Já agora que estão com comparações, deixem-me fazer uma comparação sobre a produção de uma espingarda de assalto cá em Portugal.
Se realmente existisse vontade, diria com base nas situações actuais e na nossa história com os outros países que provavelmente era muitos mais fácil a IMI produzir cá espingardas Tavor modificadas para calibre 7.62, do que a produção da G-36 (5.56).
Quanto à G-36, duvido muito que a Heckler & Koch tivesse vontade de instalar uma fábrica cá em Portugal. A verdade é que qualquer G-36 que Portugal compre será fabricada na Alemanha ou na Espanha. A nível económico e mesmo a nível de relações entre a H&K com a Espanha, é mais viável Espanha continuar a produzir armas para o resto do mundo como já fez para as suas próprias G-36, em vez de estar a gastar dinheiro a instalar uma fábrica em Portugal que só iria fabricar armas para o mercado nacional - claro que isto já foi mencionado.
Agora quanto à Tavor acho pessoalmente - e escrevi pessoalmente, e até gostaria de ouvir a opinião de outros membros que têm mais conhecimentos a nível de relações entre Israel e Portugal e sobre armamento - que a IMI não teria qualquer problema em instalar uma fábrica em Portugal e até um centro de desenvolvimento para ajudar Portugal a desenvolver uma Tavor para o calibre 7.62. Escrevo isto, pois a Tavor não tem ainda grande domínio a nível de mercado global como a G-36, e pois a IMI também tem algum interesse em que novas versões da Tavor sejam desenvolvidas.
Claro que quanto à G-36 ainda ficaria a possibilidade, como já indicaram, de fazer que nem o México fez, e comprar equipamento e uma licença à H&K para a produção de uma espingarda de assalto portuguesa baseada na G-36. Mas isto também não seria algo economicamente viável e só viria atrasar ainda mais a entrega das armas. O porquê de não economicamente viável, é que ao contrário do México, Portugal não teria mercado para exportar a sua espingarda de assalto, nem para os PALOP, pois não traria nada de novo comparado com a G-36 e a FX-05. Agora, no meu ponto de vista, uma Tavor 7.62, mesmo sendo bullpup, já traria mais algumas vantagens a nível de know how, e já traria algo de novo ao mercado internacional. Sendo assim já se poderia rentabilizar a produção não só para o mercado nacional mas também para o mercado internacional.
Mas agora pondo de parte este assunto, acho que não é preciso estarmos aqui a discutir sobre calibres 5.56 e 7.62, pois pelo que dá a entender as FA, ou pelo menos o (des)governo, já tomaram a decisão de mudar para o calibre 5.56. Mas claro que isto deverá ter tido mais interesses políticos e de logística do a nível de vantagens.
Cumprimentos,
PS: Vejo que enquanto respondia aos posts da página anterior, a discussão já avançou mais.