Sim, o Lula age como bully. O homem opina que se farta sobre os outros. Até critica os 5% que a NATO acordou gastar em Defesa, e manda bocas de como devíamos (nós europeus) gastar mais com outras coisas.
O Lula também meteu o bedelho na questão da Imigração em Portugal, em concreto nas regras de atribuição de nacionalidade, e começou logo a dar a dica "olhem que os portugueses no Brasil têm um certo estatuto...".
Se fosse o Trump a fazer afirmações destas, vinham aqui cascar no gajo (e com razão), mas quando é um alto cargo brasileiro, não se passa nada.
Engraçado é o gajo opinar contra os investimentos europeus na Defesa, mas depois tem a Embraer a tentar espremer ao máximo o mercado europeu. Se o gajo é contra, então a Embraer devia recusar vender à Europa, ou não?
Estava à espera que discordasse de si sobre o Lula?
750000M em compras aos EUA, podem ser de muita coisa. É essencialmente uma garantia que a UE continua a comprar produtos americanos (em geral) para manter as taxas nos 15%.
Com base nisto, tirar ilações de que vamos comprar F-35 ao dobro do preço, é algo sem qualquer fundamento. Ainda para mais estando definido que inclui diversos tipos de produtos, não apenas militares. Esse dinheiro gastas facilmente em importações de energia e comida.
Conforme diz é apenas uma opinião sobre a qual quero estar errado.
"O acordo inclui também o compromisso da Europa de comprar mais produtos americanos, especialmente armas e energia. A energia - gás natural, petróleo e combustível nuclear para substituir o fornecimento de energia russo - deverá custar 750 mil milhões de dólares (aproximadamente 640 mil milhões de euros) ao longo de três anos, ou 250 mil milhões de dólares (aproximadamente 213 mil milhões de euros) anualmente.
O valor é significativo se comparado, por exemplo, com as importações de petróleo e gás dos EUA que totalizara 84 mil milhões de dólares (aproximadamente 72 mil milhões de euros) em 2024.
Além deste valor, haverá ainda um investimento de mais de 600 mil milhões de dólares (511 mil milhões de euros) nos EUA, incluindo equipamentos militares americanos, segundo avançou a BBC."
Mais uma vez deixo a pergunta, vai ser em espingardas? A Europa tem uma obrigação de compras por decreto 600MM$ e acha plausível que nós é que escolhemos o quê ou até o preço?
Os EUA não te podem obrigar a comprar produtos específicos. Especialmente se o custo destes produtos exceder o valor daquilo que exportas para os EUA (e que portanto está sujeito a tarifas).
Não pode obrigar? Então existe uma "obrigação" de gastar um valor, eles é que vendem e nós é que vamos decidir o que é que eles querem vender?
Relativamente aos negócios da Embraer, queres mesmo entrar por aí? É que a Embraer sentiu-se empoderada para aumentar o preço dos KCs sem nos dizer nada previamente. O Governo português tentou negociar o contrato, e, adivinha, o Governo perdeu a negociação, sendo o negócio exactamente nos contornos que a Embraer quis.
Não achas que existe uma forte probabilidade de ter havido chantagem por parte da Embraer, ameaçando retirar a linha de produção em Portugal caso não comprássemos os aviões?
Acho que existe uma grande probabilidade de o governo ter percebido que existiria forma de ganhar com o negócio, o que veio efetivamente a acontecer ou ainda estamos na fase em que Portugal não ganha nada por cada KC que se vende?
Existe a hipótese de se Portugal tivesse escolhido qualquer outro avião em vez do KC, estariamos com uma parte da produção em Portugal e com um ganho por cada avião produzido?
Ou seja, negócio, foi uma escolha.
Ameaçar com uma linha de produção, não é bem a mesma coisa que aumentar as taxas de exportação para um mercado como a América.
Lá está, para vocês, negociatas com a Embraer são todas justificadas, não importam os contornos. Mas se desconfiam/supõem que outro país/empresa fez o mesmo, já criticam.
Você não perceber a diferença entre uma negociata, entre estados, em que ambos podem escolher ou não entrar, e aquilo que acabou de acontecer com os EUA, é no mínimo estranho.