Olá a todos,
Vejo aqui muitas criticas quando ainda se sabe muito pouco sobre os contornos do negócio. Também são muito poucos são aqueles que dão o beneficio da dúvida ao MdD.
Eu tenho uma interpretação diferente da maioria, mas ta minha intrepretação tal como qualquer outra neste momento vale o que vale.
Ao colocar esta opção de compra de 10 KC390 Portugal está a possibilitar outros paises da NATO nomeadamente os Europeus a conseguir comprar estes aviões usado o programa ReArm Europe que prevê que as verbas gastas com a defesa não sejam consideradas para o calculo do defice e ao mesmo os paises possam beneficiar de empréstimos vantajosos para quem compre Europeu.
Ora este mecanismo garantidamente é apelativo para os pequenos paises mas deixa de fora o KC390. Numa altura em rearmar a Europa é essencial e dado que não existem alternativas Europeias para o KC390 (não conto aqui o A400 que pertence a outra classe), haver uma forma de poder incluir a compra deste avião atrvés do ReArm Europe parece-me algo bastante relevante especialmente para as pequenas nações.
Alguns aqui dirão que Portugal agora é um concessionário da Embraer, mas no entanto Portugal também lucra com a venda de cada avião portanto é do seu interesse que se vendam o mais possivel. Para além do valor imediato que possa trazer trás valor acrescentado com os muitos empregos associados ao fabrico das estruturas que são feitas em Portugal. E como sabemos quando um pais escolhe o avião isto é um compromisso de longa duração o que trás beneficios para Portugal pois a probabilidade de comprar mais aparelhos do mesmo tipo aumenta uma vez que criar as cadeias logisticas e know how têm um custo pesado.
Alguns dirão que Portugal não precisava de tantos (6 neste momento) dado que ainda têm os Hercules. No entanto não me custa acreditar que por exemplo o KC390 numero 04 possa ser imediatamente vendido a terceiros e Portugal imediatamente aciona a clasula para compra de mais um aparelho e assim sucessivamente. Desta forma Portugal não têm que pagar de avanço qualquer avião e pode ainda atrasar a recepção da sua própria frota que eventualmente trará benecifios quanto tiver que fazer os MLUs mais fazeados. Se ainda por cima comprar ao preço de 2019 e vender ao preço actual melhor ainda. Se a instalação de todos os componentes para padrão NATO forem feitos em Portugal como parte do negócio melhor ainda.
Não vou discutir aqui se isto deveria ser parte das funções do MdD (porque simplesmente estou a especular) mas garantidamente facilitaria a compra destes aviões a alguns paises aliados e no momento em que estamos toda a ajuda é bem vinda.
Mas existem clientes assegurados para as 10 aeronaves sequer? É que se não existem, Portugal está a correr um risco enorme, mais caro que os 2 submarinos, com base numa mera hipótese.
10 aeronaves é muito para isto ser para 1 ou 2 clientes, teriam que arranjar pelo menos 3.
Estes 10 dificilmente serão ao preço de 2019, pois estão fora do contrato original, o que deverá colocar o custo de cada aeronave em 130M como noticiado, que representaria um investimento de 1300M (sem contar com a sustentação desta frota "surplu"). Portugal não podia revender por mais dinheiro que isto, porque o preço ficaria demasiado próximo ao do A-400, e neste comparativo o KC perde, havendo inclusive unidades "surplus".
Depois, vai facilitar os países pequenos em quê? Os países pequenos não têm dinheiro para este avião, e têm dado prioridade às capacidades bélicas e outras prioridades na Defesa.
A verdade é que não sabemos se já existem clientes, mas como disse no meu primeiro post isto foi especulação da minha parte. Mas dado o contexto actual fez sentido (pelo menos para mim). Mais uma vez a minha interpretação são de 10 aeronaves e imagino que a clausula possa ser activada para uma aeronave de cada vez. E se Portugal usar os aviões que já têm em lista de espera não têm de que dar nada de avanço, e caso não haja intressados não aciona a opção potanto sem custos.
Pensando em potenciais clientes a Polónia parece ser um forte candidato á compra de KC390 por isso não me parece nada irrealista que o negócio pudesse ser feito atrvés de Portugal. Especialmente porque a polónia têm um déficite altissimo (julgo que acima dos 6% em 2024). E uma vez que me parece que não vai abrandar nos gastos com a defesa imagino que tudo o que possa retirar do calculo do défice seja util para as suas contas. Parece-me a mim que a Embraer teria todo o interesse em facilitar esta operação porque significa potencialmente a venda de mais aerononaves.
Em relação ao facto de o preço poder ficar próximo do A400 não me parece relevante porque são duas classes diferentes com custos operacionais também bastante diferentes.
Quanto ao que os paises ganham com isto, ganham duas coisas uma têm a possibilidade de não incluir os gastos com a defesa no calculo do défice e em segundo lugar terão acesso a empréstimos vantajosos por parte da união Europeia.
Concordo consigo quando diz que muitos paises não têm dinheiro (no qual vou incluir Portugal) existem muitos outros problemas que também precisam de atenção e dinheiro mas no entanto julgo que neste momento grande parte dos paises se encontram entre a espada e a parede. Com os Estados Unidos a exigir 5% do PIB vá para a defesa(o que é completamente irrealista) os paises têm que pelo menos mostrar que estão a caminhar no sentido certo (2-3%). Obviamente que a ter de gastar em defesa que seja Europeu mas quando não existêm alternativas (o caso do KC390) à que ser criativo.