Missão militar portuguesa no Afeganistão

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Lightning

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1230 em: Março 16, 2010, 07:27:54 pm »
Citação de: "mccormick"
Não se percebe por que não se empregam actualmente forças de fuzileiros se, ao fim ao cabo, se trata de uma força de Infantaria. Já foram usadas companhias de fuzileiros anteriormente, lembro-me por exemplo da Missão na Bósnia do Agrupamento Conjunto Alfa. Existe um certo descontentamento junto daqueles militares pela não participação em missões.

É as quintinhas, os Americanos, Britânicos e Holandeses não tem esses complexos com os seus Marines.

No Iraque um Divisão de US Marines tem a mesma responsabilidade territorial que uma qualquer Divisão do Exército.
No Afeganistão a 3ª Brigada de Comandos (Royal Marines) roda com as outras Brigadas todas do Exército Britânico.
Os Batalhões de Marines Holandeses fazem/faziam comissões no Afeganistão como um qualquer Batalhão do Exército Holandês.
 

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corapa

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1231 em: Março 16, 2010, 07:42:31 pm »
As companhias de fuzileiros já integraram missões na Bósnia e em Timor.
As opcções e decisões prendem-se essencialmente com questões estratégicas.
No entanto tambem não é fácil, nas nossas FFAA organizar FND com forças de diferentes ramos, pois as relações de cmd são muitas vezes postas em causa - a eterna guerra das quinta e de "o meu é maior que o teu".
É legitimo o direito dos militares em querer participar em missões, pois todos sabemos que isso implica um acréscimo financeiro, para alem da experiencia profissional e humana que isso proporciona.
(...)
Embora muita gente pense que os militares só vão para missões porque são bem pagos, esquecendo-se que os politicos que vão para Bruxelas ganham bem mais, os futebolistas nem se fala e todos aqueles que são obrigados a emigrar o fazem em buscas de melhores rendimentos, com o objectivo fundamental de melhorar a sua vida e dos seus familiares.
Alguns militares infelizmente tambem pensam o mesmo, mas depois de passarem 3 ou 4 meses em missão começam a perceber que não é só ir ganhar dinheiro - há muitas outras coisas antes disso.
(...)
Relativamente às companhias de fuzileiros, sendo uma força com organização e tácticas de infantaria ligeira, com um treino especial (vocacionada para actuar "do mar para a terra") está perfeitamente habilitada a desempenhar as missões que normalmente são atribuidas às FND, à semelhança das companhias de paraquedistas e de comandos.
O que acontece com outros paises da NATO em vários TOs, nomeadamente Kosovo e Afeganistão; o 1º agrupamento portugues no Kosovo em 1999, rendeu um batalhão de infantaria de marinha italiano.
Aliás não são só unidades de tropas especiais a cumprir missões no Afeganistão, pois como é óbvio os paises que tem sectores atribuidos, utilizam normalmente unidades de infantaria e reconhecimento para cumprir essas missões; no nosso caso como QRF isso já não é tão evidente.

Cumps
 

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corapa

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1232 em: Março 16, 2010, 07:52:22 pm »
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Isso para mim é que é o principal, se olharmos para as unidades norte-americanas (que no dia de hoje são a referência) vemos montes de unidades com curso de pára-quedismo, queda livre, mergulhador-nadador de combate, enfermagem (ou algo parecido), etc, etc, etc, aqui cada um defende a sua quinta e os outros não podem entrar nela, como por exemplo nos anos 80, os militares do Exército e da Marinha mais facilmente iam aos EUA ou a Espanha fazer o curso de Pára-quedismo do que a Tancos, e quem diz isso diz outras coisas eu é que não as conheço, ou isso é coisa de sermos portugueses e já não tem remedio ou é infantilidade, falta de maturidade das pessoas, há que perceber que a maior parte desses cursos são capacidades de infiltração no teatro de operações, mas depois no "chão" cada um tem o seu trabalho.

A propósito desta referencia, lembrei-me de que por exemplo, nos anos 80 e inicio de 90, os militares do Regimento de Comandos que participavam habitualmente num exercicio de patrulhas da NATO na Bélgica - PEGASUS, tinham que ter a qualificação em paraquedismo, pois durante o treino cruzado faziam saltos de balão.
Como os paraquedistas pertenciam à força aérea, não podiam lá tirar o curso e então a unidade tinha que pagar a uma escola civil para poder qualificar os militares.  :shock:

Cumps.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1233 em: Março 16, 2010, 08:21:45 pm »
Corapa eu falei com um tipo que foi Comando nos anos 80 (tirou o curso em 84) e ele tirou o Curso de Pára-quedismo em Tancos (BETP). Não estou a dizer que é mentira o que disseste, mas será que não haveria excepções?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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corapa

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1234 em: Março 16, 2010, 09:40:06 pm »
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Corapa eu falei com um tipo que foi Comando nos anos 80 (tirou o curso em 84) e ele tirou o Curso de Pára-quedismo em Tancos (BETP). Não estou a dizer que é mentira o que disseste, mas será que não haveria excepções?

Face à maneira como o sistema funcionava na altura tenho as minhas dúvidas, mas obviamente desconheço se haverá alguma excepção.
O que se passava em muitos casos e em relação aos sargentos era que alguns tinham ingressado no CTP, para cumprir o SMO e  mais tarde concorriam ao curso de sargentos do exército, e depois de estarem no QP faziam o curso de cmds; conheço muitos casos desses.
Quanto aos oficiais saiam da AM directamente para o CTP ( era o unico caso em que militares do exército passavam para a FA), caso quisessem servir nos paraquedistas; se o oficial fosse miliciano quando entrou na AM, poderia inclusivé ser oriundo dos cmds.
No caso do pessoal miliciano (os actuais RV e RC) não havia passagem de ramo, pelo menos que eu conheça; se tal aconteceu (e não o desminto) é-me totalmente alheio.
De qualquer modo só ingressei nas fileiras em 87, como tal o que esta para trás, só de ouvir falar os mais antigos.
A partir da passagem dos paraquedistas para o exército em 01JAN94 (com a criação da BAI) é que passou a ser possivel o sistema como o conhecemos hoje.

Cumps
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1235 em: Março 17, 2010, 10:04:03 am »
Negativo, ele era praça e sempre seviu no Regimento de Comandos, segundo ele havia mais Comandos a fazer o curso. Se ele podia estar a mentir? Podia, mas disse tudo certo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1236 em: Março 17, 2010, 02:07:25 pm »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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corapa

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1237 em: Março 17, 2010, 03:22:57 pm »
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Negativo, ele era praça e sempre seviu no Regimento de Comandos, segundo ele havia mais Comandos a fazer o curso. Se ele podia estar a mentir? Podia, mas disse tudo certo.
Não querendo eu de modo algum por em causa a pessoa, acho um pouco estranho esse facto, face ao algum conhecimento que tenho do assunto.
Senão vejamos, os praças comandos que tinham o curso de parquedismo antes de 1993, eram maioritariamente os antigos cabos RD do quadro (que sairam já como 1SAR), porque estavam ligados às patrulhas e como referi faziam os ditos saltos de balão na Bélgica.
Havia depois aquele pessoal que por gosto pessoal, fazia o curso à sua conta, como acontece hoje.
Todos os casos que eu conheço, foram cursos feitos em Évora, maioritariamente ao fim de semana, sendo uns pagos pelo exército outros pelos próprios (eu cheguei a fazer o mesmo em 87)
Não teria sido um curso civil, mas ministrado em tancos pelo pessoal dos Boinas Verdes, com toda a envolvencia militar que isso proporciona?
No entanto como referi anteriormente, podera ter havido alguma excepção, que eu desconheça por completo, embora conhecendo algum pessoal desses anos, possa eventualmente investigar no sentido de esclarecer melhor a situação.
De qualquer modo, teria sido uma excepção à regra.  :wink:

Cumps
 

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ACADO

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1238 em: Março 17, 2010, 05:47:49 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"

E continua-se a ver do mal e do mesmo. É incrivel...
Ao menos não ponham isto online.

Não percebo, sinceramente assusta-me profundamente o que não se ensina a estes rapazes. Pensar que vão para um dos países mais perigosos do mundo e andam a treinar isto.

Já não me parece que seja só culpa dos Políticos que não dão dinheiro. Acho que quem anda a preparar este exercicios precisa seriamente de umas reciclagens valentes no que toca a combate.

E continuam a treinar com aquelas carcaças chilenas?? mas não vão de G3 ??
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" Only fools and dead Men don´t change their minds. Fools won´t and dead Men can´t !! "
 

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Lancero

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1239 em: Março 17, 2010, 06:01:02 pm »
Tem que ser mais explícito, senão parece que fala porque tem de falar.
O que o incomodou?
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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ShadIntel

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1240 em: Março 17, 2010, 06:15:44 pm »
Citação de: "Lancero"
Tem que ser mais explícito, senão parece que fala porque tem de falar.
O que o incomodou?
Eu já adivinhei. É mais do mesmo...
O que incomoda o caro ACADO é o comando que atira apoiado no Humvee, aproveitando a protecção "relativa" oferecida pelo veículo (Minuto 1:00).
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1241 em: Março 17, 2010, 06:29:17 pm »
Citação de: "corapa"
Citar
Negativo, ele era praça e sempre seviu no Regimento de Comandos, segundo ele havia mais Comandos a fazer o curso. Se ele podia estar a mentir? Podia, mas disse tudo certo.
Não querendo eu de modo algum por em causa a pessoa, acho um pouco estranho esse facto, face ao algum conhecimento que tenho do assunto.
Senão vejamos, os praças comandos que tinham o curso de parquedismo antes de 1993, eram maioritariamente os antigos cabos RD do quadro (que sairam já como 1SAR), porque estavam ligados às patrulhas e como referi faziam os ditos saltos de balão na Bélgica.
Havia depois aquele pessoal que por gosto pessoal, fazia o curso à sua conta, como acontece hoje.
Todos os casos que eu conheço, foram cursos feitos em Évora, maioritariamente ao fim de semana, sendo uns pagos pelo exército outros pelos próprios (eu cheguei a fazer o mesmo em 87)
Não teria sido um curso civil, mas ministrado em tancos pelo pessoal dos Boinas Verdes, com toda a envolvencia militar que isso proporciona?
No entanto como referi anteriormente, podera ter havido alguma excepção, que eu desconheça por completo, embora conhecendo algum pessoal desses anos, possa eventualmente investigar no sentido de esclarecer melhor a situação.
De qualquer modo, teria sido uma excepção à regra.  :?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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FoxTroop

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1242 em: Março 17, 2010, 06:35:34 pm »
Citação de: "José Granel"
alguem sabe o que os fuzileiros vão fazer no afeganistão ...
da ultima vez que vi no mapa não havia lá mar
é toda a gente a por se em bicos dos pés, num pais tão pequeno é impressionante
até me admira não mandarem os mergulhadores ou uma fragata

Passear, meu caro..... Será que o Sr. paga contribuição?!!!!!   :twisted:   :twisted:
 

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foxtrotvictor

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1243 em: Março 17, 2010, 06:43:12 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Negativo, ele era praça e sempre seviu no Regimento de Comandos, segundo ele havia mais Comandos a fazer o curso. Se ele podia estar a mentir? Podia, mas disse tudo certo.

No meu tempo de Lamego, em meados do 80 circulou convite para irmos tirar o brevet de pára-quedismo a Tancos, só que tínhamos de pagar.
 

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Miguel Silva Machado

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Re: Missão militar portuguesa no Afeganistão
« Responder #1244 em: Março 18, 2010, 06:50:17 pm »
Sobre este debate acerca dos cursos de pára-quedismo, duas ou três notas.
- Em Tancos, até 1993 nunca foi ministrado curso de pára-quedismo militar a ninguém que não fosse destinado ao Corpo de Tropas Pára-quedistas. isto é verdade até ao curso ministrado em Setembro de 1993 para o primeiro lote de pessoal das diversas armas e serviços do Exército que se ofereceram para integrar a futura Brigada Aerotransportada Independente;
-Os cursos ministrados em Tancos a pessoal militar diverso - academia militar por exemplo - nunca foi considerado curso de pára-quedismo militar, porque não o era e não dava direito a qualquer símbolo militar. O Exército por sua iniciativa autorizava o uso de uma insígnia civil no uniforme militar - ainda hoje autoriza.
- Estes militares recebiam instrução em terra em Tancos, ministrada por instrutores militares seguindo um programa próprio e saltavam em diversos locais e de diversos tipos de aeronaves;
- Os únicos pára-quedistas militares portugueses, ou seja os que usam um brevet militar e têm um diploma correspondente, são os que fizeram o curso de pára-quedismo militar em Tancos e hoje sim há pessoal dos três ramos assim formado.
- Até 1993 não havia e mesmo os pára-quedistas formados em Moçambique nos GEP's nunca foram considerados pára-quedistas militares portugueses - tinham simbologia própria (brevet e boina) distinta - eram sim "Pára-quedistas dos GEP". Isto não é qualquer tipo de desconsideração, note-se bem, isto é a realidade, é história.
Miguel Silva Machado
http://www.operacional.pt/