KC-390 na FAP

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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4410 em: Junho 20, 2025, 04:08:51 pm »
Tomando por ver as palavras do ministro, e para sermos justos, temos que deduzir a receita para o estado pela participação no projecto. Nesse caso, o Estado português já garantiu mais de 400 milhões de euros e se vender mais mais uns quantos, a aquisição fica quase de graça ou poderá até haver lucro.

Infelizmente, estão a anular esse retorno, ao encomendar mais 1 KC-390 e mais 1 simulador.

Se houvesse racionalidade, ficávamos com os 5 originais, e a partir daí aproveitávamos o retorno. Mas não, há que ser submisso à vontade da Embraer, e continuar a comprar mais, adiando por mais anos a possibilidade de ter saldo positivo entre o que gastámos no programa, e o que recebemos.

Será que dentre as dez opções portuguesas a repassar a terceiros já estariam os três que a Lituânia anunciou?

https://www.aerotime.aero/articles/lithuania-embraer-c-390-order

Sds

Faria sentido.

Só fará sentido, se a UE financiar a Lituânia de alguma maneira, ao comprar KC-390 "europeus" comprados por Portugal para revenda.
Caso contrário, a Lituânia deve fazer a compra directamente à Embraer, sem intermediários, porque deve ficar mais barato caso não haja ajudas UE.

Até agora não houve confirmação de que a UE considera os KC-390 que Portugal comprasse para revender,  como elegíveis para os benefícios do Rearm Europe.
 

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yuwanko

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4411 em: Junho 20, 2025, 04:34:52 pm »
Tomando por ver as palavras do ministro, e para sermos justos, temos que deduzir a receita para o estado pela participação no projecto. Nesse caso, o Estado português já garantiu mais de 400 milhões de euros e se vender mais mais uns quantos, a aquisição fica quase de graça ou poderá até haver lucro.

Infelizmente, estão a anular esse retorno, ao encomendar mais 1 KC-390 e mais 1 simulador.

Se houvesse racionalidade, ficávamos com os 5 originais, e a partir daí aproveitávamos o retorno. Mas não, há que ser submisso à vontade da Embraer, e continuar a comprar mais, adiando por mais anos a possibilidade de ter saldo positivo entre o que gastámos no programa, e o que recebemos.

Será que dentre as dez opções portuguesas a repassar a terceiros já estariam os três que a Lituânia anunciou?

https://www.aerotime.aero/articles/lithuania-embraer-c-390-order

Sds

Faria sentido.

Só fará sentido, se a UE financiar a Lituânia de alguma maneira, ao comprar KC-390 "europeus" comprados por Portugal para revenda.
Caso contrário, a Lituânia deve fazer a compra directamente à Embraer, sem intermediários, porque deve ficar mais barato caso não haja ajudas UE.

Até agora não houve confirmação de que a UE considera os KC-390 que Portugal comprasse para revender,  como elegíveis para os benefícios do Rearm Europe.

Não estão anular se forem feitas mais encomendas. Se muitos mais países comprarem, mais dinheiro se recebe. E ao comprar mais um dá-se a imagem que o avião é muito bom e vale a pena comprar, é uma forma de comunicação, é um rico que pode ou não compensar.
A verdade é que o equipamento está a ser um sucesso de vendas.
E estaria de acordo com o preço exagerado se não participassemos no projecto e não tivéssemos retorno. Se o valor dos 5 ou 6 equipamentos e do simulador ficasse acima dos 800M€ sem contrapartidas e os competidores fossem o mesmo preço ou ligeiramente inferior, o valor era criticável.
Agora, mesmo que no limite, ninguém mais compre nenhum e, com o retorno, o preço fique em 300M€ ou 400M€, já compensa, porque por esse valor não se conseguiria um aquisição sequer de 5 aeronaves novas.
 

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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4412 em: Junho 20, 2025, 05:22:45 pm »
Não é assim que o mundo funciona. Comprar o 6⁰ KC não vai fazer diferença nenhuma no sucesso se vendas do avião, é apenas despesa.

Uma coisa era Portugal comprar mais um porque precisa, outra é comprar "porque sim", e para inflacionar os gastos na Defesa. O programa KC-390 andaria sem problemas mesmo que não comprássemos o 6⁰ avião, e usássemos esse dinheiro para as prioridades.

Com 4 C-130 modernizados a caminho, mais 5 KC-390, comprar mais um KC não tem qualquer nexo.

Queres lucrar com o programa KC, para de adquririr KCs, simples. "Don't get high on your own supply".
 

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LM

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4413 em: Junho 20, 2025, 05:37:05 pm »
A ideia não será vender os C-130 modernizados (ou parte deles), sendo que - aparentemente - não são meios a mais (até se falando em ter em  A400M e/ou A330 MRTT)?
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4414 em: Junho 20, 2025, 05:46:46 pm »
Se a ideia é vender os C-130, podemos esperar que eles tenham comprador para então investir em mais aeronaves de transporte. Até lá, ter 10 aeronaves de transporte táctico, é completamente descabido.

O risco, é que além dos 6 KCs, depois de se venderem os C-130, comprem ainda mais KCs desperdiçando novamente a possibilidade de ganhos de capacidade, como seria o caso com um par de MRTT.

O bom senso diz que 6 KCs já são mais que suficientes, e a ambição devia ser, tal como o Brasil, adquirir um avião mais capaz, e que que no nosso caso seja capaz de abastecer F-16/F-35.
Mas o bom senso tem sido atirado pela janela com bastante frequência recentemente.
 

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JohnM

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4415 em: Junho 20, 2025, 05:52:57 pm »
Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.

P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…
 

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yuwanko

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4416 em: Junho 20, 2025, 07:20:44 pm »
Não é assim que o mundo funciona. Comprar o 6⁰ KC não vai fazer diferença nenhuma no sucesso se vendas do avião, é apenas despesa.

Uma coisa era Portugal comprar mais um porque precisa, outra é comprar "porque sim", e para inflacionar os gastos na Defesa. O programa KC-390 andaria sem problemas mesmo que não comprássemos o 6⁰ avião, e usássemos esse dinheiro para as prioridades.

Com 4 C-130 modernizados a caminho, mais 5 KC-390, comprar mais um KC não tem qualquer nexo.

Queres lucrar com o programa KC, para de adquririr KCs, simples. "Don't get high on your own supply".

Consigo perceber a irritação com as negociatas com a Embraer, mas parece que já estamos num estágio em que mesmo que nos pagassem para ficar com os aparelhos alguns seriam contra.

No final do dia, acho que já se percebeu que vamos ficar com uns 7 ou 8 KC390, com a possibilidade de várias variantes.
Com sorte vendem-se suficientes no mercado internacional para o projecto ficar barato ou dar lucro.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: PTWolf, Bubas

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dc

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4417 em: Hoje às 02:15:24 am »
Consigo perceber a irritação com as negociatas com a Embraer, mas parece que já estamos num estágio em que mesmo que nos pagassem para ficar com os aparelhos alguns seriam contra.

No final do dia, acho que já se percebeu que vamos ficar com uns 7 ou 8 KC390, com a possibilidade de várias variantes.
Com sorte vendem-se suficientes no mercado internacional para o projecto ficar barato ou dar lucro.

Se fossem de graça ninguém se queixava. O problema é mesmo cada um custar mais de 100M, e andarmos a estourar dinheiro neles, enquanto as restantes lacunas das FA continuam por resolver.

Se viermos a ter 8 ou 9 ou 20 ou 1000, apenas se reforça a falta de seriedade com que se leva a Defesa neste país. Um país que gasta apenas 39M de euros em sistemas VSHORAD, ou que vai arrastar-se com 2 fragatas completamente obsoletas até 2035, não podia nem devia esbanjar tanto dinheiro em aeronaves de transporte táctico, enquanto tem todas as outras lacunas para tratar.

A questão agora passa a ser, para vocês, quantos KC-390 é que o país teria que comprar em detrimento de outros programas, para vocês começarem a torcer o nariz?
Estou curioso para saber qual é que é a vossa "linha vermelha", ou se esta nem sequer existe.

Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.

P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…

Porquê? Qual o motivo de continuar a adquirir mais e mais KCs? Onde é que vamos arranjar tripulação para tanto avião de transporte? Vamos cortar na frota C-295? A FAP não adquire o LUS-222? Corta-se na frota MPA dedicada, para dar lugar aos MPA improvisados?

Qual é o plano? Qual a estratégia de defesa nacional? Para quê adquirir mais KCs para uma variante ISR, quando toda a gente anda a dar prioridade a UAVs para esse tipo de missão? Para quê comprar mais se os 6 que vamos ter já tiverem a possibilidade de ser adaptados para isso?

PS: Ao comprares mais KCs, sobretudo numa versão/com kits AAR com boom, reduzes drasticamente as chances de entrar num consórcio MRTT, porque o dinheiro não vai dar para tudo. Quanto mais dinheiro investires em KCs, menores são as chances do país adquirir uma aeronave maior.

Não sei de onde tiram a ideia de que a compra de KCs, não afecta o orçamento disponível para outros programas.

Se calhar só vão aprender quando o Governo se lembrar de inventar mais truques contabilísticos para fingir que se gastam 2%, e os únicos programas a avançar nas FA forem compras de KCs.
 

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JohnM

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Re: KC-390 na FAP
« Responder #4418 em: Hoje às 02:24:55 am »
Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.

P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…

Porquê? Qual o motivo de continuar a adquirir mais e mais KCs? Onde é que vamos arranjar tripulação para tanto avião de transporte? Vamos cortar na frota C-295? A FAP não adquire o LUS-222? Corta-se na frota MPA dedicada, para dar lugar aos MPA improvisados?

Qual é o plano? Qual a estratégia de defesa nacional? Para quê adquirir mais KCs para uma variante ISR, quando toda a gente anda a dar prioridade a UAVs para esse tipo de missão? Para quê comprar mais se os 6 que vamos ter já tiverem a possibilidade de ser adaptados para isso?

PS: Ao comprares mais KCs, sobretudo numa versão/com kits AAR com boom, reduzes drasticamente as chances de entrar num consórcio MRTT, porque o dinheiro não vai dar para tudo. Quanto mais dinheiro investires em KCs, menores são as chances do país adquirir uma aeronave maior.

Não sei de onde tiram a ideia de que a compra de KCs, não afecta o orçamento disponível para outros programas.

Se calhar só vão aprender quando o Governo se lembrar de inventar mais truques contabilísticos para fingir que se gastam 2%, e os únicos programas a avançar nas FA forem compras de KCs.
Estou apenas a comparar ter MRTT ou KC com lança operados pela FAP. Não se tarta de ter MRTT E KC, trata-se de ter KC e alugar horas MRTT, portanto, não há aumento do número de tripulações, não sei de onde foste tirar essa ideia. Se comprarmps MRTT eles não precisam de tripulações? É mais barato comprar e operar KCs que MRTT e já temos toda a logística instalada. É essa a “beleza” de contratarmos horas no consórcio MRTT, não precisamos treinar tripulações e abrir novas linhas logísticas numa outra aeronave, que ainda por cima é caríssima. Podemos perfeitamente, caso a versão com lança seja desenvolvida, utilizar o KC para reabastecimento aéreo no triângulo estratégico e em outras operações mais simples, como apoiar destacamentos no Báltico ou na Groenlândia. Precisamos de 5-6 aviões para transporte, portanto quaisquer células que viessem a servir de reabastecedor (ou ISR/MPA) teriam sempre que ser adicionais às atuais 5-6.
 
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