Além disso, como os navios não estão todos ao serviço em simultâneo, tenho as minhas dúvidas que a Marinha tenha essa gente toda assim disponível. Faz mais sentido que faça a gestão dos recursos humanos em função do ciclo operacional dos navios. Mas talvez quem saiba mais destas coisas tenha a bondade de nos elucidar.
Mafets: como em tudo o que tem a ver com maquinaria e engenharia de materiais, presumo que não se operem de forma continuada aeronaves a partir de um navio nos seus limites, ou para além destes. Se a carga máxima dos hangares e convés da classe Foudre é 11.500 kg (segundo o DN), de certeza, que os Super Frelon não utilizariam com regularidade essas plataformas — por outro lado, é um facto que os helis preferenciais dessas plataformas eram os Super Puma/Cougars, talvez por existirem em maior número, talvez por serem mais baratos de operar, talvez por os Super Frelon estarem em final de vida; quem sabe.
Continuo a achar que o argumento dos EH101 é insuficiente, mesmo a ser verdade as limitações descritas no DN (já para não falar na questão de a FAP com a sua crónica falta de tripulações completas para esta plataforma poder disponibilizar dois helis por 2 ou 3 meses consecutivos). A questão dos Leo2, quando estes pesam 62 tonelas e os Leclerc 56 toneladas também é questionável, mais a mais quando os M60A3 ainda estão operacionais e é duvidoso que algumas vez empreguemos CC por via anfíbia. O problema das instruções em francês deveria ser facilmente ultrapassável.
Segundo o Pedro Monteiro, as suas fontes da Marinha diziam que o navio cumpriria a missão e era um oportunidade praticamente única no mercado, logo só dá mesmo para concluir que a questão determinante foi o pilim.
Quanto aos 50 milhões alocados para aquisição de um LPD, recordo que foram conseguidos à custa do upgrade de duas VdG. Como essa quantia está trancada na LPM, desiludam-se os que pensam que mais duas VdG vão ter upgrade completo (já nem digo MLU, porque infelizmente esses navios já vão com 25 anos, logo muito para além da sua 'mid-life').
Por 50 milhões restam talvez os San Girogio, que podem operar Merlin a partir do convés mas não têm hangar, o que deve eliminar muitos obstáculos.
