E no entanto vamos ter os ST.
Aceite, fica mais fácil.
Eu já fico contente por voce ainda não poder confirmar com absoluta certeza que o Canada não vai usar os PC-21 (aviões a hélice, que voce disse que não poderiam ser usados para preparar pilotos para o F35). De certeza que com os bolsos largos que têm vão certamente comprar uns jatos maneirinhos só para lhe dar razão.
Para já, vamos mesmo ter Super Tucanos:
- ao que parece podem ajudar em treino avançado para caças sem terem de custar 40000€ hora para treino, existem melhores? Sim existem o PC-21.
- Podem fazer CAS em TO de baixa intensidade, que seriam certamente muito mais bem feitos por magníficos drones.
- Podem fazer patrulha em Portugal em duplo uso, Embora muito pior que qualquer caça moderno que venhamos a comprar, com aqueles custos hora de voo que por ai se fala.
E tudo isto com uma só maquina que nem por isso é tão cara assim, se juntarmos todas as aquisições que teríamos que fazer, e ainda por cima começa a chegar já antes do fim do ano, esperamos...
Parece mesmo que é verdade, vamos ter Super Tucanos.
Tu nem leste o que o CJ publicou. Não devia ser conveniente.
Pois, vamos mesmo ter Super Tucanos. E esse facto, não muda o facto de não ser adequado para o país, nem anula o facto de que não se investiu noutras prioridades para se poder comprar os ditos, nem muda o facto de que corremos risco desta frota começar a receber investimentos absurdos em detrimento de outras esquadras.
E vamos a ver se, para colocar esta esquadra a fazer todas essas missões que mencionas, não vão ter que ir roubar pessoal a outras esquadras.
Depois:
-nenhum avião de treino avançado custa 40k por hora de voo.
-a FAP tem falta de pilotos, e desperdiçar este talento em avionetas COIN (pilotos estes que deveriam estar nas esquadras de F-16, que tem falta deles) para missões de baixa intensidade, não faz qualquer sentido. Colocar estes poucos pilotos, em risco em missões daquele género, também não faz sentido quando UCAVs cumprem essa missão sem problema e sem os riscos associasos.
-tendo em conta o investimento necessário na frota ST, enquanto aeronave de combate, o "bang for buck" é muito reduzido. Num país com poucas aeronaves de combate, não faz sentido desperdiçar recursos numa aeronave que só pode combater em TOs de baixa intensidade. Era necessário uma aeronave de combate mais versátil, que consigas ter relevância em média e alta intensidade, para tirar o maior aproveitamento da plataforma.
-novamente, o que é que é patrulha?
Se te referes a vigilância e patrulha marítima, entre os P-3, C-295 e vários UAVs nacionais que temos/devíamos ter (AR5 ou o futuro ARX), o ST não tem razão de ser usado.
Se te referes ao QRA, ter um segundo QRA com ST sai mais caro do que enviar os F-16 para interceptar avionetas nas raríssimas vezes em que isso acontece. E tendo em conta que cada saída dos F-16 em QRA conta para as h/voo mínimas que os pilotos tem que fazer anualmente, não estás a poupar dinheiro nenhum ao utilizar o ST no seu lugar.
Agora, tu dizes que vens aqui aprender, mas é mais que evidente que não é por isso que aqui estás.
O ST não é assim tão caro, segundo dizes, porque para fazer o mesmo era necessário fazer várias aquisições, certo?
Então vamos lá fazer as contas.
-o ST custa 200M, sem armamento e vamos assumir que vêm com FLIR;
-a FAP continua a precisar de um modelo a jacto, ou de enviar pilotos para o estrangeiro para a conversão operacional;
-a necessidade de UCAVs mantém-se, para complementar os F-16 em missões de média e alta intensidade, onde o ST não pode pôr os pés (e isto provavelmente inclui um modelo grande para a FAP, e um modelo na classe do Bayraktar TB2 para o Exército), UCAV este que faria também patrulha marítima complementando os P-3 e C-295;
-os F-16 continuam a fazer QRA, tal como o seu substituto, sendo a opção mais barata a de não criar um QRA com ST.
Alternativa 1:
-compras o PC-21, que é mais barato que o ST;
-o resto continua tudo igual.
Alternativa 2:
-se vais adquirir um modelo a jacto, podes comprar um modelo a hélice ainda mais barato que o PC-21;
-tudo o resto fica igual.
Alternativa 3:
-assumes que uma aeronave a hélice basta, não compras nenhum modelo a jacto;
-compras o PC-21, mais barato e superior ao ST para treino;
-o resto mantém-se.
Alternativa 4 (de longe a mais barata):
-substituis o TB-30 por uma aeronave a hélice mais barata;
-treino avançado passa a ser feito numa escola internacional, que dificilmente excederia os 10M/ano, devido ao número de pilotos que formamos;
-tudo o resto igual.
Qualquer uma destas alternativas faz mais sentido do que optar por STs.
Se por alguma razão estúpida, se seguir aquilo que estás a dizer, em que o ST serve de pretexto para nunca se adquirir UCAVs, não só ganho ainda mais razão, como a FAP sai penalizada. Porque das duas uma:
-os ST serão obrigados a operar em ambientes de média e alta intensidade, colocando pilotos em risco desnecessariamente, em missões que deveriam ser executadas por um UCAV;
-ou os ST limitam-se a baixa intensidade, continuando os F-16 a carregar o país às costas, sem nada para os complementar em missões de média e alta intensidade. Relembrando que a frota F-16 tem um número abaixo do desejável, falta de pilotos e mecânicos, e falta de investimento a nível de armamento.
A ideia de que o ST vem complementar os F-16, ou que vai libertar os F-16, é uma falácia.