Já percebi que os argumentos estão apresentados e temos posições opostas quanto à gravidade da suposta ameaça espanhola.
Na verdade temos posições opostas mesmo relativamente à forma da suposta ameaça espanhola, que não é uma ameaça militar convencional mas sim uma ameaça estratégica à soberania do país.
O que os espanhóis ameaçam, é transformar Portugal num apêndice administrativo sob tutela indirecta do governo de Madrid, não através da utilização da força militar, mas através da demonstração da sua superioridade militar, levando as principais potências europeias a aceitar que é a Espanha que deve ter sobre Portugal uma espécie de tutela militar e/ou estratégica.
Essa tutela, levará por exemplo ao estabelecimento de bases em território português, ou à admissão de que é a Espanha que o deve controlar e gerir os seus recursos.
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Questões históricas
Quanto ao nº de mortos das guerras napoleonicas. As guerras napoleonicas na península, foram essencialmente um conflito anglo/português-francês. Os espanhóis invadiram-nos num dado momento, aliados aos franceses, mas depois terminaram também a lutar contra os franceses.
Não está em causa se os espanhóis traíram o seu anterior dono e senhor, o imperador Napoleão. A Espanha, muda de campo com muita facilidade.
O que está em causa, é que nos vimos metidos numa guerra, porque a Espanha se achava no direito de determinar como deveria aser a política externa portuguesa.
As invasões francesas começam por ser invasões espanholas, exactamente pela mesma razão que lhe aponto acima.
A afirmação espanhola de que Portugal deve ser um estado tutelado pelo governo de Madrid, garantindo assim o sonho final da Hispânia, que continua na cabeça de muitos espanhóis, especialmente os castelhanos, que são a etnia dominante.
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Vocé diz e bem que os povos "têm memória". Pois por isso mesmo é que digo que Castela e Espanha NÃO são a mesma coisa. O facto de catalães, bascos e galegos fazerem parte de um país chamado Espanha, não apaga da sua ´MEMÓRIA, os objectivos nacionais de cada um, não ficaram a "pensar castelhano" só porque foram integrados em espanha. Neste sentido aqueles povos, pelo menos, não são facilmente mobilizáveis para um conflito com Portugal. Neste cenário seria a própria unidade de Espanha de ficaria em risco.
Mais um erro meu caro PedroM.
O exército espanhol, está a transformar-se numa espécie de exército imperial, porque um grande numero de tropas operacionais, é neste momento constituído por imigrantes da América do Sul.
Segundo afirmações dos oficiais espanhóis, os sul-americanos são “Los más hispanos”.
Ou seja, não pertencendo a nenhum país espanhol, e tendo da Hespanha uma visão distorcida pela historiografia e pela distância os sul americanos são pagos para morrer pela Espanha. A mesma Espanha Una Grande y Libré de Franco.
Cujos alicerces continuam vivos e têm raízes na vitória dos nazistas durante a guerra civil.
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Mesmo em Castela, hoje por hoje a união ibérica não está na agenda e muito menos através de uma guerra.
Para um cidadão castelhano, a ideia de Espanha é indissociável da ideia de Castela.
Para um castelhano, uma coisa é a outra. Castela é a formadora de Espanha. Por isso um castelhano considera que a Espanha sem a Catalunha não é Espanha, enquanto que muitos catalães consideram a saída de Espanha como uma coisa normal.
Por fim quanto à questão dos livros que você diz eu devia ler ou ler mais do que o índice, etc..
Seria bom que não insistisse mais nessa tecla... primeiro porque você não sabe o que eu li ou deixei de ler e depois porque dá uns ares de superioridade que depois não justifica com os argumentos que apresenta.
Meu caro, eu não sei o que leu, mas sei o que disse. E os argumentos que você apresenta não são novos e são facilmente desmontáveis.
Eles partem de pressupostos que não se aplicam. Ninguém aqui afirmou com propriedade que esperava ataques de tanques espanhóis a entrar pelo Alentejo.
As alusões a esses ataques militares dos espanhóis são típicos daqueles que insistem em colocar a cabeça na areia e em ignorar os sinais que estão à vista de todos.
Para o fazer, tentam ridicularizar quem os avisa, inventando argumentos que nunca existiram.
Temos um problema de afirmação das nossas forças armadas, mas esse problema não se coloca no campo de batalha, coloca-se no campo da afirmação internacional das suas capacidades.Creio que isto é perfeitamente óbvio.
Cumprimentos