online da Oncogene, a revista do grupo Nature especializada em cancro.

"Estes tumores são geralmente benignos, mas causam problemas terríveis às mulheres, como perdas de sangue, dores e infertilidade, e na maior parte dos casos levam a que as pacientes sejam submetidas a histerectomias (remoção do útero)", disse o investigador à Lusa que, neste momento, trabalha já como cientista na Universidade de Yale, Estados Unidos.

O estudo foi realizado em Helsínquia num laboratório que trabalha com doenças mitocondriais, ou seja, causadas por defeitos nos mitocôndrios e que resultam em deficiente produção de energia metabólica.

No caso específico dos miomas existe um defeito numa proteína mitocondrial (a fumarase, ou FH), que impede as células de respirar com a eficiência necessária.

Nos casos mais graves (em que as duas cópias do gene FH, uma herdada da mãe e outra do pai, estão ambas mutadas) as doentes morrem muito novos (1-2 anos de idade), sendo que nos casos em que só uma cópia está mutada há uma elevadíssima predisposição para o desenvolvimento de tumores, em particular do músculo liso no útero e na pele, mas também de cancro do rim, ovário e testículo, entre outros menos comuns.

"Por esta razão", explicou, "o FH funciona como um gene supressor de tumor, já que o suprime quando há uma cópia do gene normal e lhe dá origem quando a cópia normal se perde".

O trabalho de Nuno Raimundo consistiu em identificar mecanismos de ligação entre os defeitos no FH e a formação de tumores, tendo para isso utilizado células com esses defeitos e recorrido a tecnologia de microchips para medir os níveis de expressão de todos os genes dentro das células.

"O que encontrei foi uma rede de genes associada à proteína SRF (Factor de Resposta ao Soro) que estava sempre reprimida nas células em que o FH não funcionava e constatei não só que isso se passava em miomas, em comparação com o útero normal, mas sobretudo que essa rede é fundamental para a formação do músculo liso maduro", afirmou.

O que resulta do estudo, sublinhou, "é que quando o FH não funciona, as células que dão origem ao músculo liso, em vez de se diferenciarem em células do músculo e pararem de se dividir, continuam a proliferar, levando à formação de miomas".

Na sua perspectiva, a identificação da rede de genes associados ao SRF identifica um alvo claro para possíveis novas abordagens terapêuticas.

"Como menos SRF está associado à formação de tumores, manipulando as vias de sinalização dentro da célula que podem aumentá-lo poderá resultar na prevenção da formação de miomas e, possivelmente, na remissão dos miomas já formados", concluiu.

 

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comanche

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« Responder #312 em: Fevereiro 01, 2009, 04:37:09 pm »
Projecto português de controlo de pragas no arroz alargado a outros países

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Um projecto de controlo de pragas no arroz para consumo, sem recurso a químicos, que Portugal desenvolve desde 2002, vai ser alargado a outros cereais, tendo instituições de investigação de 14 países mostrado já interesse em participar.

A intenção de desenvolver um novo projecto, abrangendo outros cereais, foi revelada à agência Lusa por Maria Otília Carvalho, do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), à margem da reunião da presidência portuguesa da Eureka, iniciativa intergovernamental de apoio à inovação europeia, que decorre em Sines.

"Vou tentar fazer um novo projecto [no âmbito da Eureka], alargando-o a outros cereais. Já temos 14 países interessados, com instituições que querem fazer parte, apesar da proposta ainda não estar acabada", disse.

Segundo Maria Otília Carvalho, entre os interessados estão as universidades norte-americanas do "Kansas e do Oklahoma e dois institutos de investigação do Canadá", assim como outras "instituições de França, Dinamarca e Inglaterra", entre outros países. A SEAR - Sociedade Europeia de Arroz, instalada em Santiago do Cacém, foi a primeira instituição portuguesa que se lançou no projecto do IICT.

Entretanto, outras entidades nacionais começaram a utilizar destes métodos, como a Aparroz - Agrupamento de Produtores de Arroz de Vale do Sado, de Alcácer do Sal, ou a empresa Saludães. Desde que foi integrado na iniciativa Eureka, em 2006, Portugal passou a desenvolver o projecto em conjunto com a Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, Israel e EUA.

Desde 2002

 
Projecto de arroz para consumo, sem recurso a químicos, tem sete anos
O projecto de controlo de pragas no arroz para consumo, sem recurso a químicos, que foi desenvolvido desde 2002 e terminou este mês, foi apresentado, na reunião da Eureka, como um exemplo de sucesso na implementação da inovação e tecnologia no sector agro-alimentar.

Uma das metodologias desenvolvidas e implementadas pelo IICT foi a utilização de "big bags (sacos grandes) herméticos", que "pesam uma tonelada", mas que Maria Otília Carvalho garantiu serem "um método muito simples e eficaz" no controlo de pragas no arroz. Nestes "big bags", explicou, reutiliza-se dióxido de carbono, que o cereal "respira" e que permite "criar vácuo", mantendo a "qualidade do arroz", antes de ir para o processamento ou para o embalamento.

A prevenção, mantendo os níveis de higiene do arroz, é também uma forma de controlo que não é nociva para o ambiente, referiu. O objectivo das metodologias no projecto passa também por "reduzir o erro de tratar [com químicos] quando nem é necessário", antes do arroz ir para o mercado, explicou Maria Otília Carvalho.

A Eureka (Network for Market Oriented R&D) tem como principal objectivo estimular a produtividade e a competitividade da indústria europeia, promovendo a ligação entre empresas e instituições de investigação.

A segunda reunião de trabalho da presidência portuguesa da Eureka decorre em Sines até sexta-feira reunindo 150 delegados dos 38 países europeus, com o objectivo de incentivar a promoção de novos projectos de investigação no sector empresarial.



 

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André

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« Responder #313 em: Fevereiro 02, 2009, 05:29:51 pm »
Investigadora portuguesa descobriu anticorpos que podem originar novo tratamento mais eficaz

Um trabalho realizado pela investigadora portuguesa Sílvia Vilarinho deu origem a estudos em amostras humanas de doentes infectados pelo vírus da Hepatite B, que podem culminar num novo medicamento contra esta doença que afecta 400 milhões de pessoas.

No quadro da tese de doutoramento, realizada no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, a investigadora demonstrou que a Hepatite B pode ser prevenida pela administração endovenosa de um determinado anticorpo.

"Esta investigação, efectuada num modelo animal, esteve na origem de outros estudos, já iniciados, em amostras humanas de indivíduos infectados pelo vírus da Hepatite B", refere uma nota de imprensa do ICBAS, hoje enviada à Lusa.

Nesse sentido, o ICBAS admite que o trabalho desenvolvido pela investigadora portuguesa pode vir a originar um novo tipo de tratamento para a Hepatite B, que afecta cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo.

Esta questão assume especial importância atendendo a que, apesar de existir uma vacina eficaz há mais de 20 anos, todos os anos registam-se mais de um milhão de mortes em todo o mundo associadas a complicações resultantes desta infecção crónica.

A novidade da investigação realizada por Sílvia Vilarinho resulta da identificação de um mecanismo pelo qual determinadas células conseguem provocar a morte daquelas que estão infectadas.

Desta forma, abre-se a possibilidade de uma nova estratégia terapêutica para os doentes infectados pela Hepatite B.
"Apesar do vírus da hepatite B não ser maléfico para a célula infectada, a resposta imunitária do organismo contra essa infecção conduz ao mau funcionamento do fígado. A descoberta de Sílvia Vilarinho permitiu tratar ratinhos infectados com a administração endovenosa de um anticorpo que previne a lesão hepática", salienta o comunicado do ICBAS.

Segundo destaca, a prevenção da lesão hepática e, consequentemente, do mau funcionamento do fígado deve-se ao facto das células do sistema imunitário residentes neste órgão serem capazes de reconhecer as células infectadas.

Na sequência destes estudos em animais, já tiveram início as investigações em amostras humanas, além de ter sido registada a patente do anticorpo utilizado.

Sílvia Vilarinho, licenciada em Medicina pela Universidade do Porto, completou a tese de doutoramento no ICBAS e encontra-se actualmente a trabalhar na Universidade da Califórnia S. Francisco, nos EUA, considera a segunda mais importante norte-americana na área das ciências biomédicas, apenas ultrapassada pela de Harvard.

Lusa

 

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« Responder #314 em: Fevereiro 03, 2009, 08:06:12 pm »
INESC Porto contratado para prever apagões nos EUA

Governo norte-americano reforça aposta nas Energias Renováveis


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O Departamento de Energia do Governo norte-americano aprova a selecção do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC) para minimizar os potenciais riscos da crescente dependência dos Estados Unidos da América (EUA) relativamente às energias renováveis: apagões (blackouts).

Apesar da posição incipiente no contexto internacional, é nos EUA que se regista o ritmo mais acelerado no desenvolvimento de energia eólica de todo o mundo e o Argonne National Laboratory (ANL) – da rede de laboratórios do Department of Energy (DoE) do Governo norte-americano – contratou o INESC Porto para desenvolver uma plataforma de previsão de potência eólica.
 


Este projecto encontra-se inserido no âmbito de um programa que financia vários laboratórios nacionais americanos, para o desenvolvimento das capacidades em matéria de energias renováveis, especialmente eólica.

A plataforma de previsão que o INESC se propõe a desenvolver inclui ainda uma metodologia de ajuda à decisão dos operadores de rede que poderá baixar os custos de produção de energia eólica. O projecto arrancou em Dezembro último, prolongando-se até Setembro de 2010.

Uma falha de vento não esperada pode conduzir a apagões (blackouts). Estes são alguns dos problemas que muitas regiões dos Estados Unidos podem vir a enfrentar a curto e médio prazo, na sequência da crescente dependência de energias renováveis, particularmente da energia eólica.

Previsão até três dias

O projecto vai permitir prever com grande precisão a produção de energia eólica num horizonte temporal que pode ir até três dias. Com o clima que oscila entre o temperado e o subtropical e dada a geografia local, os erros na previsão do vento “podem ter consequências mais graves nos EUA do que em qualquer país europeu”, explica Vladimiro Miranda, director do INESC Porto e coordenador do projecto.

Vladimiro Miranda detém a categoria de Fellow do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), o grau máximo dessa instituição americana de ciência e engenharia electrotécnica de referência mundial.

 
Os apagões são comuns nos EUA
Espera-se ainda que a previsão mais exacta da quantidade de vento numa dada localização venha a ter um impacto considerável na indústria de electricidade norte-americana, permitindo baixar o preço da energia eólica nos Estados Unidos. A Horizon Wind Energy, empresa do grupo EDP cuja presença nos EUA é cada vez mais forte, foi convidada pelo ANL para ser observador e potencial fornecedor de dados reais.

Com 15 anos de experiência

A presença de especialistas europeus no projecto foi considerada como um elemento valorativo essencial que permitiu ao ANL ver a sua proposta aprovada. O INESC Porto pode apresentar no seu currículo mais de 15 anos de experiência, desde projectos em ilhas na Grécia, como Creta, até aos Açores, passando por projectos europeus em redes com geração eólica. Em Portugal, está em fase terminal um projecto para um consórcio de empresas, onde se inclui a Enernova, da EDP Renováveis, constituindo um centro de despacho de energia eólica em que o INESC Porto teve papel central no seu desenvolvimento.

O instituto portuense tem agido nos últimos anos como consultor, na Península Ibérica, das empresas de transporte de energia REN – Redes Energéticas Nacionais e REE – Red Eléctrica de España, para a determinação da segurança de abastecimento até 2025 face à grande penetração de eólica. Mais recentemente, o INESC Porto tem estado a colaborar com o regulador da Hungria na definição da penetração eólica naquele país.