Acho que até saia mais barato à FAP de ter a maioria dos pilotos em regime part-time do que a tempo inteiro.
Sim, mas com que tipo de pilotos ficariamos?
Pilotar um F16 tem exigências físicas que não se compadecem com uma vida cheia de "vícios" civis.
De que nos serviria a nós ter pilotos só para fazer número?
Ainda à bem pouco tempo se protestava por aqui pela "triste" figura que os nossos F16 fizeram contra os Sea Harriers ingleses, servindo a desculpa da falta de treino como uma das explicações para a situação.
Ordenados mais elevados, e fortes restrições à saída de pilotos resolveriam o problema.
Nem acredito no argumento de que se os pilotos não pudessem sair para o mercado civil não teríamos candidatos.
Quando alguém deseja ser piloto da Força Aérea, deseja-o pela enorme vontade de o ser, e não pela hipotética passagem para o mercado civil.
Essa passagem só acontece pelo facilitismo instalado, e pelo aliciamento que as companhias aéreas fazem aos pilotos militares, devido à permissividade que a lei permite.
Numa função tão específica, como um piloto da Força aérea, deve haver leis especiais, ao nível da especificidade da função.
Quanto custa ao Estado formar um piloto militar?
Quanto custa a uma companhia aérea formar um piloto comercial?
Países de outra dimensão poder-se-ão dar ao luxo de ser "permissivos" devido à imensa capacidade de captação de que dispõem.
Nós, em assuntos tão importantes para a nossa integridade nacional, por a Força Aérea ser um pilar importante da nossa Defesa, devemos adequar as leis ás nossas necessidades intrínsecas, e não embarcarmos na conversa da igualdade da oportunidades.
Restrinjam fortemente a saída de pilotos e o problema deixará de o ser.
E quem não gostar da situação, não se candidate a piloto da Força Aérea.
Se souber à partida as regras por que se vai reger, saberá o que o espera no futuro, e não haverá argumentos de insatisfação que tenham validade prática.