Por certo Papatango, Polanco será masón dende o fin do regime de Franco por que durante o mesmo era falangista de toda a vida
A análise dos interesses da Maçonaria, ou melhor dizendo, das várias maçonarias, é muito interessante e mesmo essencial para entender os movimentos iberistas tanto em Portugal como em Espanha.
Muitas das actuais queixas da extrema direita espanhola contra Zapatero, têm exactamente a ver com o facto de Zapatero parecer estar a colocar em prática muitas dessas ideias.
Curiosamente, Franco era muito mais contrário à Maçonaria que Salazar.
Um dos ramos da Maçonaria portuguesa apoiou claramente o regime.
Na minha interpretação, o regime de Salazar conseguiu o apoio de ramos da Maçonaria ou pelo menos de personalidades ligadas aos movimentos maçónicos com mais ligações à Inglaterra.
Já os movimentos ligados à Maçonaria francesa (a chamada oposição republicana socialista e laica) estavam claramente na oposição.
A seguir a 25 de Abril de 1974, parecia haver inicialmente uma tentativa para conjugar as várias visões maçónicas, mas com o golpe do Partido Comunista, e o Verão Quente destinado a entregar as colónias à URSS as coisas complicaram-se.
O sector maçónico que apoiou o regime, parece ter sido colocado de lado com o golpe de 11 de Março e a oposição aos comunistas parece ter ficado nas mãos da Maçonaria francesa.
As compras de equipamentos militares parecem apontar no sentido da completa perda de poder dos sectores ligados à Inglaterra.
Portugal nunca mais comprou um chavo aos ingleses, tendo passado a adquirir equipamentos na França e na Alemanha, além de receber equipamentos americanos em 2ª mão.
Eu não tenho uma ideia mesmo que imprecisa sobre quem é quem no panorama da Maçonaria em Espanha. Se em Portugal havia ligações entre a Maçonaria e o regime, é perfeitamente natural que elas também existissem em Espanha.
Aliás, a forma como a Constituição Espanhola foi feita, parece ter resultado de um acordo e um compromisso negociado entre os sectores Maçonicos.
A maioria constituida pelos votos da Alianza Popular (Franquistas de Fraga Iribarne, hoje conhecidos como PP) juntamente com a UCD estava a colocar de fora o PSOE e a oposição de esquerda, e foi negociado um acordo para impedir que a constituição espanhola fosse praticamente uma constituição para agradar aos franquistas, porque eles tinham uma minoria de bloqueio.
Temos que entender que a Maçonaria não é uma entidade monolotica e é acima de tudo nos dias de hoje movida por interesses económicos.
Polanco poderá perfeitamente ter mudado de facção e achado que a influência dos «irmãos» Maçons era mais favorável e adequada para os seus planos para ganhar dinheiro.
Se Polanco conseguir vender os seus serviços de comunicação social aos partidos que têm os tais planos iberistas estará evidentemente a ganhar dinheiro com isso.
É tudo uma questão de dinheiro.
Para os Partidos Socialistas, o Iberismo é um cartão de sobrevivência, porque só eles estabeleceram uma rede de contactos e cumplicidades que lhes permitirá governar a «Ibéria».
O Saramago não é estúpido, ele apenas acabou por chamar a atenção para algo que considera inevitável, porque entendeu os poderes que realmente se movem a favor da destruição de Portugal, que têm adeptos em Espanha e estão a ser claramente apoiados pelo Partido Socialista.