A opinião aqui partilhada pelo dc não tem em conta que, quando o Nuno Melo assumiu funções, deu instruções para que o projecto do ST (que lhe chegava do tempo do António Costa) fosse alvo de "negociação".
Posteriormente, o mesmo NM emitiu um despacho a encarregar o CEMFA de estudar e transmitir em que moldes o projecto pode beneficiar Portugal e qual o papel a desempenhar pela FAP.
O despacho está algures por aqui nas páginas do Forum e tem prazo para ser cumprido. Já disse isso aqui várias vezes.
E entretanto o Nuno anda por aí a reunir com Franceses.
Sendo assim, as afirmações acerca de "construir uma fábrica" não têm qualquer cabimento neste momento.
Desde o tempo do Costa até hoje, nunca ouvi falar da construção de uma fábrica.
A utilidade imediata que o ST-Nato tem para a FAP é como aparelho de Treino avançado com capacidade de treino com fogo real.
Nessa função, parece poder interessar a outras FAs aliadas.
A (uma) utilidade que tem para a indústria de defesa tem a ver com tudo que se possa inventar fazer com um ST e que traga experiência útil para a indústria.
Para isso, é claro que é necessário parcerias com empresas nacionais e sermos "ratos" a ir buscar financiamento europeu, como FAP e Marinha já fizeram.
- integração de sistemas de armas? LMM? Poderá a Tekever estar interessada?
- transformar o ST num Drone? poderá o CEiiA estar interessado?
- o que se poderá fazer com um ST com um wingspan aumentado em mais 3m para cada lado?
Eu gostava de discutir aqui mais ideias como estas, em vez do deita-abaixo do costume.
No entanto, eu continuo á espera de uma decisão final do Governo sobre este assunto.
Mesmo que tenha sido afirmado aqui por vários foristas que a vinda do ST "estava decidida", eu não me admirava se fosse tudo cancelado.
As afirmações da suposta fábrica/linha de montagem fazem sentido ser mencionadas, pois tem sido esse o argumento insaciavelmente usado a favor do ST. Agora que já perceberam que essa ideia é estúpida pois não há mercado que justifique tal coisa, já não interessa para nada?
Quando é apresentada a ideia de que o ST na versão NATO seria fabricado em Portugal, depreende-se que seja dentro de uma fábrica, e não de uma padaria, mas....
A aquisição do ST era referida como a de uma "aeronave de ataque ligeira/apoio aéreo próximo". Se a utilidade principal desta aeronave na FAP é treino avançado, então nem sequer faz sentido olhar para ela como aeronave de CAS, e pagar por ela como tal, nem comprá-la numa quantidade excessiva.
Os outros países da NATO não têm demonstrado interesse numa aeronave a hélice bem armada. Se tal acontecesse, a Pilatus teria feito com o PC-21 exactamente o mesmo que fez com o PC-9 no que respeita à incorporação de armamentos, sabendo que tem clientes como França e Espanha, e seria líder do mercado europeu nessa classe de aeronave.
Para nós, não há nada que se possa inventar com o ST, que não pudesse ser já feito com outras aeronaves. Não existe razão alguma para usar o ST, com payload e "ground clearance" limitados, para transportar coisas nas asas para os tais "testes", sendo o P-3 uma melhor opção. Até um C-295 VIMAR modernizado para carregar e largar munições, teria capacidade para isso. Fora os próprios F-16 como é óbvio, e os C-130 (para testes aerodinâmicos).
A lógica de usar o ST como meio de testes, aplicar-se-ia também a um M-346/TA-50, MQ-9B, Apache, B-52, ou literalmente qualquer meio aéreo imaginável. Essa ideia mais parece uma de "rapar o tacho" à procura de alguma utilidade para o ST na FAP.
-Integração de armas:
Vamos testar a integração de armas numa aeronave limitadíssima, ao invés de o fazer com aeronaves relevantes como o F-16/futuro caça, P-3/futuro MPA, um futuro UCAV, UAVs nacionais, futuros helis do EP, porque razão?
O LMM é um bom exemplo, que apesar de à primeira vista fazer sentido num ST, existem N outras aeronaves que também beneficiariam da sua integração, logo não é uma razão para comprar o ST.
O míssil pesa apenas 13kg, portanto seria bem mais interessante integrar no futuro ARX ou qualquer outro drone nacional. Além de UAVs, se o EP vier a ter UH-60, armá-los com este míssil seria excelente, como complemento a um hipotético Hellfire/JAGM/Brimstone.
-Transformar o ST em UAV:
Porque carga de água se iria pegar numa aeronave adquirida nova, cara, e convertê-la num drone? Fazia muito mais sentido fazer isso com os Chipmunk e/ou TB-30 após a sua substituição. O design do ST foi feito em torno de um piloto humano e toda a tralha necessária para que esse piloto sobreviva dentro do avião, o que confere sempre limitações à aeronave.
Faz muito mais sentido desenvolver um drone do zero, sem estas limitações.
O ST possui um motor PT6 de 1600 cavalos, é um motor muito mais potente que o usado no MQ-9B, e nós por alguma razão absurda, íamos desperdiçar um motor destes ao mantê-lo no ST, ao invés de desenvolver um UCAV que tire real partido deste motor?
-Porque raio é que haveríamos de inventar um ST com wingspan de 17 metros? Para ser ainda mais lento? Para tentar imitar a Endurance de UAVs?
Qual a necessidade de reinventar tudo em torno do ST? Não é mais lógico encostar as fantasias Tucanicas, e começar a estudar coisas relevantes em torno LUS 222 e futuros drones nacionais? Eu antes preferia ver um drone nacional maior ainda que o ARX, e umas variantes verdadeiramente relevantes para a FAP e exportação do LUS 222.