R - Dos 600 candidatos muitos não entram por selecção nas provas. É claro que há um número limitado de vagas, mas esse número é estabelecido pela FAP em função das necessidades do ramo, não propriamente por questões orçamentais.
Então alguem devia redefenir as necessidades do ramo, já que pelos vistos estão a meter água.
Em 600 entram 30 por ano ou menos, a não ser que se acredite que um piloto tenha que pertencer aos 95 percentil (nível dos superdotados) só podemos concluir que a FAP está a admitir pessoal a menos.
O problema não está no nº de pilotos que sai por ano da academia
Não estou a falar de pilotos que saem da academia, esrtou a falar de pilotos que saem da FAP, para a TAP ou outras, são só 7 ou 8 por ano. Bastava compensar esse valor.
Ou não seja não é aumentando o nº de pilotos na academia que se resolve o problema. Até podiam sair 10 ou 20 pilotos por ano, que isso não impedia de passarem na mesma para a aviação comercial.
Por essa ordem de ideias a aviação comercial era um poço sem fundo para pilotos. Mas não é, o mercado tem vindo a crescer mas a um determinado ritmo. A questão da "sangria de pilotos" não passa de um embuste para esconder o verdadeiro problema, que é a falta crónica de verbas e o facto de há muitos anos as vagas para a AFA serem manifestamente abaixo das necessidades.
O problema da sangria está na diferença de salários e de condições que existe entre aviação militar e comercial. Aí é que está o problema não é na academia. Também está no facto de até agora a FAP ser praticamente a única instituição a formar pilotos em Portugal, o que também tem que mudar. A partir do momento em que as universidades comecem a formar pilotos a situação também pode mudar. Já existe uma que o faz.
Na TAP são só 50% os pilotos de origem FAP, existem muitas escolas certificadas para formar Pilotos de linha aérea (PLAA).
E piloto não é um curso superior.
Na realidade o que sucede é que os cursos sucessivos são muito caros, culpa do estado; o sector está feudalizado em torno de um grupinho de influência que controla o INAC, culpa do estado; Existe uma enorme corrupção no sector, culpa do estado; e pouco ou nada se tem feito para alterar a situação, culpa do estado.
A questão da Bélgica manter 74 F-16 (penso que são 72 MLU) tem antes de mais nada a ver com aquilo que a Bélgica entende serem as suas necessidades de defesa a esse nível. É claro que para manter essa estrutura e mesmo das suas FAs a Bélgica gasta por ano em defesa 2 milhões e 300 mil euros, enquanto que Portugal gasta 1600 milhões de euros. E se formos a ver a percentagem de PIB da Bélgica gasta na defesa (1,1%) é ligeiramente menor que a nossa de 1,3%. Portanto, a Bélgica tem mais recursos que o nosso país para gastar na defesa e por isso é que pode ter 72 F-16 MLU. Nós não.
A Bélgica gasta mais, precisamente porque os militares na Bélgica ganham mais. O que se passa é que a Belgica gere melhor o seu orçamento de defesa.
Quanto ao problema dos pilotos ele não se coloca na Bélgica da mesma forma que aqui porque o vencimento de um piloto belga na força aérea é maior do que de um português e a diferença do mesmo em relação à aviação comercial não será tão significativa como em Portugal.
É a mesma coisa, um piloto militar ganha mais mas um comercial tb ganha mais.
Além disso a diferença em Portugal não é assim tão grande salvo para comandantes, e são precisos entre 8 a 10 anos para se atingir o posto de comandante.