Tropas ibéricas actuam juntas
As manobras são de carácter defensivo, porque assim foi determinado pela hierarquia militar. Tudo foi meticulosamente preparado com recurso às novas tecnologias e com "jogos de guerra", mas também com aquilo que designam por "caixa de areia", que é uma espécie de mapa/maquete desenhado no chão, onde é possível perceber a realidade do terreno, incluindo o relevo. Mas quem chega ao "cenário de guerra" assim montado, com aquartelamentos e posições, não duvida de que são acções de carácter muito sério.
O território em causa está a viver uma guerra de guerrilha, "levando a cabo práticas de extermínio étnico e criando assim um clima de terror na região", explica o capitão Morgado Braz, encarregue de uma missão porventura mais simples, a de Informação Interna e Relações Públicas.
Por todo o lado, se vêem viaturas militares, patrulhas e homens e mulheres vestidos de camuflado, cada grupo encarregue de uma missão muito específica, já interiorizada nos tão famosos "briefings". Não faltam as pinturas das caras a condizer com a farda, o capacete e a arma.
Nem parece que estamos na pacata região de Trás-os-Montes, desertificada de jovens e quase sem movimento. Aliás, nas imediações da pequena localidade de Três Minas, em Vila Pouca de Aguiar, começa a ser habitual a presença de forças militares em exercícios de preparação para as missões reais, no âmbito das forças de manutenção de paz das Nações Unidas ou outras. Zona privilegiada para a preparação dos militares do Regimento de Infantaria nº. 13 (RI 13), com sede em Vila Real, foi palco nos últimos dias de um treino, coordenado pela Brigada de Intervenção (BrigInt), sedeada em Coimbra, que entre outras questões, como a preparação do próximo batalhão a seguir para o Kosovo (a cargo do RI 14, de Viseu), visou aprofundar a cooperação entre os exércitos português e espanhol.
Desta feita, foram apenas 12 os elementos do país vizinho a participarem num exercício com um total de 930 militares (Dragão 07 - Livex), mas já no próximo mês, será a vez desta "visita" dos militares da Brigada Ligeira Aerotransportada, de Pontevedra, ser retribuída por uma companhia de 80 militares da BrigInt, que vão participar num exercício conjunto, em Zamora, que envolverá um total de 550 elementos.
Na pausa para o almoço, as tropas perdem o ar sisudo e muitos vão tomar um café ao bar explorado pela associação local na antiga residência do guarda florestal, que agora serve de messe. Agostinha Monteiro já perdeu a conta aos cafés que tirou "Aí uns 100 ou 200, nem sei", refere. Muitos mais do que a "meia dúzia" que tira ao fim-de-semana, que é quando abre o bar no resto do ano.
Enquanto saboreia o café, o chefe doestado-maior da BrigInt, tenente-coronel Carlos Moreno, mostra-se "orgulhoso" dos seus homens e mulheres e das novas atribuições , desde a restruturação. A BrigInt vai receber "até 2010, 273 novas viaturas, incluindo as tão famosas Pandur 8x8 austríacas, que vêm substituir as nacionais chaimites.
in JN