Amado assegura que portugueses «estão bem»
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse hoje acreditar que a situação na Guiné-Bissau «está sob controle», assegurando que a comunidade portuguesa aí residente «está bem».
«Creio que a situção está sob controle. Felizmente a espiral de violência que ocorreu na noite anterior não se repetiu nesta noite. E, a comunidade portuguesa está bem», afirmou Luís Amado, em declarações aos jornalistas em Berlim, onde se encontra integrado na comitiva que acompanha a visita de Estado do Presidente da República à Alemanha, que começou hoje e termina na sexta-feira.
Recordando que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho, está hoje em Bissau no âmbito de uma missão da CPLP, Luís Amado adiantou que a leitura do Governo português é que «independentemente da responsabilização de quem cometeu os bárbaros assassinatos na noite anterior, importa acautelar a estabilidade política em Bissau».
«A nossa preocupação era que a ordem constitucional fosse reposta e, felizmente, esse processo está em curso», sublinhou.
O Presidente da Guiné-Bissau foi morto por militares na segunda-feira durante um ataque à sua residência, depois de no domingo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do país, o general Tagmé Na Waié, ter sido assassinado num atentado à bomba.
O ministro dos Negócios Estrangeiros adiantou ainda que segunda-feira à noite falou com o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, que lhe deu conta das acções que o executivo tem tomado e garantiu que está «investido de plenos poderes».
«Acreditamos que podemos muito rapidamente contribuir para a normalização da vida política em Bissau», acresecentou.
Luís Amado reconheceu ainda que têm existido crises cíclicas na Guiné-Bissau, mas recordou que «há um longo ciclo de instabilidade que foi criado como o golpe de Estado de 1999».
Aliás, continuou, «alguns dos episódios mais violentos que têm marcado a vida política em Bissau estão ainda relacionados com as contradições e os conflitos de interesses que marcaram esse golpe de 99».
«Acredito que de crise em crise, o processo político vai estabilizar«, enfatizou, sublinhando a »reacção muito positiva« que a população tem tido às propostas de democratização e de consolidação dos processos democráticos.
«As elites militares e políticas da Guiné-Bissau têm que ter em consideração o que tem sido a vontade expressa pelo povo da Guiné de ter estabilidade, Governos estáveis», referiu.
Por isso, acrescentou, este é também «um momento de grande responsabilidade para todos os dirigentes políticos».
Lusa