Notícias da Marinha

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luis filipe silva

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« Responder #645 em: Julho 12, 2008, 05:38:45 pm »
de la Perière escreveu:
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Parece-me que afinal a vida nem sempre é fácil.


Pois meu caro
Se no cenário de furacão que o meu caro pretende não é fácil para nós, também o não é para o inimigo. Sugiro então que parem a guerra durante dois ou três dias c34x
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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jmg

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« Responder #646 em: Julho 13, 2008, 10:07:51 pm »
Luis filipe Silva ou outro entendido:
Falando em tempestade ou furacão, o mau tempo que pode impedir um navio de operar correctamente também tem inflûencia na manobra de um submarino???
Suponho que as correntes também fiquem mais fortes mas será assim tão impeditivo para um sub?
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

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« Responder #647 em: Julho 13, 2008, 10:24:29 pm »
Na 2GG o mau tempo tinha influencia na aquisição dos alvos (por periscópio) e no disparo dos torpedos normais. Presentemente com os modernos sonares e torpedos filoguiados não estou tão certo
Cumprimentos
 

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DC 38

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« Responder #648 em: Julho 13, 2008, 10:36:08 pm »
Citação de: "jmg"
Luis filipe Silva ou outro entendido:
Falando em tempestade ou furacão, o mau tempo que pode impedir um navio de operar correctamente também tem inflûencia na manobra de um submarino???
Suponho que as correntes também fiquem mais fortes mas será assim tão impeditivo para um sub?


A agitação marítima causada pela ondulação diminui com a profundidade.

Claro que quando o mar está mau (4-5mts) à cota periscópica sente-se o mar, mas não como num navio de superficie, mas sim torna-se mais complicado ao marinheiro dos lemes horizontais manter a cota ordenada...mas em imersão profunda, esse efeito deixa de se sentir.

As correntes submarinas têm influência no rumo do navio, mas que vai sendo corrigdo (tal e qual como na corrente de superficie).

Assim concluo, que o estado do mar pouca influência tem no desempenho operacional dos submarinos, pois quer o desempenho da plataforma, quer o desempenho humano são muito pouco afetcados.

Cumprimentos
"Sem a loucura que é o Homem, mais que a besta sadia cadáver adiado que procria..." F.Pessoa (in Mensagem)
 

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SSK

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« Responder #649 em: Julho 13, 2008, 11:07:29 pm »
A plataforma pouco sofre, mas os sonares sofrem com o aumento de ruído ambiente. Sendo deste modo mais difícil a detecção de efeitos hidrofónicos. Não tem influência na operação mas alguma na operacionalidade.

Os navios de superfície ficam com os sonares praticamente surdos!
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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jmg

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« Responder #650 em: Julho 14, 2008, 07:28:54 pm »
Citação de: "DC 38"



As correntes submarinas têm influência no rumo do navio, mas que vai sendo corrigdo (tal e qual como na corrente de superficie).


Mais uma vez, desculpem a burrice, mas como debaixo de água não se vê nada, como é feita a navegação, como sabemos que as correntes estão a "empurrar" o SUB?
Não me refiro à actualidade com GPS, mas existem cartas de correntes?
Como era feita a determinação precisa da posição do SUB antes do GPS?
Obrigado.
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
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ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

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SSK

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« Responder #651 em: Julho 14, 2008, 07:49:41 pm »
Não é burrice nenhuma!

O GPS debaixo de água, em imersão profunda, não funciona e não existem cartas de correntes. Existem cartas mais pormenorizadas de algumas zonas como por exemplo do estreito de Gibraltar, mas são todas classificadas.
Antes do GPS existiam sistemas como o Decca ou o Lauren C. Antes disso tínhamos a navegação astronómica (que ainda hoje se usa). Bem como a transmissão do sinal horário em HF.

Antes de continuar, imersão profunda é toda a profundidade para baixo da profundidade em que se consegue fazer uso do periscópio (cota periscópica).

Em imersão profunda faz-se navegação de 3 maneiras. Passo a explicar:

:arrow: Navegação por estima, ao passarmos a navegar em imersão profunda faz-se a última leitura de uma posição conhecida (GPS, Azimutes, radar, etc...) como sendo a posição de referência. A partir deste momento todos os cálculos são feitos pela mesa de registo que recebe informação do rumo e da velocidade do submarino. Assim com a passagem do tempo temos um circulo de erro associado ao submarino. Este circulo vai aumentando com a passagem do tempo e as milhas percorridas.

 :arrow: Navegação inercial, é em tudo idêntico ao anterior mas desta vez com um sistema inercial em vez do sistema de rodas dentadas das velhas mesas de registo.

No que diz respeito à corrente, que ainda não expliquei pode ser calculada através da velocidade que nós sabemos que o submarino faz para determinado regime de motores. Se não tivermos a hipótese de usar o periscópio ou o GPS nunca temos um valor real da corrente, mas temos sempre um valor aproximado.
É por isto que navegação submarina não é uma ciência tão exacta como a navegação à superfície.
Assim se compreender a aventura que é passar em imersão um estreito ou a foz de um rio, com todas as correntes e diferenças de salinidade a influenciar a manobra da plataforma.
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CarlosMC

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« Responder #652 em: Julho 14, 2008, 08:37:00 pm »
SSK:
Um submarino não tem acelerómetros para saber a(s) rea(l/is) velocidade(s) independentemente das correntes (mesmo em imersão)?
 

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SSK

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« Responder #653 em: Julho 14, 2008, 08:51:55 pm »
Citação de: "CarlosMC"
SSK:
Um submarino não tem acelerómetros para saber a(s) rea(l/is) velocidade(s) independentemente das correntes (mesmo em imersão)?


Os Classe Albacora só têm odometros, que funcionam pelo fluxo da água. Assim sabemos a velocidade relativamente à água e não em relação ao fundo.

Os Classe Tridente já vão ter os acelerómetros para a navegação inercial (MINS).
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CarlosMC

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« Responder #654 em: Julho 14, 2008, 09:11:04 pm »
Citação de: "SSK"
Citação de: "CarlosMC"
SSK:
Um submarino não tem acelerómetros para saber a(s) rea(l/is) velocidade(s) independentemente das correntes (mesmo em imersão)?

Os Classe Albacora só têm odometros, que funcionam pelo fluxo da água. Assim sabemos a velocidade relativamente à água e não em relação ao fundo.

Os Classe Tridente já vão ter os acelerómetros para a navegação inercial (MINS).


Ah ok, não é de admirar dada a antiguidade dos Albacora.

Já agora, outra curiosidade:
Existe algum sistema de compensação da pressão em imersão (ex.: se a pressão interna for de 1,1 atm., o submarino poderá descer a profundidades 10% superiores, não?)?
 

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jmg

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« Responder #655 em: Julho 14, 2008, 09:45:07 pm »
Obrigado SSK.
Ou seja para navegar num submarino é preciso muito "feeling" associado ao "savoir faire" da tripulação acumulado ao longo das muitas horas de submersão.
Aprende-se fazendo não é?
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SSK

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« Responder #656 em: Julho 14, 2008, 09:49:47 pm »
Não existe nenhuma influência da pressão na manobra do submarino. A única limitação é mesmo a resistência do aço do casco resistente. Que é sempre bem superior à cota máxima de operação.

No que diz respeito ao equilíbrio da pressão no interior,  não existe nenhum sistema a bordo com essa função. Caso se suceda algum aumento/diminuição de pressão podemos sempre usar qualquer encanamento que tenha comunicação com o exterior, como por exemplo o mastro snort à cota periscópica ou à superfície ou o porta-voz à superfície. Para além das limitações impostas aos militares, ouvidos ou percentagens reduzidas de oxigénio. Temos também a  limitação física da plataforma que é a abertura das escotilhas em que podem ficar extremamente pesadas ou saem disparadas e lá vão as mãos... O aumento de pressão a bordo pode ser usado para estancar uma entrada de água a bordo.

Daqui a nada já tem um curso de especialização :wink:
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SSK

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« Responder #657 em: Julho 14, 2008, 09:51:29 pm »
Citação de: "jmg"
Obrigado SSK.
Ou seja para navegar num submarino é preciso muito "feeling" associado ao "savoir faire" da tripulação acumulado ao longo das muitas horas de submersão.
Aprende-se fazendo não é?


Eu diria mais um talent bien faire :wink:
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jmg

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« Responder #658 em: Julho 14, 2008, 10:41:21 pm »
Citação de: "SSK"
Daqui a nada já tem um curso de especialização :wink:

Ora agora o saber não ocupa espaço :G-clever:
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
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CarlosMC

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« Responder #659 em: Julho 14, 2008, 11:05:20 pm »
Citação de: "Instrutor"
Ah é verdade, nunca se esqueçam que a qualidade humana é muito superior á qualidade do material, quem se lembra do ano de 1985 quando um pequeno submarino da classe albacora portugues "afundou" num exercicio no Mediterraneo um PORTA AVIOES americano e toda a sua escolta conseguindo eludir os sonares da melhor frota a navegar no Atlantico. Tudo graças à qualidade dos homens, não do material. :wink:

"em 1997 [...] o submarino Tamoio que atuava nas forças agressoras da manobra, logrou ”afundar”, com salvas simuladas, o Navio Espanhol Principe das Astúrias.":
http://piratininga.wordpress.com/2008/0 ... -portugal/

Já agora, qual foi o submarino e o porta-aviões?