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Os STs da FAP devem ter uma "Shark Mouth" pintada no seu nariz?

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O Super Tucano em Portugal

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Cabeça de Martelo

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #210 em: Maio 13, 2025, 10:09:52 am »
A comparação entre o Pilatus PC-21 e o Embraer A-29N Super Tucano (versão NATO) para o contexto da Força Aérea Portuguesa (FAP) envolve diferenças significativas em design, propósito, capacidades operacionais e adequação às necessidades de Portugal. Abaixo está uma análise detalhada com base nas informações disponíveis, considerando os requisitos de treinamento avançado, apoio aéreo tático (CAS), inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), e integração com os padrões da OTAN.

1. Visão Geral

Pilatus PC-21:
Fabricante: Pilatus Aircraft (Suíça).
Tipo: Turboélice monomotor de treinamento avançado.
Foco: Formação de pilotos para transição direta a caças a jato, com ênfase em eficiência, baixo custo e simulação avançada.
Usuários: Forças aéreas de países como Suíça, França, Austrália, Espanha e Arábia Saudita.
Introdução: Primeiro voo em 2002, certificado em 2004.

Embraer A-29N Super Tucano:
Fabricante: Embraer (Brasil), com produção em Portugal pela OGMA (controlada pela Embraer).
Tipo: Turboélice multimissão para ataque leve, treinamento avançado, CAS, ISR e contra-insurgência.
Foco: Versatilidade para missões operacionais e treinamento, com adaptações específicas para padrões OTAN.
Usuários: Mais de 15 forças aéreas, incluindo EUA, Brasil, Portugal (primeiro operador da versão A-29N).
Introdução: A-29 original em 2004; A-29N lançado em 2023, com entregas a Portugal a partir de 2025.

2. Propósito e Missões

Pilatus PC-21:
Primário: Treinamento avançado de pilotos, simulando características de jatos de combate (ex.: manobrabilidade até 8g, velocidade e sistemas aviônicos).
Secundário: Não projetado para missões de combate, mas pode realizar treinamento JTAC (Joint Terminal Attack Controller) limitado, embora sem capacidade de carregar armamento real em algumas configurações.
Vantagem: Reduz horas de voo em jatos caros, permitindo transição direta para caças modernos (ex.: F-16, Rafale).
Limitação: Não é adequado para missões de ataque ou ISR em cenários operacionais reais.

Embraer A-29N Super Tucano:
Primário: Multimissão, incluindo treinamento avançado, CAS, ISR, patrulha aérea, interdição, vigilância de fronteiras e escolta aérea.
Secundário: Substitui os Alpha Jet aposentados da FAP (2018) e atende operações de baixa ameaça, como em teatros africanos, com integração em forças OTAN.
Vantagem: Capacidade comprovada em combate (570.000 horas de voo, 60.000 em combate) e robustez para operar em pistas não pavimentadas.
Limitação: Menor agilidade aerodinâmica em comparação com o PC-21 para treinamento puro, devido ao foco em missões de ataque.
Para Portugal: A FAP prioriza uma aeronave que combine treinamento avançado com capacidades operacionais em cenários de baixa ameaça, especialmente em África, onde Portugal tem interesses estratégicos. O A-29N foi escolhido por sua versatilidade multimissão e integração OTAN.

3. Características Técnicas

Característica

Pilatus PC-21
Embraer A-29N Super Tucano
Motor
Pratt & Whitney PT6A-68B (1.600 shp)
Pratt & Whitney PT6A-68C (1.600 shp)
Velocidade Máxima
~426 mph (685 km/h)
~367 mph (590 km/h)
Peso Máx. Decolagem
~4.250 kg
~5.400 kg
Envergadura
9,1 m
11,1 m
Comprimento
11,2 m
11,4 m
Alcance
~1.333 km
~1.500 km (com tanques externos)
Teto Operacional
~38.000 ft (11.582 m)
~35.000 ft (10.668 m)
Manobrabilidade
Até 8g, otimizado para treinamento
Até 7g, robusto para combate
Capacidade de Carga
Limitada (treinamento, sem armamento pesado)
Até 1.500 kg de armamento
PC-21: Aerodinâmica refinada para velocidade e agilidade, ideal para simular caças. Possui sistema de compensação de yaw automático para facilitar pilotagem a baixas velocidades.
A-29N: Estrutura reforçada com blindagem opcional, otimizada para missões de ataque e operação em ambientes austeros. Suporta maior carga útil e diversidade de armamentos.

4. Aviônica e Sistemas

Pilatus PC-21:
Cockpit tandem com 3 telas LCD, HUD, HOTAS e simulação embarcada de radar, guerra eletrônica e cenários táticos.
Sistema de treinamento integrado com simulação de alta fidelidade, incluindo realidade virtual e emulação de caças.
Foco: Preparar pilotos para jatos modernos com menor custo (redução de horas de voo em caças reais).

Embraer A-29N:
Cockpit com 3 telas multifuncionais, HUD, datalink OTAN, e operação single-pilot.
Sistemas: Electro-óptico/infravermelho com designador laser, óculos de visão noturna, comunicações seguras e barramento digital OTAN para integração de armas inteligentes.
Simuladores: Incluem realidade virtual, aumentada e mista, conectados em rede para treinamento JTAC e missões multimissão.
Para Portugal: O A-29N oferece aviônica compatível com padrões OTAN e capacidade de integração com forças terrestres, crucial para operações conjuntas. O PC-21 é superior em simulação de caças, mas carece de sistemas de combate reais.

5. Armamento

Pilatus PC-21:
Não projetado para combate. Pode carregar armamento leve para treinamento (ex.: pods de prática), mas não suporta munições reais em larga escala.
Limitação: Inadequado para missões CAS ou ISR armadas.

Embraer A-29N:
Armamento: 2 metralhadoras M3P 12,7 mm (250 tiros cada), pod de canhão GIAT M20A1 20 mm, foguetes 70 mm, bombas (Mk 81/82, JDAM, Paveway II, SDB), mísseis ar-ar (AIM-9L, MAA-1, Python 3/4).
Capacidade: 4 pontos duros nas asas, otimizados para armas guiadas por laser/GPS, com integração digital para precisão.
Para Portugal: O A-29N é ideal para missões de apoio aéreo e contra-insurgência em teatros como África, enquanto o PC-21 não atende a essas necessidades operacionais.

6. Custo e Logística

Pilatus PC-21:
Custo unitário estimado: ~8,5 milhões de euros (ex.: Espanha pagou 205 milhões por 24 unidades).
Manutenção: Baixo custo, com certificação civil que reduz despesas logísticas.
Vantagem: Menor custo inicial e operacional para treinamento puro.

Embraer A-29N:
Custo unitário estimado: ~9-14 milhões de dólares (pacote de 12 unidades para Portugal: 200 milhões de euros, incluindo simulador e logística).
Manutenção: Baixa, com disponibilidade superior a 90% e capacidade de operar com pouco suporte logístico.
Vantagem: Produção local pela OGMA (65% controlada pela Embraer) gera empregos e integração com a indústria portuguesa.
Para Portugal: O A-29N tem custo inicial mais alto, mas sua produção local e versatilidade operacional justificam o investimento. O PC-21 é mais barato, mas menos alinhado com as necessidades multimissão da FAP.

7. Adequação para Portugal

Contexto Estratégico:

A FAP aposentou seus Alpha Jet em 2018, criando uma lacuna em treinamento avançado e CAS.
Portugal busca uma aeronave que atenda missões em teatros de baixa ameaça (ex.: África), integração OTAN e formação de pilotos para caças F-16.
A aquisição de 12 A-29N (contrato assinado em 16/12/2024) reflete a prioridade em versatilidade e cooperação industrial com a Embraer/OGMA.

Pilatus PC-21:
Pontos Positivos:
Excelente para treinamento avançado, com aerodinâmica e aviônica otimizadas para simular caças.
Menor custo operacional.
Já utilizado por forças aéreas europeias (França, Espanha), facilitando interoperabilidade.
Pontos Negativos:
Não suporta missões de combate ou ISR, limitando sua utilidade em operações reais.
Menor sinergia com a indústria portuguesa, apesar da OGMA ter experiência com o Pilatus PC-12.

Embraer A-29N:
Pontos Positivos:
Multimissão, atendendo treinamento, CAS, ISR e operações em África.
Integração OTAN com aviônica avançada e sistemas de armas.
Produção local pela OGMA, gerando empregos e reforçando a indústria aeronáutica portuguesa.
Histórico comprovado em combate e robustez operacional.
Pontos Negativos:
Custo inicial mais alto.
Menos otimizado para treinamento puro em comparação com o PC-21.

8. Conclusão

Pilatus PC-21: Ideal para forças aéreas focadas exclusivamente em treinamento avançado de pilotos, com ênfase em eficiência e baixo custo. Não atende às necessidades operacionais de Portugal para missões de combate ou ISR, especialmente em teatros africanos.
Embraer A-29N Super Tucano: Escolha estratégica da FAP por sua versatilidade multimissão, integração OTAN e sinergia com a indústria portuguesa via OGMA. Apesar do custo inicial mais alto, sua capacidade de operar em missões reais e formar pilotos faz do A-29N a melhor opção para as prioridades de Portugal.
Decisão da FAP: A aquisição do A-29N reflete a necessidade de uma aeronave multimissão que combine treinamento avançado com capacidades operacionais, além de fortalecer a parceria Brasil-Portugal na indústria aeronáutica. O PC-21, embora excelente para treinamento, não atende às demandas de CAS e ISR, tornando o A-29N mais adequado.
Se precisar de mais detalhes ou análise específica (ex.: custos operacionais detalhados, desempenho em cenários específicos), posso aprofundar!

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #211 em: Maio 13, 2025, 02:16:51 pm »
Confesso a minha ignorância em enquadramento legal de compras militares... mas duvido que o país comprador possa ser impedido de usar o seu equipamento onde quiser, salvo alguma cláusula muito especifica - e duvido que Portugal fosse aceitar isso neste contrato; já doar / vender o equipamento pode ser outra questão, claro.   

Nós já vimos isso acontecer. Aliás, toda aquela discussão para não comprarmos F-35 girava em torno de uma suposta proibição americana de os usar contra os russos porque o Trump é amigo do Putin. Sendo o Lula amigo do Putin, tem que se supor o mesmo. Ter 2 pesos e 2 medidas é que não.

Me pergunto, a 6 anos atrás o mundo era outro, sem pandemia e guerras que levaram e levam à inflação, entre outros, de armas.
Será que 2 dúzias de PC-21, hoje, custariam o mesmo?

Sds

Esta notícia é de 2020, e já antes disso havia ruídos em torno desta aquisição.

https://www.aereo.jor.br/2020/11/19/forca-aerea-portuguesa-interessada-no-emb-314-super-tucano/

Portanto, seria fácil e aconselhado fazer na altura comparações de preços e capacidades, algo que não foi feito. A desculpa usada na altura é que os ST seriam uma compra de oportunidade que seria mais barata que o PC-21. Hoje sabemos que não é verdade.



Relativamente aos textos do AI.

É tudo tão fácil, quando se fazem comparativos no vácuo.

Questões não abordadas:
-os Alpha Jet já não faziam CAS há anos, e a esquadra 103 não prevê essa missão (nem a 101);
-os riscos de se usar uma aeronave a hélice para CAS/COIN/Armed ISR;
-outras alternativas para Armed ISR nos TOs africanos;
-vantagens de uma aeronave a jacto para treino avançado.

1. A conversa do CAS em África, era tratada como algo "urgente" desde 2019. Passaram 6 anos e os militares neste tipo de missão continuam sem o dito apoio. Se fosse de facto urgente, teriam comprado meia dúzia de Bayraktar por "tostões", e no prazo de um ano estariam operacionais.

2. Se queres uma aeronave para fazer CAS em apoio às FND, se calhar escolhes uma plataforma que possa ser utilizada contra diferentes tipos de ameaça, e não apenas em TOs de baixa intensidade.

3. Um modelo a jacto para treino avançado é mais caro, mas oferece capacidades inigualáveis por uma aeronave a hélice.
Não só permitia resolver a questão do treino de pilotos para as próximas décadas, garantindo o treino para o futuro caça, como oferecia à FAP uma aeronave de combate mais versátil (dependendo do modelo) e dava à FAP um segundo "caça" que permitia que o ramo realizasse treino dissimilar para os F-16/futuro caça.

Uma missão que os Alpha Jet cumpriam, era funcionar como força opositora em combate aéreo contra os F-16. Agora estamos dependentes de usar F-16 vs F-16, perdendo-se as vantagens do treino dissimilar (que uma aeronave a hélice não cumpre por não conseguir replicar a performance de caças a jacto).

Neste contexto, o TA-50 teria sido a escolha ideal, com um custo relativamente baixo (quando comparado com modelos europeus a jacto), oferecendo uma aeronave de treino com radar, capacidade BVR e supersónica, ideal para servir de "aggressor".

Há prioridades e prioridades.
 

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #212 em: Maio 13, 2025, 03:17:29 pm »


Uma missão que os Alpha Jet cumpriam, era funcionar como força opositora em combate aéreo contra os F-16. Agora estamos dependentes de usar F-16 vs F-16, perdendo-se as vantagens do treino dissimilar (que uma aeronave a hélice não cumpre por não conseguir replicar a performance de caças a jacto).


Que vantagem de treino? Utilizar os Alpha Jet completamente obsoletos e a perder em todos os campos em relação ao F-16, é uma vantagem em quê?

 
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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #213 em: Maio 13, 2025, 04:30:55 pm »


Uma missão que os Alpha Jet cumpriam, era funcionar como força opositora em combate aéreo contra os F-16. Agora estamos dependentes de usar F-16 vs F-16, perdendo-se as vantagens do treino dissimilar (que uma aeronave a hélice não cumpre por não conseguir replicar a performance de caças a jacto).


Que vantagem de treino? Utilizar os Alpha Jet completamente obsoletos e a perder em todos os campos em relação ao F-16, é uma vantagem em quê?

Os Alphas eram aparelhos analógicos, coisa que os nossos F16 são cada vez menos. Os ST e os PC-21 têm ecrãs planos que podem imitar o cockpit de qualquer caça, incluindo simular ter radar para o treino dos nossos PILAV e PIL.

ST:



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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #214 em: Maio 13, 2025, 07:31:04 pm »
Confesso a minha ignorância em enquadramento legal de compras militares... mas duvido que o país comprador possa ser impedido de usar o seu equipamento onde quiser, salvo alguma cláusula muito especifica - e duvido que Portugal fosse aceitar isso neste contrato; já doar / vender o equipamento pode ser outra questão, claro.   

Nós já vimos isso acontecer. Aliás, toda aquela discussão para não comprarmos F-35 girava em torno de uma suposta proibição americana de os usar contra os russos porque o Trump é amigo do Putin. Sendo o Lula amigo do Putin, tem que se supor o mesmo. Ter 2 pesos e 2 medidas é que não.

É só aparentemente a mesma coisa - um sistema como o ST é muito menos dependente do país da empresa fabricante, pela tecnologia que utiliza, pela manutenção que necessita e pela capacidade instalada cá (ie Portugal e mesmo na Europa) para o seu suporte; o F-35 - para além de necessidades de manutenção incomparavelmente superiores e da capacidade estar muito mais dependente dos EUA - ninguém percebe muito bem o que as "atualizações de software" permitem (mesmo sem conhecimento do operador) fazer...

Logo o Lula pode não querer - mesmo sem cobertura jurídica para o fazer - o seu uso, tem é muito menos possibilidade de impor essa vontade; já "Trump & trupe" pode e, pior, mesmo de forma não declarada.
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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #215 em: Maio 14, 2025, 03:41:11 am »
Confesso a minha ignorância em enquadramento legal de compras militares... mas duvido que o país comprador possa ser impedido de usar o seu equipamento onde quiser, salvo alguma cláusula muito especifica - e duvido que Portugal fosse aceitar isso neste contrato; já doar / vender o equipamento pode ser outra questão, claro.   

Nós já vimos isso acontecer. Aliás, toda aquela discussão para não comprarmos F-35 girava em torno de uma suposta proibição americana de os usar contra os russos porque o Trump é amigo do Putin. Sendo o Lula amigo do Putin, tem que se supor o mesmo. Ter 2 pesos e 2 medidas é que não.


As duas aeronaves tem alguma coisa a ver uma com a outra em termos de necessidades e dependências do fornecedor ou da nação produtora?
Não sou nada fã do comportamento do Brasil, mas não existe diferença na depêndencia dos ST do Brasil, vs a dependência dos F35 dos EUA? Ne com a nossa participação minuscula na produção? Uns alvos terrestres de 200M€ tem alguma coisa a ver com alvos terrestres de 5MM€?
Consegue garantir que algum deles não será um simples pisa papeis?


Me pergunto, a 6 anos atrás o mundo era outro, sem pandemia e guerras que levaram e levam à inflação, entre outros, de armas.
Será que 2 dúzias de PC-21, hoje, custariam o mesmo?

Sds

Esta notícia é de 2020, e já antes disso havia ruídos em torno desta aquisição.

https://www.aereo.jor.br/2020/11/19/forca-aerea-portuguesa-interessada-no-emb-314-super-tucano/

Portanto, seria fácil e aconselhado fazer na altura comparações de preços e capacidades, algo que não foi feito. A desculpa usada na altura é que os ST seriam uma compra de oportunidade que seria mais barata que o PC-21. Hoje sabemos que não é verdade.

Parece-me que o estudo feito pelo chatgpt tem indicações para a bibliografia que basta seguir. algures no documento fala na diferença de preço que parece aceitavelmente justificada.
Além disso apresenta a questão da helice vs jato de uma forma tb ela convincente. Afinal de contas vários paises compraram aviões a helice para treinar os seus pilotos para jatos. Só nós temos de nos armar em ricos?


Relativamente aos textos do AI.

É tudo tão fácil, quando se fazem comparativos no vácuo.

Questões não abordadas:
-os Alpha Jet já não faziam CAS há anos, e a esquadra 103 não prevê essa missão (nem a 101);
Então a FAP não tem essa ideia, é isso? CAS nunca vai acontecer?

-os riscos de se usar uma aeronave a hélice para CAS/COIN/Armed ISR;
A aeronave não é usada nessa função?

-outras alternativas para Armed ISR nos TOs africanos;
Existem alternativas mas os ST não o podem fazer?

-vantagens de uma aeronave a jacto para treino avançado.
Parece-me que esse assunto é discutido e o facto que varias nações comprarem aviões de treino a hélice, parece apoiar a sua utilização.


1. A conversa do CAS em África, era tratada como algo "urgente" desde 2019. Passaram 6 anos e os militares neste tipo de missão continuam sem o dito apoio. Se fosse de facto urgente, teriam comprado meia dúzia de Bayraktar por "tostões", e no prazo de um ano estariam operacionais.

2. Se queres uma aeronave para fazer CAS em apoio às FND, se calhar escolhes uma plataforma que possa ser utilizada contra diferentes tipos de ameaça, e não apenas em TOs de baixa intensidade.

3. Um modelo a jacto para treino avançado é mais caro, mas oferece capacidades inigualáveis por uma aeronave a hélice.
Não só permitia resolver a questão do treino de pilotos para as próximas décadas, garantindo o treino para o futuro caça, como oferecia à FAP uma aeronave de combate mais versátil (dependendo do modelo) e dava à FAP um segundo "caça" que permitia que o ramo realizasse treino dissimilar para os F-16/futuro caça.

Uma missão que os Alpha Jet cumpriam, era funcionar como força opositora em combate aéreo contra os F-16. Agora estamos dependentes de usar F-16 vs F-16, perdendo-se as vantagens do treino dissimilar (que uma aeronave a hélice não cumpre por não conseguir replicar a performance de caças a jacto).

Neste contexto, o TA-50 teria sido a escolha ideal, com um custo relativamente baixo (quando comparado com modelos europeus a jacto), oferecendo uma aeronave de treino com radar, capacidade BVR e supersónica, ideal para servir de "aggressor".

Há prioridades e prioridades.
 

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #216 em: Maio 14, 2025, 08:48:44 am »
Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente,  a autorizar...
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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #217 em: Maio 14, 2025, 02:21:10 pm »
Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente,  a autorizar...

Os aviões russos tem tecnologia tão avançada que dependam da russia para operar? E a gerra da Ucrânia é um excelente exemplo de que se lembrou, poucas limitações de uso nessa guerra, não foi?
 

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #218 em: Maio 14, 2025, 04:00:00 pm »
Que vantagem de treino? Utilizar os Alpha Jet completamente obsoletos e a perder em todos os campos em relação ao F-16, é uma vantagem em quê?

A performance em voo em BFM. Por alguma razão nos EUA os esquadrões de Aggressor nem sempre usam um caça "topo de gama", por exemplo quando utilizavam os A-4 Skyhawk, ou F-5.

O objectivo do treino dissimilar, é permitir aos pilotos de caça treinarem contra aeronaves a jacto cuja performance e pontos fortes sejam diferentes do caça em uso.
Na altura o AJ cumpria esta missão, hoje esta capacidade não existe.

A comparação não é Alpha Jet vs Super Tucano, é Super Tucano vs M-346 ou TA-50, com estes últimos a poderem cumprir na perfeição estas funções.

Com a vantagem que um avião a jacto com radar e capacidade BVR, abre o leque de treino de combate aéreo para as esquadras operacionais.

Mas claro que isto não importa, porque aumentar a proficiência de pilotos da 201 e 301 é coisa de gente parva.

É só aparentemente a mesma coisa - um sistema como o ST é muito menos dependente do país da empresa fabricante, pela tecnologia que utiliza, pela manutenção que necessita e pela capacidade instalada cá (ie Portugal e mesmo na Europa) para o seu suporte; o F-35 - para além de necessidades de manutenção incomparavelmente superiores e da capacidade estar muito mais dependente dos EUA - ninguém percebe muito bem o que as "atualizações de software" permitem (mesmo sem conhecimento do operador) fazer...

Logo o Lula pode não querer - mesmo sem cobertura jurídica para o fazer - o seu uso, tem é muito menos possibilidade de impor essa vontade; já "Trump & trupe" pode e, pior, mesmo de forma não declarada.

Mais uma vez, estão a ignorar as probabilidades reais disso acontecer. É bem mais provável o Lula exigir que não usemos STs em África contra mercenários russos, do que o Trump recuse a utilização dos F-35 para defesa nacional/NATO.

Se o Brasil não nos autorizar a utilizar os ST contra mercenários russos em África, não compensa perder tempo com a frota tucanica, fazendo mais sentido usar outras alternarivas já em uso (futuros UH-60 do EP) ou soluções stop gap, como UCAVs. Na Europa/NATO, nenhum país vai dar-se ao trabalho de desviar recursos para garantir a operacionalidade da frota de STs portuguesa.

Por outro lado, se os EUA não permitirem a utilização de F-35, algo muito menos provável, terás metade da Europa a realizar esforços oara garantir a operacionalidade da frota.

As duas aeronaves tem alguma coisa a ver uma com a outra em termos de necessidades e dependências do fornecedor ou da nação produtora?
Não sou nada fã do comportamento do Brasil, mas não existe diferença na depêndencia dos ST do Brasil, vs a dependência dos F35 dos EUA? Ne com a nossa participação minuscula na produção? Uns alvos terrestres de 200M€ tem alguma coisa a ver com alvos terrestres de 5MM€?
Consegue garantir que algum deles não será um simples pisa papeis?

Estamos a comparar presidências dos dois países, e a probabilidade de nos negarem o uso de cada um dos produtos em questão, algo que tem servido de argumento para um caso, mas é amplamento ignorado para o outro.

O resto já foi respondido, mas eu posso responder a todo esse whataboutism. Se começarmos a usar a "complexidade do F-35 vs ST", entramos no debate estúpido em que se conclui que os NPO são melhores que as FREMM, o UMM é melhor que o Leopard, um MANPADS é melhor que o RapidRanger, etc.

A questão aqui é simples.
Com Trump, a aproximação americana com as autocracias tem levado à necessidade de reduzir a dependência dos EUA em termos de equipamentos militares.
O Brasil é um país alinhado com a Rússia e China, portanto tinham que se seguir os mesmos princípios.

No mínimo, sejam coerentes.

Citar
Parece-me que o estudo feito pelo chatgpt tem indicações para a bibliografia que basta seguir. algures no documento fala na diferença de preço que parece aceitavelmente justificada.
Além disso apresenta a questão da helice vs jato de uma forma tb ela convincente. Afinal de contas vários paises compraram aviões a helice para treinar os seus pilotos para jatos. Só nós temos de nos armar em ricos?

O "estudo" feito pelos diversos IAs, depende de tudo o que é informação proveniente da internet. Os vários "estudos" propostos têm em conta apenas comparações ST vs PC-21, e têm sido apresentados critérios à medida de um deles para a avaliação.

Os estudos ignoram a realidade das hipotéticas missões de CAS em África, riscos para os pilotos, custos de operação e performance de todas as alternativas.

Mais uma vez, enviares uns quantos Bayraktar baratos e sem piloto para África, dava perfeitamente para desenrascar. Se numa escalada do nível de ameaça um destes UCAV fosse abatido, não havia grande problema. Se um ST for abatido, o problema é muito mais grave.

Digo os Bayraktar pelos seus custos. Também teria sido interessante avaliar uns Predator/Gray Eagle em segunda mão, para desenrascar e criar doutrinas.

Deve ser uma questão de tempo até o EP pedir UCAVs próprios.

Citar
Então a FAP não tem essa ideia, é isso? CAS nunca vai acontecer?

CAS é uma missão cumprida por F-16 dentro da FAP nos TOs de média e akta intensidade, na Marinha, por falta de outro meio, é cumprida pelos Lynx, e no EP, se se mantiver o plano de armar os futuros helis, será cumprida por estes. O que nos fazia falta, era um UCAV MALE, para preencher o espaço entre os F-16/futuro caça e os helicópteros.

A missão CAS cumprida pelos Alpha Jet foi absorvida pelos F-16, quando os AJ deixaram a esquadra 301.

O critério CAS foi atirado para o assunto, porque já se sabia que o modelo da Embraer perdia em praticamente todos os outros critérios para o PC-21 (no caso de aviões a hélice) e para os diversos modelos a jacto do mercado (para treino avançado).

Usar este tipo de aeronave para CAS, é demasiado arriscado, e se a ideia é usá-los para fazer loitering a uma altitude relativamente elevada, UCAVs cumprem perfeitamente esta função, tendo o dobro do endurance e não obrigando um piloto a ficar no ar durante largas horas.

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A aeronave não é usada nessa função?

É, contra grupos terroristas armados com AKs e RPGs, e contra traficantes de droga. Envolves mercenários e/ou milícias apoiadas por países como o Irão ou Rússia, e o caso muda de figura.

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Existem alternativas mas os ST não o podem fazer?

Sim, existem alternativas através de UCAVs. UCAVs a cumprir Armed ISR, não só não coloca pilotos em risco, como permite o emprego de uma aeronave durante 20 ou mais horas, oferecendo uma capacidade constante de vigilância sob determinada área, e é ideal para atacar alvos de oportunidade. Com 4 UCAVs num TO, consegues ter quase sempre 1 no ar 24/7.

O ST pode fazer, nas com as limitações já mencionadas.

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Parece-me que esse assunto é discutido e o facto que varias nações comprarem aviões de treino a hélice, parece apoiar a sua utilização.

Comprar aeronaves a hélice para treino é uma coisa. Operar exclusivamente aeronaves a hélice para treino é outra.

Espanha comprou 2 lotes de PC-21, e ainda assim vai adquirir os Hurjet turcos.
Nos EUA optaram pelo T-7. As escolas internacionais operam todas modelos a jacto, e vários países europeus dependem destas escolas.

Achar que o ST sozinho serve, é completa ilusão, principalmente para países que vão operar caças 5G ou 6G que não têm variante bilugar. Portugal vai ter que comprar um modelo a jacto num prazo de 5/10 anos, e se era para isto, a substituição do TB-30 podia ter sido feita por um avião bem mais barato.

Aqui existiam 3 correntes de pensamento:
-ter a nossa própria capacidade de treino com todas as etapas (que obriga à compra de um modelo a jacto);
-enviar os pilotos para uma escola internacional, limitando o país a aeronaves de treino a hélice baratas + uns eventuais LUS-222 para plurimotor;
-criar a nossa própria escola internacional, estando dependente de clientes, e novamente tornando-se necessário adquirir modelo a jacto.

Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente,  a autorizar...

Então mas é uma questão de autorizações ou de capacidade de manter operacional?

Os ucranianos conseguem operar os caças russos, através de canibalização e através de vários operadores e ex-operadores dos modelos soviéticos a apoiarem directamente a Ucrânia para os ir mantendo operacionais. Ao mesmo tempo que se fazem esforços para fazer a transição para caças Ocidentais para ultrapassar os desafios de operar a frota soviética.

Se achas que a UE vai fazer esforços para garantir que os fantabulásticos (irrelevantes) ST portugueses se mantém em operação, não sei o que diga.

Em termos de probabilidade, é muito mais provável o Lula não aprovar a utilização dos ST contra mercenários russos, do que o Trump impedir que Portugal use os F-16/viesse a usar F-35 num cenário defensivo.

Se vocês acham que o Lula não vai sucumbir a pressões do tio Putin, ou que os políticos portugueses não vão ser submissos perante o Brasil, não sei em que mundo vivem.
 

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dc

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #219 em: Maio 14, 2025, 04:02:12 pm »
Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente,  a autorizar...

Os aviões russos tem tecnologia tão avançada que dependam da russia para operar? E a gerra da Ucrânia é um excelente exemplo de que se lembrou, poucas limitações de uso nessa guerra, não foi?

Não tinham surgido conversas até de uma recusa do Brasil em fornecer equipamento militar à Ucrânia, inclusive contra a sugestão dos STs? Não me recordo qual o contexto disto, mas que aconteceu algo parecido, aconteceu.
 

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LM

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #220 em: Maio 14, 2025, 04:55:51 pm »

É só aparentemente a mesma coisa - um sistema como o ST é muito menos dependente do país da empresa fabricante, pela tecnologia que utiliza, pela manutenção que necessita e pela capacidade instalada cá (ie Portugal e mesmo na Europa) para o seu suporte; o F-35 - para além de necessidades de manutenção incomparavelmente superiores e da capacidade estar muito mais dependente dos EUA - ninguém percebe muito bem o que as "atualizações de software" permitem (mesmo sem conhecimento do operador) fazer...

Logo o Lula pode não querer - mesmo sem cobertura jurídica para o fazer - o seu uso, tem é muito menos possibilidade de impor essa vontade; já "Trump & trupe" pode e, pior, mesmo de forma não declarada.

Mais uma vez, estão a ignorar as probabilidades reais disso acontecer. É bem mais provável o Lula exigir que não usemos STs em África contra mercenários russos, do que o Trump recuse a utilização dos F-35 para defesa nacional/NATO.

Se o Brasil não nos autorizar a utilizar os ST contra mercenários russos em África, não compensa perder tempo com a frota tucanica, fazendo mais sentido usar outras alternarivas já em uso (futuros UH-60 do EP) ou soluções stop gap, como UCAVs. Na Europa/NATO, nenhum país vai dar-se ao trabalho de desviar recursos para garantir a operacionalidade da frota de STs portuguesa.

Por outro lado, se os EUA não permitirem a utilização de F-35, algo muito menos provável, terás metade da Europa a realizar esforços oara garantir a operacionalidade da frota.

A autorização do Brasil para usarmos "os ST contra mercenários russos em África" - que, obviamente, nem coloco como hipótese ficar contratualizado (ie, os ST são nossos e podemos utilizar como e onde quisermos) - não é a questão; a questão é se eles podem fazer algo para nos impedir de o fazer, sendo que com o F-35 essa capacidade do país fabricante - para além da logística (que no F-35 é muito mais perigosa) - talvez possa acontecer através de "software"...       
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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #221 em: Maio 14, 2025, 06:51:33 pm »
Pesquisei a justificação para a utilização de aviões a hélice. Fiquei esclarecido e descobri que diversos países os usam com justificações lógicas.
 

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Re: o Super Tucano em Portugal
« Responder #222 em: Maio 14, 2025, 07:55:55 pm »
Afirmar que a possível dependência do Brasil (não do Lula) relativamente à utilização dos nossos futuros ST's tem o mesmo enquadramento do que o caso dos F35's (EUA, não Trump...) tem que se lhe diga.
Nem sei como os ucranianos conseguem utilizar os aviões russos contra a própria Rússia.
Provavelmente será o Putin, pessoalmente,  a autorizar...

Os aviões russos tem tecnologia tão avançada que dependam da russia para operar? E a gerra da Ucrânia é um excelente exemplo de que se lembrou, poucas limitações de uso nessa guerra, não foi?

Não tinham surgido conversas até de uma recusa do Brasil em fornecer equipamento militar à Ucrânia, inclusive contra a sugestão dos STs? Não me recordo qual o contexto disto, mas que aconteceu algo parecido, aconteceu.
Não têm muito que ver uma coisa é comprar guaranis depois de a Guerra começar outra coisa era tentar impedir a utilização de super tucanos depois de comprados... Nem era possível já que existem n países a utilizar. Nem se pode comparar aos F35 que liga diariamente aos servidores da LM...
« Última modificação: Maio 14, 2025, 07:58:06 pm por Ghidra »
 
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Re: O Super Tucano em Portugal
« Responder #223 em: Maio 15, 2025, 10:25:43 am »
Light attack Aarcraft na Força Aérea: contributos para o poder aéreo e instrução avançada

Abstract(s)
O recurso a sistemas de armas de 4.ª e 5.ª geração na execução de missões de apoio aéreo próximo, patrulhamento e vigilância em ambiente não contestado, veio criar um desgaste não programado no potencial destas aeronaves com elevados custos associados. A possibilidade de recorrer a uma aeronave de ataque ligeiro nestes cenários começou a ser avaliada com o intuito de poupar sistemas mais desenvolvidos para missões onde as suas capacidades sejam fulcrais.
As Forças Armadas Portuguesas estão empenhadas em missões no âmbito da segurança cooperativa no continente africano e é desígnio nacional que estas se mantenham. No entanto Força Aérea Portuguesa não possuiu um sistema de armas para missões de combate adequado às restrições impostas nestes cenários.
Desde 2018, a Força Aérea Portuguesa não possui um meio orgânico para ministrar instrução avançada para formação de pilotos de combate.
Este estudo investiga a contribuição de uma aeronave de ataque ligeiro enquanto sistema de armas de instrução avançada e aeronave de ataque.
Recorrendo a um raciocínio dedutivo, concluiu-se que uma aeronave de ataque ligeiro se enquadra nas necessidades da Força Aérea Portuguesa enquanto sistema de armas de instrução avançada e aeronave de combate no apoio às Forças Nacionais Destacadas (FND) em África.

 :arrow: https://comum.rcaap.pt/bitstreams/dfe39876-65e1-4462-add6-1983c7bc398e/download
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...[/u].

 
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Re: O Super Tucano em Portugal
« Responder #224 em: Maio 15, 2025, 10:36:29 am »
Do trabalho que coloquei acima:

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4.3.5 Requisitos para syllabus de Instrução Avançada

A Instrução Avançada ministrada no SA Alpha-Jet (AJET) consistia nas seguintes áreas de formação prática:

Fase III – contacto, instrumentos, navegação visual a baixa altitude e formação;

Fase IV – Basic Fighting Maneuvers (BFM), Air Combat Maneuvers (ACM), Tactical Intercepts (TI), voo noturno, tiro ar-solo, CAS e ataque ar-solo.

O conceito da formação de PC em AJET era baseado na performance de uma aeronave a jato mas a integração de sistemas e cockpit não acompanharam a evolução do SA F-16M, deixando de cumprir os critérios de adequabilidade supracitados, limitando alterações necessárias ao syllabus para que o programa de instrução se aproximasse dos requisitos de operação das UA. (D. Fernandes, entrevista telefónica, 30 de janeiro de 2021).
Um LAA possibilita a execução de todas missões previstas no syllabus. Os sistemas de link, simulador de radar, RWR e mísseis BVR permitem que as missões de TI sejam executadas de acordo com os Tactics Techniques and Precedures (TTP) das esquadras que operam o SA F-16M. Ainda, catorze dos quinze (93,3%) pilotos de F-16 entrevistados, consideram ser fundamental introduzir a utilização de NVG durante as missões de instrução de voo noturno.

4.3.6 Síntese conclusiva à QD3

 O LAA de referência possui todos os equipamentos e sistemas para ser considerado adequado para a IA na FA. As limitações da performance de um LAA são aceitáveis e “insignificantes quando comparado com o paradigma de instrução emPC-21Alpha-Jet” (Coelho da Silva, citado por Fernandes, 2019), quando comparado com o último SA de IA na FA. O treino com um PVI semelhante ao SA operacional, a possibilidade de introdução de modalidades e elementos de treino no syllabus, como manuseamento do radar, emprego de armamento BVR, largada de armamento de precisão e utilização de NVG, assim como a gestão de informação disponível no cockpit e incremento de situational awareness que daí advém, são valências que superam a lacuna da falta de performance de um LAA em IA. Um LAA é adequado para ministrar IA na FA uma vez que cumpre todos os critérios, permitindo desenvolver todas as competências necessárias para o desempenho de funções em UA de combate.

Agora leiam e tirem as vossas ilações.
« Última modificação: Maio 15, 2025, 10:49:03 am por Cabeça de Martelo »
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