Mais uma vez deixo a pergunta, vai ser em espingardas? A Europa tem uma obrigação de compras por decreto 600MM$ e acha plausível que nós é que escolhemos o quê ou até o preço?
Estás a falar da Europa toda, em primeiro lugar. O que Portugal vai ou não comprar, ou se vai sequer comprar alguma coisa, não se sabe.
O preço é sempre o vendedor que faz, e depois é negociado. Em qualquer caso o cliente nunca "escolhe" o preço.
Sim, vais escolher o que comprar. Vais gastar dinheiro naquilo que te for (enquanto país) mais conveniente. Não vais comprar 10 porta-aviões só porque eles disseram.
Não pode obrigar? Então existe uma "obrigação" de gastar um valor, eles é que vendem e nós é que vamos decidir o que é que eles querem vender?
Não pode obrigar, e sim, "nós" é que decidimos o que vamos comprar.
Toda e qualquer compra será negociada individualmente, e as negociações demoram tempo. Se Portugal fosse comprar F-35, a achar que ia pagar 5000-6000M pelo programa, e do nada a LM viesse com um preço de 10000-12000M pelo mesmo número de aeronaves, o processo ficaria preso nas negociações, e não avançaria durante meses/anos. No fim, não gastavas nada se não quisesses, e quando desses conta, passavam os 3 anos.
Como é que o Trump vai controlar que se gasta aquele dinheiro todo? Como é que ele vai obrigar os países europeus a gastar? Vai andar de 2 em 2 meses a ameaçar com tarifas absurdas? E depois anda neste para-arranca durante meses? Vai esperar até ao fim de 12 meses para o fazer? Pois, não sabes, viste o acordo, e lembraste-te de vir aqui desestabilizar este tópico, porque te era narrativamente conveniente.
A ironia, é que Portugal não tem urgência em adquirir caças nos próximos 3 anos, o próprio governo não tem essa questão em cima da mesa, logo esse acordo seria inconsequente neste aspecto.
Quanto muito podes criar um tópico onde levantas a questão de que equipamentos militares poderia Portugal comprar aos EUA a curto prazo como parte desse acordo. Se calhar não com este título, algo mais curto.
Acho que existe uma grande probabilidade de o governo ter percebido que existiria forma de ganhar com o negócio, o que veio efetivamente a acontecer ou ainda estamos na fase em que Portugal não ganha nada por cada KC que se vende?
Existe a hipótese de se Portugal tivesse escolhido qualquer outro avião em vez do KC, estariamos com uma parte da produção em Portugal e com um ganho por cada avião produzido?
Ou seja, negócio, foi uma escolha.
Ameaçar com uma linha de produção, não é bem a mesma coisa que aumentar as taxas de exportação para um mercado como a América.
O retorno estava garantido de alguma maneira quando entrámos no programa.
A não ser que estejas a insinuar que nos atirámos de cabeça para o programa KC-390, sem ter em vista qualquer retorno, e que esse retorno só passou a estar em cima da mesa quando fomos negociar a compra dos aviões, e quando a Embraer nos cobrou 30% a mais por cada um... será isso?
Teria curiosidade em saber as contas desse retorno, e também qual o retorno que a Argentina tem ganho, sem sequer ter comprado o avião. Porque é que só nós é que somos obrigados a comprar o avião, 30% mais caro do que o prometido, para ter acesso a esse retorno?
Se Portugal já estava a ganhar os supostos 10M por cada avião vendido, a compra do 6⁰ KC faz sentido em que medida? E porquê o segundo (e caríssimo) simulador? Lógica da batata? Como tens retorno, vais gastá-lo todo em mais aviões? Quando é que deixamos de o fazer?
O 6⁰ KC fazia sentido caso houvesse o risco da fábrica fechar por falta de encomendas, não agora. O segundo simulador fazia sentido se víssemos realmente vários clientes estrangeiros a vir formar pilotos a Portugal, e que o primeiro simulador não chegava.
Mas as negociatas com a Embraer não se ficam por aí, ou ficam? Qual o racional para os STs? Não é o retorno das vendas do avião, porque o mercado europeu para uma aeronave daquelas é minúsculo. Não são critérios operacionais nem técnicos. Não é o preço. Não é o envolvimento da indústria nacional, pois será insignificante e seria melhor empregue noutro programa com mais potencial de mercado.
Ameaçar com o fecho da linha de produção, é exactamente a mesma coisa. No fim, põe em causa empresas nacionais e postos de trabalho.
No fim de contas, os programas da Embraer em Portugal são de uma dimensão estratosférica, representam uma grande percentagem do PIB, e são importantíssimos para o país... se formos ler determinadas notícias e opiniões...
Ou se calhar a importância destes programas varia consoante a conveniência. Quando se fala de um retorno de 10M, o programa KC é super relevante, importantíssimo para o país. Quando se fala da Embraer ameaçar fechar uma fábrica caso não comprássemos os seus produtos, já não tem grande importância.
Conveniente.
Você não perceber a diferença entre uma negociata, entre estados, em que ambos podem escolher ou não entrar, e aquilo que acabou de acontecer com os EUA, é no mínimo estranho.
Eu percebo a diferença, o Bubas é que não percebe as semelhanças.

Por exemplo, na compra dos STs, Portugal não teve direito a escolha, comparações/concurso ou o que seja. Tivémos que comprar e pronto.