Segundo a tua visão, Portugal com os seus F35 é que deverá proteger este lado da Europa.
Pobres espanhóis e franceses que não possuem aviões de última tecnologia para se defenderem.
Sinceramente...
Até percebo alguma argumentação, mas essa da suposta exclusividade tecnológica do F35 sobre tudo o resto faz-me confusão.
O que é que é isso de "última tecnologia" e "exclusividade tecnológica"? Os argumentos são simples, o F-35 é muitíssimo superior a qualquer caça europeu, quando é para combater em ambiente contestado, onde a sua furtividade é um factor diferenciador. Até entrarem em serviço o FCAS e o GCAP, assim permanecerá.
A malta tem que ter noção do quão complexo é lidar com defesas aéreas integradas, e AWACS, e vários caças do adversário (que muitas vezes pode ter vantagem numérica). E perceber que quando só podes ter 20 e tal caças no teu inventário, convém conseguires adquirir o que tem maiores chances de sobreviver após cada missão.
O único argumento que podiam usar contra o F-35, em termos da sua "utilidade" na FAP, era em tempos de paz, onde a probabilidade de algum tipo de conflito era baixa, e portanto todas as capacidades do F-35 estariam subaproveitadas. Mas isso podia ser usado contra qualquer meio militar, e hoje não vivemos um tempo desses.
Paraces aquele guna que não tem guito para trocar os pneus ao focus e passa vida a dizer a namorada que vai comprar um Honda Civic dos novos, vermelho.
Deixa a ganza de lado e quando voltares à terra, talvez percebas que não há dinheiro, guito, ou pilim para gastar o equivalente a uma LPM tradicional na aquisição de uma aeronave que ira consumir as LPM seguintes na sua manutenção.
Tu não perceberes isto é normal, a FAP pensar como tu já é mais preocupante.
A opção por Rafale ou outro equivalente não é melhor do ponto de vista técnico, é verdade, e fica quase ao mesmo custo. A não ser que haja actualmente alguma forma de negociar esse preços ou suavizar a aquisição no tempo.
Ao contrário do que escreves, comprando um avião 4,5 agora ele não vai ser substituído daqui a 15 anos, nem daqui a 30. Porque não vai ter nessa altura 50 anos como terão os F-16. Dá para perceber assim?
Por isso, não creio que vá acontecer, mas se fosse o caso de vir o Rafale, era apenas necessário garantir a manutenção e sistemas de armas actualizados, e a aviação de caça estava servida para décadas.

Ora comprar Rafale ou F-35, custa aproximadamente o mesmo. Tirando h/voo, os custos de manutenção serão aproximadamente semelhantes, principalmente ao longo das décadas, altura em que as unidades de produção do Rafale fecham, e as do F-35 continuam abertas, tornando-se mais caro manter os Rafale a voar (com F-35 ainda consegues partilhar linhas logísticas com vários outros países).
A juntar a isto, continuas a usar um caça de geração 4.5, até 2070, numa altura em que já anda tudo de 6ª geração, a caminhar para a 7ª (ou o que quer que venha depois da 6ª). Vais tentar (e falhar miseravelmente) usar os loyal wingman como argumento, no entanto, Rafale + drones LW, serão sempre inferiores a F-35 + LW ou caça 6G + LW.
Ou seja, uma solução pior, que custa o mesmo, faz sentido na tua cabeça.
E queres falar em custos, bora falar em custos.
Sabes o que representa a LPM? Um orçamento a 12 anos, equivalente ao orçamento de defesa da Albânia em 10 (2% do seu PIB). Em Portugal, comprar 24 F-35, seria equivalente aos 2% do PIB na Defesa de um só ano (mais coisa menos coisa).
Se nós cumpríssemos com os 2% do PIB em Defesa anualmente, sem truques, e em que 20% fosse para equipamento, então cada LPM a 10 anos, teria mais de 10000M de euros. Se fossemos gastar uma percentagem bem mais realista em equipamento, tipo 30-40%, cada LPM teria acesso a 15000-20000M em cada década.
Agora claro que se continuarmos a gastar 0.9% do PIB em Defesa, e ter 60/70% de despesa com pessoal, fica difícil.Portanto, sim, é inteiramente possível ter F-35 e operá-los sem problema.
Quanto a tua dúvida, sim, se Portugal adquirisse Rafale em 2030-35, estes teriam que ser substituídos na década de 40, devido à obsolescência.
Tendo em conta o custo absurdamente elevado da aeronave em questão, tanto para adquirir, como operar e manter, se é para ter uma aviação de caça de 3ª linha até 2060/70, então existem opções bem mais baratas que cumprem a função de "policiamente aéreo" e de "fingir que tens FA".
Contrariar isto, é entrar em negação.
Então deves saber que uma das principais conclusões do relatório é que em caso de conflito com uma potência par, sem operar um avião de 5a geração, a França fica reduzida a operações de apoio e outras secundárias… vale o que vale, mas do meu ponto de vista, ainda bem que a Europa reconhece o erro que foi não desenvolver uma capacidade própria de 5a geração e já existem pelo menos dois projetos de 6a. Vamos ver no que dá, mas para já são boas notícias…
Eu acho que há malta que não percebe esses "pequenos" detalhes. Ou não percebem, ou não querem perceber, porque a intenção é desconversar nos tópicos... o velho "baralhar e dar de novo".
É mais do que óbvio que a França mantém estritamente uma frota de Rafales, não por opção, mas porque actualmente a única alternativa passaria por comprar aviões americanos. Mas há quem tente passar a narrativa que a escolha francesa se deve porque o avião é tão bom ou melhor que qualquer caça de 5ª geração do mercado.
A Alemanha, não possui Rafales, mas tem Typhoon, que acaba por ser equivalente. Podiam simplesmente encomendar mais Typhoons, mas optaram por F-35 (que podem ou não cancelar, mas isso são outros 500), precisamente pelas questões técnicas.
Num mundo em que a China produz caças 5G, a Rússia também (devagarinho), e a Turquia e Coreia do Sul para lá caminham, e mais tarde ou mais cedo deve ser a Índia, é absolutamente absurdo ficar com as FA empasteladas durante décadas com um avião 4.5G.
É o mesmo que todos os teus potenciais adversários estarem prestes a adquirir submarinos super silenciosos, e tu (país) optares propositadamente por um submarino muito menos silencioso, só porque é mais barato. Isto não teria nexo na Marinha, mas para a FAP já tem que ter?

Agora, se é para aguentar na geração 4.5 por uma década/década e meia, então é modernizar os F-16. Pode ser que seja viável a sua substituição pelo FCAS, ou que o F-35 já seja "politicamente correcto" adquirir.