Guiné-Bissau

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André

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« Responder #120 em: Março 03, 2009, 01:33:03 pm »
Presidente guineense foi agredido «de modo selvagem», afirma médico legista


O presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, assassinado ontem durante um ataque à sua residência oficial, foi «agredido de modo selvagem antes de ser morto a tiro», afirmou hoje um médico legista que realizou a autópsia.

«O presidente foi atingido por vários tiros no tórax e no rosto. O corpo mostra sinais de golpes violentos.

Ele foi agredido de modo selvagem antes de ser morto a tiro», afirmou o médico, que pediu anonimato e não quis fazer mais comentários.

Militares guineenses mataram o presidente Nino Vieira na madrugada de segunda-feira, quando ele fugia da sua residência, horas depois do assassinato do comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Tagmé Na Waie, num atentado.

Sapo / AFP

 

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Daniel

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« Responder #121 em: Março 03, 2009, 06:08:41 pm »
Guiné: antigos ministros ameaçados de morte

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Ex-ministros guineenses ligados a «Nino» Vieira estão a receber ameaças de prisão ou de morte na sequência dos assassínios dos atentados no país, disse esta terça-feira à agência Lusa o antigo chefe da diplomacia do país, Soares Sambú.


Contactado por telefone em Bissau, a partir da Cidade da Praia, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros guineense disse à Lusa que há «pelo menos nove» personalidades políticas que estão a ser «perseguidas».

Segundo Soares Sambú, antigo mandatário de Carlos Gomes Júnior - actual primeiro-ministro e presidente do PAIGC -, a «lista» inclui nomes como os ex-ministros da Defesa Helder Proença, Marciano Barbeiro e Daniel Gomes, e o ex-ministro da Economia e Finanças Issufo Sanhá.

Segundo Sambú, a «lista» inclui, além do seu próprio nome, os dos antigos secretário de Estado Isabel Buscardini, Roberto Cacheu e Baciro Dabó (antigo chefe da antiga secreta guineense) e ainda o empresário Manuel dos Santos («Manecas»).

«Estamos todos desprotegidos, sem qualquer guarda pessoal e são frequentes os telefonemas com ameaças de prisão ou de morte para todos nós», disse à Lusa Soares Sambu, recusando a ideia de estarem ligados ao antigo regime de «Nino» Vieira.

«Tenho medo de uma caça às bruxas»

O ex-ministro adiantou ter já contactado as Nações Unidas em Bissau, bem como alguns chefes da diplomacia da União Africana (UA) para denunciar a situação em que se encontra «este conjunto de camaradas».

«Tenho medo de uma caça às bruxas e eu não sou nenhum bruxo, tal como nenhum dos outros meus camaradas», adiantou Soares Sambú, que confirmou à Lusa que a viúva de «Nino» Vieira, Isabel Romano Vieira, está em segurança, numa representação diplomática.

Questionado sobre o paradeiro de João Cardoso, ex-chefe de gabinete do Presidente da República, Soares Sambú afirmou desconhecê-lo, admitindo porém que o homem forte do regime esteja em segurança, mas em local desconhecido.

Fonte da missão das Nações Unidas em Bissau adiantou à Lusa que a ONU «está a pedir a essas pessoas para não entrarem em pânico», sublinhando que a comissão militar, que substitui a chefia militar após a morte do general Tagmé Na Waié, disse já estar disposta a garantir a segurança de todos.

A mesma fonte acrescentou que, neste momento, a missão das Nações Unidas não há ninguém refugiado nas instalações da organização.


Parece que as mortes não ficam por aqui.
 

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André

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« Responder #122 em: Março 03, 2009, 10:33:03 pm »
Amnistia Internacional quer investigação



A Secção Portuguesa da Amnistia Internacional defendeu hoje em Lisboa a instauração de uma investigação aos assassínios domingo e segunda-feira em Bissau do Presidente da República e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

"Este, como todos os homicídios políticos, é condenável. É essencial que se instaure uma investigação às circunstâncias que rodeiam estes actos e que os responsáveis sejam trazidos o quanto antes à justiça", lê-se o comunicado enviado à Lusa.

A AI-Portugal considerou ainda caber agora "aos dirigentes militares e outros da Guiné-Bissau, bem como à comunidade internacional, criar as condições para a salvaguarda dos civis perante qualquer tensão que possa surgir".
"É importante o imediato regresso à normalidade e que todos respeitem o regular funcionamento das instituições nacionais", sustentou a secção portuguesa da AI.

Nesse sentido, acrescentou, face à "difícil situação económica e a frágil estabilidade política", importa "conter quaisquer focos de distúrbios e violência que possam colocar os civis em risco".

"O país é fustigado por conflitos há muito e ainda se encontra numa situação difícil", conclui o documento.

Lusa
« Última modificação: Março 04, 2009, 12:36:13 am por André »

 

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André

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« Responder #123 em: Março 04, 2009, 12:32:31 am »
Cravinho descarta força internacional e garante compromisso com a paz


O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros descartou terça-feira qualquer tipo de intervenção militar estrangeira na Guiné-Bissau, afirmando ter recebido garantias de que o compromisso dos políticos e militares guineenses é com a paz.

"Não há necessidade nenhuma (do envio de uma força multinacional de paz). Há um clima de total segurança e as forças militares estão sob comando civil. O governo e os militares foram muito claros nos comunicados que fizeram nessa matéria", afirmou João Gomes Cravinho à Agência Lusa, na Cidade da Praia, onde regressou após uma visita de várias horas à Guiné-Bissau.

Para Gomes Cravinho, que chefiou uma missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a Bissau, torna-se, porém, "fundamental" a reforma do sector da segurança e uma alteração "significativa" à forma como os poderes político e militar se têm relacionado "ao longo da última década ou mais".

"É um processo que vai demorar o seu tempo e que precisa de grande determinação, coragem e de convicção. Haverá todo o tipo de apoio internacional, inclusive de Portugal. Mas não é necessário qualquer tipo de força internacional", sustentou.

Questionado sobre as intimidações e as ameaças de prisão e de morte de que estarão a ser alvo alguns antigos membros de anteriores executivos ligados ao regime do malogrado presidente João Bernardo "Nino" Vieira, abatido a tiro na madrugada de segunda-feira na sua residência em Bissau, Gomes Cravinho referiu ter recebido das autoridades políticas e militares guineenses um compromisso em relação à paz.

"A situação da Guiné-Bissau ao longo dos últimos anos tem sido de alguma instabilidade e precariedade. Mas toda a gente com quem falámos hoje, com responsabilidades no poder político e no militar, manifestou o seu compromisso em relação à paz e estabilidade. Não temos nenhuma indicação de que isso ("caça às bruxas") possa acontecer", afirmou.

O governante português adiantou ainda ter reafirmado às autoridades guineenses que Portugal estará "na primeira linha" na procura de apoios para a reconstrução da Guiné-Bissau, sublinhando que, mais importante que a ajuda de Lisboa, é a coordenação internacional dos diferentes mecanismos de financiamentos, "que estão dispersos".

Gomes Cravinho regressou terça-feira à noite à Cidade da Praia, de onde partiu, de manhã, para uma visita a Bissau, onde manteve contactos com todos os actores políticos guineenses e internacionais sobre a situação no país, desencadeada com o duplo assassínio segunda-feira e domingo, do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) local, general Tagmé Na Waié.

Acompanhado pelo secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o guineense Domingos Simões Pereira, que permanecerá em Bissau durante mais alguns dias, Gomes Cravinho pernoita hoje na capital cabo-verdiana, antes de regressar quarta-feira a Lisboa.

Aproveitando a sua estada em Cabo Verde, Gomes Cravinho manterá na manhã de hoje uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, efectuando, logo a seguir, uma visita de cortesia ao Presidente Pedro Pires.

Lusa

 

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André

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« Responder #124 em: Março 04, 2009, 01:49:56 pm »
Testemunha de ataque contra «Nino» diz que guardas fugiram


Uma testemunha do ataque contra o Presidente da Guiné-Bissau contou à Agência Lusa que a guarda do antigo chefe de Estado fugiu e que entre quatro a cinco homens ficaram a defender «Nino» Vieira.
«A guarda fugiu. Fugiram todos», afirmou a testemunha.

Segundo a testemunha, os homens que ficaram a defender o Presidente estavam a responder ao ataque, mas terão alegadamente ficado sem munições.

Quando ocorreu o ataque, estariam em casa de «Nino» Vieira, sem contar com a segurança do Presidente, pelo menos seis pessoas, nomeadamente uma empregada e vários assessores da Presidência guineense.

A testemunha contou que o Presidente esteve a trabalhar até tarde no dia de domingo com os elementos da sua assessoria por causa do atentado à bomba contra o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, horas antes.

«O Presidente esteve reunido com as chefias militares e com o ministro da Defesa», afirmou a testemunha.

Segundo a mesma fonte, o Presidente «Nino» Vieira também esteve para se reunir com o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, mas a reunião acabou por ser adiada para segunda-feira de manhã por «razões de segurança».

«Por volta das 03:00 (mesma hora de Lisboa) fomos avisados pela segurança que a casa estava cercada», afirmou à Lusa, sublinhando que cerca das 04:00 começaram a ser disparados os primeiros tiros.

Nessa altura, os assessores do Presidente e a emprega tentaram sair de casa pelas traseiras, mas um elemento ficou ferido por estilhaços provocados pelo lançamento de uma granada e acabaram por se refugiar num anexo das traseiras da habitação.

Em casa, ficou o Presidente «Nino» Vieira e a primeira-dama, Isabel Vieira, acrescentou a testemunha.

Os tiros e o ataque acabaram cerca de uma hora mais tarde.

Já ao início da manhã, os sobreviventes do ataque à residência do Presidente foram descobertos pelos militares, a quem pediram para não ser mortos.

«Eles responderam: Não temos nada contra vocês. Podem ir-se embora», contou a testemunha.

O ataque contra o Presidente «Nino» Vieira provocou também a morte de um adjunto de segurança e ferimentos no assessor de imprensa da presidência, segundo os dados oficiais, que referem também a existência de três feridos e um morto no atentado à bomba no Quartel-General.

O funeral de «Nino» Vieira realiza-se segunda-feira às 11:00 (mesma hora em Lisboa) e o de Tagmé Na Waié já na quinta-feira.

Lusa

 

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Lancero

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« Responder #125 em: Março 04, 2009, 02:33:51 pm »
IMAGEM

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Blood on the walls of the house of the late Guinea-Bissau President, Nino Vieira, 69, that was killed yesterday in Bissau, after an attack to his house, in Guinea-Bissau, 03 march 2009. ANTONIO ALY SILVA/LUSA
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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André

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« Responder #126 em: Março 04, 2009, 10:40:38 pm »
«O que está a acontecer é uma pena» diz Kumba Ialá



O ex-Presidente guineense Kumba Ialá, derrubado em 2003 por um golpe de estado perpetrado por militares, disse hoje à Lusa que acompanha o que está a passar na Guiné-Bissau com «pena».

«É uma pena. É uma pena. É por causa disso que eu, no quadro do meu partido (Partido da Renovação Social), defendemos uma política de não-violência. Qualquer que sejam as questões a resolver temos que priorizar o diálogo, a tolerância, sempre no quadro da paz para procurar uma solução pacífica, para resolvermos os problemas», disse Kumba Ialá, contactado telefonicamente em Dakar, onde se encontra há uma semana.

Nas primeiras declarações do político guineense, desde os atentados que vitimaram o Presidente «Nino» Vieira e o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armas, Tagmé Na Waié, Kumba Ialá disse estar «disponível« para contribuir para a unidade do país.

«Eu não vou abandonar o meu pais. Estou disponível para dar a minha prestação dentro do espírito de unidade nacional para benefício do país«, frisou.

Kumba Ialá (que se converteu recentemente ao Islão e mudou o nome para Mohamed Ialá) não foi claro sobre os seus projectos políticos, nomeadamente se tenciona apresentar-se às próximas presidenciais, que se deverão realizar dentro de 60 dias.

«É uma questão que dependerá do partido e também da minha vontade, porque não posso estar todo o tempo a aparecer nas eleições e ser roubado na presença de todas as pessoas», referindo-se às últimas eleições legislativas, em Novembro passado, quando o PRS sofreu uma derrota para o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, que garantiu a maioria qualificada.

Lusa

 

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Jorge Pereira

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« Responder #127 em: Março 05, 2009, 12:00:02 am »
Um factor importante para compreender esta crise:

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Guiné-Bissau: Conduta da coca para a Europa

ELMANO MADAÍL

A Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do Mundo, figurando em antepenúltimo lugar no último relatório do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento, é também um dos mais apetecidos pelos narcotraficantes latino-americanos para enviar cocaína aos toxicodependentes da Europa. Precisamente pela sua pobreza e, talvez mais importante, pela sua localização geográfica, na África Ocidental.

Situada na "Costa Dourada", debruada por uma série de "Estados falhados" - paupérrimos, devastados pela guerra e liderados por elites corruptas -, a Guiné-Bissau é o mais falhado de todos, com uma instabilidade política que antecede a própria independência e que já liquidou, violentamente, três chefes de Estado. Aquele, incapaz de fazer prevalecer a lei, por falta de autoridades policiais minimamente equipadas - não há armas, nem material de comunicação, nem sequer uma única prisão, no país inteiro, para encarcerar eventuais criminosos -, foi rapidamente adoptada pelos cartéis colombianos. Estima-se que haja, hoje, 60 traficantes da Colômbia instalados no país.

Aqueles foram obrigado a encontrar alternativas à via tradicional, que passava pelas Caraíbas - designadamente Panamá e Jamaica -, quando aumentou a vigilância dos EUA. Por outro lado, a América Central foi-se tornando demasiado perigosa para os colombianos à medida que os narcotraficiantes mexicanos se tornavam mais poderosos e pouco tolerantes à concorrência do sul.

Assim, descobriram África e, nela, Guiné-Bissau. Para lá da instabilidade do poder, a situação do país é ideal, constituindo o trajecto mais curto entre a produção de cocaína da América Latina e os toxicodependentes europeus. Por via aérea, a droga é expedida da Colômbia com uma paragem apenas, para reabastecimento, no Brasil, sem problemas de aterragem em Bissau dada a ausência de Força Aérea e a relativa abundância de pistas de aterragem legadas por décadas de guerra.

Pelo mar, os atractivos são ainda maiores: a configuração altamente recortada da costa, com a extensão de 350 quilómetros e um arquipélago de 82 ilhas, oferece toda a discrição para ancorar nas múltiplas enseadas e fazer desembarcar toneladas de droga. Para mais quando há apenas um velho navio, já comido pela ferrugem, para patrulhar aquela zona marítima. A droga segue viagem a bordo de navios que partem do Brasil e da Venezuela, navegando a coberto da noite; durante o dia, permanecem estacionários no Oceano, camuflados por coberturas azuis que os tornam indectáveis do ar. Após quatro ou cinco dias de travessia, a carga é desembarcada por lanchas rápidas.

Depois, é expedida para a Europa - uma tonelada por dia, segundo a ONU.

A via mais directa é por avião, recorrendo a "mulas", isto é, indivíduos que transportam a cocaína em voos comerciais, arriscando-se a serem detidos nas alfândegas europeias. Foi o que aconteceu em Dezembro de 2006, por exemplo, em que num único voo de Bissau para Amesterdão, seguiam 32 "mulas". Todavia, num país cujo rendimento diário per capita é, em média, de 80 cêntimos, não faltam candidatos. Por terra, as "mulas" utilizam os velhos trilhos do tráfego de cannabis, conhecidos há muito em Marrocos. Tanto neste caso como por mar, Espanha e Portugal são as portas de entrada na Europa.

Fonte



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Guiné-Bissau transforma-se no primeiro narcoestado africano

Pobre e estrategicamente localizado, país é usado por traficantes colombianos como trampolim para mercado europeu.

Cristiano Dias

Há três anos, um naufrágio na Ponta de Ondame, na região de Biombo, no litoral de Guiné-Bissau, mudou a vida dos pescadores da região. Quando puxaram a rede de arrasto, deram de cara com aqueles estranhos pacotes que embrulhavam um pó branco. Os crédulos não tinham a menor idéia do que haviam encontrado. Alguns espalharam a poeira branca sobre as plantações de tomate, liquidando o cultivo. Outros preferiram utilizar como tempero na comida. Só algum tempo depois, quando dois colombianos apareceram na cidadezinha de Quinhamel carregando uma valise com US$ 1 milhão para comprar de volta o carregamento, eles aprenderam o significado da palavra cocaína.

A incrível história dos pescadores de Biombo é apenas uma ponta da tragédia na qual mergulhou a ex-colônia portuguesa de apenas 1,5 milhão de habitantes, que rapidamente vem se transformando no primeiro narcoestado da África. Segundo estimativas da ONU, a quantidade de cocaína que entra em Guiné-Bissau em apenas um mês é igual ao Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do país, que é de US$ 304 milhões - mesma quantia que estúdios de Hollywood gastam de uma só tacada para produzir filmes como Homem Aranha 3 e Piratas do Caribe.

Esquecido em um canto da África Ocidental, Guiné-Bissau é um país acostumado a catástrofes. Independente desde 1974, acumula quatro golpes de Estado e uma guerra civil (1998-1999). Terceiro país mais pobre do mundo, atualmente ocupa a 175ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU.

O último capítulo do drama guineense começou a ser escrito quando a cocaína, fugindo do saturado mercado americano, tomou o rumo da Europa. A droga chega ao país, que fica na África Ocidental, de duas maneiras: por avião da Colômbia - com uma parada no Brasil para reabastecer - ou de navios que partem da Venezuela ou do Brasil com cocaína colombiana. As embarcações viajam apenas de noite. Durante o dia, ficam imóveis e cobertas por lonas azuis para evitar serem detectadas por vigilância aérea. A jornada termina após cinco dias.

O maior problema de enviar cocaína para a Europa é a logística. Diferente dos EUA, cujo mercado consumidor está próximo dos produtores, os barões da coca precisam de um ponto de passagem para armazenar e processar grandes quantidades de cocaína antes de dividi-la entre milhares de pequenos traficantes que levam a droga ao mercado europeu.

A cocaína chega à Europa em cargueiros que desembarcam na Espanha ou Portugal, por via terrestre através do Marrocos (na antiga rota da maconha) ou diretamente em aviões por meio de “mulas” (pessoas que transportam o produto). Em um único vôo para Amsterdã, em dezembro de 2006, havia 32 mulas com cocaína de Guiné-Bissau, segundo o jornal britânico The Observer.

LUCRO

Para os traficantes, um grande negócio. O quilo da droga em Londres chega a custar US$ 40 mil, o dobro do preço pago nas grandes cidades dos EUA. Segundo o Escritório da ONU para o Crime e Drogas (UNODC), um quarto da cocaína consumida no oeste da Europa vem da África Ocidental.

A atividade dos cartéis colombianos e de outros países nessa região do continente africano cresceu rapidamente. Desde 2003, 99% de todas as drogas apreendidas na África foram encontradas no oeste do continente. Entre 1998 e 2003, a quantidade total de cocaína apreendida a cada ano ficou por volta de 600 quilos. Mas em 2007 esse total aumentou em cinco vezes - nos primeiros nove meses do ano passado, a apreensão de cocaína chegou a 5,6 toneladas.

PARAÍSO

Os narcotraficantes adotaram o desabitado litoral de Guiné-Bissau como base porque sua geografia é perfeita. O litoral, com 82 ilhas, é recortado por meia dúzia de deltas e pântanos inacessíveis por terra. O cenário idílico para o tráfico se completa com as centenas de pistas de vôo abandonadas, construídas pelos portugueses durante a guerra contra os movimentos separatistas, nos anos 60.

A falência do Estado também dá uma força. A polícia guineense não tem dinheiro para comprar rádios e ainda trabalha sobre surradas máquinas de escrever. Para perseguir os bandidões existem quatro carros, mas dois estão quebrados.

Mesmo que capturassem algum traficante, não haveria onde colocá-lo. A única prisão do país foi incendiada durante a guerra civil e os presos locais passaram a ser encarcerados em celas temporárias no prédio do Ministério do Comércio.

A falta de dinheiro transforma os órgãos do governo em presa fácil da corrupção. Tudo isso somado e temos nas ruas de Bissau, capital do país, traficantes colombianospasseando em carros de luxo e farreando nos restaurantes da cidade.

A vida só não é perfeita para os apaniguados dos cartéis porque, mesmo com o vento a favor e contrariando todas as probabilidades, a polícia realiza algumas apreensões de vez em quando. Em setembro de 2006, a polícia interceptou 674 quilos de cocaína - alguns dias depois a droga sumiu misteriosamente de uma sala do prédio do Tesouro.

Os traficantes reagiram e agoram sobram acusações de corrupção envolvendo policiais (leia quadro). Mesmo assim, desde 2005, a polícia conseguiu realizar 50 grandes apreensões, a maioria por obra do acaso. Estima-se que, em valores de mercado, a cocaína apreendida ultrapasse 20% do PIB.

Fonte


 
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Daniel

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« Responder #128 em: Março 05, 2009, 10:41:19 am »
“Nino teve morte lenta e bárbara”

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Cinco dias depois do assassínio de Nino Vieira, continuam a surgir versões distintas sobre como morreu o Chefe de Estado guineense. O escritor britânico Frederick Forsyth, que chegou a Bissau no domingo, assegura que Nino teve uma morte "lenta e bárbara". Em declarações à BBC, Forsyth afirmou que o presidente "foi ferido numa explosão, atingido com tiros e cortado em pedaços com golpes de catana".




"Eles entraram na casa do presidente Nino e lançaram uma bomba pela janela. O telhado ruiu e ele ficou ferido. Tentou levantar-se e foi baleado, mas não mortalmente. Foi então que eles o cortaram em pedaços", afirma Forsyth, que obteve as informações durante um jantar com um perito que acompanha as investigações. Refira-se que o escritor se deslocou a Bissau para fazer pesquisas para um novo livro.

A versão avançada por Forsyth é uma de entre muitas contadas em Bissau. O jornal cabo-verdiano ‘A Semana Online’ faz eco de uma delas, segundo a qual Nino terá sido "degolado à maneira balanta, etnia do general Tagma Na Waie", assassinado no domingo. Há uma outra que refere que deceparam as mãos do presidente. Por outro lado, o CM contactou uma fonte castrense em Bissau segundo a qual Nino foi golpeado à catanada depois de morto.

Entretanto, em Bissau, o novo presidente interino, Raimundo Pereira, faz diligências para convocar eleições dentro de sessenta dias, como impõe a Constituição.

VIAGENS DESACONSELHADAS

O Governo português recomendou "prudência" aos portugueses que pretendam viajar para a Guiné-Bissau, mas ressalva que a situação naquele país está calma.

"A situação está calma e a embaixada mantém contactos com os cidadãos portugueses a residir na Guiné-Bissau", disse uma fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades. "Quanto à ida de portugueses para a Guiné-Bissau, naturalmente que enquanto a situação não estiver totalmente normalizada, recomenda-se alguma prudência", acrescentou.

Refira-se que há 2800 portugueses na Guiné-Bissau, 2500 dos quais com dupla nacionalidade.

Também o Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros recomendou aos seus cidadãos que não viajem para a Guiné-Bissau até novo aviso. Aos que já estão no país, o Ministério aconselha a não saírem de casa depois das 18h00.

MAIS DADOS

APELO AOS MILITARES

O chefe de Estado interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, apelou aos militares para que respeitem a Constituição e as instituições eleitas.

FUNERAL DE NINO VIEIRA

O funeral do presidente guineense realiza-se na terça-feira, pelas 11h00, enquanto o de Tagma Na Waie, líder dos militares, está marcado para sábado, faltando confirmar a hora.

KUMBA IALÁ DISPONÍVEL

O ex-presidente Kumba Ialá, de etnia balanta, disse que "é uma pena" o que está a passar no país e afirmou-se disponível para a servir o Estado.

FORÇA INTERNACIONAL

O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, descartou qualquer tipo de intervenção no país, afirmando ter recebido garantias de paz dos políticos e dos militares.

 

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Daniel

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« Responder #129 em: Março 05, 2009, 10:44:20 am »
«O que está a acontecer é uma pena» diz Kumba Ialá


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Kumba Ialá (que se converteu recentemente ao Islão e mudou o nome para Mohamed Ialá)


Seria o pior que podia acontecer, era esse senhor chegar ao poder, converteu-se ao islão, e antes qual era a religião dele  :?:
 

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LM

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« Responder #130 em: Março 05, 2009, 02:45:26 pm »
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Está reforçada a explicação de ajuste de contas na Guiné. O general Tagmé Na Waie esperava um atentado e avisou os oficiais balantas: "Eu morro de manhã e o Nino morre à noite"

Vingança teve momentos de grande violência

O Presidente Nino Vieira foi assassinado com grande brutalidade pelos militares leais ao chefe do Estado-Maior Tagmé Na Waié, que fora por sua vez morto horas antes num atentado à bomba. Nino foi morto à catanada, sabe o DN. Sofreu golpes violentíssimos que o desfiguraram e já tinha profundas fracturas no crânio quando lhe deram o tiro de misericórdia.

Segundo fontes contactadas pelo DN em Bissau, a morte dos dois homens-fortes da Guiné teve na origem a velha rivalidade entre Tagmé e Nino, um ódio que remontava aos anos 80. O chefe do Estado-Maior sabia da iminência de um atentado contra a sua vida e deu instruções aos militares balantas que lhe eram fiéis: "Eu morro de manhã e o Nino morre à noite", terá dito o general, segundo garantiu ao DN um antigo ministro guineense.

"Tagmé teria conhecimento de que chegara uma bomba", garantiu esta fonte, que sublinhou a sofisticação do atentado contra o general. O profissionalismo do ataque (que foi inédito na Guiné e transcende as capacidades das forças armadas locais) sugere a ajuda das redes de narcotráfico, que são controladas por sul-americanos.

As fontes guineenses atribuem a Nino Vieira o atentado contra Tagmé Na Waié. A explicação é a seguinte: Nino controlava a presidência e parte do poder civil, mas teve uma importante derrota nas eleições legislativas de Novembro, que o PAIGC liderado por Carlos Gomes Júnior ganhou com maioria absoluta, elegendo 67 dos 100 deputados. O partido apoiado por Nino Vieira, o PRID, que era liderado pelo antigo primeiro-ministro Aristides Pereira, conseguiu apenas 3 eleitos.

O poder militar é aquele que verdadeiramente conta na Guiné-Bissau e o Presidente tinha aí uma séria desvantagem, pois contava apenas com alguns apoios na marinha. Logo após o atentado contra Tagmé, Nino Vieira convocou o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior para uma reunião onde lhe seria imposto um novo chefe de Estado-maior da facção ninista. Mas o presidente terá cometido um erro de precipitação, ao convocar o primeiro-ministro escassos minutos depois do atentado, traindo o seu conhecimento do mesmo: Carlos Gomes recusou-se a comparecer. Também se afirma que Nino esperava a protecção da marinha e que esta não se concretizou.

Neste ponto dos relatos sobre os acontecimentos da madrugada de domingo surge um mistério: por que razão Nino Vieira não tentou fugir mais cedo? O presidente teve muitas horas para escapar, mas não o fez.

O actual poder da Guiné-Bissau está nas mãos dos militares fiéis a Tagmé Na Waié, uma nova geração de oficiais. O novo homem-forte será Zamora Induta, mas o poder militar não está clarificado. De qualquer forma, a situação parece estável.

O poder civil encontra-se nas mãos do PAIGC. O Presidente interino, Raimundo Pereira, exercia o cargo de presidente do Parlamento. De 52 anos, é um jurista formado em Portugal.

A sequência da situação política na Guiné-Bissau tem inúmeras incógnitas. Para alguns "é o fim de uma Era" dominada pelo impiedoso Nino Vieira. Mas no horizonte há problemas. O maior deles parece ser o narcotráfico e a corrupção. Também não se pode esquecer a questão da balantização das forças armadas, facto que as outras etnias observam com extrema preocupação.

A presidência de Raimundo Pereira também poderá ser breve. A Constituição prevê eleições em dois meses, mas será impossível cumprir o prazo. Os outros partidos temem a hegemonia do PAIGC e quererão negociar um presidente transitório consensual.


Fonte: DN 4Mar09
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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migbar2

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« Responder #131 em: Março 05, 2009, 10:49:20 pm »
Citação de: "Daniel"
«O que está a acontecer é uma pena» diz Kumba Ialá


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Kumba Ialá (que se converteu recentemente ao Islão e mudou o nome para Mohamed Ialá)

Seria o pior que podia acontecer, era esse senhor chegar ao poder, converteu-se ao islão, e antes qual era a religião dele  :?:





                                Dinheirão ?      :jok:
 

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André

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« Responder #132 em: Março 06, 2009, 01:40:39 pm »
Ainda não há detidos após atentados


Quatro dias após o assassínio do Presidente «Nino» Vieira, poucas horas depois de uma atentado à bomba que matou o comandante das Forças Armadas, a Justiça guineense ainda não indicou ou prendeu suspeitos nem prestou informações sobre as investigações.

Fonte policial disse à Lusa que não existem ainda detenções realizadas no ambito dos processos sobre o duplo atentado na capital guineense, que vitimou o Presidente da República, «Nino» Vieira, e o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Tagmé Na Waié.

A dois dias do funeral do general Tagmé Na Waié, a Justiça guineense não prestou até ao momento qualquer informação oficial sobre o processo em curso, estando ainda a ser criada a comissão de inquérito solicitada pelo conselho de ministros, na segunda-feira, ao procurador-geral da República.

Notícias veiculadas em Lisboa e em Bissau dão conta da prisão de um primeiro suspeito: o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, coronel Arsénio Baldé.

«Não estou detido. Estou no meu gabinete a trabalhar», disse Arsénio Baldé, em declarações à Agência Lusa.

«É completamente mentira e não sei onde inventaram aquela história», disse Arsénio Baldé, reagindo a notícias de que terá sido ele próprio a colocar a bomba no Quartel-General usada no atentado de domingo que matou o general Tagmé Na Waié.

O Governo da Guiné-Bissau desconhece também a informação de que o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas teria descoberto 200 quilogramas da droga num hangar do aeroporto uma semana antes de morrer.

«O Governo não tem conhecimento desses dados», afirmou o ministro da Comunicação Social e porta-voz do executivo, Fernando Mendonça.

«Como deve calcular nessas circunstâncias, desde que desapareceu o general Tagmé Na Waié, tem havido muita coisa que tem sido dita. Acho que nestes momentos as pessoas deviam serenar os ânimos, ajudar para que haja um melhor discernimento e trabalhar para que a desejada paz e estabilidade possam reinar», afirmou o porta-voz do governo guineense.

Lusa

 

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Lancero

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« Responder #133 em: Março 10, 2009, 05:49:56 pm »
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Guiné-Bissau: CPLP tem instrumentos militares para ajudar o país - CEMGFA português    

   Maputo, 10 Mar (Lusa) - O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas  (CEMGFA) português afirmou hoje que existem instrumentos militares na Comunidade  dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para ajudar a Guiné-Bissau, embora  a decisão seja "puramente política".    

 

   "Em termos militares há instrumentos. A situação na Guiné-Bissau justifica  que estejamos com essa probabilidade tão próxima da nossa vista", afirmou  Valença Pinto à chegada a Maputo para uma visita oficial de quatro dias  a Moçambique.  

 

   "No quadro geral da CPLP isso é uma questão puramente política. O que  é também facto é que há no plano militar da CPLP instrumentos, práticas  que permitem e favorecem a cooperação entre os países-membros se houver  uma decisão política nesse sentido", referiu.  

 

   A este respeito, Valença Pinto lembrou que está a ser edificada "uma  doutrina militar comum à CPLP virada para as operações de reposição e manutenção  da paz".  

 

   O CEMGFA português lamentou os assassínios do Presidente "Nino" Vieira  e do CEMGFA guineense, Tagmé Na Waié, e defendeu uma "ajuda mais estruturada"  à Guiné-Bissau  

 

   "Todos nós, cidadãos dos países da CPLP, sobretudo se temos um maior  grau de responsabilidade na vida pública, temos seguramente que estar preocupados  [com a situação na Guiné-Bissau]", disse Valença Pinto.  

 

   "Temos que ter certamente uma atitude de ajuda mais estruturada e também  de exigência", prosseguiu.  

 

   Instado a comentar o actual momento da Guiné-Bissau, o CEMGFA português  mostrou-se confiante no empenho das autoridades guineenses, "agora restabelecidas",  em encontrar "um futuro melhor para o país e um futuro melhor para o povo  da Guiné-Bissau, que tanto o merece e tanto precisa dele".  

 

   No que às autoridades militares portuguesas diz respeito, a situação  da Guiné-Bissau é avaliada no plano da "segurança dos cidadãos portugueses"  aí residentes.  

 

   "Sempre que há crises dessas em países onde temos muitos (cidadãos)  nacionais, temos preocupações com a segurança dessas pessoas e portanto  temos que encarar não mais do que isso: operações de evacuação", disse.  

 

   O Presidente guineense foi assassinado a 02 de Março durante um ataque  à sua residência, levado a cabo por militares, horas depois do atentado  à bomba que matou o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, cujo  funeral se realizou domingo.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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legionario

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« Responder #134 em: Março 10, 2009, 06:30:28 pm »
Eu acho excelente que a CPLP tenha avançado logo no terreno para gerir a situaçao. Repare-se que noutros paises africanos em situaçao de crise mete-se tudo a dar sentenças : os EUA, a UE, a ONU, etc. falam todos mas ninguem faz nada . No caso da Guiné, a CPLP assumiu logo o papel de mediador ( e mais se necessario...) e a comunidade internacional esta com a sensaçao que o problema guineense esta sob controlo .