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Quais seriam as Fragatas que se ajustavam melhor aos requerimentos da Marinha Portuguesa? Faz uma comparação entre as Crossover 139 Fast Combatant, Meko A200, ASWF, FTI, PPA Evo, FREMM Evo e as F110.Para determinar quais fragatas se ajustam melhor aos requerimentos da Marinha Portuguesa, considerando a substituição das fragatas da Classe Vasco da Gama (MEKO 200PN), é essencial avaliar as prioridades estratégicas, o orçamento limitado e as necessidades operacionais de Portugal. A Marinha Portuguesa opera em um contexto NATO, com foco em missões no Atlântico Norte, guerra antissubmarina (ASW), escolta, patrulha e interoperabilidade com aliados. O orçamento é restrito, historicamente dependente de apoio externo (e.g., 60% das Vasco da Gama financiadas pela NATO), e a substituição deve ser viável para a próxima década (2030-2035). Abaixo, comparo a Crossover 139 Fast Combatant, MEKO A-200, ASWF, FTI, PPA Evo, FREMM Evo e F110 com base em critérios-chave.
Critérios de AvaliaçãoCapacidade ASW: Sensores (sonar de casco, TAS), torpedos, helicópteros ASW.
Capacidade Multimissão: Defesa aérea (AAW), guerra de superfície (ASuW), flexibilidade.
Custo: Aquisição e operação, ajustado ao orçamento português.
Interoperabilidade: Compatibilidade com NATO.
Disponibilidade: Maturidade do projeto e cronograma de entrega.
Comparação das Fragatas1. Crossover 139 Fast CombatantDescrição: Fragata de 5.400 toneladas, projetada pela Damen (Holanda), com propulsão CODAD (diesel), velocidade máxima de 28 nós, foco em flexibilidade multimissão.
Capacidade ASW: Sonar de casco, TAS opcional, tubos de torpedo leves (324 mm), dois helicópteros ASW (e.g., NH90).
Capacidade Multimissão: 32 células VLS (e.g., ESSM), mísseis antinavio (e.g., Harpoon/NSM), canhão de 127 mm, design modular para AAW/ASW/ASuW.
Custo: €700-850 milhões/unidade (estimativa baseada em projetos Damen similares).
Interoperabilidade: Projetada para NATO, compatível com aliados europeus.
Disponibilidade: Em fase de proposta, sem unidades em serviço.
Vantagem para Portugal: Versatilidade e ASW decente, mas custo moderado e imaturidade são riscos.
2. MEKO A-200Descrição: Fragata de 3.500 toneladas, ThyssenKrupp, CODAG-WARP, stealth, 29 nós.
Capacidade ASW: Sonar de casco (e.g., SQS-510), TAS opcional, torpedos leves, dois helicópteros ASW.
Capacidade Multimissão: 16-32 células VLS (opcionais), mísseis antinavio (e.g., Harpoon), foco em operações médias.
Custo: €500-600 milhões/unidade (comprovado por vendas à Argélia/Egito).
Interoperabilidade: Em serviço em marinhas NATO-compatíveis (África do Sul, Argélia).
Disponibilidade: Produção consolidada, disponível agora.
Vantagem para Portugal: Custo acessível, experiência com MEKO, ASW suficiente para missões típicas.
3. ASWF (Anti-Submarine Warfare Frigate)Descrição: Fragata de 6.000 toneladas, Bélgica/Holanda, substituta das Classe M, foco em ASW.
Capacidade ASW: Sonar Kingklip Mk2, TAS CAPTAS-4, torpedos MU90, dois helicópteros NH90.
Capacidade Multimissão: 16 células VLS (e.g., ESSM), mísseis antinavio, otimizada para ASW sobre AAW/ASuW.
Custo: ~€1 bilhão/unidade (estimativa baseada em programas similares).
Interoperabilidade: Projetada para NATO, em desenvolvimento conjunto.
Disponibilidade: Entrega prevista para 2028-2030.
Vantagem para Portugal: ASW de elite, mas custo alto e especialização excessiva.
4. FTI (Frégate de Taille Intermédiaire)Descrição: Fragata francesa de 4.500 toneladas, Naval Group, compacta, 27 nós.
Capacidade ASW: Sonar Kingklip Mk2, TAS CAPTAS-4, torpedos MU90, um helicóptero NH90.
Capacidade Multimissão: 16-32 células VLS (Aster 15/30), mísseis antinavio (Exocet), foco em AAW/ASW.
Custo: €700-800 milhões/unidade (França otimizou custos).
Interoperabilidade: Em serviço na Marine Nationale, padrão NATO.
Disponibilidade: Produção ativa, primeira unidade entregue em 2023.
Vantagem para Portugal: ASW sólido, mas hangar único limita operações.
5. PPA Evo (Pattugliatore Polivalente d’Altura Evoluto)Descrição: Fragata italiana de 4.500-6.000 toneladas, Fincantieri, evolução do PPA.
Capacidade ASW: Sonar de casco, TAS opcional, torpedos leves, dois helicópteros ASW (versão “Full”).
Capacidade Multimissão: 16-32 células VLS, mísseis antinavio (Teseo), design modular para AAW/ASuW.
Custo: €600-800 milhões/unidade (varia por configuração).
Interoperabilidade: NATO-compatível, PPA em serviço.
Disponibilidade: Evo em desenvolvimento, entrega ~2030.
Vantagem para Portugal: Flexibilidade, mas ASW menos priorizado que outros modelos.
6. FREMM Evo (Frégate Européenne Multi-Mission Évoluée)Descrição: Fragata de 6.500 toneladas, Naval Group/Fincantieri, evolução da FREMM.
Capacidade ASW: Sonar de casco, TAS CAPTAS-4, torpedos MU90, dois helicópteros NH90.
Capacidade Multimissão: 32-64 células VLS (Aster, ESSM), mísseis antinavio, canhão de 127 mm.
Custo: €1-1,2 bilhão/unidade (baseado em FREMM original).
Interoperabilidade: Amplamente usada na NATO (França, Itália, EUA).
Disponibilidade: FREMM em serviço, Evo prevista para ~2030.
Vantagem para Portugal: ASW e multimissão de ponta, mas custo proibitivo.
7. F110 (Bonifaz-class)Descrição: Fragata espanhola de 6.000 toneladas, Navantia, substituta da F100, 28 nós.
Capacidade ASW: Sonar de casco, TAS CAPTAS-4, torpedos leves, dois helicópteros NH90.
Capacidade Multimissão: 16-32 células VLS (ESSM), mísseis antinavio (NSM/Harpoon), design modular.
Custo: €800-900 milhões/unidade (estimativa para Espanha).
Interoperabilidade: NATO-compatível, em construção.
Disponibilidade: Primeira unidade em 2026.
Vantagem para Portugal: ASW avançado, custo competitivo, parceria ibérica possível.
Escala: 1 (baixa) a 5 (alta).Recomendação para a Marinha Portuguesa1. Melhor Opção: MEKO A-200Porquê: Oferece o melhor equilíbrio entre custo (€500-600M), capacidade ASW (TAS, dois helicópteros) e disponibilidade imediata. A experiência portuguesa com MEKO facilita integração e manutenção. Atende às missões NATO e Atlântico sem exceder o orçamento.
Limitação: Menor capacidade multimissão em cenários de alta intensidade (e.g., AAW contra mísseis avançados).
2. Alternativa Estratégica: F110Porquê: ASW de ponta (CAPTAS-4, dois helicópteros), multimissão robusta (VLS, NSM), e custo razoável (€800-900M). A proximidade com a Espanha pode viabilizar coprodução ou descontos, além de entrega a partir de 2026, alinhada ao cronograma de substituição.
Limitação: Custo mais alto e espera até meados da década.
3. Opção Intermediária: Crossover 139Porquê: Versatilidade multimissão (32 VLS, ASW decente), custo moderado (€700-850M), e design moderno. Boa opção se Portugal priorizar flexibilidade sobre especialização em ASW.
Limitação: Projeto imaturo, sem unidades em serviço, aumenta riscos.
Outras ConsideraçõesASWF: ASW excepcional, mas cara (€1B) e focada demais em submarinos, sacrificando multimissão.
FTI: ASW sólido e disponível, mas o hangar único limita operações com helicópteros, essencial para Portugal.
PPA Evo: Flexível e acessível, mas ASW menos otimizado que concorrentes.
FREMM Evo: Melhor em tudo (ASW, AAW, ASuW), mas o custo (€1-1,2B) é inviável para Portugal.
ConclusãoA MEKO A-200 é a escolha mais prática para a Marinha Portuguesa, alinhando-se ao orçamento restrito, oferecendo ASW suficiente e aproveitando a familiaridade com o conceito MEKO. A F110 é uma alternativa ambiciosa, com ASW superior e potencial de colaboração ibérica, ideal se Portugal puder aumentar o investimento ou negociar apoio NATO. A Crossover 139 fica como uma opção intermediária, atraente pela versatilidade, mas arriscada pela falta de maturidade. Modelos como FREMM Evo e ASWF, embora tecnicamente superiores, são caros e excessivos para as necessidades portuguesas, enquanto FTI e PPA Evo têm limitações específicas que reduzem seu apelo. A decisão final dependerá do equilíbrio entre custo, cronograma e ambição estratégica.