Iberismo e a dissolução de Portugal: ameaça real

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« Responder #540 em: Julho 12, 2007, 11:54:51 am »
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outras conseguem ver a dissolução de uma pátria.

Peor é o voso que pensades que Galicia é unha rexion independentista...
(Con maioria aplastante do PP, eso si)
 

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papatango

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« Responder #541 em: Julho 15, 2007, 08:49:48 pm »
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Este foi o regresso mais longo de José Saramago a Portugal desde que a polémica que envolveu a candidatura do seu livro O Evangelho segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu o levou para um "exílio" na ilha espanhola de Lanzarote. A atribuição do Prémio Nobel parece tê-lo feito esquecer essas mágoas, mas não amoleceu a sua visão da sociedade e da História, que continua a ser polémica. Como se pode ver nesta entrevista.

Durante dois dias, o Nobel da Literatura português sentou-se no sofá e analisou o estado do mundo.

Na única entrevista que concedeu durante a temporada passada na sua casa de Lisboa, falou muito de política, mais de literatura e também da vida e da morte. Pelo meio ficou o anúncio da criação da fundação com o seu nome e a revelação de que está a escrever um novo livro.

A união ibérica

Este regresso a Portugal é um perdão?

O país não me fez mal algum, não confundamos, nem há nenhuma reconciliação porque não houve nenhum corte. O que aconteceu foi com um governo de um partido que já não é governo, com um senhor chamado Sousa Lara e outro de nome Santana Lopes. Claro que as responsabilidades estendem-se ao governo, a quem eu pedi o favor de fazer qualquer coisa mas não fez nada, e resolvi ir embora. Quando foi do Prémio Nobel, dei uma volta pelo país porque toda a gente me queria ver, até pessoas que não lêem apareceram! E desde então tenho vindo com muita frequência a Lisboa.

Vive num país que pouco a pouco toma conta da economia portuguesa. Não o incomoda?

Acho que é uma situação natural.

Qual é o futuro de Portugal nesta península?

Não vale a pena armar -me em profeta, mas acho que acabaremos por integrar-nos.

Política, económica ou culturalmente?

Culturalmente, não, a Catalunha tem a sua própria cultura, que é ao mesmo tempo comum ao resto da Espanha, tal como a dos bascos e a galega, nós não nos converteríamos em espanhóis. Quando olhamos para a Península Ibérica o que é que vemos? Observamos um conjunto, que não está partida em bocados e que é um todo que está composto de nacionalidades, e em alguns casos de línguas diferentes, mas que tem vivido mais ou menos em paz. Integrados o que é que aconteceria? Não deixaríamos de falar português, não deixaríamos de escrever na nossa língua e certamente com dez milhões de habitantes teríamos tudo a ganhar em desenvolvimento nesse tipo de aproximação e de integração territorial, administrativa e estrutural. Quanto à queixa que tantas vezes ouço sobre a economia espanhola estar a ocupar Portugal, não me lembro de alguma vez termos reclamado de outras economias como as dos Estados Unidos ou da Inglaterra, que também ocuparam o país. Ninguém se queixou, mas como desta vez é o castelhano que vencemos em Aljubarrota que vem por aí com empresas em vez de armas...

Seria, então, mais uma província de Espanha?

Seria isso. Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla la Mancha e tínhamos Portugal. Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar. O Ceilão não se chama agora Sri Lanka, muitos países da Ásia mudaram de nome e a União Soviética não passou a Federação Russa?

Mas algumas das províncias espanholas também querem ser independentes!

A única independência real que se pede é a do País Basco e mesmo assim ninguém acredita.

E os portugueses aceitariam a integração?

Acho que sim, desde que isso fosse explicado, não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. Repito que não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português. Seríamos aqui aquilo que os catalães querem ser e estão a ser na Catalunha.

E como é que seria esse governo da Ibéria?

Não iríamos ser governados por espanhóis, haveria representantes dos partidos de ambos os países, que teriam representação num parlamento único com todas as forças políticas da Ibéria, e tal como em Espanha, onde cada autonomia tem o seu parlamento próprio, nós também o teríamos.

Há duas Espanhas

Os espanhóis olham-no como um deles?

Há duas Espanhas neste caso. Evidentemente, tratam-me como se fosse um deles, mas com as finanças espanholas ando numa guerra há, pelo menos, quatro anos porque querem que pague lá os impostos e consideram que lhes devo uma grande quantidade de dinheiro. Eu recusei-me a pagar e o meu argumento é extremamente simples, não pago duas vezes o que já paguei uma. Se há duplicação de impostos, então que o governo espanhol se entenda com o português e decidam. Eu tenho cá a minha casa e a minha residência fiscal sempre foi em Lisboa, ou seja, não há dúvidas de que estou numa situação de plena legalidade. Quanto aos impostos, e é por aí que também se vê o patriotismo, pago-os pontualmente em Portugal. Nunca pus o meu dinheiro num paraíso fiscal e repugna-me pensar que há quem o faça. O meu dinheiro é para aquilo que o Governo entender que serve.

Mas não pode negar que o olham como um deus...

Não diria tanto...

Mesmo sendo a crítica espanhola tão positiva em relação à sua obra?

Também já foi uma ou outra vez um pouco negativa - talvez devido às minhas posições políticas e ideológicas - mas de um modo geral tenho uma excelente crítica em toda a parte, como é o caso dos EUA, onde é quase unânime na apreciação da minha obra.

Diario de Noticias

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zocuni

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Utopia!
« Responder #542 em: Julho 15, 2007, 10:15:05 pm »
Tudo bem,

Esse texto está-me parecendo que foi extraído do livro intitulado "Ensaio sobre a Cegueira",pelos visto a criatura se virou contra o criador.Esse Saramago,calado é um tremendo poeta.
 blx2x1

Abraços,
zocuni
 

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papatango

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« Responder #543 em: Julho 15, 2007, 10:33:27 pm »
Infelizmente não é assim tão blá, blá, blá...

José Saramago nunca diria o que diz, que não tivesse a aprovação dos seus «donos» ou seja, do grupo PRISA e da Maçonaria que o suporta.

É importante discutir com a serenidade necessária este tema, em vez de optarmos pelas duas respostas standard, que são:

1 - O anti-espanholismo é um disparate porque não há problema nenhum e o iberismo é apenas uma invenção de nacionalistas malucos.
2 - Devemos matar o Saramago e encostar os iberistas à parede e acabar com o cancro de uma vez por todas.

Qualquer das opções, corresponde do meu ponto de vista a colocar a cabeça na areia para tentar evitar a realidade.

Uns, recusam-se a aceitar que a História se repete, hoje como em 1580, porque querem pura e simplesmente seguir com as suas vidas, e na realidade nenhum de nós gostaria de ver o país pura e simplesmente acabar por se transformar numa provincia de um império conhecido pela sua capacidade para o genocido e étnocidio de países e civilizações.

Os outros parecem reagir com a cabeça quente, o que se por um lado se compreende pela cada vez maior pouca vergonha e despudor com que parte dos iberistas mostram a cara, ao mesmo tempo também não ajuda a discutir o problema e ao mesmo tempo leva a que nos recusemos sequer a discutir as razões que levam a este tipo de comportamento.
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SSK

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« Responder #544 em: Julho 15, 2007, 10:42:22 pm »
Julgo que de momento somos um país europeu onde não faz sentido nem esta questão nem aquelas de lutas/guerras com espanha.

Todas essas questões só se colocam se a União Europeia "cair". E essa questão é que de facto poderia ser debatida e não as questões mediocres que se pode ver aqui no fórum de Portugal vs Espanha.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
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pmdavila

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« Responder #545 em: Julho 15, 2007, 10:59:07 pm »
Citação de: "SSK"
Julgo que de momento somos um país europeu onde não faz sentido nem esta questão nem aquelas de lutas/guerras com espanha.

Todas essas questões só se colocam se a União Europeia "cair". E essa questão é que de facto poderia ser debatida e não as questões mediocres que se pode ver aqui no fórum de Portugal vs Espanha.


 :Palmas:  :Palmas:
Com os melhores cumprimentos,
pmdavila

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papatango

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« Responder #546 em: Julho 15, 2007, 11:01:38 pm »
Mas ao longo da nossa História, tivemos muitas situações em que os espanhóis pagaram aos nobres portugueses para que os apoiassem nas «suas» causas, nomeadamente para apoiar os direitos de reis espanhóis em Portugal.

Quando um país estrangeiro controla parte da comunicação social, parte da banca e do tecido económico, será que não está em causa a própria liberdade do país?

E quando desse país começam a vir programas de TV, como aquele de que já falámos que explica que o Santa Maria era um paquete espanhol, ou o outro que afirma que a primeira travessia do Atlântico-Sul foi feita por Ramon Franco e não por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, o que devemos pensar?

No final do Século XIX, historiadores como Oliveira Martins apresentaram uma visão da Ibéria tão miseravelmente contrária a Portugal, que essa visão foi um dos argumentos para o iberismo desses sectores maçónicos da sociedade.

Os mesmos sectores maçónicos que compraram a TVI, só para lhe dar um exemplo...

Saramago aparece como um dos profetas da desgraça que existiam no final do século XIX e que explicavam que Portugal era uma merd@, para depois explicar que estariamos melhor se fossemos espanhóis.

Desta triste entrevista do Saramago, há no entanto uma nota engraçada:
Ele é iberista, sempre que o iberismo não lhe vá ao bolso.
Em Portugal paga menos impostos que os que pagaria em Espanha, e por isso e só por isso continua a ser cidadão português.

Este sempre foi o grande dilema do iberismo.

É-se a favor do iberismo desde que renda dinheiro, e sempre que os espanhóis paguem é-se iberista, mas quando se trata de pagar impostos, aí já pia mais fino.

Foi exactamente por causa do pagamento de impostos que em 1640 houve mais pessoas a favor da revolução que acabou com a dinastía dos Filipes e com a monarquia Áustriaca.

Mas e se não tivesse ocorrido a falência dos Áustrias, o que teria acontecido ?

A União Europeia pode não ser eterna, e se a UE falhar numa altura em que tivermos enxovalhado tanto a memória de Portugal como nação, que os portugueses fiquem mesmo convencidos que não passam de um povo de animais?

A facilidade com que aceitamos comportamentos de animais (como no recente caso da seleção de sub 20) ajuda a que mais tarde ou mais cedo achemos que de facto nem sequer temos capacidade para educar os nossos filhos.
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« Responder #547 em: Julho 15, 2007, 11:09:13 pm »
Citação de: "pmdavila"
Citação de: "SSK"
Julgo que de momento somos um país europeu onde não faz sentido nem esta questão nem aquelas de lutas/guerras com espanha.

Todas essas questões só se colocam se a União Europeia "cair". E essa questão é que de facto poderia ser debatida e não as questões mediocres que se pode ver aqui no fórum de Portugal vs Espanha.

 :Palmas:  :Palmas:


Pedia-vos mais uma vez para verem - ou melhor, ouvirem, este videozinho. Há conceitos elementares que o pessoal tende a esquecer-se.
http://www.youtube.com/watch?v=qxIvnKjSs2s
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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zocuni

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Iberismo!
« Responder #548 em: Julho 15, 2007, 11:12:59 pm »
Tudo bem,

Papatango.Sinceramente esse texto parece-me de extremo mau gosto,claro que cada um pode falar aquilo que entende,agora eu não sou obrigado a concordar,mesmo se tratando de um Prémio Nobel da Literatura.Sei que não quis dizer isso.
Não entendi alguns conceitos seus,quando se refere a aos "donos"dele,essa PRISA é o quê?
Respostas standard!Como assim?
Não sou anti-espanholista ou seja lá o anti que quiser colocar,sou Lusitano e é assim que quero continuar,aliás irei continuar assim como meus descendentes por muitos e muitos séculos,não tenho dúvidas quanto a isso.Quanto a matar os iberistas,não pretendo matar ninguém.
Respondi na minha pessoa,mas sei que os iberistas existem e pior estão no governo,mas eles passam como tudo na vida,aliás nem acho que sejam iberistas,apenas pela proximidade geográfica e só fazermos fronteira com eles,temos que ter alguns projectos comuns,é normal,a não ser que façamos uma ponte aérea para nos ligarmos à europa.
Papatango,sinceramente você acha que Portugal algum dia será uma provincia de Espanha,acho isso para lá de utópico,surrealista.Isso ocorrerá no dia de São Nunca à Tarde,no dia 30 de Fevereiro atrás da capela.
Nem considero a Espanha uma ameaça real para nós,nunca nos conquistarão e eles sabem disso melhor que ninguém,aliás acho isto um pouco paranóico e delirante.
Também não entendi quando escreve "que a história de repete,hoje como em 1580",poderia desenvolver esse conceito por favor,não entendi.
Nunca seremos ibéricos,nossa história foi sempre voltada ao Atlântico e é para lá que voltaremos.
Quanto a quem defende tais ideias,que continuem...

Abraços,
zocuni
 

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comanche

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« Responder #549 em: Julho 15, 2007, 11:25:15 pm »
Citação de: "papatango"
Saramago aparece como um dos profetas da desgraça que existiam no final do século XIX e que explicavam que Portugal era uma merd@, para depois explicar que estariamos melhor se fossemos espanhóis.


Realmente já tinha reparado nesse ponto, os Iberistas espanhois quer algum, pretenso iberista português que exista, têm em comum o facto de rebaixar Portugal ao máximo dizendo que tudo é mau neste país, exagerando e mentindo descaradamente com a simples intenção de tentar passar a mensagem dissimulada ou não que Portugal estaria melhor se pertencesse a Espanha, tentando explorar a baixa autoestima de que sofrem alguns portugueses. Existe a critica construtiva e existe a critica do bota-abaixo, que é elemento comum aos iberistas, não estou a dizer que quem faz critica bota-abaixo é obrigatóriamente iberista, claro que não, mas um iberista utiliza sempre o bota abaixo.
Para mim é relativamente fácil ver se um forista espanhol ou português,  é iberista ao fim de ver um certo numero de posts.
 

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comanche

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Re: Iberismo!
« Responder #550 em: Julho 15, 2007, 11:45:44 pm »
Citação de: "zocuni"
Tudo bem,

Papatango.Sinceramente esse texto parece-me de extremo mau gosto,claro que cada um pode falar aquilo que entende,agora eu não sou obrigado a concordar,mesmo se tratando de um Prémio Nobel da Literatura.Sei que não quis dizer isso.
Não entendi alguns conceitos seus,quando se refere a aos "donos"dele,essa PRISA é o quê?
Respostas standard!Como assim?
Não sou anti-espanholista ou seja lá o anti que quiser colocar,sou Lusitano e é assim que quero continuar,aliás irei continuar assim como meus descendentes por muitos e muitos séculos,não tenho dúvidas quanto a isso.Quanto a matar os iberistas,não pretendo matar ninguém.
Respondi na minha pessoa,mas sei que os iberistas existem e pior estão no governo,mas eles passam como tudo na vida,aliás nem acho que sejam iberistas,apenas pela proximidade geográfica e só fazermos fronteira com eles,temos que ter alguns projectos comuns,é normal,a não ser que façamos uma ponte aérea para nos ligarmos à europa.
Papatango,sinceramente você acha que Portugal algum dia será uma provincia de Espanha,acho isso para lá de utópico,surrealista.Isso ocorrerá no dia de São Nunca à Tarde,no dia 30 de Fevereiro atrás da capela.
Nem considero a Espanha uma ameaça real para nós,nunca nos conquistarão e eles sabem disso melhor que ninguém,aliás acho isto um pouco paranóico e delirante.
Também não entendi quando escreve "que a história de repete,hoje como em 1580",poderia desenvolver esse conceito por favor,não entendi.
Nunca seremos ibéricos,nossa história foi sempre voltada ao Atlântico e é para lá que voltaremos.
Quanto a quem defende tais ideias,que continuem...

Abraços,


Estas pessoas são um numero muito reduzido, são "nódoas" que aparecem e desaparecem, a pátria segue o seu caminho :)
 

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papatango

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« Responder #551 em: Julho 15, 2007, 11:46:46 pm »
Segundo este conceito (refiro-me ao video que o Luso indicou)

Portugal também foi posto "fora do jogo" entre 1580 e 1640.
E perante esta visão do mundo, torna-se evidente que estamos a lutar por continuar em jogo. a lutar por continuar a existir.

Mas é evidente que a esmagadora maioria das pessoas não entende realmente o que se passa nem está interessada em entender.

Quando analisamos a realidade segundo estes prismas, as coisas ficam bastante mais complicadas. Os simples sobrevoos de território português sobre as selvagens ou as pressões dos espanhóis via NATO para que Portugal não compre submarinos assumem contornos completamente diferentes.

Na luta entre os estados pelo dominio das organizações, torna-se evidente que o movimento destinado a destruir Portugal e a justificar o seu desaparecimento perante os próprios portugueses não é nada de extraordinário.

E Espanha, ou o Estado Castelhano (para se entender melhor de quem se trata) nunca disfarçou que considera Portugal como uma parte do "seu" país, necessitando de Portugal para complementar o seu plano de equilibrios na Europa Ocidental.

Inicialmente havia para os espanhóis o problema do Império que dava a Portugal uma importância muito maior.
A Espanha fez tudo o que pode para nos prejudicar, e quem o diz é o próprio biografo de Salazar, que considerando que a Espanha estava teoricamente do nosso lado, na realidade tudo fez para boicotar os esforços portugueses em África.
Só no periodo final, com medo que o "estouro" português fosse demasiado violento parece ter abandonado a linha de não hostilização dos países africanos.

Hoje, na guerra pelo dominio politico e estratégico, o único argumento que nos resta e que continua a ser motivo de irritação para os espanhóis chama-se ZEE, e é aí que se encontra o principal ponto de discórdia entre os dois países, porque os espanhóis não aceitam que aquilo que consideram ser os seus direitos naturais lhes sejam roubado pela inconveniente existência de Portugal como estado independente.

A «luta» por continuar «em Jogo» como se disse no video da Sociedade Historica da Independência de Portugal é presentemente a luta pelo mar.

Mas não só no mar se joga o futuro.
Os espanhóis, para garantirem de uma vez por todo o seu Estado Hispano,  estarão dispostos a fazer alguns sacrificios temporários, para garantir a absorção de Portugal.

Esse movimento está em movimento e como já aqui referi é patrocinado por pessoas com claras ligações à Maçonaria, a qual está ligada a praticamente TODOS os movimentos e noticias que podem ser relacionados a este tipo de temas, sejam a tomada da comunicação social pelos espanhois, a divulgação de mentiras históricas por meios como os canais da TV-Cabo ou os discursos de Saramago, a dizer que fazer parte da Espanha não é assim tão mau.

O objectivo, parece de facto ser o de retirar Portugal do jogo.

E conforme também se diz no video, se eles tiverem possibilidade de o fazer colocar-nos-ão numa «reserva». Teremos uma espécie de independência formal, e poderemos ser apenas um Estado Formal, uma espécie de Puerto Rico da Espanha como Estado Associado e sem direito a politica externa ou defesa.

Mantemo-nos como Estado, mas perderemos na prática a independência.

A coisa pintada por Saramago, Pina Moura, Mário Soares, Jorge Sampaio então não parecerá assim tão má.

Mas também não o era em 1580. Depois disso, quando os castelhanos realmente disseram que aquilo era assim no inicio, mas apenas no inicio, foi preciso uma guerra de 28 anos.

Com instituições como a União Europeia, que preferem Estados Maiores que funcionem como "controladores" dos mais pequenos, não teremos qualquer chance.

Em 1640, conseguimos o apoio de alguns países europeus, especialmente a Holanda e a França, que eram inimigos dos Habsburgos espanhóis.
No futuro não poderemos continuar a contar com eles.

A única solução para conseguirmos continuar em jogo, é fazer a mesma coisa que o embaixador Armindo Monteiro sugeriu a Salazar quanto aos Açores:

Os Açores só terão alguma importância para os aliados, se nós tivermnos capacidade para os defendermos.
Se conseguirmos defender as ilhas, mesmo de um ataque aliado, passaremos a ser importantes.
Caso contrário, se para tomar as ilhas lhes bastar fazer um simples desembarque, praticamente sem riscos, Portugal torna-se completamente irrelevante.

É por isso que compras como a de submarinos são importantes. Equipamentos como esses permitem dar a Portugal uma voz que mesmo sendo pequena, ainda tem alguma possibilidade de se ouvir.
« Última modificação: Julho 15, 2007, 11:53:34 pm por papatango »
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Jorge Pereira

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« Responder #552 em: Julho 15, 2007, 11:53:06 pm »
Citar
Saramago has been a member of the Portuguese Communist Party since 1969, as well as an atheist and self-described pessimist. His views have aroused considerable controversy in Portugal.

Citar
A carreira de Saramago tem sido acompanhada de diversas polémicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo são discutidas e algumas resultam mesmo em acusações de diversos quadrantes. Logo após a atribuição do Prémio Nobel, o Vaticano repudiava a atribuição da honraria a um "comunista inveterado".

O livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" foi adaptado para o teatro em 2001. A peça foi motivo de crítica ferrenha por parte de grupos religiosos que consideram a obra uma ofensa à Igreja.


Citar
Um caso que tem tido alguma repercussão relaciona-se com a posição crítica do autor em relação à posição de Israel no conflito contra os palestinianos. Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a São Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto... Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os Judeus".



Citação de: "papatango"
Desta triste entrevista do Saramago, há no entanto uma nota engraçada:
Ele é iberista, sempre que o iberismo não lhe vá ao bolso.
Em Portugal paga menos impostos que os que pagaria em Espanha, e por isso e só por isso continua a ser cidadão português.

Este sempre foi o grande dilema do iberismo.

É-se a favor do iberismo desde que renda dinheiro, e sempre que os espanhóis paguem é-se iberista, mas quando se trata de pagar impostos, aí já pia mais fino.

Foi exactamente por causa do pagamento de impostos que em 1640 houve mais pessoas a favor da revolução que acabou com a dinastía dos Filipes e com a monarquia Áustriaca.



Tocou no ponto certo papatango.

O Saramago não passa de um inculto pseudo-intelectual oportunista (mais um) que não é capaz de encarar a realidade e perceber que o seu ideal político-social, aquilo em que mais acreditava, pura e simplesmente se desvaneceu. Desapareceu! Mostrou-se um fracasso. Demonstra alguém ressentido com a sua própria vida, alguém que a desperdiçou a acreditar em algo que afinal não passa de um logro. Ele próprio seria um total fracasso não fosse a lotaria do Nobel (Só Deus sabe como é que foi escolhido).

Lamento que a sua avançada idade não lhe permitam ver a sua Espanha daqui a 20 anos. Lamento sinceramente. Levaria mais uma decepção…mais uma.

Contudo, fico com uma grande dúvida:

No dia em que este “ser” desaparecer, que tipo de honras oficiais lhe serão prestadas?

Alguém que profere afirmações destas, que ofendem a esmagadora maioria dos portugueses, como será despedido? Acho que deveríamos ficar atentos a este pormenor.


P.S.

Há uns bons anos atrás estava eu em Espanha e assisti a uma entrevista desse individuo à uma estação televisiva das Canárias. Não podia acreditar no que estava a ouvir. Para o espanhol comum que viu a entrevista e não conhece o nosso país, Portugal ficou retratado pelo Saramago como sendo algo assim como o Burkina Faso. Fiquei assim a perceber melhor quem era Saramago…


Excelente vídeo Luso.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Jorge Pereira

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« Responder #553 em: Julho 15, 2007, 11:58:31 pm »
Citação de: "papatango"
Segundo este conceito (refiro-me ao video que o Luso indicou)

Portugal também foi posto "fora do jogo" entre 1580 e 1640.
E perante esta visão do mundo, torna-se evidente que estamos a lutar por continuar em jogo. a lutar por continuar a existir.

Mas é evidente que a esmagadora maioria das pessoas não entende realmente o que se passa nem está interessada em entender.

Quando analisamos a realidade segundo estes prismas, as coisas ficam bastante mais complicadas. Os simples sobrevoos de território português sobre as selvagens ou as pressões dos espanhóis via NATO para que Portugal não compre submarinos assumem contornos completamente diferentes.

Na luta entre os estados pelo dominio das organizações, torna-se evidente que o movimento destinado a destruir Portugal e a justificar o seu desaparecimento perante os próprios portugueses não é nada de extraordinário.

E Espanha, ou o Estado Castelhano (para se entender melhor de quem se trata) nunca disfarçou que considera Portugal como uma parte do "seu" país, necessitando de Portugal para complementar o seu plano de equilibrios na Europa Ocidental.

Inicialmente havia para os espanhóis o problema do Império que dava a Portugal uma importância muito maior.
A Espanha fez tudo o que pode para nos prejudicar, e quem o diz é o próprio biografo de Salazar, que considerando que a Espanha estava teoricamente do nosso lado, na realidade tudo fez para boicotar os esforços portugueses em África.
Só no periodo final, com medo que o "estouro" português fosse demasiado violento parece ter abandonado a linha de não hostilização dos países africanos.

Hoje, na guerra pelo dominio politico e estratégico, o único argumento que nos resta e que continua a ser motivo de irritação para os espanhóis chama-se ZEE, e é aí que se encontra o principal ponto de discórdia entre os dois países, porque os espanhóis não aceitam que aquilo que consideram ser os seus direitos naturais lhes sejam roubado pela inconveniente existência de Portugal como estado independente.

A «luta» por continuar «em Jogo» como se disse no video da Sociedade Historica da Independência de Portugal é presentemente a luta pelo mar.

Mas não só no mar se joga o futuro.
Os espanhóis, para garantirem de uma vez por todo o seu Estado Hispano,  estarão dispostos a fazer alguns sacrificios temporários, para garantir a absorção de Portugal.

Esse movimento está em movimento e como já aqui referi é patrocinado por pessoas com claras ligações à Maçonaria, a qual está ligada a praticamente TODOS os movimentos e noticias que podem ser relacionados a este tipo de temas, sejam a tomada da comunicação social pelos espanhois, a divulgação de mentiras históricas por meios como os canais da TV-Cabo ou os discursos de Saramago, a dizer que fazer parte da Espanha não é assim tão mau.

O objectivo, parece de facto ser o de retirar Portugal do jogo.

E conforme também se diz no video, se eles tiverem possibilidade de o fazer colocar-nos-ão numa «reserva». Teremos uma espécie de independência formal, e poderemos ser apenas um Estado Formal, uma espécie de Puerto Rico da Espanha como Estado Associado e sem direito a politica externa ou defesa.

Mantemo-nos como Estado, mas perderemos na prática a independência.

A coisa pintada por Saramago, Pina Moura, Mário Soares, Jorge Sampaio então não parecerá assim tão má.

Mas também não o era em 1580. Depois disso, quando os castelhanos realmente disseram que aquilo era assim no inicio, mas apenas no inicio, foi preciso uma guerra de 28 anos.

Com instituições como a União Europeia, que preferem Estados Maiores que funcionem como "controladores" dos mais pequenos, não teremos qualquer chance.

Em 1640, conseguimos o apoio de alguns países europeus, especialmente a Holanda e a França, que eram inimigos dos Habsburgos espanhóis.
No futuro não poderemos continuar a contar com eles.

A única solução para conseguirmos continuar em jogo, é fazer a mesma coisa que o embaixador Armindo Monteiro sugeriu a Salazar quanto aos Açores:

Os Açores só terão alguma importância para os aliados, se nós tivermnos capacidade para os defendermos.
Se conseguirmos defender as ilhas, mesmo de um ataque aliado, passaremos a ser importantes.
Caso contrário, se para tomar as ilhas lhes bastar fazer um simples desembarque, praticamente sem riscos, Portugal torna-se completamente irrelevante.

É por isso que compras como a de submarinos são importantes. Equipamentos como esses permitem dar a Portugal uma voz que mesmo sendo pequena, ainda tem alguma possibilidade de se ouvir.


Completamente de acordo papatango.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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papatango

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« Responder #554 em: Julho 16, 2007, 12:07:48 am »
Citação de: "zocuni"
Não entendi alguns conceitos seus,quando se refere a aos "donos"dele,essa PRISA é o quê?


O grupo PRISA, é o maior grupo de comunicação social em lingua espanhola que existe espalhado pelo mundo.
Há outro grupo mexicano que também é importante, mas tem apenas expressão no continente americano, enquanto que a PRISA tem negócios na América e na Europa.

A PRISA é segundo todas as fontes, o braço «armado» da maçonaria ibérica.
Eles representam a visão da grande ibéria republicana, que ao contrário da extrema direita nazionalista castelhana (representada pelo antigo PM José Maria Aznar e que é favoravel à ibéria-hispana completamente controlada pelos castelhanos) representa a ideia do Estado Federal Ibérico.

Sobre as alegadas trapaças e crimes de pressão ilegitima sobre jornalistas levadas a cabo pelo grupo maçónico PRISA, eu fiz várias pesquisas no google sobre a questão...

A PRISA controla completamente o actual governo espanhol ao ponto de o próprio primeiro ministro ter medo do grupo, e é esse mesmo grupo que há uns meses atrás comprou a maior estação de TV portuguesa, a TVI.

O grupo PRISA, no seu braço editorial, é o responsável pela promoção de José Saramago que levou à atribuição do prémio Nobel.

Saramago é completamente transparente quanto ao facto de partilhar a visão da Ibéria do grupo PRISA e da maçonaria espanhola.

O problema é que cada vez mais de forma desavergonhada, eles não têm nem pejo nem vergonha em afirmar o seu iberismo.

Para já afirmam que Portugal continuaria a existir, para os portugueses não terem problemas nem medo da absorção.

Depois, seria como no periodo 1580-1640.

Em 1580, Filipe I disse que "...Portugal conquistei-o, herdei-o e comprei-o..."

Esta é a triste realidade. Em 1580 o país estava tão desacreditado, que o exército que enfrentou os castelhanos em Alcântara (castelhanos que eram na maioria italianos e alemães)  era constituida por escravos alforriados e bandidos libertados das prisões, que sem qualquer treino foram rapidemente desbaratados.

Hoje não há batalhas de Alcantara, mas há a ocupação do tecido econoimico do país por espanhois.

O país que mais lutou para nos destruir como Estado Independente.

A análise que podemos fazer, por mais fria e racional que seja acaba sempre por chegar ao mesmo:
Embora com as naturais nuances da História, está-se a repetir o periodo anterior a 1580, em que o país estava em decadência, e não era capaz de fazer nada para escapara da espiral de decadência.
A solução na altura, para evitar a decadência eram as grandes conquistas, como hoje são as grandes obras de engenharia...

Estamos prestes a ter um Alcacer Quibir financeiro...
Chama-se Aeroporto da Ota.

As coisas estão muito mais negras que o que parecem.
A maioria das pessoas em Portugal, e vemos muito disso neste fórum, estão apenas em "estado de negação".

É mais conveniente achar que não está a acontecer nada...
Dormimos mais descansados.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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