Que vantagem de treino? Utilizar os Alpha Jet completamente obsoletos e a perder em todos os campos em relação ao F-16, é uma vantagem em quê?
A performance em voo em BFM. Por alguma razão nos EUA os esquadrões de Aggressor nem sempre usam um caça "topo de gama", por exemplo quando utilizavam os A-4 Skyhawk, ou F-5.
O objectivo do treino dissimilar, é permitir aos pilotos de caça treinarem contra aeronaves a jacto cuja performance e pontos fortes sejam diferentes do caça em uso.
Na altura o AJ cumpria esta missão, hoje esta capacidade não existe.
A comparação não é Alpha Jet vs Super Tucano, é Super Tucano vs M-346 ou TA-50, com estes últimos a poderem cumprir na perfeição estas funções.
Com a vantagem que um avião a jacto com radar e capacidade BVR, abre o leque de treino de combate aéreo para as esquadras operacionais.
Mas claro que isto não importa, porque aumentar a proficiência de pilotos da 201 e 301 é coisa de gente parva.
É só aparentemente a mesma coisa - um sistema como o ST é muito menos dependente do país da empresa fabricante, pela tecnologia que utiliza, pela manutenção que necessita e pela capacidade instalada cá (ie Portugal e mesmo na Europa) para o seu suporte; o F-35 - para além de necessidades de manutenção incomparavelmente superiores e da capacidade estar muito mais dependente dos EUA - ninguém percebe muito bem o que as "atualizações de software" permitem (mesmo sem conhecimento do operador) fazer...
Logo o Lula pode não querer - mesmo sem cobertura jurídica para o fazer - o seu uso, tem é muito menos possibilidade de impor essa vontade; já "Trump & trupe" pode e, pior, mesmo de forma não declarada.
Mais uma vez, estão a ignorar as probabilidades reais disso acontecer. É bem mais provável o Lula exigir que não usemos STs em África contra mercenários russos, do que o Trump recuse a utilização dos F-35 para defesa nacional/NATO.
Se o Brasil não nos autorizar a utilizar os ST contra mercenários russos em África, não compensa perder tempo com a frota tucanica, fazendo mais sentido usar outras alternarivas já em uso (futuros UH-60 do EP) ou soluções stop gap, como UCAVs. Na Europa/NATO, nenhum país vai dar-se ao trabalho de desviar recursos para garantir a operacionalidade da frota de STs portuguesa.
Por outro lado, se os EUA não permitirem a utilização de F-35, algo muito menos provável, terás metade da Europa a realizar esforços oara garantir a operacionalidade da frota.
As duas aeronaves tem alguma coisa a ver uma com a outra em termos de necessidades e dependências do fornecedor ou da nação produtora?
Não sou nada fã do comportamento do Brasil, mas não existe diferença na depêndencia dos ST do Brasil, vs a dependência dos F35 dos EUA? Ne com a nossa participação minuscula na produção? Uns alvos terrestres de 200M€ tem alguma coisa a ver com alvos terrestres de 5MM€?
Consegue garantir que algum deles não será um simples pisa papeis?
Estamos a comparar presidências dos dois países, e a probabilidade de nos negarem o uso de cada um dos produtos em questão, algo que tem servido de argumento para um caso, mas é amplamento ignorado para o outro.
O resto já foi respondido, mas eu posso responder a todo esse whataboutism. Se começarmos a usar a "complexidade do F-35 vs ST", entramos no debate estúpido em que se conclui que os NPO são melhores que as FREMM, o UMM é melhor que o Leopard, um MANPADS é melhor que o RapidRanger, etc.
A questão aqui é simples.
Com Trump, a aproximação americana com as autocracias tem levado à necessidade de reduzir a dependência dos EUA em termos de equipamentos militares.
O Brasil é um país alinhado com a Rússia e China, portanto tinham que se seguir os mesmos princípios.
No mínimo, sejam coerentes.
Parece-me que o estudo feito pelo chatgpt tem indicações para a bibliografia que basta seguir. algures no documento fala na diferença de preço que parece aceitavelmente justificada.
Além disso apresenta a questão da helice vs jato de uma forma tb ela convincente. Afinal de contas vários paises compraram aviões a helice para treinar os seus pilotos para jatos. Só nós temos de nos armar em ricos?
O "estudo" feito pelos diversos IAs, depende de tudo o que é informação proveniente da internet. Os vários "estudos" propostos têm em conta apenas comparações ST vs PC-21, e têm sido apresentados critérios à medida de um deles para a avaliação.
Os estudos ignoram a realidade das hipotéticas missões de CAS em África, riscos para os pilotos, custos de operação e performance de todas as alternativas.
Mais uma vez, enviares uns quantos Bayraktar baratos e sem piloto para África, dava perfeitamente para desenrascar. Se numa escalada do nível de ameaça um destes UCAV fosse abatido, não havia grande problema. Se um ST for abatido, o problema é muito mais grave.
Digo os Bayraktar pelos seus custos. Também teria sido interessante avaliar uns Predator/Gray Eagle em segunda mão, para desenrascar e criar doutrinas.
Deve ser uma questão de tempo até o EP pedir UCAVs próprios.
Então a FAP não tem essa ideia, é isso? CAS nunca vai acontecer?
CAS é uma missão cumprida por F-16 dentro da FAP nos TOs de média e akta intensidade, na Marinha, por falta de outro meio, é cumprida pelos Lynx, e no EP, se se mantiver o plano de armar os futuros helis, será cumprida por estes. O que nos fazia falta, era um UCAV MALE, para preencher o espaço entre os F-16/futuro caça e os helicópteros.
A missão CAS cumprida pelos Alpha Jet foi absorvida pelos F-16, quando os AJ deixaram a esquadra 301.
O critério CAS foi atirado para o assunto, porque já se sabia que o modelo da Embraer perdia em praticamente todos os outros critérios para o PC-21 (no caso de aviões a hélice) e para os diversos modelos a jacto do mercado (para treino avançado).
Usar este tipo de aeronave para CAS, é demasiado arriscado, e se a ideia é usá-los para fazer loitering a uma altitude relativamente elevada, UCAVs cumprem perfeitamente esta função, tendo o dobro do endurance e não obrigando um piloto a ficar no ar durante largas horas.
A aeronave não é usada nessa função?
É, contra grupos terroristas armados com AKs e RPGs, e contra traficantes de droga. Envolves mercenários e/ou milícias apoiadas por países como o Irão ou Rússia, e o caso muda de figura.
Existem alternativas mas os ST não o podem fazer?
Sim, existem alternativas através de UCAVs. UCAVs a cumprir Armed ISR, não só não coloca pilotos em risco, como permite o emprego de uma aeronave durante 20 ou mais horas, oferecendo uma capacidade constante de vigilância sob determinada área, e é ideal para atacar alvos de oportunidade. Com 4 UCAVs num TO, consegues ter quase sempre 1 no ar 24/7.
O ST pode fazer, nas com as limitações já mencionadas.
Parece-me que esse assunto é discutido e o facto que varias nações comprarem aviões de treino a hélice, parece apoiar a sua utilização.
Comprar aeronaves a hélice para treino é uma coisa. Operar exclusivamente aeronaves a hélice para treino é outra.
Espanha comprou 2 lotes de PC-21, e ainda assim vai adquirir os Hurjet turcos.
Nos EUA optaram pelo T-7. As escolas internacionais operam todas modelos a jacto, e vários países europeus dependem destas escolas.
Achar que o ST sozinho serve, é completa ilusão, principalmente para países que vão operar caças 5G ou 6G que não têm variante bilugar. Portugal vai ter que comprar um modelo a jacto num prazo de 5/10 anos, e se era para isto, a substituição do TB-30 podia ter sido feita por um avião bem mais barato.
Aqui existiam 3 correntes de pensamento:
-ter a nossa própria capacidade de treino com todas as etapas (que obriga à compra de um modelo a jacto);
-enviar os pilotos para uma escola internacional, limitando o país a aeronaves de treino a hélice baratas + uns eventuais LUS-222 para plurimotor;
-criar a nossa própria escola internacional, estando dependente de clientes, e novamente tornando-se necessário adquirir modelo a jacto.
Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente, a autorizar...
Então mas é uma questão de autorizações ou de capacidade de manter operacional?
Os ucranianos conseguem operar os caças russos, através de canibalização e através de vários operadores e ex-operadores dos modelos soviéticos a apoiarem directamente a Ucrânia para os ir mantendo operacionais. Ao mesmo tempo que se fazem esforços para fazer a transição para caças Ocidentais para ultrapassar os desafios de operar a frota soviética.
Se achas que a UE vai fazer esforços para garantir que os fantabulásticos (irrelevantes) ST portugueses se mantém em operação, não sei o que diga.
Em termos de probabilidade, é muito mais provável o Lula não aprovar a utilização dos ST contra mercenários russos, do que o Trump impedir que Portugal use os F-16/viesse a usar F-35 num cenário defensivo.
Se vocês acham que o Lula não vai sucumbir a pressões do tio Putin, ou que os políticos portugueses não vão ser submissos perante o Brasil, não sei em que mundo vivem.