Caro colega migbar2:
Gostaria de tentar repor a questão em discussão nuns termos mais acertados e melhor explicados. Isto porque, se há aqui alguma desinformação ou equívoco, não creio que seja da minha parte...
Vamos lá a ver: todas as compras de material de guerra que fazemos aos EUA são-no sempre ao abrigo dos programas de auxílio militar americano, como parte das contrapartidas, pelas facilidades que lhes concedemos na Base Aérea das Lajes nos Açores. Já ouviu falar?...
Pois bem, o que se passa é que o Governo norte-americano se mostra sempre avarento, na qualidade e na quantidade do material que nos "cede" (leia-se vende):
1.º - Tal se passou com os velhíssimos 50 A-7P, canibalizados na sua sucataria dos primeiros aparelhos usados no Vietname. Depois se viu como acabaram por se tornarem caixões voadores para tantos pilotos portugueses...
2.º - Também igual se veio a verificar, aquando da necessidade de a Marinha portuguesa adquirir fragatas. Vejam-se os exemplares O.H.Perry, velhas e fora de serviço, cuja operacionalização nos iria custar "os olhos da cara", e as quais nos queriam impingir por um "preço baratinho"... Ainda bem que o Governo português preferiu comprar material em condições decentes, mas abrindo os cordões à bolsa!
3.º - Finalmente, o mesmo veio a acontecer com os F-16 do tal programa (que eu já referira) Peace Atlantis-II, com células no final da sua vida útil, da Air National Guard (força aérea de reserva dos EUA). Tão verdade assim é que têm obrigatoriamente de passar por um grande programa MLU, que lhes permita voar por mais uns anitos e alguns foram directamente armazenados para sobresselentes, pois não valia a pena... A primeira encomenda, o Peace Atlantis-I, ainda foi fornecida com 20 aviões novos, os últimos saídos da linha de produção F-16 A/B; mas depois já os "camones" acharam demais e toca de mandar velharias...
Só queria concluir que, quando compramos material de guerra aos EUA, não estamos a fazer uma compra normal, como outra qualquer. Mas sim a encomendarmos material, dentro das contrapartidas devidas pelo uso gratuito de uma Base Aérea portuguesa.
Caro migbar2: não sei se me fiz entender... Percebe agora o meu ponto de vista?
Por todas estas razões, e outras mais, é que sou de opinião que Portugal deve preferir o mercado europeu, mesmo que se tenha de pagar o que for necessário. Das diversas opções possíveis, creio que a mais acessível em termos de custos seria o Grippen NG.