Consigo perceber a irritação com as negociatas com a Embraer, mas parece que já estamos num estágio em que mesmo que nos pagassem para ficar com os aparelhos alguns seriam contra.
No final do dia, acho que já se percebeu que vamos ficar com uns 7 ou 8 KC390, com a possibilidade de várias variantes.
Com sorte vendem-se suficientes no mercado internacional para o projecto ficar barato ou dar lucro.
Se fossem de graça ninguém se queixava. O problema é mesmo cada um custar mais de 100M, e andarmos a estourar dinheiro neles, enquanto as restantes lacunas das FA continuam por resolver.
Se viermos a ter 8 ou 9 ou 20 ou 1000, apenas se reforça a falta de seriedade com que se leva a Defesa neste país. Um país que gasta apenas 39M de euros em sistemas VSHORAD, ou que vai arrastar-se com 2 fragatas completamente obsoletas até 2035, não podia nem devia esbanjar tanto dinheiro em aeronaves de transporte táctico, enquanto tem todas as outras lacunas para tratar.
A questão agora passa a ser, para vocês, quantos KC-390 é que o país teria que comprar em detrimento de outros programas, para vocês começarem a torcer o nariz?
Estou curioso para saber qual é que é a vossa "linha vermelha", ou se esta nem sequer existe.
Concordo com a parte do reabastecimento aéreo, como referi noutro tópico. Onde discordamos é na plataforma. Acho que se a Embraer desenvolver o kit de reabastecimento em vôo com lança rígida (e nós devíamos ajudar), e depois do kit ISR estar desenvolvido, comprávamos mais 4 KC-390, com 2 kits de avião-tanque e 2-3 kits ISR… talvez usando 4 das opções ao preço original que acabámos de assinar.
P.S. - Atenção que esta proposta não exclui a possibilidade de entrarmos num eventual consórcio MRTT sul-europeu. São bichos diferentes…
Porquê? Qual o motivo de continuar a adquirir mais e mais KCs? Onde é que vamos arranjar tripulação para tanto avião de transporte? Vamos cortar na frota C-295? A FAP não adquire o LUS-222? Corta-se na frota MPA dedicada, para dar lugar aos MPA improvisados?
Qual é o plano? Qual a estratégia de defesa nacional? Para quê adquirir mais KCs para uma variante ISR, quando toda a gente anda a dar prioridade a UAVs para esse tipo de missão? Para quê comprar mais se os 6 que vamos ter já tiverem a possibilidade de ser adaptados para isso?
PS: Ao comprares mais KCs, sobretudo numa versão/com kits AAR com boom, reduzes drasticamente as chances de entrar num consórcio MRTT, porque o dinheiro não vai dar para tudo. Quanto mais dinheiro investires em KCs, menores são as chances do país adquirir uma aeronave maior.
Não sei de onde tiram a ideia de que a compra de KCs, não afecta o orçamento disponível para outros programas.
Se calhar só vão aprender quando o Governo se lembrar de inventar mais truques contabilísticos para fingir que se gastam 2%, e os únicos programas a avançar nas FA forem compras de KCs.