Dc os Rafales em segunda mão ficariam mais baratos do que F16 ou Gripen novos. Ninguém se queixa quando falamos de mais uma modernização dos nossos F16, mas agora já há problema?
Mas onde é que iríamos comparar F-16 novos? A sugestão principal tem sido modernizar os actuais F-16.
Num caso hipotético em que só fosse viável modernizar uns 19 F-16, e pudéssemos ter que adquirir F-16V adicionais, novos, esta opção ficaria praticamente ao mesmo preço que os Rafale em segunda mão + upgrade, pelo simples facto que o Rafale tinha de incluir tudo o que é custos com a logística e treino, enquanto os F-16V não precisavam de nada disso.
Limitar-nos a uma nova modernização dos nossos F-16, fica muito mais barato que comprar Rafales usados e colocar-lhes em cima um upgrade. Fora os custos de operação mais elevados do Rafale, e os milhões de euros que vais ter que gastar a treinar os pilotos para o novo caça.
Para mim um debate sobre os méritos inclui - e muito - as condições "do negócio"... podemos, obviamente, considerar a parte técnica separadamente - mas o negócio inclui (ou deve incluir) todas as variáveis. No meu caso até prefiro - se tiver de ser 4.5G novos - o mais barato (na esperança que venha o 6.0, ASAP, depois).
O "4.5G" mais barato no mercado Ocidental, é o KF-21. Se comprares 4.5G novos, a probabilidade de gastarem dinheiro num 6G nas 2 décadas seguintes é praticamente nula.
Neste contexto, dos 4.5G novos, o único que faria sentido seria o KF-21 por ter em desenvolvimento uma versão 5G. Neste caso, era plausível a FAP chegar perto das 40 aeronaves, ao ter uma esquadra com a variante 4.5G, e outra esquadra com a versão 5G, havendo comunalidade entre as duas aeronaves - e seria possível entrar directamente no programa.
Se a ideia for operar 4.5G + 5G, então a opção dos KF-21 é a que faz logisticamente mais sentido. Operar um eurocanard ao lado do F-35 ou FCAS/GCAP não faz sentido logisticamente.
Temos que compreender que, qualquer caça comprado novo, além de ter custos muito próximos aos do F-35, teria que aguentar até 2060/70. Por isso é que esta decisão tem que ser tomada com pés e cabeça, e em contexto nenhum pode resultar na compra de um 4.5G novo como único avião de caça da FAP.
O teu comentario revela o maior problema do Forum no que diz respeito ao novo caça.
Não se pode tratar de um debate sobre os méritos de caças.
Será um debate sobre os méritos de caças e o negócio proposto em torno de cada um. Coisa que neste momento desconhecemos.
Os foristas, em geral, consideram o negócio "político-económico" proposto por um construtor como um crime.
Na realidade, a compra de um caça sem qualquer negócio político-económico associado é que é um crime.
Errado. O negócio do novo caça tem que ter como principais critérios, os critérios técnicos, a sustentação da frota a longo prazo (incluindo desenvolvimento de actualizações) e a adequabilidade da aeronave para operar durante as próximas décadas.
Critérios estúpidos tipo "fabricar Gripen em Portugal" não fazem sentido, e mais não são que um truque para enganar os parvos a comprar o dito avião.
As propostas com mais potencial para um negócio que envolva a indústria nacional, são:
-F-35, onde uma simples unidade de produção de componentes manter-se-á aberta durante décadas dado o volume de clientes.
-KF-21 e Kaan, nos quais existe abertura para entrar nos programas, trazer uma parte significativa da produção para o país, e são aviões que terão uma quota de mercado interessante, com tantos países que não terão aprovação para comprar F-35.
-FCAS e GCAP, onde podíamos entrar num programa de topo e ter uma participação relevante e duradoura.
Os eurocanards não oferecem nada melhor, pelo simples facto que não vão vender unidades suficientes para justificar mais uma linha de montagem, nem estão abertos para qualquer tipo de participação adicional no seu desenvolvimento.
Dos 3, o Typhoon seria o menos mau, pelo simples facto de Espanha os usar, criando facilidades logísticas caso quiséssemos comprar em 2a mão para desenrascar até chegarem os primeiros FCAS ou GCAP. Neste contexto, a solução stop-gap que fazia sentido, era modernizar 19 F-16 e adquirir 14-16 Typhoon Tranche 2 usados.
Tecnicamente, de caças em segunda mão, existe uma outra opção. 28-30 F-16 Block 60 dos EAU. Não sei quão disponíveis estariam para negociar, mas estes seriam praticamente F-16 já com um upgrade em cima, radar AESA, CFTs, e com menos anos que os nossos. Os Emirados podiam aumentar a encomenda de Rafale para colmatar a redução da frota destes aviões, e para nós a transição seria menos onerosa do que comprar um caça usado completamente diferente do F-16.