Caro Luso,
não estou a afirmar que um calibre 30mm seja adequado para eliminação de obstáculos ou limpeza de àrea, porque de facto são limitados.
O que queria dizer é que mesmo um calibre desse género coloca problemas de danos colaterais se utilizado em áreas urbanas.
A utilização de um calibre maior, como 76 ou 90 mm, adequado para as diversas necessidades de apoio de fogo, será inevitavelmente um grande problema em termos de danos colaterais e de utilização limitada (mas não inútil) contra edificios civis.
A meu ver, neste cenário e pretendendo conter os danos, as armas mais adequadas seriam as granadas de 40x53mm ou projecteis de 30/40 mm para edificios mais robustos.
Mas não pretendemos ter um exército só capaz de intervir em conflitos assimétricos de insurgência em àreas urbanas com ROE limitadas.
Logo, faz perfeito sentido que tenhamos blindados com peças de 76 ou 90mm para apoio de fogo.
O salto que o EP fez dos 76/90mm necessários para apoio de fogo para a peça de 105mm capaz de utilizar projectéis KE também tem a sua justificação.
O futuro da guerra entre munições e blindagem é incerto. Não sabemos que efeito terão as munições de energia quimica de amanhã nas blindagens dos MBT de amanhã.
O Pandur II com peça de 105mm permite manter em aberto a possibilidade de utilizar munições KE numa plataforma que em certos teatros de operações tem grandes vantagens de mobilidade relativamente a um MBT.
Claro que a opção de 105 tem várias desvantagens como referiu: preço, peso, número de munições, taxa de disparo.
Mas excesso de estragos não me parece ser um deles.